Sociedade: Contribuintes sujeitos ao adicional de solidariedade do IRS sobem 22%

Sociedade: Contribuintes sujeitos ao adicional de solidariedade do IRS sobem 22%

A taxa adicional de solidariedade do IRS, paga por contribuintes cujo rendimento coletável excede os 80 mil euros anuais, chegou a 26.757 agregados em 2022, uma subida de 22,47% face ao ano anterior.

Em causa está uma taxa adicional do IRS que é de 2,5% na parte que excede os 80 mil euros de rendimento coletável (valor apurado após a aplicação da dedução específica ou, quando superior, dos descontos do trabalhador para a Segurança Social ou sistema equivalente) e de 5% sobre o montante que excede os 250 mil euros de rendimento coletável anual.

Segundo as estatísticas do IRS relativas ao ano de 2022 (que resultam das declarações de imposto entregues pelos contribuintes em 2023) entraram na alçada desta taxa adicional de solidariedade um total de 25.726 agregados familiares residentes no continente a que se somaram 511 dos Açores e 520 da Madeira.

Segundo a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) do total de agregados que pagou esta taxa em 2022, a esmagadora maioria (93,23%) situa-se no primeiro escalão (da taxa de 2,5%) e os restantes no segundo escalão.

Os mesmos dados estatísticos, que agora foram disponibilizados publicamente, revelam que o montante total do imposto resultante da aplicação desta taxa adicional ascende a 66,33 milhões de euros, sendo 42,62% provenientes do primeiro escalão e 57,38% do segundo escalão.

O número de agregados com registo de rendimento bruto em 2022 totalizou 5.807.704. Segundo as referidas estatísticas, quase 7% dos agregados reportaram um rendimento bruto até 10 mil euros tendo contribuído com 2,4% do IRS liquidado.

Já os que ganharam entre 10 mil e 40 mil euros brutos representam cerca de 73% e contribuem para cerca de um terço do IRS liquidado.

Por seu lado, os que ganham acima de 100 mil euros representam 2% dos contribuintes e contribuem para 23,95% do imposto liquidado.

Fonte: Lusa

Sociedade: Metade da população joga a dinheiro

Sociedade: Metade da população joga a dinheiro

Segundo um estudo nacional, cerca de metade da população em Portugal (55,6%) joga a dinheiro, no entanto a maioria não tem sinais de dependência, um problema que afeta sobretudo os homens e os jovens.

“No conjunto da população, há 55,6% de jogadores de qualquer tipo de jogo a dinheiro”, sendo o Euromilhões o mais jogado, segundo o relatório final do V Inquérito Nacional ao Consumo de Substâncias Psicoativas na População Geral, Portugal 2022, divulgado hoje pelo Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD).

Quase metade da população portuguesa (45,6 %) joga Euromilhões, seguindo-se a Raspadinha (36,8 %), o Totobola/Totoloto (12,2%), a Lotaria (11,3%) e o Placard (8,8%), revela o relatório que teve por base entrevistas realizadas entre setembro de 2021 e novembro de 2022 a pessoas entre os 15 e os 74 anos de idade.

O estudo indica ainda que os homens jogam mais do que as mulheres (62,7% vs 49%), com exceção da Raspadinha, que é mais pedido pelo sexo feminino.

Os investigadores realizaram um teste para perceber a dependência do jogo e concluíram que 53,7% da população não tinha problemas de dependência em relação a jogos de fortuna ou azar, mas 1,3% da população apresentava alguns sinais e 0,5% tinha mesmo a “probabilidade de ser jogadores patológicos”.

A prevalência de jogadores com alguns problemas subiu de 0,3% em 2012 para 1,2% em 2017, mantendo-se agora estável neste último relatório. Também a prevalência de jogador patológico passou dos 0,3% em 2012 para os 0,6% em 2017, tendo agora descido ligeiramente para os 0,5%.

A probabilidade de ser jogador patológico é superior entre os jogadores do sexo masculino e entre os jovens entre os 25 e os 34 anos, segundo o estudo divulgado.

O estudo também analisa os jogos eletrónicos, que têm uma prevalência de 8,8%, sendo superior entre os homens (13,2% face a 4,7% para as mulheres), e entre os jovens entre os 15 e os 24 anos.

“A prevalência de jogo eletrónico vai diminuindo à medida que se avança na idade”, lê-se no estudo, que indica que quase metade dos utilizadores jogou diariamente ou quase diariamente um qualquer jogo e cerca de um terço várias vezes por semana.

Se o entretenimento é apontado por quase metade da população jogadora de jogos eletrónicos como um motivo muito importante para jogar, muitos admitem que o fazem “como escape à tristeza e à depressão” ou para “fazer coisas que não se fazem na vida real”, como conduzir carros de corrida ou pilotar aviões.

O inquérito apresenta também um capítulo sobre a prevalência do consumo de heroína ao longo da vida, que baixou uma décima entre 2017 e 2022, passando de 0,5% para 0,4%.

O início do consumo de heroína ocorre, em média, aos 22 anos na população geral, mais cedo nos homens (22 anos) do que nas mulheres (23 anos).

Já o consumo de cogumelos alucinógenos subiu 0,1% entre 2017 e 2022, de 0,2% para 0,3%, sendo entre os mais jovens que se verificam mais consumos.

A idade média de início do consumo de cogumelos alucinógenos é de 20 anos na população geral, sendo mais cedo nos homens (19 anos) do que nas mulheres (22 anos). Quando consideramos a população mais jovem – com idades entre os 15 e os 24 anos – esta média desce para os 18 anos.

O inquérito foi realizado pelo CICS.NOVA – Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH), para o SICAD – Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências, na sequência dos estudos realizados em 2001, 2007, 2012 e 2017.

Fonte: Lusa

Saúde: Sobreviventes de AVC agudo sem acesso a reabilitação intensiva – estudo

Saúde: Sobreviventes de AVC agudo sem acesso a reabilitação intensiva – estudo

Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), concluíram que 70% de sobreviventes de Acidente Vascular Cerebral (AVC) agudo, não têm acesso a reabilitação intensiva, segundo um estudo que acompanhou 460 doentes.

Em comunicado, o ISPUP esclarece que o estudo “revelou falhas nos cuidados prestados após o evento agudo” dentro do Sistema Nacional de Saúde (SNS).

Liderada por Pedro Maciel Barbosa, no âmbito da sua tese de doutoramento, a investigação avaliou uma ‘coorte’ prospetiva de sobreviventes de AVC, desde o evento agudo até à fase crónica da doença.

“Este é o primeiro estudo internacional que identifica, mede, avalia e compara os custos e os benefícios dos diferentes percursos de reabilitação do sobrevivente de AVC”, esclarece, citado no comunicado, o investigador do ISPUP e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

O estudo, que envolveu 460 sobreviventes de AVC, concluiu que, após um ano, a qualidade de vida é “significativamente mais baixa do que a da população em geral, independentemente do tipo e gravidade de AVC”.

Paralelamente foi identificada uma discrepância entre as diretrizes de boas práticas e o que acontece na prática ao nível da reabilitação.

Segundo o estudo, “70% dos sobreviventes não têm acesso à reabilitação intensiva, enquanto 80% recebem no máximo cinco sessões de fisioterapia por semana, com menos de 45 minutos cada”.

Mais de metade dos sobreviventes (65%) “não são envolvidos na definição do plano de reabilitação” e 30% “não têm acesso a plano de alta ou transferência entre contextos de cuidados”.

“Estas lacunas nos cuidados pós AVC resultam em níveis inadequados de informação, com 70% da amostra a desconhecer o seu prognóstico funcional no momento da alta hospitalar e a afirmar estar insatisfeita, sobretudo com os cuidados de reabilitação prestados nas unidades de média duração, clínicas comunitárias e equipas domiciliárias”, refere o ISPUP.

O estudo identificou também “uma falta de correspondência em relação às recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)” relativamente ao modelo de referenciação dos doentes para diferentes tipos de cuidados.

“Este estudo verificou que sobreviventes com perfil de severidade semelhante obtêm resultados diferentes em percursos diferentes”, refere o instituto, destacando que apenas três dos nove itinerários de reabilitação revelaram ser custo-efetivos.

“Ou seja, 66% da rede deve ser revista, de forma a adequar a melhor relação entre qualidade de cuidados, necessidade dos sobreviventes e sustentabilidade futura do SNS”, observa o estudo.

Segundo a investigação, as unidades do setor social da Rede Nacional de Cuidados Continuados, para onde foram referenciados 48% dos sobreviventes, constituem uma “barreira no acesso a cuidados”, uma vez que assentam numa “lógica de pagamento de acordo com os rendimentos”.

Já os percursos com início em unidades de Convalescença e Centros de Reabilitação mostraram ser “os mais rentáveis”, indica a investigação, notando que a passagem numa fase precoce por unidades mais intensivas mostrou “influenciar os resultados ao fim de 12 meses”.

Nesse sentido, o estudo alerta para a necessidade de se melhorarem os cuidados de reabilitação prestados aos sobreviventes de AVC em Portugal, um dos países europeus “com maior potencial para reduzir a incidência e prevalência do AVC nos próximos anos”.

“Se tivéssemos de propor cinco medidas fundamentais de reforma da rede de cuidados de reabilitação, essas passariam por rever a Norma de Orientação da DGS e o processo de referenciação, prolongar a Via Verde além do hospital até os seis meses após AVC através de circuitos dedicados dentro da Rede de Cuidados Continuados”, indica o investigador, que é também fisioterapeuta na Unidade Local de Saúde de Matosinhos.

Pedro Maciel Barbosa recomenda ainda “diminuir o número de itinerários disponíveis definindo 3-4 itinerários para diferentes perfis de AVC, garantir reabilitação intensiva e multiprofissional até 3-6 meses a cerca de 70% dos utentes e aumentar o número e a duração da estadia nas Unidades de Convalescença”.

Fonte: Lusa

Futsal: Vimiosenses integram a seleção distrital sub13

Futsal: Vimiosenses integram a seleção distrital sub13

Os jovens vimiosenses David Vicente, Jorge Fernandes e Tomás Fernandes estão a participar no Torneio Interassociações, que decorre de 2 a 5 de abril, em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu.

Os atletas do Águia Futebol Clube de Vimioso foram convocados a Seleção Distrital Sub-13, de Futsal masculino.

Para integrar a jovem seleção da Associação de Futebol Bragança (AFB) foram ainda convocados atletas de clubes como a Escola de Futsal Arnaldo Pereira, a Associação Recreativa Alfandeguense e o Grupo Desportivo Macedense.

No Torneio Interassociações, a seleção sub 13 da AF Bragança entrou em competição no dia 2 de abril, ao defrontar e vencer por 4-2 a Associação de Futebol da Guarda.

A 3 de abril, os jovens do distrito de Bragança mediram forças com a Associação de Futebol de Aveiro e sofreram uma pesada derrota por 10-1.

Amanhã, dia 4 de abril, a seleção de Bragança enfrenta a Associação de Futebol da Madeira.

E no último dia do Torneio Interassociações, a 5 de abril, os jovens atletas do distrito de Bragança vão jogar diante da Associação de Futebol de Ponta Delgada.

HA

Vimioso: Município expõe trabalhos dos artesãos do concelho

Vimioso: Município expõe trabalhos dos artesãos do concelho

A Casa da Cultura, em Vimioso, tem em exposição até 5 de maio, uma coleção de “Artes Decorativas”, da autoria de Teresa de Jesus Freire Pinto, natural do concelho de Vimioso, que faz trabalhos em crochet, bordados, aplicação em estanho, bainhas abertas e pintura.

De acordo com a vereadora da cultura, Carina Lopes, a mostra destes trabalhos artesanais surgiu do interesse do município de Vimioso em dar a conhecer os artesãos do concelho.

“Muitos destes trabalhos foram concebidos no decorrer dos cursos socioeducativos, promovidos anualmente pelo município de Vimioso. A apresentação pública na Casa da Cultura é também um modo de homenagear os artesãos e agradecer o seu trabalho”, justificou.

Os visitantes que pretendam ver de perto a exposição “Artes Decorativas”, podem fazê-lo de segunda a sexta-feira, na Casa da Cultura, em Vimioso, das 9h00 às 12h30 e das 13h30 às 17h00. Aos sábados e Domingos e feriados, o horário das visitas é das 14h30 às 17h30.

HA

Palaçoulo: Tanoaria J.M.Gonçalves participa em congresso na região com mais vinha no mundo

Palaçoulo: Tanoaria J.M.Gonçalves participa em congresso na região com mais vinha no mundo

Nos dias 4 e 5 de abril, a Tanoaria J. M. Gonçalves vai participar no IV Congresso do Colégio Oficial de Enologia de Castela-La Mancha, em Cuidad Real (Espanha), a região com maior área de vinha no mundo, onde vai apresentar a inovadora barrica vulcânica “Onyx”.

De acordo com o sócio-gerente da Tanoaria J. M. Gonçalves, Lda., Sérgio Gonçalves, é a primeira vez que esta empresa localizada em Palaçoulo, participa neste congresso que reúne enólogos, investigadores, produtores de vinhos, estudantes e profissionais do setor vitivínicola, em Cuidad Real, capital da província de Castela La Mancha (Espanha).

Nesta participação, a Tanoaria J.M.Gonçalves vai apresentar no dia 5 de abril, a barrica vulcância “Onyx”, que segundo o diretor de qualidade, Sérgio Gonçalves, é um produto diferenciador porque assegura a ausência de aromas fumados no vinho.

“No congresso de enologia vamos apresentar um estudo científico, feito em colaboração com a Centro Tecnológico da Cortiça (CTCOR), segundo o qual a inovadora barrica “Onyx fusion”, que é tostada com recurso a pedras vulcânicas, (provenientes de países como a Islândia, Itália, Japão e E.U.A), o que elimina a presença de toxinas, permitindo assim aos enólogos criar um vinho com uma mineralidade equilibrada e maximizando a expressão da fruta”, explicou.

De acordo com o programa do IV Congresso do Colégio Oficial de Enologia de Castela La Mancha, para além da apresentação de estudos científicos, o evento contempla ainda a mostra de produtos e tecnologias inovadoras, assim como a prova de vinhos e palestras.

Sérgio Gonçalves justifica a assídua participação da tanoaria de Palaçoulo, em eventos e certames nacionais e internacionais, como é agora o caso do IV Congresso da Colégio Oficial de Enologia Castela-La Mancha, com o objetivo de criar proximidade com os clientes e potenciais clientes.

“É muito importante estabelecer esta proximidade com os clientes e potenciais clientes. Simultaneamente, a presença nestes eventos é uma oportunidade para acompanhar a evolução do setor vitivinícola, estar a par dos novos conhecimentos científicos e produtos”, justificou.

Questionado sobre a importância do mercado espanhol para a tanoaria J. M. Gonçalves, o empresário indicou Espanha, representa entre 30 a 40% das vendas anuais.

“A província espanhola de La Mancha, localizada a sul de Madrid, é a região do mundo com mais área de plantação de vinha, onde existem, atualmente, 460 mil hectares de vinha. E neste vasto território operam 500 empresas e cooperativas vitivinícolas”, indicou.

Segundo dados de Castilla-La Mancha, a vitivinicultura é uma das principais atividades económicas da região, com 80 mil viticultores e o setor vitivinícola representa 5% da economia desta província espanhola.

HA

Música: Cancioneiro tradicional mirandês enriquecido com novo disco “Manantial” de Lúria

Música: Cancioneiro tradicional mirandês enriquecido com o disco “Manantial”

A dupla Lúria apresentou o seu primeiro disco de originais, “Manantial”, composto por nove temas que fazem parte do cancioneiro tradicional da Terra de Miranda e ao qual acrescem sonoridades mais atuais e instrumentos de orquestra.

Abílio Topa, um dos membros deste duo, disse que se trata de uma experiência musical onde são conjugados vários instrumentos de orquestra com as sonoridades da música tradicional mirandesa, como é caso da gaita-de-foles, a flauta pastoril, a caixa e o bombo.

“Tentamos fazer uma experiência musical com instrumentos fora da tradição mirandesa como o violino, trompas, trompetes, contrabaixos, entre outros que fazem as ligações mais tradicionais. O objetivo passa por criar melodias dentro do cancioneiro tradicional da Terra de Miranda, para que este não se perca”, explicou o também estudioso da língua e música de raiz mirandesa.

Os Lúria são um duo que integra Abílio e Ângela Topa (pai e filha), e que entram numa fase de experiência musical que tem como base o cancioneiro tradicional, que deu origem a este novo trabalho discográfico com o nome de “Manantial”.

“Para que a nossa música mirandesa se mantenha viva para o futuro é necessário renovar, e o disco ‘Manantial’ pode ser um começo desta renovação”, explicou.

“Lúria”, em mirandês, é uma corda com que se aperta a carga do carro de bois.

O disco “Manantial” foi gravado no estúdio Quarta Vaga, com produção de Lino Lobão e com a participação musical de Lino Lobão, Catarina Lobão e Firmino Almeida.

O disco é apresentado em suporte físico e nas plataformas digitais.

Fonte: Lusa

Política: Resistir a aumentar despesa entre os desafios de Miranda Sarmento – economistas

Política: Resistir a aumentar despesa entre os desafios de Miranda Sarmento – economistas

Segundo alguns economistas, os principais desafios do novo ministro das Finanças, Miranda Sarmento passam por resistir às pressões para aumentar a despesa e apostar em reformas estruturais que impulsionem o crescimento económico do país.

O novo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, herda do seu antecessor Fernando Medina um excedente orçamental histórico de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), um rácio da dívida abaixo dos 100% do PIB e o ‘rating’ do país em patamares ‘A’, mas também alguns desafios.

“O maior problema do novo ministro será manter o controlo das contas, enquanto acode aos desequilíbrios deixados pela estratégia recente”, antevê o economista João César das Neves, em declarações à Lusa, considerando que será desafiante “manter o rigor orçamental num clima social que, após oito anos, já é fortemente hostil às contas certas”.

Para o catedrático da Universidade Católica, “Portugal continua a ter um grave problema nas finanças públicas, o que obriga a reformas estruturais que o anterior governo nunca chegou a fazer”.

“Este, tendo o mérito de erigir o problema orçamental como prioridade, preferiu espremer a economia com impostos e o aparelho de Estado com cortes no investimento, criando um forte repúdio social por essa estratégia”, argumenta.

Segundo o economista, é visível nas “exigências de redução a carga fiscal, para que a economia retome um crescimento significativo, mas que vêm acompanhadas por várias reclamações de despesas pública para satisfazer poderosos grupos sociais”.

Por seu lado, o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, aponta como principal desafio “resistir às pressões para aumentar a despesa e diminuir os impostos”.

“Antes das eleições houve um autêntico leilão do tipo ‘quem dá mais’ e a fragilidade política do Governo cria a perspetivas de eleições antecipadas, gerando a pressão, dentro do executivo, de recorrer a políticas eleitoralistas”, assinala.

Segundo Pedro Braz Teixeira, “será necessário colocar um travão a um conjunto alargado de reivindicações e um caminho possível será a concessão de aumentos graduais, repartidos por vários anos, de forma a ir ao encontro das várias exigências sem colocar em causa a saúde das contas públicas”.

“Pode-se criar mesmo uma cláusula dependendo do crescimento económico. Se a economia crescer mais do que um certo limiar, poder-se-á acelerar a resposta às reivindicações”, defende.

O economista considera ainda que Miranda Sarmento terá como desafios implementar “reformas estruturais promotoras do crescimento”, já que o PSD apresentou várias propostas nesse sentido, e “promover reformas da despesa pública que aumentem a sua eficiência (conseguir resultados equivalentes com custo menor), em particular, aproveitar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinadas à digitalização da Administração Pública”.

Pedro Braz Teixeira indica ainda a reflexão sobre o investimento público como outros dos desafios, justificando que a sua execução tem ficado “muito abaixo do orçamentado” e primado por “escolhas estratégicas muito deficientes”.

Já João César das Neves elenca ainda como desafios “novas imposições financeiras devido a problemas crescentes, que vão das necessidades de rearmamento militar, perante as ameaças bélicas, até às transições energética e digital”.

“Somando a isto a fragilidade parlamentar do executivo, podemos dizer que o próximo ministro tem uma missão impossível”, antevê.

O primeiro-ministro Luís Montenegro e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomaram posse a 2 de abril e os secretários de Estado a 5 de abril.

O economista e líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, foi o nome escolhido por Luís Montenegro para o cargo de ministro do Estado e das Finanças, depois de ter coordenado a moção do atual presidente do PSD, em 2022.

Miranda Sarmento, 45 anos, foi presidente do Conselho Estratégico Nacional na anterior direção do PSD de Rui Rio, que durante a campanha para as legislativas de 2019 o chegou a apelidar de “Centeno do PSD”, numa alusão ao então ministro das Finanças do governo do PS, hoje governador do Banco de Portugal.

Assessor económico no segundo mandato do ex-Presidente da República Cavaco Silva, continuou na primeira linha política na transição entre Rio e Luís Montenegro e assumiria depois a presidência da bancada parlamentar do PSD, cargo que ocupou desde julho de 2023 até agora.

Fonte: Lusa

Política: Presidente deu posse ao XXIV Governo Constitucional

Política: Presidente deu posse ao XXIV Governo Constitucional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu posse ao primeiro-ministro, Luís Montenegro e aos ministros do XXIV Governo Constitucional, numa cerimónia realizada no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa.

Na Sala dos Embaixadores do Palácio Nacional da Ajuda, 23 dias depois das eleições legislativas antecipadas de 10 de março, o chefe de Estado empossou o primeiro-ministro e depois os 17 ministros do executivo minoritário formado por PSD e CDS-PP.

O XXIV Governo Constitucional ficará completo com a posse dos secretários de Estado, marcada para sexta-feira.

Na cerimónia de hoje, que começou exatamente pelas 18:00, os membros do novo executivo foram chamados um a um, por ordem hierárquica, para prestar juramento e assinar o auto de posse, processo que durou cerca de 13 minutos.

Assistiram a esta cerimónia de posse o novo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, o primeiro-ministro cessante, António Costa, e ministros cessantes do anterior Governo, e a procuradora Geral da República, Lucília Gago.

Nos termos do artigo 187.º da Constituição, “o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais”, enquanto “os restantes membros do Governo são nomeados pelo Presidente da República, sob proposta do primeiro-ministro”.

O segundo membro na hierarquia do Governo é o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, seguindo-se, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e o ministro da Defesa Nacional e líder do CDS-PP Nuno Melo.

Completam a lista a ministra da Justiça, Rita Júdice, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, o ministro da Economia, Pedro Reis, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, e a ministra da Cultura, Dalila Rodrigues.

A Aliança Democrática, coligação pré-eleitoral formada por PSD, CDS-PP e PPM, foi a força mais votada nas legislativas antecipadas de 10 de março.

As duas coligações lideradas pelo PSD – Aliança Democrática, que concorreu no continente e Açores, e Madeira Primeiro, coligação sem o PPM – somaram 1.866.991 votos, 28,83% do total, e elegeram 80 deputados, dos quais 78 do PSD e dois do CDS-PP.

O PS foi a segunda força mais votada com 1.812.443 votos, 27,98% do total, e 78 deputados.

Fonte: Lusa


Paradela: II Trail Contrabando do Café vai animar a localidade mais oriental de Portugal

Paradela: II Trail Contrabando do Café vai animar a localidade mais oriental de Portugal

Após o sucesso da primeira edição, no dia 14 abril, vai regressar a Paradela, o Trail Contrabando do Café, uma prova desportiva que pretende dar a conhecer a beleza do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI) e também a história desta localidade raiana, onde o contrabando foi uma importante atividade económica.

De acordo com o presidente da União de Freguesias de Ifanes e Paradela, Nélio Seixas, os participantes no Trail Contrabando do Café vão percorrer caminhos e trilhos cheios de história, outrora percorridos pelas pessoas locais que viviam do contrabando.

“Nas localidades situadas na fronteira entre Portugal e Espanha, as trocas comerciais sempre existiram. A partir de 1936, com o deflagrar da guerra civil espanhola, o contrabando aumentou muito entre portugueses e espanhóis. Nessa época, os portugueses levavam para Espanha, produtos como o café, farinha, pão, azeite, gado suíno, tripa de porco ou têxteis. E de Espanha traziam gado, volfrâmio, a moeda (na altura a peseta) e bens valiosos como artigos de ouro, prata, obras de arte e outros artigos de fácil comercialização”, disse.

O autarca lembrou que Paradela é a localidade “mais oriental de Portugal”, onde é possível ver nascer o sol, desde um ponto privilegiado como é o miradouro da Penha das Torres.

Sobre o valor do Trail Contrabando do Café, Nélio Seixas, destacou a projeção turística que esta prova desportiva dá à aldeia, ao trazer centenas de pessoas à localidade e ao concelho de Miranda do Douro.

“Em 2023, aquando da primeira edição desta prova desportiva, a população local ficou tão agradada com a grande afluência de atletas e caminhantes, que quis participar na prova, assim como no acolhimento e na ajuda à organização. Os pequenos negócios locais, como o café da aldeia, beneficiaram com este evento desportivo”, recordou.

Numa antevisão à II edição do Trail Contrabando do Café, o responsável pela seção de atletismo do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), Alírio Sebastião, adiantou que se pretende superar o número de participantes do ano passado.

“O trail em Paradela é a segunda prova mais importante do calendário distrital nesta modalidade. Nesta segunda edição vão participar 14 clubes nacionais e cinco espanhóis, estando já inscritos 135 atletas. No total, entre atletas e caminhantes esperamos a participação de 300 pessoas”, indicou.

Segundo dados avançados pelo CDMD, na caminhada de 12 quilómetros, já estão inscritas 98 pessoas, esperando-se mais inscrições até ao dia 7 de abril.

“As inscrições podem ser feitas através do portal
II TRAIL CONTRABANDO DO CAFÉ (runvasport.es). A caminhada tem um custo de 15€, que dá direito ao kit (inclui uma t-shirt, pulseira, senha do almoço e medalha de finisher)”, informam.

Para o II Trail Contrabando do Café, a organização preparou algumas novidades, com destaque para a continuidade da “animação” protagonizada pelos guardas fiscais atrás dos contrabandistas ao longo do percurso.

Outra novidade é o novo percurso de 18 quilómetros do trail, que segundo o responsável pela seção de atletismo CDMD, Alírio Sebastião, vai decorrer ao longo da fronteira luso-espanhola.

“Antes do começo da prova está programada uma aula de zumba para animar e aquecer todos os participantes no trail e na caminhada. No decorrer da prova há vários pontos de abastecimento, onde vamos servir água, sumos e a tradicional bola-doce mirandesa. No final, todos os participantes têm direito a um revigorante almoço, cuja ementa é pernil cozido, salada de grão-de-bico, bolinhos de bacalhau, pataniscas, bifanas, caldo verde e bola doce”, adiantou.

Relativamente aos prémios, Alírio Sebastião informa que os vencedores das várias categorias no trail vão ser contemplados com troféus e produtos regionais mirandeses, tais como fumeiro, a doçaria tradicional, mel, entre outros produtos.

O Trail Contrabando do Café é organizado pelo Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) e conta com os patrocínios da União de Freguesias de Ifanes e Paradela, do município de Miranda do Douro, da Associação Distrital de Atletismo de Bragança e de várias empresas locais, regionais e nacionais.

HA