Malhadas: Concurso nacional deu prestígio aos bovinos mirandeses

Malhadas: Concurso nacional deu prestígio aos bovinos mirandeses

Nos dias 26, 27 e 28 de agosto, o mercado de gado, em Malhadas, acolheu o XXXI Concurso Nacional de Bovinos de Raça Mirandesa, um certame que reuniu os criadores desta raça autóctone e premiou os melhores bovinos mirandeses.

Segundo a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM) o concurso nacional realiza-se desde 1865 e tem como grande objetivo contribuir para a defesa e preservação dos bovinos de raça mirandesa.

O concurso nacional deste ano realizou-se após a realização dos concursos concelhios em Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Bragança e Vinhais- onde se selecionaram os melhores exemplares de cada concelho.

O certame decorreu ao longo dos dias 26, 27 e 28 de agosto e a avaliação dos animais fez-se segundo as categorias e a idade dos novilhos, vacas e touros.

Sobre a mais-valia desta raça de bovinos, João Choupina, presidente da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ACBRM) lembrou que antigamente estes animais era muito utilizados nos trabalhos agrícolas. Com a mecanização da agricultura, os bovinos mirandeses passaram a ser criados para a produção de carne.

“Atualmente, a mais valia destes bovinos é a carne de excelente qualidade que produzem. Um vitelo a partir de oito meses está pronto para o abate” – João Choupina.

João Choupina é também criador de bovinos de raça mirandesa. Sobre a sua participação no concurso nacional disse que este evento é uma oportunidade de encontro e convívio com os outros criadores.

“Entre nós os criadores, costumamos dizer que nestes três dias de concurso estamos de férias, dado que passamos um ano inteiro a trabalhar nas nossas explorações”, disse.

Atualmente, os criadores de bovinos de raça mirandesa estão a enfrentar os problemas decorrentes da situação de seca e da falta de forragens para os animais.

“Para além da seca, o preço dos adubos e das farinhas tem aumentado muito. E o preço da carne não acompanhou o aumento dos custos de produção”, disse.

A propósito da qualidade da carne mirandesa, o administrador da Cooperativa Agropecuária Mirandesa, o engenheiro Nuno Paulo, salientou o trabalho desenvolvido pelos criadores e os esforços desenvolvidos no desenvolvimento genético desta raça autóctone.

“A carne mirandesa tem um qualidade excelente e está presente no mercado nacional e internacionais. A pandemia e estas sucessivas crises económicas obrigam-nos a estar atentos e a trabalhar para que a carne mirandesa continue a merecer a preferência dos clientes e consumidores. E também para que a criação de bovinos de raça mirandesa seja uma atividade rentável para os criadores” – Engenheiro Nuno Paulo.

Por sua vez, Camilo Raposo, presidente da freguesia de Malhadas, expressou a sua grande satisfação pela realização do Concurso Nacional de Bovinos de Raça Mirandesa, em Malhadas.

“É uma enorme alegria acolher este ano, o concurso nacional, aqui no mercado de gado, em Malhadas. Recordo que a Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa tem a sua sede precisamente aqui, em Malhadas. E esta raça de bovinos é uma marca identitária muito importante para a freguesia, para o concelho, para o solar e para todo o território nacional”, disse.

O autarca recordou ainda que a freguesia de Malhadas alberga desde 1913 o posto zootécnico de Malhadas, que constituiu um importante polo de dinamização da raça mirandesa.

Em Malhadas existem atualmente seis criadores de bovinos de raça mirandesa.

Maria Carolina é uma criadora de bovinos de raça mirandesa, natural de Malhadas. Questionada sobre o que a motiva a dedicar-se à criação destes bovinos, a criadora de Malhadas respondeu que tem gosto e paixão pela pecuária. Na sua opinião só com gosto e paixão, é que se motivam os jovens a dedicarem-se à pecuária.

“Tenho uma neta que gosta muito de cuidar dos animais: dá-lhes de comer, limpa-lhes o espaço e leva-os para o pasto”, disse.

Marcelo é um jovem criador de 26 anos. Veio de Ousilhão, no concelho de Vinhais, para participar no concurso nacional de bovinos mirandeses. A própósito do concurso informou que as caraterísticas mais valorizadas nos animais são o porte, a apresentação e a domesticação do animal.

O jovem Marcelo referiu-se também às atuais dificuldades que os criadores enfrentam, dada a falta de forragens por causa da seca, o aumento do preço da ração e dos combustíveis

“As forragens como a aveia e o feno, que tínhamos guardadas para o inverno estamos a utilizá-las agora para alimentar os animais”, informou.

Questionado sobre o que leva os jovens a dedicarem-se à pecuária, Marcelo foi peremptório ao afirmar:

“Há que gostar muito da pecuária e dos animais! Porque se não se gostar e com as atuais dificuldades que estamos a atravessar é fácil desanimar”, disse.

Sobre o apoio que os municípios prestam aos criadores, Nuno Rodrigues, vice-presidente do município de Miranda do Douro, acompanhado dos autarcas de Bragança e Vila Flor, sublinhou que a preservação da raça de bovinos mirandeses é importantíssima.

“O município de Miranda do Douro procura proporcionar condições aos criadores para que continuem a investir nesta raça autóctone. Recordo que para além da realização de concursos como este, o município apoia os criadores com as despesas da sanidade animal. Estamos também a estudar apoios na desparasitação, na vacinação e na produção de raças autóctones”, informou.

As lutas de touros mirandeses são uma atração no concurso nacional de bovinos.

HA

Miranda do Douro: Concentração motard encheu a cidade de motociclistas

Miranda do Douro: Concentração motard encheu a cidade de motociclistas

Concluiu-se este Domingo, dia 28 agosto, em Miranda do Douro, a X Concentração Motard, organizada pelo motoclube “L’s Cartolicas Zinantes”, um evento que decorreu nos dias 26, 27 e 28 e encheu a cidade motocliclistas, muitos deles vindos da vizinha Espanha.

Segundo a presidente do motoclube “L’s Cartolicas Zinantes”, Sofia Flaire, a X Concentração Motard, em Miranda do Douro, foi um êxito dada a grande participação de motoclubes e motociclistas.

“Em nome da direção dos Cartolicas Zinantes estamos muito satisfeitos e agradecemos a participação de todos. Foi espetacular ver união entre todos os motards. Desde já vamos começar a preparar a edição do próximo ano”, disse.

Entre os vários momentos de destaque na concentração, como os concertos musicais, as provas de freestyle ou a benção dos capacetes, Sofia Flaire destacou o espírito de companheirismo e união que se criou entre todos os motards.

Edu Jimenez, foi um do motociclistas espanhóis que participou na X Concentração Motard, em Miranda do Douro. Veio de Valhadolid, na companhia da esposa e destacou o ambiente fraterno do evento.

“É a terceira vez que participamos na concentração motard de Miranda do Douro. Aprecio muito esta concentração, porque aqui não há grupinhos e há sim um verdadeiro encontro entre todas as pessoas. Aqui somos muito bem acolhidos e o convívio é ótimo”, disse.

O motocliclista espanhol destacou ainda a beleza e a tranquilidade da cidade de Miranda do Douro, as boas estradas e os vários locais próximos para visitar, como os miradouros do parque natural do Douro Internacional.

Por sua vez, Kike González, motociclista e dirigente as Associação Motociclista de Zamora (AMZ), informou que é um participante habitual nas concentrações motards, em Miranda do Douro. O motociclista espanhol referiu que há uma estreita colaboração e parceria da AMZ com os “L’s Cartolicas Zinantes”, entre outros motoclubes do distrito de Bragança.

Sobre a participação espanhola na X Concentração Motard, em Miranda do Douro, Kike González, indicou que vieram de Zamora cerca de 90 motociclistas.

“A cidade de Miranda do Douro encanta-nos pelo acolhimento que recebemos, pela gastronomia, pelas estradas e pela beleza da sua paisagem natural”, concluiu.

HA

São Martinho: Juventude deu vida e alegria à festa de Nossa Senhora dos “Solteiros”

São Martinho: Juventude deu vida e alegria à festa de Nossa Senhora dos “Solteiros”

Concluíram-se no Domingo, dia 28 de agosto, as Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, em São Martinho, com a arruada pelas ruas da aldeia, seguida da celebração da missa, da procissão e as atuações dos pauliteiros e pauliteiras locais.

Os pauliteiros e as jovens de São Martinho transportaram o andor de Nossa Senhora do Rosário.

Em São Martinho, as festividades em honra de Nossa Senhora do Rosário decorreram de 22 a 28 de agosto e ofereceram à população local inúmeras atividades, desde a música tradicional, jogos infantis, um torneio de futebol, olímpiadas para crianças e adultos, um torneio de sueca, atuações dos pauliteiros e pauliteiras e vários espetáculos musicais.

As festividades culminaram no Domingo, dia 28 de agosto, com a tradicional arruada dos pauliteiros e pauliteiras locais pelas ruas de São Martinho.

Às 14h00, a população juntou-se na igreja matriz para a celebração da Missa, presidida pelo padre Aníbal Afonso, natural de São Martinho.

O sacerdote celebrou a eucaristia, em mirandês, e disse à assembleia que a festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, também conhecida como Nossa Senhora dos “Solteiros” é a festa mais bonita desta localidade raiana.

“Esta festa é uma tradição muito antiga que visa incutir nos jovens a devoção a Nossa Senhora”, explicou.

No decorrer da celebração, o padre Aníbal Afonso afirmou que “quem tem Nossa Senhora por mãe e conselheira, anda sempre bem encaminhado”.

Numa alusão ao Evangelho da Missa, o sacerdote referiu-se a Jesus que habitualmente participava em festas e banquetes, não para se destacar dos demais, mas sim para dar o exemplo, fazendo-se próximo, simples e humilde.

“Quem quiser ser grande, faça-se como Jesus e como Maria: servo dos outros”, exortou.

Outras notas de destaque na festa em honra de Nossa Senhora é grande participação dos emigrantes e a ativa participação dos grupos de pauliteiros locais.

“Na arruada pelas ruas da aldeia, os pauliteiros dançam de casa em casa, ao longo de todo o dia e sacrificam-se para embelezar a festa em honra de Nossa Senhora!”, destacou.

Para além da arruada matinal, os pauliteiros e pauliteiras de São Martinho participaram ativamente na missa e na procissão e finalizada a celebração ofereceram uma atuação no adro da igreja, para toda a população.

André Meirinhos é pauliteiro e este ano assumiu a responsabilidade de ser presidente da mordomia das festas em honra de Nossa Senhora do Rosário.

“Ser mordomo da festa exige organização para contratar os agrupamentos musicais e criatividade para ter ideias e desenvolver atividades. Este ano oferecemos à população de São Martinho atividades muito diversas e isso foi do agrado das pessoas. Tivemos os imprevistos da chuva na noite de sábado e da recorrente dificuldade dos camiões entrarem no recinto da associação, mas tudo acabou por correr bem”, disse.

No final da Missa, o grupo de pauliteiros locais ofereceu uma atuação para toda a população de São Martinho.

HA

Seca: Redução de 40% na azeitona em Trás-os-Montes

Seca: Redução de 40% na azeitona em Trás-os-Montes

A Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD) prevê quebras na produção de azeitona, a rondar os 40%, devido à seca e outras condições climatéricas adversas.

“Esperávamos uma quebra de produção, mas nunca tão acentuada como o previsto e que deverá rondar os 40%. Em plena floração na primavera, tivemos temperaturas de 40 graus e as flores da oliveira não vingaram. Como a maioria das oliveiras são em sequeiro, a falta de água veio agravar a situação, já por si difícil”, disse o dirigente associativo, Francisco Pavão.

Esta associação, com sede em Mirandela, representa cerca de 1.400 produtores de azeitona numa área estimada de 10.000 hectares com principal incidência na Terra Quente Transmontana, distrito de Bragança.

“Se não chover em breve, a situação torna-se muito preocupante. Os frutos não pesam e não podem ser colhidos, tudo está dependente dos próximos tempos se vai chover ou não até à colheita em outubro e novembro”, concretizou o também produtor.

De acordo com Francisco Pavão, se os frutos não pesarem e não amadurecerem, não se consegue fazer a colheita mecânica.

“Há muito olival que poderá não ser colhido porque poderá não reunir a condições necessárias para esta tarefa, devido à seca na Terra Quente Transmontana”, explicou o técnico agrícola.

Quando as oliveiras, estão “tão secas que, se houver um ponto de ignição, elas ardem”, disse.

A região transmontana é o segundo maior produtor nacional de azeitona, com 15.000 toneladas que representa 11% da produção nacional, embora ainda muito longe do Alentejo.

“O aumento de produção no Alentejo deve-se ao Alqueva e, em Trás-os-Montes, teremos de criar estruturas de regadio que permitam aos agricultores atenuar os efeitos das alterações climáticas. Isso é fundamental. Já sensibilizámos o Governo e os autarcas para a necessidade de criar pontos de água para rega”, vincou Francisco Pavão.

Outros dos anseios dos produtores de amendoal e olival é utilizar a água da barragem do Baixo Sabor para a rega nos quatro concelhos abrangidos como Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Balbina Mendes dá a conhecer “A segunda pele”

Miranda do Douro: Balbina Mendes dá a conhecer “A segunda pele”

Está em exibição no antigo Paço Episcopal de Miranda do Douro, a exposição de pinturas “A segunda pele”, inaugurada no passado dia 19 de agosto, pela pintora mirandesa, Balbina Mendes.

A nova exposição da artista, natural de Malhadas, tem a novidade de decorrer, simultaneamente, em duas localidades: Mogadouro e Miranda do Douro – e com diferentes obras.

De acordo com a autora, a série de pinturas “A Segunda Pele” resulta do fascínio pela máscara.

“As telas da coleção ‘A Segunda Pele’ são as múltiplas máscaras que ocultam e denunciam, obliteram e revelam…”, pode ler-se no comunicado.

Fazendo uso do plexiglass – matéria acrílica dura e transparente, usada em vez do vidro – Balbina Mendes, fez deste material uma camada exterior, que só por si funciona como dupla máscara.

“É como um filtro que, por um lado, distancia o espectador da superfície da tela; e por outro, adiciona uma nova imagem e grafismo à pintura”, explica.

Simultaneamente, o reflexo do plexiglass convoca o observador a interagir com a obra, ao ver a sua imagem projetada para além do rosto que observa, adicionando-lhe uma nova máscara, “uma outra pele”.

Em Miranda do Douro, a inauguração da exposição “A Segunda Pele” teve o contributo de José Francisco Meirinhos, do grupo musical Hardança e de José Maria Pires, do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM).

A exposição “A Segunda Pele” conta com o apoio do município de Miranda do Douro, do Museu da Terra de Miranda e vai estar patente em Miranda do Douro até ao dia 23 de outubro.

HA

Miranda do Douro: Jovens voluntários reabilitam quatro casas de habitação no concelho

Miranda do Douro: Jovens voluntários reabilitam quatro casas de habitação no concelho

De 21 de agosto a 4 de setembro, jovens voluntários da associação “Just a Change” estão a reabilitar 4 casas de habitação, nas localidades de Malhadas, Póvoa, Picote e Sendim, um projeto que é cofinanciado pela empresa Movhera e pelo município de Miranda do Douro.

Os jovens voluntários da associação “Just a Change” com o casal de pessoas idosas, Abel e Graciosa, junto à sua habitação, em Malhadas.

De acordo com o vereador do município de Miranda do Douro, Vitor Bernardo, o projeto de reabilitação habitacional foi proposto pela empresa Movhera, atual concessionária das barragens de Miranda do Douro e de Picote.

“O município de Miranda do Douro comparticipa na aquisição de materiais de construção e no alojamento dos voluntários. Por sua vez, a Santa Casa da Misericórdia oferece os almoços aos jovens voluntários da associação ‘Just a Change’”, referiu.

Questionado sobre a atual situação da habitação no concelho de Miranda do Douro, o vereador, Vitor Bernardo, respondeu que ainda há muitas habitações que carecem de intervenção, sobretudo no meio rural.

“Com este projeto estamos a reabilitar 4 casas. Mas no meio rural há muitas habitações que carecem de obras, sobretudo de isolamento térmico, de caixilharia, de vidro duplo, de cobertura e telhado isolado”, indicou.

Francisco Amaro, da associação “Just a Change” informou que as casas que estão a ser intervencionadas no concelho de Miranda do Douro pertencem a pessoas que vivem em pobreza habitacional.

“Os trabalhos são sempre acompanhados por técnicos de obra contratados e por coordenadores mais experientes, de modo a assegurar as condições de segurança e para que o nível técnico da obra sejam bem executado”, disse.

Relativamente à obra a decorrer em Malhadas, onde estão a trabalhar cinco voluntários e um coordenador, Francisco Amaro, adiantou que a habitação pertence a um casal de pessoas idosas que necessita de várias intervenções.

“O telhado da habitação vertia água e corria o risco de cair. Para além disso, o wc precisa de obras para garantir o escoamento de água e há a necessidade de substituição da banheira por um poliban, devido à menor mobilidade do casal de idosos. Ao nível do isolamento térmico, também estão a ser feitas várias intervenções, como a adição de isolante térmico, a instalação de um teto falso para criar uma caixa de ar, com a aplicação de lã de rocha, para garantir que a casa retém calor no inverno e frescura no verão”, indicou.

As obras decorrem ao longo de 15 dias, no âmbito do programa “Camp In”, que está a ser implementado, simultaneamente, noutras 12 localidades de todo o país e envolvem a participação de 400 voluntários.

Hugo Campos é um dos jovens que está a participar na reabilitação da casa, em Malhadas. Questionado sobre o que o motiva a participar neste campo de trabalho, respondeu que o projeto da associação “Just a Change” é diferenciador no voluntariado em Portugal.

“Ao participar neste campo de trabalho estou a aprender as noções básicas da construção civil. Para além disso, é muito gratificante pôr-me ao serviço de quem mais precisa e simultaneamente conhecer pessoas fantásticas, como são os outros voluntários”, disse.

Por seu lado, o casal de idosos, Abel e Graciosa, mostraram-se radiantes com a presença e generosa ajuda dos jovens voluntários na reabilitação da sua habitação, na aldeia de Malhadas.

Esta iniciativa que está a ser desenvolvida pela associação Just a Change, é cofinanciada pelo município de Miranda do Douro e a empresa Movhera.

Segundo Francisco Amaro, a reabilitação das quatro casas do concelho de Miranda do Douro tem um custo de 53 mil euros.

“Em duas habitações há uma intervenção praticamente integral, pois está a ser construído o saneamento básico e a instalação de eletricidade”, indicou.

A associação “Just a Change” é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que se dedica a reabilitar casas de pessoas em situação de pobreza habitacional. Para tal, mobiliza voluntários que num espírito altruísta e generoso transforma as casas em lugares dignos de serem habitados.

Desde 2010, a “Just a Change” já reabilitou mais de 280 casas e 75 instituições, beneficiando a vida de mais de 5000 pessoas e mobilizando mais de 5000 voluntários nacionais e internacionais.

De acordo com os princípios desta associação, uma habitação digna é o ponto de partida para uma nova vida.

“Reabilitamos casas, reconstruímos vidas!”, é o lema.

Seca: Apanha da amêndoa na região transmontana antecipada duas semanas e quebras de 50%

Seca: Apanha da amêndoa na região transmontana antecipada duas semanas

A Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte informou que na região transmontana há registo da antecipação da apanha da amêndoa em duas semanas e as quebras podem rondar os 40 a 50% na colheita, devido à seca.

“A antecipação de duas semanas na apanha da amêndoa deve-se à sua maturação. Verifica-se de momento que há condições para a sua apanha e já estamos a colher. Temos muitos cooperantes que têm os seus amendoais em sequeiro e, devido à seca, começaram a apanhar e vai haver quebras significativas que rondam os 40 a 50%”, explicou o responsável para Cooperativa de Agricultores, Armando Pacheco.

Esta cooperativa com sede em Mogadouro, no distrito de Bragança, que se dedica à comercialização de frutos de casca rija, tem mais de 450 cooperantes e, em ano normal de produção, podem ser recolhidos mais de um milhão de quilos de amêndoa, provenientes de vários concelhos da região Norte e Centro.

As perdas de produção, de acordo com o responsável cooperativo, devem-se não só à seca, mas também às geadas que se fizeram sentir no tempo de primavera, quando as amendoeiras estavam em flor.

Armando Pacheco refere ainda que as quebras se podem sentir nos próximos anos, porque as plantas precisam de água e têm de ter reservas para poderem acompanhar o seu ciclo de maturação.

Apesar das quebras anunciadas de 40% a 50% da produção, a Cooperativa dos Agricultores Centro e Norte espera não as sentir devido à entrada de novos produtores de amêndoa para esta organização.

“Com a entrada destes novos cooperantes, penso que podemos resolver o problema de parte das quebras de produção, provocadas pelas condições climatéricas anormais e à seca extrema”, vincou.

Contudo, Armando Pacheco, alerta que os produtores devem acautelar o futuro e tentar explorar os recursos hídricos o melhor possível para terem reservas para tempos de seca.

“Temos de contar com a ajuda do Estado para fazer bacias [charcas], de forma que a água seja retida no inverno nos próprios ribeiros, rios ou charcas e se possa infiltrar para que as linhas de água não sequem já que os furos estão secos nesta altura do ano”, vincou.

Armando Pacheco também apontou o dedo à Agência Portuguesa do Ambiente (APA), afirmando que “a APA não deixa construir charcas nem reservas de água, porque estes reservatórios têm de estar distantes das linhas de água”.

Apesar da seca, o dirigente aconselha que se deve continuar a apostar na plantação de novos amendoais, porque se trata de uma cultura rentável e o concelho de Mogadouro foi o que mais cresceu em termos de novas plantações no Nordeste Transmontano.

“As árvores ao 5.º ou 6.º ano, após a sua plantação, já começam a produzir. E com os valores de mercado que estão a ser praticados, principalmente em frutos de produção biológica, é uma cultura muito rentável”, concretizou o dirigente.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Famidouro renovada atraiu muito público à cidade

Miranda do Douro: Famidouro renovada atraiu muito público à cidade

No dia 21 de agosto encerrou, em Miranda do Douro, a XXIV Famidouro – feira de Artesanato, um evento que atraiu uma grande afluência de espanhóis e emigrantes à cidade, para conhecer os produtos artesanais que se fabricam no concelho como são as capas d’honra mirandesas, as navalhas de Palaçoulo ou os talhicos mirandeses.

As Pauliteiras da associação Mirandanças encerraram a XXIV edição da Famidouro – Feira de Artesanato.

De 12 a 21 de agosto, a XXIV edição da Famidouro foi organizada pela nova direção da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), que teve a preocupação de dar melhores condições logísiticas aos artesãos para exposição e venda dos seus artigos.

De acordo com o presidente da ACIMD, Bruno Gomes, a avenida Aranda del Duero esteve mais bonita, enfeitada e iluminada e as barraquinhas mais atrativas.

“Com esta envolvência pretendeu-se que os clientes tivessem mais gosto em estar na feira. Tradicionalmente a Famidouro é um evento muito visitado pelas pessoas, pela sua localização entre a zona histórica e a zona nova da cidade” – Bruno Gomes.

Outras razões indicadas para o sucesso da feira é a data da sua realização, a meio do mês de agosto, em que muitas pessoas estão de férias, como é o caso dos emigrantes e turistas.

Na edição deste ano da Famidouro estiveram presentes 54 artesãos de vários ofícios: desde os trabalhos em madeira, cutelaria, instrumentos musicais, trabalhos em burel, granito e também produtos regionais como a bola doce mirandesa e o folar, entre outros.

Aquando a inuguração da feira deste ano, o vereador do município de Miranda do Douro, Vitor Bernardo, reconheceu a importância do artesanato como factor de atração de visitantes e dinamismo económico do concelho.

Ao longo dos 10 dias do certame foram organizadas várias atividades, como o concerto de Daniel João e da Banda Filarmónica Mirandesa, os insufláveis para as crianças, o festival de folclore da Mirandanças, as atuações dos vários grupos de Pauliteiros dos concelho, as exibições de futebol freestyle, as mostras gastronómicas do showcooking e a prova de vinhos.

De 17 e 21 de agosto, a Famidouro – Feira de Artesanato beneficiou também com o arranque das Festas da Cidade, que trouxe muitas pessoas a Miranda do Douro, para assistir aos concertos ao final do dia.

Do lado dos artesãos, Sérgio Pires, fabricante de móveis mostrou-se agradado com a afluência de pessoas à feira: portugueses, espanhóis e franceses, que apreciaram as suas novidades, como as mesas em resina, as tábuas de mesa e os talhicos mirandeses.

Numa exposição próxima, Sofia Morais referiu que os artigos em burel chamaram muito à atenção dos visitantes, sobretudo dos vizinhos espanhóis.

“As capas d’honra e as capas de senhora são muito procuradas pelos espanhóis”, disse.

Do lado do público, a visitante espanhola, Mercedes Campo, vinda de Zamora confirmou que o que mais gostou na feira foram as antigas capas d’honra mirandesas.

Por sua vez, o espanhol, Miguel Ferreira, residente em Salamanca, disse que já não visitava Miranda do Douro há dois anos, por causa da pandemia. Sobre a visita disse que passou uma tarde muito agradável na cidade e na XXIV edição da Famidouro apreciou sobretudo os trabalhos em couro.

Já o francês, Carlos, emigrante de Duas Igrejas, mostrou-se muito agradado com a feira de artesanato e gostou especialmente dos artigos de cutelaria.

O encerramento da XXIV Famidouro – Feira de Artesanato ocorreu no Domingo, dia 21 de agosto, com a atuação das Pauliteiras e dos Pauliteiricos da associação Mirandanças.

Neste encerramento, o presidente da ACIMD, Bruno Gomes, indicou que após consultar vários artesãos, a feira deste ano correu bem.

“Houve uma grande afluência de pessoas e os visitantes apreciaram a nova imagem da feira, Sobre as vendas, dentro das condicionantes económicas, como é o caso da crise económica e a inflação, os expositores acabaram por realizar alguns negócios”, indicou.

Para o sucesso do certame, Bruno Gomes sublinhou a mais-valia de realizar simultaneamente a Famidouro, as atuações dos pauliteiros e as Festas da Cidade, eventos que atraíram mais público a Miranda do Douro.

“Mais uma vez confirmámos que as danças dos pauliteiros despertam o interesse de todas as pessoas, sejam eles, crianças, jovens, adultos, portugueses e estrangeiros”, disse.

Já a pensar na próxima edição da Famidouro – Feira de Artesanato, o presidente da ACIMD, adiantou que no decorrer da feira foi realizado um inquérito juntos dos artesãos sobre os aspetos a melhorar no certame.

“Recebemos várias críticas e sugestões por parte dos artesãos para que no próximo ano, a Famidouro – feira de Artesanato, decorra ainda melhor”, concluiu.

HA

Miranda do Douro: Antigos alunos do colégio de São José conviveram no Naso

Miranda do Douro: Antigos alunos do colégio de São José conviveram no Naso

Os alunos do antigo colégio de São José, em Miranda do Douro, voltaram a promover um encontro convívio, no passado dia 19 de agosto, no santuário de Nossa Senhora do Naso, onde participaram na eucaristia e confraternizaram num jantar convívio.

Os alunos do antigo colégio de São José reuniram-se no santuário de Nossa Senhora do Naso.

Recorde-se que o antigo colégio começou a lecionar em Miranda do Douro, no ano de 1955 e funcionou até 1970, no atual edifício da ex-UTAD.

De acordo com o antigo aluno, Augusto Fernandes, o primeiro encontro convívio do colégio de São José, realizou-se em setembro de 1996 e reuniu então, 177 pessoas.

“Desde então, os encontros têm sido regulares e são promovidos, anualmente, pelas mordomias encarregadas de organizar o encontro”, explicou.

Após dois anos de interrupção por causa da pandemia, os antigos alunos do externato de São José voltaram a encontrar-se, desta vez, no santuário de Nossa Senhora do Naso.

O encontro iniciou-se com a celebração da eucaristia, presidida pelo padre Manuel Marques, que felicitou os participantes pelo “bom hábito” de confraternização entre os antigos alunos.

Após a missa realizou-se um jantar-convívio no recinto do Santuário de Nossa Senhora do Naso.

Atualmente, os antigos alunos vivem em diferentes regiões do país, desde Miranda do Douro, Porto, Lisboa e outras localidades.

Rogério Martins é um dos antigos alunos do colégio de São José de Miranda do Douro, onde concluiu o 5º ano (atual 9º). Depois prosseguiu os estudos em Bragança. Sobre o significado do encontro-convívio dos antigos alunos, Rogério Martins, disse que é sempre bom voltar à terra e rever os amigos.

Por sua vez, Urbano Raposo, relembrou que estudou no colégio de São José, entre 1958 a 1962. Sobre o colégio expressou que sente saudades daquele tempo e ao mesmo tempo alegria por rever os antigos colegas.

“Naquela altura, embora as turmas fossem mistas, com rapazes e raparigas, o diretor exigia a separação nos recreios”, recordou.

Margarida Franqueira foi aluna do colégio de São José em 1960 e recordou que a escola naquele tempo era uma felicidade.

“Para nós, jovens, foi uma época muito feliz. Relembro que viemos com os nossos pais para Miranda do Douro, pois eles vieram trabalhar na construção da barragem. E aqui encontrámos tudo: o colégio, a igreja, os amigos que vieram de vários regiões do país e até do estrangeiro. E tornámo-nos tão amigos, que hoje continuamos a encontrar-nos” – Margarida Franqueira.

Após viver muitos anos no Porto, Margarida Franqueira decidiu regressar há quatro anos ao concelho de Miranda do Douro, para residir em Cércio.

Por sua vez, a companheira de colégio, Gina Sales, expressou a sua alegria pelo reencontro dos antigos alunos. E sobre o tempo de estudante no colégio de São José, a ex-aluna sublinhou que a pedagogia na década de 1960 dava muita importância à educação e às regras.

“Foi graças à disciplina vivida no colégio de São José, como a obrigatoriedade de estudar e obter boas notas, que acabamos também por desenvolver sólidos valores morais”, disse.

A par dessa exigência, a antiga aluna acrescentou que a instituição proporcionou-lhes a construção de grandes amizades que permanecem até hoje.

HA

Miranda do Douro: Missa e procissão encerraram as Festas da Cidade

Miranda do Douro: Missa e procissão encerraram as Festas da Cidade

Concluíram-se este Domingo, dia 21 de agosto, as Festas da Cidade de Miranda do Douro, com a celebração da Eucaristia na concatedral e a procissão em honra de Santa Bárbara.

A procissão em Honra de Santa Bárbara percorreu a zona histórica da cidade de Miranda do Douro.

A celebração religiosa realizou-se às 17h00 e registou uma grande afluência de pessoas, que após dois anos de interrupção por causa da pandemia, tiveram novamente a oportunidade de participar na procissão dos santos padroeiros pelas ruas da zona histórica da cidade.

Na homília da Missa, o padre Manuel Marques, pároco de Miranda do Douro começou por dizer que Deus é para todos.

Contudo, o sacerdote numa alusão à imagem da “porta estreita” utilizada por Jesus no Evangelho deste Domingo, alertou que, amiúde, as riquezas, os apegos, afeições desordenadas e o egoísmo dificultam a comunhão com Deus.

“Quando deixamos que o centro da nossa vida seja Deus, aí sim, vemos milagres na nossa vida”, disse.

Ainda assim, o pároco de Miranda do Douro reconheceu que o caminho da verdadeira felicidade é difícil, pois exige uma permanente atenção e vigilância.

“Deus é a única Pessoa que sacia a nossa sede de sentido e felicidade. E como Pai que é, Deus corrige aqueles que ama. E nós, também devemos corrigir-nos uns aos outros e ajudarmo-nos mutuamente a crescer”, disse.

O padre Manuel Marques ensinou que os verdadeiros amigos não são aqueles que somente nos elogiam.

“São aqueles que nos chamam à atenção e nos corrigem”, disse.

Após a Missa, realizou-se a tradicional procissão com os vários andores dos santos padroeiros pelas ruas da zona histórica da cidade, acompanhados musicalmente pela Associação Filarmónica Mirandesa.

A par do encerramento das Festas da Cidade, neste Domingo, dia 21 d agosto, concluiu-se também a XXIV edição da Famidouro – Feira de Artesanato, com a atuação das Pauliteiras e dos Pauliteiricos, da associação Mirandanças.

No Largo do Castelo, coube ao grupo musical Calhambeque encerrar as festividades deste ano.

HA