Pecuária: Há menos bovinos de raça mirandesa

Pecuária: Há menos bovinos de raça mirandesa

No âmbito do Concurso Concelhio de Bovinos Mirandeses, realizado em Malhadas, no dia 24 de junho, o administrador da Cooperativa Agro Pecuária Mirandesa, engenheiro Nuno Paulo, indicou que em 2023, houve uma acentuada redução de nascimentos de vitelos de raça mirandesa, um decréscimo provocado pelo aumentos dos custos nas explorações pecuárias, pela doença hemorrágica e pela redução dos apoios aos criadores.

“A redução do número de bovinos deveu-se ao aumento dos custos de produção e também à doença hemorrágica que provocou a morte de um número considerável de animais. Com menos efetivos, a cooperativa acaba por realizar menos vendas e por conseguinte houve um menor rendimento para as explorações pecuárias”, justificou.

Por sua vez, o secretário técnico da Associação Nacional de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa (ANCBRM), Valter Raposo, indicou que no concelho de Miranda do Douro existem atualmente 51 explorações pecuárias de bovinos de raça mirandesa.

“No total, existem 1200 animais adultos, sendo que 1156 são fêmeas e 44 machos”, precisou.

Segundo dados da ANCBRM, em todo o solar da raça, que compreende os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, Bragança, Vinhais e Macedo de Cavaleiros, existem atualmente 3720 animais adultos.

“O decréscimo do número de explorações e de animais deve-se, por um lado, à redução dos apoios financeiros à pecuária, o que levou alguns agricultores a desistir da atividade. A par disso, os anos de 2022 e 2023 trouxeram muitas dificuldades acrescidas aos criadores, por causa da seca e da falta de forragens, o que aumentou exponencialmente o preço da palha e dos cereais e obrigou à redução de efetivos nas explorações pecuárias”, explicou Valter Raposo.

Outro problema que ameaça os bovinos de raça mirandesa é a preferência de alguns criadores na região por outras raças, que se desenvolvem mais rapidamente e por isso geram um retorno económico mais célere. Perante esta realidade, o administrador da Cooperativa Mirandesa, Nuno Paulo, disse que os apoios para a produção de “linha pura” não são competitivos.

“O Ministério da Agricultura e mais concretamente o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) deveriam rever os apoios às raças autóctones. No nosso entendimento, deveria ser implementado um valor de 250€/por animal, de discriminação positiva, comparativamente com as outras raças, para que os nossos produtos sejam mais competitivos”, indicou.

Ainda assim, o administrador da Cooperativa Agro Pecuária Mirandesa lembrou que a carne proveniente dos bovinos desta raça é diferenciada, de elevada qualidade e tem um selo de Denominação de Origem Protegida (DOP).

No solar desta raça autóctone, que compreende os concelhos de Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Macedo de Cavaleiros, Bragança e Vinhais, outro problema apontado é o atual envelhecimento dos criadores, cuja média de idade é superior aos 61 anos.

Sobre o corrente ano agrícola e a produção de forragens para alimentar os animais, Elias Gonçalves, criador de bovinos de raça mirandesa, em Malhadas confirmou este ano há abundância de erva e boas pastagens, no entanto, a produção de aveia é insuficiente.

“Graças a Deus, este ano agrícola está bem melhor do que no ano passado. No entanto, o excesso de chuva fez nascer muita erva nos campos semeados de aveia. E com os campos alagados, o cereal acabou por não crescer como devia”, explicou.

HA

Agricultura: CCDR-N faz balanço positivo da integração dos serviços de agricultura

Agricultura: CCDR-N faz balanço positivo da integração dos serviços de agricultura

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) faz um balanço positivo da integração dos serviços de agricultura, destacando uma aceleração na execução do Programa de Desenvolvimento Rural 2020 mas reconhece problemas de frota e instalações.

“Faço um balanço positivo no que já se conseguiu e pelo que está ser potenciado, nomeadamente em termos do relacionamento com empresas, associações e cooperativas do setor, assim como de articulação com outros serviços da CCDR-N”, disse António Cunha, presidente da comissão de coordenação.

O anterior Governo socialista extinguiu as direções regionais de agricultura e pescas (DRAP), integrando os serviços nas comissões de coordenação e desenvolvimento regional.

A Norte, segundo António Cunha, “a integração de mais de 600 pessoas decorreu de forma suave em termos laborais e administrativos”.

O processo foi criticado por agricultores e suas associações.

No entanto, o responsável garantiu que “não houve concentração de serviços no Porto, nem qualquer deslocalização de pessoal”.

“Tratou-se de um processo que foi uma verdadeira fusão. Por exemplo, a atual estrutura da divisão de informação da CCDR-N é dirigida por pessoas que pertenciam à antiga DRAP Norte”, referiu.

Os serviços, agora designadas de unidades de agricultura, estão dispersos por cerca de 30 locais e concentrados em três polos principais: Mirandela, Braga e Porto.

E adiantou que, em seis meses, a CCDR-N melhorou significativamente o desempenho dos serviços regionais de agricultura, destacando uma recuperação do atraso na execução do PDR2020.

Numa análise comparativa entre os primeiros cinco meses de 2023 e 2024, verifica-se “uma melhoria clara na resposta aos pedidos de pagamento” após a integração das competências.

“Registam-se mais pedidos submetidos e concluídos, mais investimento aprovado e menos dias de análise”, concluiu a CCDR-N.

Naquele período de 2023, foram submetidos 1.100 pedidos de pagamento e, em 2024, foram submetidos 2.775, sendo que, em média, no período referente a 2024, o investimento elegível solicitado situava-se nos 13.185 euros, enquanto nos primeiros cinco meses de 2023 foi de 7.317 euros.

Em 2023, foram concluídos 1.091 pedidos de pagamento e, em 2024, foram concluídos 2.352, o que corresponde a um valor superior ao dobro.

Em média, nos primeiros meses do ano passado, os pedidos de pagamento levaram 52 dias a ser analisados, enquanto em 2024 o período de análise desceu para 40 dias.

No que diz respeito às visitas físicas aos investimentos, este ano, foram realizadas pelas equipas da CCDR-N cerca de 1.600 visitas, um valor que corresponde às visitas efetuadas durante todo o ano de 2023.

“Herdámos, de facto, um conjunto de dificuldades operacionais, que já antes se faziam sentir na antiga DRAP Norte, designadamente ao nível de viaturas de serviço. Herdámos um parque automóvel totalmente obsoleto, que se veio juntar à frota já deficitária e desajustada da CCDR-N”, referiu, salientado que a “demora na sua resolução não se deve a dificuldades financeiras, mas sim aos prazos legais deste tipo de procedimentos”.

A comissão herdou também dificuldades com instalações, sendo que as mais graves estão resolvidas ou em vias de resolução.

“No caso dos serviços de Guimarães, estão já em pleno funcionamento em novas instalações, nos serviços de Amarante, que não dispunham do mínimo de condições, as novas instalações estão a ser preparadas, em cooperação com a câmara”, explicou.

Com início de execução ainda em 2024, a CCDR-N têm em curso um projeto de cinco milhões de euros para a capacitação operacional dos seus serviços, nas áreas informática e digital, que permitirá melhorar substancialmente a qualidade de intervenção técnica dos serviços de agricultura.

Fonte: Lusa

Malhadas: “O concurso de bovinos mirandeses precisa de uma reinvenção para que mais criadores possam participar” – Camilo Raposo

Malhadas: “O concurso de bovinos mirandeses precisa de uma reinvenção para que mais criadores possam participar” – Camilo Raposo

Como manda a tradição, no dia 24 de junho, o Mercado de Gado, em Malhadas, foi o recinto do Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, um certame que reuniu criadores do concelho de Miranda do Douro e premiou aqueles que mais se destacaram na seleção, trato e maneio dos seus animais.

Os criadores com um número reduzido de animais têm mais facilidade na domesticação.

Segundo os dados do município de Miranda do Douro, no concurso concelhio deste ano participaram 46 animais – divididos pelas oito seções de touros, novilhos, vacas e novilhas – pertencentes a criadores das localidades de Malhadas, São Pedro da Silva e do Palancar.

Para a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, este certame anual é um modo de homenagear os criadores, que “com sua resiliência continuam a preservar esta raça autóctone, um dos símbolos identitários da nossa região”.

“Os bovinos de raça mirandesa são uma das raças que mais caraterizam e distinguem este território. Aos autarcas compete estabelecer uma relação próxima com os criadores, com a associação e a cooperativa, para em conjunto trabalharmos não só na preservação, mas também na crescente promoção e valorização destes animais”, disse.

Numa análise à evolução do concurso, o presidente da freguesia de Malhadas, Camilo Raposo, alertou para a redução do número de animais ao longo dos anos. Segundo o autarca, esta menor participação dos criadores com os seus animais deve-se à atual predominância das grandes explorações pecuárias.

“Nas grandes propriedades, os bovinos não têm um contato tão próximo com os criadores como acontece no maneio doméstico. Por essa razão, os criadores das grandes manadas não têm a mesma facilidade em trazer alguns dos seus animais para o concurso, onde se deparam com um ambiente mais agitado e bem diferente do campo, o que por vezes tornam estes animais perigosos para o público”, explicou.

Camilo Raposo lembrou que os criadores que continuam a participar no Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, são aqueles que têm um número reduzido de animais, o que permite domesticá-los.

Sobre o futuro do concurso, Camilo Raposo indicou a necessidade da reinvenção do certame, na procura de uma solução que possibilite que todos criadores, de pequenas ou grandes explorações possam participar.

“É preciso pensar numa nova modalidade do concurso. Talvez seja necessário que os animais, possam ficar soltos individualmente num determinado espaço. Sublinho que para os criadores receber um prémio pelo maneio dos seus animais é motivo de grande orgulho”, salientou.

Um destes criadores, Elias Gonçalves, de Malhadas, foi um dos premiados no concurso concelhio deste ano. Dada a longa tradição familiar de criar estes animais, o concurso é um momento muito aguardado.

“Sou reformado e decidi continuar a tradição familiar de criar os bovinos de raça mirandesa. Atualmente, tenho oito animais, o que me permite realizar um maneio diário e domesticá-los. Na minha perspectiva, o concurso é a maior alegria que podem dar aos criadores de bovinos de raça mirandesa”, explicou.

O criador acrescentou que o Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa é também uma oportunidade de encontro com outros criadores e sublinhou a importância de avaliar o tratamento que cada criador dá aos seus animais.

No concurso dos bovinos de raça mirandesa, os critérios de avaliação dos animais são a constituição física e a pelagem.

A cerimónia de entrega de prémios aos criadores de bovinos de raça mirandesa.

De acordo com o engenheiro agrícola, Preto, o padrão dos bovinos mirandeses caracteriza-se pela cabeça pequena, um dorso direito, membros posteriores avolumados e uma pelagem castanha acinzentada no pescoço e membros anteriores.

“Verifica-se uma ligeira alteração na morfologia destes animais, com a passagem para a mecanização da agricultura. Antigamente, devido ao esforço físico de tração que realizavam, os animais eram ligeiramente mais robustos”, indicou.

Por sua vez, o médico veterinário do município de Miranda do Douro, Afonso Pimentel, descreveu os bovinos que participaram no concurso concelhio como “animais de grande beleza”.

“Os touros mirandeses que participam nas tradicionais chegas, distinguem-se pela imponente morfologia e com uma grande capacidade de resistência”, destacou.

Sobre a importância do concurso, Afonso Pimentel, disse que se antigamente este certame ajudou a selecionar os melhores animais e a promover a raça.

“Hoje em dia é sobretudo um oportunidade para os criadores mostrarem os seus melhores bovinos mirandeses”, disse.

A cerimónia de entrega dos prémios contou com a participação do executivo municipal de Miranda do Douro, de representantes dos outros concelhos, dos presidentes das freguesias do concelho de Miranda do Douro, dos presidentes e secretários técnicos das associações das raças autóctones e dos médicos veterinários que trabalham no solar dos bovinos de raça mirandesa.

Após o almoço, cuja ementa foi vitela estufada e vitela assada na brasa, o Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa prosseguiu durante a tarde com a realização de seis Chegas de Touros.

O Concurso Nacional de Bovinos de Raça Mirandesa que reúne criadores e animais de todos os concelhos do solar da raça, vai realizar-se nos dias 30, 31 de agosto e 1 de setembro, em Vimioso. 
As chegas de touros mirandeses são uma demonstração da força e resistência desta raça autóctone do planalto mirandês.

HA

Miranda do Douro: Novas rotas no rio Douro

Miranda do Douro: Novas rotas no rio Douro

A cidade de Miranda do Douro acolhe no dia 26 de junho, uma sessão participativa para identificar novas rotas e melhorar a conectividade em torno do rio Douro, num encontro que conta com a participação de várias entidades transfronteiriças.

Em comunicado, a Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD) indica que a iniciativa insere-se no projeto OET Durius e tem como principal objetivo criar um Observatório Ecológico Transfronteiriço em torno do Douro.

“A jornada participativa vai decorrer na cidade de Miranda do Dour, onde vão realizar-se várias palestras e mesas-redondas”, estando também programada uma visita ao centro histórico da cidade”, informam.

A iniciativa insere-se no programa europeu Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027 e conta com a participação de entidades como a Fundação Santa Maria la Real, o cluster Hábitat Eficiente AEICE, o vice-reitorado de Investigação e Transferência da Universidade de Salamanca e a Câmara Municipal de Zamora, de Espanha.

De Portugal participam a Palombar – Associação de Conservação da Natureza e do Património Rural; a Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) e a Comunidade Intermunicipal de Trás-os-Montes (CIM-TTM).

Fonte: Lusa

Ambiente: Universidade de Aveiro e Palombar pretendem mitigar alterações climáticas no interior

Ambiente: Universidade de Aveiro e Palombar pretendem mitigar alterações climáticas no interior

A Universidade de Aveiro (UA) e a Associação Palombar, sedeada em Vimioso, vão implementar o projeto Soil@INT para mitigar e monitorizar os efeitos das alterações climáticas no interior do país.

Segundo a responsável pelo projeto, Rita Tinoco, da (UA), o Soil@INT surgiu na sequência de vários projetos em curso no Vale do Côa, envolvendo a coordenação de membros de diferentes grupos da Universidade de Aveiro/CESAM – Centro de Estudos do Ambiente e do Mar”

A investigadora afirmou que a experiência de campo permitiu identificar um dos problemas estruturais reconhecidos no território, que poderá influenciar as principais atividades agrícolas e florestais e o capital natural da região: a perda de funções básicas do solo devido à desertificação e o aumento, atual e futuro, da aridez no Vale do Côa.

Assim, o projeto Soil@INT- Solos do Interior vai promover ações de monitorização no terreno para mitigar os efeitos das alterações climáticas e tem como objetivo principal desenvolver uma rede de monitorização da saúde do solo para aumentar a resiliência climática dos recursos naturais.

No âmbito deste projeto partilhado entre várias entidades será desenvolvida uma rede de monitorização da saúde do solo do interior do país, assente na integração de dados de deteção remota e indicadores ecológicos ‘in situ’, para produzir modelos que facilitem a criação de rotinas de monitorização do solo a diferentes escalas no espaço e no tempo.

“É também um propósito central dotar a área de intervenção de ferramentas para maximizar os serviços de ecossistemas e a resiliência climática do seu capital natural”, indica a Associação Palombar.

O projeto Soil@INT tem dois pilares centrais de ação sendo que o primeiro passa pelo desenvolvimento e implementação de um sistema de monitorização ambiental sólido, inovador, acessível e espacialmente delimitado, enquanto o segundo acrescenta o fomento da literacia sobre os solos, sobre o seu funcionamento e importância para a região, através da sensibilização, qualificação e capacitação de agentes locais e população em geral.

“Com o primeiro, pretende-se gerar conhecimento científico regional acerca do funcionamento dos ecossistemas do solo a diferentes escalas, através da integração de indicadores ecológicos robustos e tecnologias de deteção remota e inteligência artificial. Já com o segundo, o propósito é dotar os territórios de ferramentas passíveis de, autonomamente, valorizar o capital natural e os recursos endógenos a médio/longo prazo”, explica o grupo de investigadores na mesma nota.

 Este projeto tem como área de intervenção o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda (caso de estudo), mas também se pretende implementar nos concelhos de Alfândega da Fé, Almeida, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro, no distrito de Bragança, e Pinhel e Sabugal, também no distrito da Guarda.

O projeto é coordenado pela UA, em parceria com a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, a Faia Brava – Associação de Conservação da Natureza e o município de Figueira de Castelo Rodrigo, explica a Palombar.

Esta iniciativa tem o financiamento do BPI – Fundação “la Caixa”, mais concretamente do programa PROMOVE, destinado à dinamização das regiões do interior de Portugal, em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, e será implementado no período 2023-2026.

Fonte: Lusa

Ensino: Apenas 13% dos alunos de cursos profissionais ingressam no superior

Ensino: Apenas 24% dos alunos de cursos profissionais ingressam no superior

Cerca de 22 mil jovens deixaram de estudar quando terminaram o curso profissional em 2022, segundo dados da Direção-Geral de Estatísticas, que indicam que apenas seis mil prosseguiram os estudos para o ensino superior.

A Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) acompanhou o percurso dos jovens um ano após terem terminado o ensino secundário e divulgou agora os resultados, que mostram que apenas 24% dos alunos de cursos profissionais continuam a estudar.

A publicação “Transição entre o ensino secundário e o ensino superior 2021/22 – 2022/23” revela que 28.582 alunos terminaram o curso profissional do secundário no verão de 2022 e, um ano depois, só 6.403 estavam inscritos numa instituição de ensino superior (IES).

Apenas 24% continuou a estudar, tendo ficado de fora mais de 22 mil, segundo dados da DGEEC, que mostram que existem vários cursos em que a grande maioria dos estudantes não prossegue os seus estudos.

Entre as áreas em que mais de 90% dos alunos não foram encontrados a estudar no ensino superior estão os cursos de Tecnologias de Diagnóstico e Terapêutica, Cuidados de Beleza, Hotelaria e Restauração, mas também “Materiais”, que engloba Indústrias da Madeira, Cortiça, Papel, Plástico ou Vidro.

A estas áreas somam-se os únicos oito alunos que terminaram o curso de Artesanato em 2022 e naquele verão deram por terminados os estudos, assim como os únicos cinco estudantes de Floricultura e Jardinagem, que também não estavam a estudar em 2023. Nestes dois casos, 100% dos alunos não foram “encontrados a estudar em IES”, segundo as tabelas disponibilizadas pela DGEEC.

As estatísticas revelam ainda que entre os alunos dos cursos científico-humanísticos, a situação é diametralmente oposta: Quase 56 mil alunos terminaram o secundário em 2022 e mais de 42 mil (85%) estavam, no ano seguinte, a frequentar uma instituição de ensino superior.

Outra das diferenças está no tipo de formação que seguem: Se 91% dos alunos de cursos humanístico científicos prosseguiram um curso que confere um grau superior (licenciatura), no caso dos alunos de cursos profissionais metade segue cursos Técnico Superiores Profissionais (CTeSP).

Oito em cada dez alunos dos cursos de Ciência e Tecnologias (81%) e de Ciências Socioeconómicas (80%) estavam em cursos que equivalem a licenciaturas, seguindo-se os alunos de Artes Visuais (65% estava a frequentar um curso superior) e Línguas e Humanidades (59% do total).

Numa análise às regiões com mais alunos a estudar, surgem Guarda e Bragança, onde apenas 17% dos jovens não seguiu para o ensino superior, por oposição a Setúbal (33%), Faro e Lisboa (estes dois últimos com 29% dos alunos fora do ensino superior).

Analisando os diferentes municípios, podem destacar-se casos como Alcácer do Sal, em Setúbal, onde a maioria dos alunos (55%) não prosseguiu os estudos. ´

Também Beja, Moura e Mértola são os concelhos que apresentam percentagens mais elevadas de alunos que deixam de estudar assim que terminam o ensino secundário (43% e 39%, respetivamente).

Em Braga, também mais de metade dos alunos de Terras do Bouro (53%) só fez o ensino secundário, sendo que o universo é de apenas 19 jovens.

Em Penamacor, Castelo Branco, 48% não foi encontrado em qualquer instituição do ensino superior e em Vendas Novas (Évora), 41% dos 101 alunos não estudou mais depois de terminado o secundário, em 2022.

Fonte: Lusa

Espanha: Azeite sem IVA

Espanha: Azeite sem IVA

Em Espanha, o azeite vai deixar de pagar IVA a partir de 1 de julho, juntando-se a um grupo de outros alimentos considerados de primeira necessidade, anunciou o Governo espanhol.

O objetivo desta medida, temporária, é “proteger e incentivar o consumo do azeite, um produto saudável cujo preço aumentou recentemente como resultado da seca, entre outros motivos”, afirmou o Ministério das Finanças.

Segundo dados oficiais, o azeite estava em maio, em Espanha, 62,8% mais caro do que há um ano e aumentou 198,5% desde janeiro de 2021.

Em 2023, o Governo espanhol já baixou o IVA (imposto do valor acrescentado, sobre o consumo) do azeite de 10% para 5% e já se previa a descida agora para os 0%, por fazer parte de um acordo parlamentar entre os socialistas (no Governo) e o partido Juntos pela Catalunha (JxCat) assinado no início deste ano.

O azeite vai passar assim a incluir um grupo de alimentos considerados de primeira necessidade como o pão, os ovos, as hortaliças e as frutas que estão com IVA zero em Espanha desde janeiro de 2023 como resposta à inflação.

Espanha adotou pacotes para responder à subida dos preços depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados da União Europeia e de em julho daquele ano ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).

Ao longo de 2022, o país aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais.

Para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, entrou em vigor em janeiro de 2023 um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA de alguns alimentos e produtos considerados básicos.

Espanha fechou 2022 com a inflação mais baixa da União Europeia (5,7%) e no ano passado a taxa continuou a baixar, apesar de algumas oscilações, chegando a dezembro nos 3,1%.

Segundo dos dados mais recentes, fixou-se em maio nos 3,6%.

Espanha é o maior produtor de azeite do mundo e o segundo com mais consumo ‘per capita’ (a seguir à Grécia) e as estimativas oficiais é que a produção da campanha 2023/2024, que arrancou em outubro passado, seja de novo, pelo segundo ano consecutivo, historicamente baixa, por causa da seca.

Segundo estimativas provisórias do Ministério da Agricultura do início da campanha, a produção de azeite em 2023/2024 deverá limitar-se a 765.300 toneladas, mais 15% do que na anterior, mas 34% abaixo da média das últimas quatro.

Por outro lado, a atual campanha arrancou com reservas de 257.000 toneladas, menos 43% do que no começo da campanha anterior e menos 52% do que a média das últimas quatro.

A campanha de 2022/2023, com uma produção de azeite abaixo das 700.000 toneladas, foi considerada a mais pequena dos últimos 20 anos em Espanha.

Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Agricultura, Espanha é líder mundial em superfície de olival e produção de azeite.

A produção de azeite por Espanha representa 70% da produção da União Europeia e 45% da mundial.

Mais de 350 mil agricultores dedicam-se ao cultivo de olival no país e o setor garante 15 mil postos de trabalho.

Sempre segundo os mesmos dados do governo, o olival em Espanha estende-se por 2,75 milhões de hectares, sendo que 80% da produção se concentra na Andaluzia, no sul do país.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Município promove rastreio de terapia da fala para crianças

Miranda do Douro: Município promove rastreio de terapia da fala para crianças

Miranda do Douro promove de 8 a 19 de julho um rastreio de terapia da fala destinado a crianças com o objetivo de identificar, precocemente, alterações na linguagem oral.

Em comunicado, a autarquia de Miranda do Douro informa que o objetivo desta ação passa por “identificar precocemente alterações de linguagem oral e na fala, bem como dificuldades relacionadas com a consciência fonológica”.

De acordo com o município, “a identificação das competências necessárias para o processo de alfabetização através da realização de rastreios pode ajudar a identificar essas dificuldades e iniciar uma intervenção mais precoce, de forma a minimizar os possíveis impactos dessas alterações”.

As Inscrições para este rastreio são obrigatórias e podem ser feitas até ao dia 28 de junho em escolas e jardins-de-infância do concelho de Miranda do Douro.

Fonte: Lusa

Igreja: Crianças, famílias e catequistas conviveram no Santuário de Santo Ambrósio

Igreja: Crianças, famílias e catequistas conviveram no Santuário de Santo Ambrósio

O Santuário de Santo Ambrósio, em Macedo de Cavaleiros, foi o local do Encontro Diocesano da Catequese, uma iniciativa que juntou cerca de 250 crianças e jovens de toda a diocese de Bragança-Miranda, para assinalar o encerramento do ano catequético.

O Encontro Diocesano da Catequese culminou com a celebração da Eucaristia, presidida pelo bispo, D. Nuno Almeida.

O encontro realizou-se na tarde de sábado, dia 22 de abril e teve como tema “Como Maria, partilhar a Alegria do Evangelho”.

Organizadoa pelo secretariado diocesano da catequese, esta iniciativa juntou 80 catequistas e cerca de 250 crianças e jovens e as suas famílias, dos 4 arciprestados da diocese.

O encontro iniciou-se com o acolhimento dos vários grupos e seguiu-se uma tarde de animação com ginástica, música, insufláveis, jogos tradicionais e um lanche partilhado.

A tarde no santuário de Santo Ambrósio foi preenchida com várias atividades lúdicas.

As 17h30, o bispo da diocese de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida presidiu à eucaristia, numa celebração ao ar livre que contou a entusiasta participação das crianças e jovens.

Na homília da missa, D. Nuno Almeida, referiu-se à grande aventura dos discípulos de Jesus que “passaram de pescadores de peixes, a pescadores de homens”.

“Ao finalizar este ano da catequese, o Senhor convida-nos a passar à outra margem, a não parar e a avançar. A preparar desde já o novo ano e uma nova aventura!”, disse.

Inspirado pelo Evangelho do XII Domingo do Tempo Comum, o bispo diocesano sublinhou a importância de permanecer na Igreja, na “barca”, na comunidade para melhor enfrentar as tempestades da vida.

“A alegria está na partilha com as outras pessoas!”, disse.

No encerramento do encontro, a diretora do Secretariado Diocesano da Catequese, Ivone Calado, mostrou-se feliz pelo regresso dos Encontros Diocesanos da Catequese, que recorde-se foram interrompidos nos anos da pandemia.

“No próximo ano, o Encontro Diocesano da Catequese vai realizar-se noutro arciprestado, pois o objetivo é percorrer toda a diocese e proporcionar o encontro, o convívio e a amizade entre todos os intervenientes na catequese da diocese de Bragança-Miranda”, disse.

Para que haja uma maior participação das crianças e jovens nestes encontros, Ivone Calado aconselhou a que os pais sejam participantes ativos no itinerário da catequese, através da catequese familiar e da participação nas festas ao longo do ano.

“Quando os pais são chamados a participar na transmissão da fé e se sentem envolvidos acabam por incentivar mais os filhos. Por isso, é importante que a família acompanhe as crianças e os adolescentes nesta caminhada que é a catequese”, concluiu.

HA

Não ficar na praia

XII Domingo do Tempo Comum

Não ficar na praia

Job 38, 1.8-11 / Slm 106 (107), 23-26.28-31 / 2 Cor 5, 14-17 / Mc 4, 35-41

Ao final da tarde, quando acabou de falar à multidão, Jesus diz aos discípulos para entrarem no barco e passarem à outra margem do lago. Jesus, devido ao cansaço, dormia na barca, com a cabeça sobre uma almofada, quando se levanta uma medonha tempestade que aterrorizou todos.

Como se pode manter a paz no meio das tempestades da vida, quando os ventos parecem ameaçar a nossa verticalidade e nos falta terra firme debaixo dos pés? O que fazer quando tudo parece desmoronar-se? A primeira coisa a recordar é que Deus vai na nossa barca, habita o coração da história e arrisca a sua vida connosco. É Ele a nossa terra firme. Não devemos hesitar no seu seguimento, pois, sendo fiéis ao caminho que nos aponta, por muitas tempestades que cruzemos, alcançaremos sempre a outra margem.

Jesus, a pedido dos discípulos, ordena ao vento que se cale e ao mar que esteja quieto. Jesus silencia as modas sobrepondo a sua voz à berraria e faz da movediça instabilidade dos tempos terra firme. Não devemos ter medo do que está a acontecer à nossa volta. Há muitas mudanças, muitas razões para estarmos apreensivos e, contudo, uma só é suficiente para mantermos a paz: Jesus está connosco.

Neste tempo de grandes dúvidas e incertezas, entremos neste Evangelho e enfrentemos a pergunta: na tempestade onde me encontro, o que é vento e o que é mar revolto? O que são vozes passageiras e o que me faz sentir que me afogo?

Então, com Jesus, digamos ao vento que se cale, que deixe de nos inspirar esta dúvida, e ao mar que se acalme, para que voltemos a sentir, sob os nossos pés, a terra boa do Evangelho, de um Deus de amor que vem à nossa procura, que nos cuida e cura e que oferece o seu Espírito para que atravessemos as tempestades.

Do outro lado, na outra margem, espera-nos a Terra Prometida. Não fiquemos nas praias das nossas vidas. Depois de escutarmos Jesus, partamos com Ele para mar alto, arriscando as tempestades. E, quando estas chegarem, digamos confiadamente e com Jesus, ao vento e ao mar: «Cala-te e está quieto».

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa