Ambiente: Investimento na floresta continua insuficiente

Em 2021, o investimento na floresta teve uma evolução “ligeiramente positiva” mas insuficiente para alcançar as metas definidas para o setor, indica um barómetro divulgado pelas associações Zero e Centro Pinus.

No barómetro de investimento florestal as duas associações destacam como positiva a rearborização com pinheiro-bravo e alertam para a necessidade de melhorias nas faixas de gestão de combustível, na nova floresta com espécies distintas dos eucaliptos, pinheiro-bravo e sobreiro, e execução de investimento em floresta com apoios públicos.

Nas contas do barómetro a evolução ligeiramente positiva em todos os indicadores mostra também que “ainda existe um longo caminho a percorrer até que o investimento florestal seja suficiente para alcançar as metas políticas definidas”.

O barómetro integrou quatro indicadores, a execução financeira do principal programa de apoio ao investimento em floresta (Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 – PDR 2020, neste caso em relação a 2022), a gestão de combustível, a recuperação pós incêndio da resinosa autóctone pinheiro-bravo, e a área de nova floresta de espécies com maior expressão territorial (eucalipto, sobreiro e pinheiro-bravo).

“Apesar da expressão territorial da floresta no nosso país, apenas 6% da verba total do PDR2020 em 2022 foi destinada às medidas mais importantes para o investimento florestal. E a execução financeira destas medidas também foi inferior à global do referido programa (48% face a 78%)”, diz-se num comunicado divulgado pela associação ambientalista Zero.

Afirmando que a rearborização de pinheiro-bravo registou 9.364 hectares (ha) em 2021 e ultrapassou a área considerada necessária para repor a área perdida, que em 2020 tinha sido apenas de 1.709 ha, as associações frisam que “mais urgente do que rearborizar, é gerir a regeneração natural que se segue aos incêndios”.

Segundo o documento, em 2021 foram arborizados 1.964 ha com espécies com menor representatividade territorial (que não eucaliptos, sobreiro e pinheiro-bravo), o que representou 33% da meta definida no Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica em 2050.

“O pinheiro-manso representou 48% desse valor. Esperava-se uma maior aposta na arborização com outras espécies autóctones que não o pinheiro-bravo, o sobreiro e mesmo o pinheiro-manso, mas tal parece não estar a acontecer”, diz-se no comunicado.

As duas associações exigem uma melhor monitorização das políticas públicas, porque a existência de dados fiáveis são um pré-requisito indispensável para as avaliar e, se necessário, ajustar.

O barómetro foi produzido no âmbito do Projeto ForestWatch, que é financiado pela Islândia, Liechtenstein e Noruega e promovido pela Zero em parceria com o Centro Pinus – Associação para a Valorização da Floresta de Pinho, que tem como objetivo promover a sustentabilidade do pinheiro-bravo na floresta portuguesa.

Fonte: Lusa

Espanha: Inflação em janeiro sobe para 5,8%

Em janeiro, os preços em Espanha subiram 5,8%, comparando com janeiro de 2022, segundo uma estimativa oficial que, a confirmar-se, revela a primeira subida da inflação no país (numa décima) em cinco meses.

A taxa de inflação (subida dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) foi de 10,5% em agosto, 8,9% em setembro, 7,3% em outubro, 6,8% em novembro e 5,7% em dezembro em Espanha, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol.

Espanha fechou o ano passado com a inflação mais baixa da União Europeia, depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a taxa mais alta no país desde 1984.

Isto apesar do aumento recorde dos preços dos alimentos, que em dezembro voltou a situar-se acima dos 15% (15,7%), comparando com o mesmo mês do ano passado, valores que são os mais altos desde 1994, como sublinhou hoje o INE.

Segundo a estimativa para janeiro agora divulgada, sem os preços dos alimentos não elaborados e da energia (inflação subjacente), a variação dos preços em janeiro foi 7,5% em Espanha, mais cinco décimas do que os 7% de dezembro.

O aumento da inflação prevista em janeiro “deve-se, principalmente, aos preços dos combustíveis”, segundo o INE espanhol, que fez algumas mudanças no cálculo este mês, como a introdução dos preços da eletricidade no mercado livre, que excluía até agora.

Em janeiro, o governo espanhol acabou com um desconto de 20 cêntimos por cada litro de combustível comprado por particulares.

Em paralelo, este mês, para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, entrou em vigor um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA (imposto sobre o consumo) de alguns alimentos e produtos considerados básicos.

Espanha aprovou ao longo de 2022 vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca e 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás para 5% ou desconto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis.

Fonte: Lusa

Política: Apenas 17,5,% dos jovens têm filiação partidária

Um estudo indica que 89,6% dos jovens já votaram em eleições, mas essa percentagem reduz-se significativamente no que se refere à militância partidária ou sindical, com apenas 17,5% filiados em partidos e 2,4% em sindicatos.

Este estudo, intitulado “Participação política juvenil em Portugal: Resultados de um inquérito ‘online’ e de grupos de discussão com jovens”, foi desenvolvido por investigadores da Universidade Católica do Porto para o Conselho Nacional de Juventude (CNJ).

Segundo o estudo, num total de 931 jovens inquiridos, 89,6% declararam já ter votado “em algum momento da sua vida”.

Em declarações, o presidente do CNJ, Rui Oliveira, considerou que este dado permite “afastar a perceção de que os jovens estão desligados e não participam na vida política”.

“Este valor, dos nove em cada dez, vem-nos demonstrar que, nesta questão concreta do voto (…), eles continuam a ir votar e a ter essa participação”, afirmou.

Segundo o estudo, dentro do universo dos jovens que já votaram, 81,8% foram às urnas no âmbito das eleições legislativas, 79,1% nas autárquicas, 76,6% nas presidenciais e apenas 45,6% nas europeias.

As investigadoras da Universidade Católica Raquel Matos e Mónica Soares – respetivamente, coordenadora e uma das autoras do estudo – indicaram que, para os jovens, “quanto maior a perceção de que a eleição terá impacto na sua vida e na sua comunidade, maior a probabilidade de a ida às urnas se efetivar”.

Apesar de não terem perguntado aos jovens em quem votaram, as duas investigadoras realçaram, contudo, que, em termos de posicionamento político, 46% dizem alinhar-se à esquerda, 33,6% ao centro e 20,4% à direita.

As investigadoras referiram que este posicionamento político não tem impacto em termos de ida às urnas, mas sim “noutras formas de participação política, nomeadamente em partidos e participação em campanhas”.

“Os jovens que se posicionam politicamente à direita são os que mais referem pertencer a partidos e participar em campanhas. Neste grupo, 29% dos jovens pertencem a partidos, enquanto no grupo que se alinha à esquerda, essa percentagem desce para 15,5%”, explicaram.

Apesar destas diferenças consoante o posicionamento político, o estudo destaca, contudo, uma tendência comum: o afastamento dos jovens tanto da militância partidária como sindical.

Segundo o estudo, 34,7% dos jovens participam em associações, mas essa percentagem baixa para 22,7% no que se refere a campanhas eleitorais, 17,5% para partidos políticos e 2,4% para sindicatos.

Para o presidente do CNJ, esta falta de militância explica-se pelo facto de os jovens “não gostarem da parte burocrática e demorada” daquele tipo de entidades, a que acresce ainda, segundo Raquel Matos e Mónica Soares, uma “evidente falta de formação dos jovens sobre o funcionamento dos partidos e dos sindicatos”.

“Em consequência, não raras vezes veem estas estruturas como desatualizadas e apresentam ideias erradas acerca de para que servem e como operam. Isto poderá contribuir também para um afastamento contemporâneo dos jovens em relação aos partidos políticos e aos sindicatos”, referiram as investigadoras.

O presidente do CNJ considerou que estes indicadores sobre a militância em partidos ou sindicatos mostram precisamente que os jovens pretendem que a forma como participam na vida política “seja realmente diferente”.

Por outro lado, Rui Oliveira abordou também os resultados do estudo que indicam que as redes sociais já se tornaram “o meio de comunicação mais utilizado pelos jovens” para a participação política, ultrapassando a televisão, frisando que se trata de uma “alteração clara” relativamente a comportamentos antigos.

“Acho que nós não fizemos essa adaptação para muitos desses comportamentos que os jovens têm hoje, e esse, para mim, é das principais reflexões que nós temos que fazer rapidamente para não afastar os jovens”, sublinhou.

Perante esta constatação, Rui Oliveira frisou que o CNJ vai reunir-se com as suas organizações membro, a que pertence designadamente a JS, JSD ou JCP, mas também a Comissão de Juventude da UGT ou a Interjovem/CGTP-IN, para analisar o estudo.

“Vamos reunir-nos, apresentar os dados e fazer uma reflexão com elas e com o conjunto das organizações que não são diretamente da área para apresentar soluções, caminhos, para tomar uma posição e pensar sobre estas questões”, sublinhou.

O estudo foi feito com base num inquérito ‘online’ que envolveu 931 jovens dos 18 aos 30 anos e que foi realizado entre 23 de fevereiro e 31 de maio de 2022.

Fonte: Lusa

VI DOMINGO DO TEMPO COMUM

Virtudes

Sof 2, 3; 3, 12-13 / Slm 145 (146), 7-10 / 1 Cor 1, 26-31 / Mt 5, 1-12a

As Bem-Aventuranças são paradoxais, um verdadeiro contrassenso que rasga o caminho da felicidade. Elas traçam o itinerário de instauração do reino de Deus através de oito atitudes vitais, formando um círculo perfeito, que se inaugura com a felicidade dos pobres em espírito – a primeira bem-aventurança – e reencontra o ponto de partida na perseguição gerada pelo seguimento de Jesus – a oitava. Entre estas duas, que têm o Reino como fruto, residem todas as demais.

O reino dos Céus está ao alcance daqueles que vivem ao estilo de Jesus, em pobreza de opinião, de vontade, de quereres e apeteceres, arriscando o desprezo e desvalorização de outros. Não há verdadeira liberdade para Deus quando estamos cheios de nós. Nunca encontraremos a alegria enquanto desperdiçarmos energias nos nossos inegociáveis. Pois cada um dos nossos inegociáveis força-nos a sacrificar o essencial no altar do supérfluo. Cada um dos nossos inegociáveis torna-se senhor de nós quando há um só Senhor: o Deus de bondade.

Sem grande consciência, enchemos as nossas rotinas de inegociáveis. Eles podem ser o ginásio, uma série, ou um qualquer outro mimo aparentemente inócuo. Mas estas restrições, estes impedimentos, quando bloqueiam a alma para a liberdade do Evangelho, fecham-nos ao Espírito.

Naturalmente, todos nós precisamos dos nossos tempos de descanso. Mas o único inegociável, o único imprescindível é o Senhor. Sempre que estabelecermos limites ou preferências, temos de nos recordar do sentido da nossa vida, que não é a autopreservação nem a rigidez de alma, mas sim o Reino.

Para viver o Reino, há que não recear as dificuldades nem temer as resistências. Há que seguir o caminho do Mestre, em grande pobreza interior quanto à própria vontade. Foi este o estilo de Jesus e não há outra forma. Só assim faremos das lágrimas, da fome e da humildade, alegria. Só assim receberemos da mão do Senhor o cumprimento das promessas que nos fez. Só assim seremos sinal de misericórdia, de paz e de reconciliação entre a humanidade. Só assim seremos Reino, felizes e bem-aventurados.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

https://www.redemundialdeoracaodopapa.pt/meditacao-diaria/1960

Aldeia Nova: Domingo há concerto na igreja paroquial

No próximo Domingo, dia 29 de janeiro, vai iniciar-se em Aldeia Nova, o novo ciclo de concertos de inverno promovidos pelo município de Miranda do Douro, com o propósito de presentear as populações do concelho com esta oferta cultural.

O primeiro dos concertos de Inverno está agendado para as 16h00, na igreja paroquial de Aldeia Nova, onde o grupo Jacinto Neves – Concentus Per Tempora Emsemble vai presentear a população local com o concerto “Das Tendas no Alto da Ajuda ao Douro Vinhateiro”.

O músico Jacinto Neves é violinista, natural de Santa Maria da Feira e há muito que se interessa por levar a música erudita a outras regiões do país, como é o caso do concelho de Miranda do Douro.

Sobre o concerto do próximo Domingo, em Aldeia Nova, o músico adiantou que o espetáculo musical vai ser diversificado.

“Vamos interpretar várias obras musicais, dos diferentes períodos da música erudita, desde o barroco, ao românico, etc.”, informou.

O concerto vai ser interpretado por Jacinto Neves (violino), uma pianista e um contrabaixista. A estes músicos vão juntar-se também dois músicos locais, o Luís Velho, no violino e a Filipa Pereira, na flauta.

Segundo município de Miranda do Douro, os “Concertos de Inverno” visam dar continuidade à política de descentralização da atividade cultural, oferecendo espetáculos musicais às populações das várias localidades do concelho.

Para a realização destes concertos, o município de Miranda do Douro agradece a colaboração da Diocese de Bragança-Miranda, ao permitir que os espetáculos se realizem nas várias igrejas paroquiais do concelho.

HA

Política: Aprovados investimentos no programa de Valorização do Interior

Os investimentos aprovados no âmbito do Programa de Valorização do Interior ascendem a 6,6 mil milhões de euros e permitiram manter ou criar 34 mil postos de trabalho, anunciou a ministra da Coesão Territorial.

No final da reunião semanal do Conselho de Ministros, realizada em Castelo Branco, Ana Abrunhosa revelou ainda que as medidas de atração de pessoas para o interior, como os programas “Trabalhar no Interior” e “Regressar”, mobilizaram 2.800 pessoas para estes territórios.

O “Trabalhar no Interior” prevê um apoio máximo de 4.800 euros às pessoas que se mudem do litoral para o interior, enquanto o “Regressar” prevê um subsídio até 7.600 euros para as pessoas que se desloquem do estrangeiro para o interior do país.

Segundo a ministra da Coesão Territorial, o distrito de Castelo Branco foi o mais procurado entre os cidadãos que foram do litoral para o interior, com cerca de 300 pessoas, tendo sido o segundo que mais acolheu pessoas anteriormente residentes no estrangeiro, com cerca de 200.

Ana Abrunhosa apontou ainda dados relativos a apoios a empresas no âmbito de sistemas de incentivos para territórios do interior, tendo sido aprovados 3.000 projetos nestes territórios, que perfazem um investimento de 3.000 milhões de euros.

“Portanto, diria que é uma avaliação muito positiva em relação aos números deste programa”, sublinhou a ministra da Coesão Territorial.

O Programa de Valorização do Interior foi aprovado em Conselho de Ministros em julho de 2018 e foi revisto em 2021.

Atualmente, segundo a ministra, o programa tem quatro dimensões: pessoas, empresas, território e fronteira, e sistema científico e tecnológico.

O Governo decidiu retomar a realização de reuniões descentralizadas do Conselho de Ministros, tendo nos últimos dois dias vários membros do executivo visitado os concelhos do distrito de Castelo Branco, no âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo”.

A iniciativa tinha começado em 2020, mas teve de ser interrompida devido ao início da pandemia de covid-19, após uma única reunião no distrito de Bragança.

Questionada no ‘briefing’ sobre o compromisso de continuar a reduzir as portagens nas autoestradas do interior, Ana Abrunhosa referiu que o ministro das Infraestruturas esteve reunido na quarta-feira em Castelo Branco com a Plataforma P’la Reposição das Scut A23 e A25 e que haverá uma nova reunião no próximo mês.

“Até ao dia 15 de fevereiro vamos trabalhar dentro do Governo para dar uma resposta que esclareça de uma vez por todas qual é a posição do Governo relativamente às portagens do interior e da A22 [no Algarve]”, afirmou.

A ministra reiterou que as portagens no interior são “um custo de contexto”, sem constituir um enviesamento das políticas de aposta nos transportes públicos, e lembrou que o Orçamento do Estado prevê a criação de um grupo de trabalho com vários ministérios para repensar o modelo de serviço público nesta área.

“Reduzir as portagens é em si contraditório com uma política pública que deve criar incentivos para uso dos transportes coletivos. Acontece que no interior temos de trabalhar muito na criação de um sistema de mobilidade, que não existe. Não existindo, as portagens são mesmo um custo de contexto”, declarou.

Fonte: Lusa

Política: PS quer acabar com barragens isentas de pagamento de IMI aos municípios

O líder parlamentar do PS afirmou que a bancada socialista quer acabar com a isenção do pagamento aos municípios do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), por empresas detentoras de barragens, em particular a EDP.

Em declarações aos jornalistas, no final da reunião da bancada socialista, Eurico Brilhante Dias sustentou que a isenção no pagamento do IMI, designadamente aplicada a barragens detidas pela EDP, “não tem fundamento”.

“Consideramos que há um quadro normativo que deve ser explorado e que tem contexto suficiente para que o Governo e a Autoridade Tributária possam efetivamente permitir aos municípios cobrar as receitas que lhes são devidas. Falo em particular dos municípios de Trás-os-Montes, caso de Miranda do Douro, entre outros”, apontou o presidente do Grupo Parlamentar do PS..

Justificando a opção do PS avançar com um instrumento de caráter resolutivo e não através da apresentação de um projeto de lei, com efeitos deliberativos, o líder da bancada socialista alegou que é agora importante “incentivar, recomendar e questionar o Governo, em particular a Autoridade Tributária, sobre os instrumentos disponíveis que levem à cobrança dessas receitas por parte dos municípios”.

“Este é um processo alinhado com os municípios, mas também alinha com a nossa interpretação do quadro legislativo. Estamos disponíveis para fazer as alterações legislativas que sejam necessárias para futuro, mas o nosso entendimento é que há um quadro legal que é possível utilizar e que deve permitir que a EDP, em particular, pague os impostos devidos aos territórios onde estão instaladas as barragens”, salientou.

Eurico Brilhante Dias acrescentou que, no plano político, o Grupo Parlamentar do PS tem “o compromisso de fazer política próxima dos territórios, resolvendo problemas”.

Fonte: Lusa

Vimioso: PINTA apresenta Clube de Fotografia

Na tarde deste sábado, dia 28 de janeiro, às 14h30, vai realizar-se a apresentação do Clube de Fotografia do PINTA – Parque Ibérico de Natureza e Aventura (PINTA), em São Joanico (Vimioso), uma nova iniciativa que tem por objetivo desenvolver o conhecimento e o talento fotográfico dos participantes.

De acordo com Ângela Cordeiro, bióloga e técnica do município de Vimioso, o Clube de Fotografia do PINTA destina-se a todas as pessoas interessadas em aprender a fotografar.

“Vamos ensinar as noções básicas de fotografia, como é utilizar uma máquina fotográfica e aproveitar a luz para captar boas imagens. Depois pretende-se ir ao encontro das ideias e expetativas dos participantes”, adiantou.

Na tarde deste sábado, dia 28 de janeiro, vai realizar-se a apresentação e as inscrições, com uma breve explicação do funcionamento do novo clube fotográfico.

“Tal como num clube vamos reunir um grupo de pessoas em torno de um interesse comum. Depois, ao longo do ano vamos realizar algumas sessões ou encontros dedicados à fotografia”, explicou.

Após a apresentação, o primeiro encontro ou sessão do clube fotográfico está agendado para o dia 18 de fevereiro. E as sessões seguintes realizam-se de dois em dois meses.

Sobre as atividades que vão realizar nestes encontros, Ângela Cordeiro adiantou que à semelhança do que acontece num clube, as ideias vão ser discutidas em grupo e o programa dos encontros vai ser definido em conjunto.

HA

Agricultura: 6 mil agricultores manifestaram-se em Mirandela

Na manhã desta quinta-feira, dia 26 de janeiro, realizou-se a primeira manifestação dos agricultores, com uma marcha lenta de tratores e de seis mil pessoas, que percorreram o centro da cidade de Mirandela, num protesto contra a governação do ministério da Agricultura.

O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, discursa junto à sede da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAN), em Mirandela.

A extinção das Direções Regionais de Agricultura e a concentração das competências das mesmas nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) foi o motivo do primeiro protesto convocado pela Confederação dos Agricultores e Portugal (CAP).

Durante a marcha em Mirandela, que começou no recinto da feira e terminou em frente às instalações da direção regional, mais de 70 organizações de agricultores de várias zonas do país pediram “respeito pela agricultura”.

O secretário-geral da CAP, Luís Mira, revelou que a principal razão do descontentamento dos agricultores portugueses é incapacidade do governo de utilizar as verbas provenientes da União Europeia.

“Neste momento há mais 1300 milhões de euros do PDR (Plano de Desenvolvimento Rural) que ficaram “por aplicar, por transferir para os agricultores”. Esta incompetência prejudica a agricultura e o rendimentos dos agricultores”, justificou.

Segundo Luís Mira, nunca houve tanto financiamento para a agricultura como no corrente ano 2023, mas o atual governo mostra-se incapaz de utilizar devidamente os fundos comunitários.

Relativamente ao Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, para o quadriénio 2023-2027, o secretário-geral da CAP disse que estas medidas foram mal concebidas e não vão ao encontro das necessidades dos agricultores.

“As medidas do PEPAC vão trazer uma quebra ao rendimento dos agricultores”, adiantou.

Luís Mira disse não ser aceitável que o atual governo injete milhões de euros na TAP e retire dinheiro aos agricultores.

Na manifestação em Mirandela participaram também vários agricultores do concelho de Vimioso. Ramiro Domingues, natural de Matela, criador de bovinos mirandeses e produtor de azeite, disse que o descontentamento dos agricultores portugueses se deve ao elevado preço dos custos de produção, nomeadamente do gasóleo e dos adubos.

O agricultor do concelho de Vimioso criticou ainda a elevada burocracia no acesso aos apoios finaceiros provenientes do PEPAC, que poderiam atenuar os elevados custos de produção.

“Há muita burocracia e devíamos ser mais práticos”, indicou.

Perante a possibilidade de Mirandela perder a Direção Regional de Agricultura do Norte (DRNA), Ramiro Domingues expressou tristeza e indignação afirmando que ao levarem os centros de decisão agrícola para longe, a região fica mais pobre.

Para a CAP, a recente decisão de transferir as competências das direções regionais de agricultura para as CCDR “é um sinal claro que o governo se prepara para desmembrar o Ministério da Agricultura, para acabar com ele”.

O presidente CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, apontou que a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte “foi a primeira a ser decapitada”, pois está sem diretor, depois de a anterior, Carla Alves, ter sido nomeada secretária de Estado e se ter demitido no dia seguinte, devido à polémica com o marido, antigo presidente da Câmara de Vinhais.

Para os agricultores transmontanos, como Aristides Cadavez, o que está a acontecer “é sempre mais do mesmo”, com a retirada de valências do interior para o litoral.

“Em vez de tirar do interior, que tragam do litoral para o interior. Agricultura é aqui, no interior. O que é que nós temos de agricultura no litoral? Porquê complicar a vida a quem trabalha, aos agricultores neste caso, porquê tirar-lhe o centro de decisão de onde tem que estar, aqui em Trás-os-Montes, e levá-lo para a beira do mar, porquê”, questionou.

De acordo com a CAP, as manifestações dos agricultores vão prosseguir no dia 30 de janeiro, em Castelo Branco. Segue-se o Ribatejo, Oeste e Alentejo, em fevereiro.

Fonte: Lusa e HA

Vimioso: “O Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum (PEPAC) 2023-2027 é muito burocrático” – Daniel Ramos

Em Vimioso, realizou-se esta quarta-feira, dia 25 de janeiro, uma sessão de esclarecimento sobre as medidas do novo Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), para o período 2023-2027, tendo o engenheiro agrónomo da Copanordeste, Daniel Ramos, descrito as novas medidas como “muito burocráticas”.

A sessão foi organizada pela Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e decorreu no auditório da Casa da Cultura, em Vimioso, onde estiveram presentes cerca de uma centena de agricultores de todo o concelho.

Os esclarecimentos sobre o novo plano estratégico da Política Agrícola Comum, foram prestados por Pedro Pinto, do departamento técnico da Confagri, que adiantou que as ajudas europeias ao setor agrícola têm um valor de 6712,9 milhões de euros, a aplicar entre janeiro de 2023 e dezembro de 2027 (os apoios podem ser estendidos até 2029).

“Esse valor será dividido entre o 1.º Pilar (apoios ao rendimento), com 3859,5 milhões de euros, que representa 57,5% do total, cabendo ao 2.º Pilar (apoios ao investimento) 2853,4 milhões, ou seja, 42,5% do total das ajudas”, explicou.

Segundo o técnico da Confagri “o novo PEPAC introduz também medidas no pilar social, enquanto reforça a componente ambiental, no sentido de procurar promover um setor agrícola europeu mais sustentável, resiliente e modernizado”.

Mas nem tudo é positivo. De acordo com o engenheiro, Daniel Ramos, da delegação da Copadonordeste, em Vimioso, o novo plano estratégico da Política Agrícola Comum traz uma maior burocracia.

“O PEPAC traz muitas medidas de apoio novas, com condicionantes. Os valores são mais reduzidos, com a possibilidade de serem acumuláveis. Na minha perspectiva é um quadro muito burocrático”, disse.

Segundo Daniel Ramos, o aumento do número de medidas e a redução dos valores de apoio ao setor agrícola faz antever que nos próximos anos, haja uma redução das ajudas aos agricultores no nordeste transmontano.

O jovem engenheiro lembrou que a agricultura na região assenta sobretudo no regime de minifúndio, com áreas pequenas e culturas de sequeiro.

“Este novo quadro comunitário traz novidades e melhorias sim, mas para as culturas de regadio e não para o sequeiro que caraterizam a nossa região”, indicou.

Ainda assim, na área da agricultura biológica, por exemplo, o PEPAC apoia as culturas dos frutos frescos, como são os casos do medronheiro e do marmeleiro, que podem ter algum potencial produtivo no nordeste transmontano.


A sessão de esclarecimento sobre o PEPAC 2023-2027 decorreu no auditório da Casa da Cultura, em Vimioso.

HA