Constantim: Jovens regressam para dar alegria à Festa de São João Evangelista

Constantim: Jovens regressam para dar alegria à Festa de São João Evangelista

De 27 a 30 de dezembro, decorre na aldeia raiana de Constantim, no concelho de Miranda do Douro, a festividade em honra de São João Evangelista ou Festa dos Moços, uma festa de solstício de inverno organizada e animada pelos jovens pauliteiros, músicos e mascarados que trazem alegria e vida a uma aldeia despovoada.

Confessa aficionada da Festa de San Juan ou Festa dos Moços, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, mostrou-se otimista de que a preservação desta tradição na aldeia de Constantim também contribui para o rejuvenescimento desta localidade raiana.

“É com enorme alegria que vejo os jovens, muitos deles a estudar e trabalhar noutras regiões do país, a regressar a Constantim para assumirem a responsabilidade de organizar a Festa de São João Evangelista ou Festa dos Moços. A participação entusiasta dos jovens é um motivo de esperança de que esta tradição tem futuro”, disse a autarca de Miranda do Douro.

Helena Barril recordou que esta festividade em Constantim é uma das três festas de solstício de inverno, no concelho de Miranda do Douro, que aguardam pela inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

“Dada a relevância cultural das festas de Santa Luzia (Velho e a Galdrapa), em São Pedro da Silva; de São João Evangelista (Festa dos Moços), em Constantim; e a Festa do Menino, em Vila Chá de Braciosa, o município de Miranda do Douro entende que estas manifestações culturais são únicas e também contribuem para o desenvolvimento do concelho, na atração de visitantes”, justificou.

Sobre a festa de San Juan ou Festa dos Moços, o presidente da União de Freguesias de Constantim e Cicouro, José Ribeiro, explicou que é organizada pelos moços ou rapazes solteiros da aldeia de Constantim.

“Os principais momentos da festa são o peditório, animado pelas danças dos pauliteiros de Constantim e as travessuras dos mascarados, o carocho e a velha. Outro momento importante é a celebração da missa em honra de São João Evangelista e que conta com a participação dos pauliteiros. No dia seguinte, realiza-se o jantar comunitário, com o fumeiro angariado no peditório”, indicou o autarca local.

De visita a Constantim, o etnógrafo, Mário Correia, um dos estudiosos da festas de solstício de inverno no concelho de Miranda do Douro indicou que esta festa é a mais completa, pela envolvência de toda a comunidade e porque se desenrola ao longo de quatro dias.

“Em Constantim, a Festa de São João ou Festa dos Moços começa com a recolha dos cepos ou da lenha para fazer a fogueira comunitária. Neste primeiro dia faz-se a apresentação dos mascarados, o carocho e a velha. No dia seguinte, há a ronda do peditório pela aldeia, no qual se convidam pessoas para a festa oferecendo-lhes tremoços e castanhas. O peditório culmina com a celebração da missa em honra de São João Evangelista, na qual participam os pauliteiros com a dança do Ato de Contrição. No dia seguinte, realiza-se uma ceia comunitária, que antigamente era confeccionada com o fumeiro angariado no peditório. No último dia, os moços fazem as contas da festa e nomeiam-se os mordomos do próximo ano”, descreveu.

Este ano, a festa de solstício de inverno, em Constantim, recebeu a visita de um grupo de 30 pessoas, vindas de Setúbal, Lisboa, Açores e Madeira, no âmbito do programa do INATEL “Aldeias de Sonho”.

“O programa Aldeia de Sonho destina-se a aldeias com menos de 100 habitantes, como é o caso de Constantim. Há três anos, os poucos habitantes desta aldeia foram presenteados com uma viagem para conhecer o Minho. Agora foi a vez da população de Constantim receber a visita de pessoas de Setúbal, Lisboa, Açores e da Madeira, que aproveitaram a viagem para visitar também a cidade de Miranda do Douro”, explicou o responsável da INATEL, Pedro.

Integrado no grupo de visitantes da Inatel, dos Açores, veio o casal, Maria Barcelos e Carlos Ferreira, que elogiaram a participação dos jovens na organização da festa, um modo segundo o casal, de devolver vida à uma localidade afetada pelo despovoamento.

“É muito bonito ver o entusiasmo destes jovens pauliteiros, músicos e mascarados na animação da festa em honra do apóstolo, São João Evangelista. Para nós, visitantes, que costumamos ver os Pauliteiros de Miranda na televisão é muito diferente presenciar ao vivo estas danças e escutar os sons da gaita de foles, da caixa e do bombo”, disseram.

De acordo com os visitantes açorianos, a preservação das tradições e a promoção turística da região podem ser uma estratégia para atrair visitantes e fixar a população, em aldeias como Constantim.

Da vizinha Espanha, Luísa Balares, Cristina Rodero e Carlos Blanco, vieram de Madrid, Valladolid e Aliste, para acompanhar a Festa de São João ou Festa dos Moços, em Constantim.

“Viemos com o propósito de conhecer esta bela e antiga tradição da festa de San Juan, nesta aldeia raiana de Constantim. Dada a proximidade geográfica com Espanha, em algumas aldeias espanholas, como Vilarinho Tras la Sierra, também há festas de mascarados e são rituais de fim-de-ano e de purificação para o ano novo que aí vem”, disseram os visitantes espanhóis.

Questionados sobre como inverter o declínio populacional das aldeias raianas, o grupo espanhol referiu que, em Espanha, tem-se verificado um gradual regresso de pessoas para se dedicarem à agricultura, à pecuária, ao comércio e a atividades artesanais.

HA

Malhadas: Livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” permite descobrir a língua mirandesa

Malhadas: Livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” permite descobrir a língua mirandesa

A igreja de Nossa Senhora da Expectação, em Malhadas, foi o local da apresentação do livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764”, uma obra de investigação que dá a conhecer aspetos da língua mirandesa, economia, família, religiosidade desta aldeia do concelho de Miranda do Douro, no decorrer do século XVIII.

A apresentação do livro contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, da presidente da Freguesia de Malhadas, Micaela Igreja e dos autores da obra, os professores António Bárbolo Alves e Anabela Leal de Barros.

Coube ao professor de História, Fernando Pereira, natural de Malhadas, iniciar a apresentação do livro, na qual destacou que os testamentários referidos na obra, foram todos sepultados na igreja de Nossa Senhora da Expectação, em Malhadas, como era costume no século XVIII.

«Não é por acaso que foi escolhida esta igreja para a apresentação da obra sobre os “Testamentos de Malhadas”. Este lugar sagrado foi o centro espiritual da comunidade, onde os homens e mulheres rezaram e refletiram sobre a vida, a morte e a salvação da alma”, começou por dizer.

Sobre o conteúdo da obra, Fernando Pereira, indicou que a investigação inclui 41 testamentos, relativos ao período 1757-1764 e revela aspetos da realidade daquela época, relativos à economia, família, sociedade, língua, fé, território e vida quotidiana.

“Do ponto de vista linguístico, os testamentos são textos riquíssimos, pois indicam nomes e lugares, alguns já desaparecidos, como Currala, Pardal, Ferrão, Delagad, Preta, Mouro, Rapoza. Os topónimos são outro tesouro: Panhalta, Pral, Olmeda, Val de Madeiro, Camino de Palaçoço, Vale de Angueira”, exemplificou.

O professor de história do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro destacou ainda que os testamentos estudados revelam os costumes religiosos de então, como a encomendação de missas, ofícios e sufrágios para a salvação das almas.

“Estes testamentos serviam para preparar a morte, mas também para organizar a vida, a família, a memória e evitar desentendimentos. Revelam uma comunidade estruturada, consciente e profundamente ligada à fé e ao território”, disse.

Segundo o professor de História, o livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” é útil aos estudiosos mas também à própria comunidade de Malhadas, porque ajuda a compreender a identidade da comunidade local.

O livro resultou de um trabalho de investigação, realizado pelos professores António Bárbolo Alves e Anabela Leal de Barros, ambos doutorados e interessados em estudar a linguística da língua mirandesa.

No concelho de Miranda do Douro, António Bárbolo Alves explicou que os testamentos, como documentos antigos, estão a ser estudados como registos escritos da língua que se falava na designada Terra de Miranda.

“Ao longos dos séculos, a língua mirandesa foi transmitida de geração em geração através da oralidade e antes do século XX há poucos escritos de mirandês. O estudo e análise destes testamentos ou textos jurídicos, dos séculos XVIII e XIX, escritos em português padrão, deixam transparecer caraterísticas (fonéticas, sintáticas, morfológicas) da língua falada nesta região da Terra de Miranda, seja o português e/ou o mirandês”, justificou.

Por sua vez, a professora da Universidade do Minho, Anabela Leal de Barros, acrescentou que os testamentos são textos objetivos, com locais e datas definidas e autores identificados, constituindo por isso, fontes credíveis para o estudo da língua mirandesa.

“Os escrivães, a quem competia a redação dos testamentos, embora escrevessem em português, deixavam transparecer palavras e marcas orais da língua mirandesa, como por exemplo, as palavras que designavam peças de roupa, móveis de casa, tradições, costumes, movimentos populacionais, etc. Os testamentos são textos riquíssimos de conteúdo, pois revelam aspetos sociais, económicos, culturais, religiosos e espirituais das pessoas e comunidades”, indicou.

A edição do livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” contou com os apoios do município de Miranda do Douro e da freguesia de Malhadas.

A presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, elogiou o trabalho de investigação dos autores, que está a revelar aspetos históricos das localidades do concelho de Miranda do Douro.

“Este livro é um legado dos nossos antepassados, que nos convida a conhecer a realidade do século XVIII. Destaco, por exemplo, o modo como as pessoas se relacionavam e transmitiam os seus bens (propriedades, objetos, etc.) e preparavam a sua morte, numa perspectiva profundamente religiosa”, salientou a autarca de Miranda do Douro.

Por sua vez, a anfitriã do encontro, a presidente da Freguesia de Malhadas, Micaela Igreja, expressou contentamento pela apresentação deste livro que traz à luz aspetos da história desta localidade, situada em pleno planalto mirandês.

“Compete à freguesia de Malhadas apoiar todas as iniciativas que revelem e promovam a nossa história, com especial atenção aos estudos da língua mirandesa, pois é um dos tesouros da nossa cultura, que nos diferencia e torna únicos”, disse a jovem autarca.

Após as apresentações dos livros “Testamentos de Picote” e “Testamentos de Malhadas”, a FRAUGA pretende apresentar outros livros similares relativos aos testamentos nas localidades de Sendim, Duas Igrejas e Águas Vivas.

HA

Miranda do Douro: Município adquire trator florestal para prevenção de incêndios

Miranda do Douro: Município recebe trator florestal para prevenção de incêndios

O município de Miranda do Douro recebeu um trator florestal, equipado com várias alfaias, destinado à gestão de combustíveis e prevenção de incêndios rurais no concelho.

O novo equipamento foi atribuído pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), no âmbito do Programa de Mecanização do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.

“O equipamento fornecido inclui um trator 4×4 acompanhado por alfaias próprias para a gestão de combustíveis, nomeadamente um destroçador de martelos fixos e um corta- matos de correntes, essenciais para a execução de trabalhos de limpeza, manutenção e redução de vegetação combustível”, pode ler-se no comunicado.


À Câmara Municipal de Miranda do Douro compete garantir a plena operacionalidade da máquina e assegurar todas as condições necessárias ao seu bom funcionamento, desde o correto armazenamento à disponibilização e financiamento dos consumíveis indispensáveis, como combustíveis e materiais de desgaste.

Segundo o ICNF, o município deve ainda assegurar a cobertura de eventuais danos de responsabilidade civil associados ao uso do equipamento, realizar a manutenção regular e proceder à sua substituição em caso de perda ou deterioração grave que comprometa a sua segurança e funcionalidade.

Para além disso, compromete-se a realizar todas as revisões, reparações e inspeções periódicas necessárias, bem como a assegurar o reporte semestral do trabalho mecânico executado.

No âmbito desta atribuição, o Município de Miranda do Douro deverá executar, anualmente, um mínimo de 80 hectares de gestão de combustível em áreas do concelho.

A chegada deste trator florestal constitui uma mais-valia determinante para o território, reforçando de forma significativa a capacidade preventiva e operacional do município.

A relevância deste investimento torna-se ainda mais evidente após o incêndio de grande escala que, há um ano, afetou a localidade de São Martinho, demonstrando a necessidade de equipamentos robustos e especializados que permitam acelerar e intensificar a gestão de combustíveis.


Com este novo recurso, Miranda do Douro estará melhor preparada para reduzir o risco de propagação de fogos rurais, proteger a população e salvaguardar o património natural e florestal do concelho.

Fonte: MMD

Ambiente: Candidaturas ao apoio estatal para a compra de veículos elétricos

Ambiente: Candidaturas ao apoio estatal para a compra de veículos elétricos

As candidaturas ao novo apoio estatal para a compra de veículos elétricos, podem ser apresentadas a partir de 29 de dezembro, através do ‘site’ do Fundo Ambiental.

O período de candidatura decorre até 12 de fevereiro de 2026 “ou até que se esgote a dotação disponível”, que o Governo anunciou no passado dia 22 ascender a um total de 17,6 milhões de euros.

Segundo o Ministério do Ambiente e da Energia, mantém-se a exigência de que o veículo adquirido seja novo, bem como a de “abate de um automóvel a combustível fóssil com mais de 10 anos”.

Os veículos ligeiros elétricos de passageiros podem receber entre quatro mil e cinco mil euros, consoante o tipo de beneficiário, não podendo o seu preço ser superior a 38,5 mil euros (incluindo IVA e despesas associadas) ou 55 mil euros para veículos com mais de cinco lugares.

No caso das bicicletas (de carga, com ou sem assistência elétrica, e elétricas e convencionais), o valor do apoio varia entre os 500 e os 1.500 euros, enquanto os motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos elétricos podem receber um incentivo até ao máximo de 1.500 euros.

São também elegíveis para apoio os carregadores para baterias de veículos elétricos.

A medida inserida no pacote Mobilidade Verde “tem como objetivo apoiar a descarbonização do setor dos transportes, responsável pela maior parte das emissões de carbono em Portugal”, assim como “melhorar a qualidade do ambiente e incentivar a utilização de modos de mobilidade mais sustentáveis”, de acordo com o ministério.

Fonte: Lusa | Imagem: Ministério do Ambiente e Energia

Meteorologia: Descida da temperatura mínima na passagem de ano

Meteorologia: Descida da temperatura mínima na passagem de ano

Até quarta-feira, dia 31 de dezembro, Portugal continental vai ser afetado por uma massa de ar polar que traz uma ligeira descida da temperatura, mas o céu deve manter-se limpo na generalidade do território, segundo o IPMA.

De acordo com a previsão especial de fim de ano, divulgada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), nos últimos dias de 2025, o estado do tempo será influenciado por um anticiclone a sul da Islândia, prevendo-se uma “corrente muito fraca de leste e o transporte de massas de ar polares sobre o território do continente”.

Esta segunda-feira, dia 29 de dezembro, a temperatura mínima deverá descer entre 2° C e 4° C, prevendo-se uma pequena descida gradual mais localizada até dia 01 nas regiões Norte e Centro, onde os valores deverão variar entre -3 e 1° C.

Para o litoral, estão previstas temperaturas mínimas entre 4° C e 7° C.

Apesar da massa de ar polar, os valores da temperatura máxima não deverão sofrer alterações significativas, à exceção das regiões com persistência de nevoeiros e nebulosidade baixa (nordeste transmontano e Beira Alta, até quarta-feira).

No restante território, as máximas deverão variar entre 11° C e 15° C, e podem chegar aos 17° C no Algarve, em particular junto à costa.

“No dia 01, com o aumento gradual de nebulosidade de sul para norte, a partir da tarde, é provável uma pequena descida da temperatura máxima nas regiões do Centro e Sul”, acrescenta o IPMA.

No arquipélago da Madeira, onde se prevê a ocorrência de períodos de chuva, em particular na ilha da Madeira, durante a passagem de ano, 2026 começa com chuva por vezes forte e acompanhada de trovoadas, em especial na vertente sul e nas terras altas da ilha da Madeira, com queda ocasional de granizo.

No dia 30, a temperatura deverá subir entre 2° C e 4° C, mas desce ligeiramente nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro.

As mínimas deverão variar entre 8° C e 14° C, com mais calor junto à costa sul (entre 15° C e 17° C) e temperaturas inferiores nas terras altas (entre 4° C e 7° C), enquanto as máximas estarão entre 14° C e 18° C, podendo chegar a 21° C na costa sul da ilha da Madeira, mas sem ultrapassar os 13° C nas terras altas.

Fonte: Lusa | Imagem: IPMA

A família tem de ser construída com muita dedicação

Sagrada Família de Jesus, Maria e José (Festa)

A família tem de ser construída com muita dedicação

Sir 3, 3-7.14-17a / Slm 127 (128), 1-5 / Col 3, 12-21 / Mt 2, 13-15.19-23

São Mateus apresenta-nos a Família de Nazaré e leva-nos a pensar nas famílias de hoje. Algumas ideias podem ocorrer-nos. Primeiro, Jesus nasceu. Mas está ainda bastante por construir. Necessita do acompanhamento educativo dos pais, Maria e José. Segundo, Deus leva avante o que quer por entre as circunstâncias humanas. O Menino está em perigo; foge-se para o Egito. Termina o perigo; regressa-se à terra de Israel. Terceiro, a intervenção de Deus e a intervenção humana vão como que se ajustando uma à outra. Numa família cristã ir-se-á percebendo como esse ajustamento acontece.

A família tem de ser construída com muita dedicação. O Ben-Sirá e a Carta aos Colossenses oferecem uma lista de recomendações. No Ben-Sirá: honrar, amparar, não desgostar, ser indulgente, não desprezar, mostrar caridade. Na Carta: misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência; também suportar, perdoar, mostrar caridade; também cultivar a paz de Cristo, viver em ação de graças, instruir-se da palavra de Cristo; enfim, cantar a Deus a nossa gratidão, fazer tudo em nome do Senhor.

De momento, extraímos daqui algo importante. Para começar, dêmos lugar a Deus na nossa vida: agradecer-lhe, aprender d’Ele. Em seguida, trabalhemos dentro de nós as coisas que acontecem; mais facilmente sairão de nós de forma educada. Depois, tentemos perdoar; a vida mostra que o perdão é essencial para uma relação e uma comunidade. Além disso, aperfeiçoemo-nos na caridade; será sempre um acréscimo de vida na nossa vida. Finalmente, escolhamos um «ponto de esforço» concreto, um ponto pertinente para a situação em que estamos.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

 

Miranda do Douro: UHF são cabeça de cartaz do Festival Geada

Miranda do Douro: UHF são cabeça de cartaz do Festival Geada

A banda UHF é o cabeça de cartaz do Festival de inverno “Geada”, que se celebra na cidade de Miranda do Douro, neste fim-de-semana de 26 a 28 de dezembro e tem outros destaques como a ronda das adegas pelo centro histórico, onde o público pode degustar produtos regionais da Terra de Miranda.

A Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM), entidade organizadora do evento, indica que esta 15.ª edição do festival, além dos UHF, contará também com as atuações de Pica&Trilha, Sebastião Antunes&Quadrilha e os Diabo a Sete.

“Desta forma aproveitamos todo o fim de semana, onde os concertos musicais decorrem à noite na tenda principal do festival na sexta-feira e no sábado. Já no domingo, a música será de improviso e todos estão convidados”, disse Nuno Coelho.

Ao longo destes 15 anos, o Festival Geada tem-se afirmado pela fusão de sonoridades que vão desde o rock, passando pelo folk e a música tradicional mirandesa, como complemento, e tem resistido a algumas alterações no campo cultural.

A diversidade linguística e musical é marca do Festival Geada, com especial foco na língua mirandesa e castelhana.

Segundo Nuno Coelho, na edição de 2024 o Festival Geada contou com cerca de dois mil participantes e este ano a grande meta é chegar aos três mil, já que a festa conta como mais um dia no seu programa de atividades face a edições anteriores.

“Este festival começou em 2007 para celebrar o aniversário de um grupo de pauliteiros da Terra de Miranda e daí para a frente houve uma conjugação de esforços para tornar o Geada numa referência nos festivais de inverno no território raiano do interior Norte, onde a presença de público espanhol é significativa”, explicou.

Das várias atividades lúdicas, musicais e culturais programadas, o responsável salienta a ronda pelas adegas do centro histórico desta cidade quinhentista, onde os visitantes podem saborear produtos regionais e descobrir adegas tradicionais, contactando com a população local enquanto provam os produtos regionais da Terra de Miranda, o que vai contribuir para a ecomomia circular desta cidade.

O lema do Festival Geada continua a ser “Bamos derretir l carambelo!” (“Vamos derreter o gelo”), que remete para o inverno rigoroso característico do Planalto Mirandês.

Pelas artérias do centro histórico da cidade, com incidência na Rua da Costanilha, haverá fogueiras para aquecer os visitantes.

Segundo Nuno Coelho, o Festival Geada está inserido nas celebrações do solstício de inverno, sendo uma manifestação cultural e social de grande relevância para Miranda do Douro e para a região transmontana.

O festival, que vai para a 15.ª edição, visa continuar a oferecer um conjunto diversificado de atividades que promovem a cultura, a língua mirandesa e as tradições locais, reforçando simultaneamente o desenvolvimento sustentável da região e a coesão social.

O Festival Geada aposta ainda numa integração e criação de parcerias com associações e instituições locais, como o grupo das Pauliteiras de Miranda do Douro, trazendo “uma nova dimensão à ARJM e, consequentemente, ao próprio festival, reforçando o compromisso de promover a cultura mirandesa de forma inclusiva e inovadora”.

Para a ARJM, é importante que o evento continue a afirmar-se como agente de coesão ao envolver toda a comunidade e os visitantes numa “experiência imersiva”, com espaços de participação ativa para todas as faixas sociais e etárias.

Fonte: Lusa

Sociedade: Um quarto dos estrangeiros em Portugal estão em situação de pobreza

Sociedade: Um quarto dos estrangeiros em Portugal estão em situação de pobreza

Em Portugal, um quarto dos estrangeiros vivem em situação de pobreza e a taxa de emprego entre homens e mulheres é mais desigual do que na população portuguesa, segundo um estudo publicado no portal estatístico Pordata.

“Mais de um em cada quatro estrangeiros a residir em Portugal (28,9%) estão em situação de pobreza ou exclusão social, quase 10 pontos percentuais acima da população portuguesa (19,2%) nesta situação”, embora abaixo da situação dos imigrantes na UE (cerca de 40%), indica um retrato detalhado sobre estrangeiros em Portugal, em matérias de emprego, educação, fluxos migratórios e atribuições de nacionalidade realizado pelo Pordata no âmbito do Dia Mundial dos Migrantes, que hoje se assinala.

Em Portugal, “as desigualdades de género no mercado de trabalho são mais acentuadas do que na população com nacionalidade portuguesa”, com muitos mais homens estrangeiros a trabalhar que mulheres (86,4% nos homens e 68,5% nas mulheres), uma diferença que não é tão acentuada entre os portugueses (84,7% nos homens e 79,3% nas mulheres).

“No que se refere à taxa de desemprego, na população estrangeira, os homens registam 8,3% e as mulheres 14,6%, enquanto na população com nacionalidade portuguesa a percentagem é de 4,8% para os homens e 5,3% para as mulheres”, refere o relatório do portal estatístico da Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Há mais estrangeiros que portugueses no mercado de trabalho (88,2% e 86,9%, respetivamente) mas os dados mudam quando se analisa a percentagem de pessoas que estão à procura de emprego (11,5% nos estrangeiros e 5% nos portugueses), o que mostra mais dificuldades no acesso para quem não é cidadão nacional.

“É na população feminina que há maiores diferenças entre residentes estrangeiros e de nacionalidade portuguesa, tanto na taxa de desemprego, que é 9,3 pontos percentuais superior nas estrangeiras, como na taxa de emprego, que é 11 pontos percentuais inferior à das mulheres com nacionalidade portuguesa”, refere o Pordata.

A presença de mais estrangeiros – 1.543.697 residentes em Portugal no final de 2024 – transformou também o sistema educativo, com o número de alunos com pelo menos um pai de nacionalidade estrangeira a ter aumentado 58% entre 2020 e 2023, atingindo 206.011 casos.

No que respeita à atribuição de nacionalidade, houve um aumento de 21% entre 2023 e 2024, envolvendo 20.624 cidadãos residentes em Portugal, mas os dados divulgados pelo Pordata indicam que a percentagem de estrangeiros que pedem a cidadania portuguesa é tradicionalmente muito baixa (cinco em cada cem, quando analisado o “número correspondente de estrangeiros registado seis anos antes”, o prazo atual para fazer o pedido).

Pelo contrário, a “maioria das atribuições de nacionalidade portuguesa foi concedida a residentes no estrangeiro”, tendo sido atribuídas 26.216 em 2024, “81% das quais a estrangeiros descendentes de judeus sefarditas portugueses”.

No que diz respeito aos fluxos migratórios, em 2024, imigraram para Portugal 177.557 pessoas, nacionais ou estrangeiras, e no mesmo período, “33.916 pessoas (de nacionalidade portuguesa ou estrangeira) emigraram de forma permanente, o que resultou num saldo migratório positivo de 143.641, ligeiramente inferior ao de 2023 (155.701)”, refere o Pordata.

Entre 2009 e 2018, o país teve mais imigrantes portugueses que estrangeiros, com a balança a inverter-se nos últimos anos, mas no que respeita à emigração o balanço tem sido sempre muito expressivo, com 80% das pessoas que têm saído do país a serem de nacionalidade portuguesa.

Entre os emigrantes, “os jovens entre os 20 e os 34 anos têm sido o grupo mais prevalente, representando quase sempre mais de 50% e atingindo um máximo de 57% em 2024”, refere o relatório.

“Entre 2016 e 2023, a entrada de imigrantes de nacionalidade estrangeira cresceu a uma taxa média anual de 37%, a maior da UE27”, indica ainda a análise do Pordata.

Fonte: Lusa | Imagens: FFMS

Bragança-Miranda: D. Nuno Almeida pede que «sorriso de Deus» purifique «guerrilhas» e «mau humor»

Bragança-Miranda: D. Nuno Almeida pede que «sorriso de Deus» purifique «guerrilhas» e «mau humor»

O bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, apelou a um Natal marcado pela verdade e pelo “sorriso”, rejeitando a escuridão da “hipocrisia” e das “guerrilhas” interpessoais, nas celebrações a que presidiu na Sé diocesana.

“Que a sua bondade desarmada nos purifique do mau humor, do mau feitio, da má cara, das guerrilhas entre nós, do coração endurecido e nos faça sorrir e amar”, pediu, na homilia da Missa do Dia de Natal, enviada à Agência ECCLESIA.

D. Nuno Almeida definiu a luz divina como “conhecimento e verdade”, em oposição à “escuridão da mentira, do cinismo, da ignorância, da hipocrisia, da desonestidade”.

O responsável católico desafiou os fiéis a deixar-se contagiar pela alegria do nascimento de Jesus para superarem a amargura quotidiana.

Para o prelado, a atitude cristã deve passar por um “sorriso humilde e simples”, capaz de irradiar esperança junto dos mais sós e doentes, definindo este gesto como uma forma de caridade: “Sorrir é acariciar com o coração”.

“Onde há amor, levanta-se uma luz no mundo; onde há ódio, o mundo permanece na escuridão”, alertou D. Nuno Almeida.

Na Missa da Noite de Natal, celebrada horas antes, o bispo de Bragança-Miranda já tinha alertado a assembleia para a necessidade de não “adocicar” a realidade com lendas.

“O Natal de Jesus Cristo não é uma história mágica de encantar; nem um conto de fadas; não é uma lenda para encantar ou adocicar a realidade que, por vezes, se nos afigura tão dura”, afirmou.

D. Nuno Almeida recordou o contexto difícil do nascimento de Cristo, sublinhando que Deus entra na história “num mundo com portas e corações fechados em Belém, sem teto nem lugar para peregrinos e migrantes”.

O bispo diocesano distinguiu a atitude dos “pequeninos” da postura dos poderosos face à esperança.

“Os grandes, os fartos e saciados, os autossuficientes, não conhecem a esperança, não sabem o que ela é. Quem confia somente nas próprias seguranças, sobretudo materiais, já não espera nada de Deus”, sustentou.

Apelando a uma fé ativa, o responsável concluiu que “o Natal não é ornamento, é movimento”, exortando as comunidades a passarem da esperança aos “gestos de caridade”.

A celebração do Natal, que no Cristianismo assinala o nascimento de Jesus, iniciou-se um pouco por todo o mundo na noite anterior ao dia 25 de dezembro, seguindo uma tradição que remonta aos primórdios da Igreja de Roma.

Fonte: Ecclesia

Jesus é a Luz

Natal do Senhor (Solenidade)

Jesus é a Luz

Is 52, 7-10 / Slm 97 (98), 1-6 / Hebr 1, 1-6 / Jo 1, 1-18 ou Jo 1, 1-5.9-14 (Missa do dia)

Isaías diz: «Todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus». Espera-se que aconteça, então. São João diz: «O Verbo fez-se carne e habitou entre nós». Aconteceu o que era esperado. A Epístola aos Hebreus diz: «Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho». Quer dizer que o que aconteceu agora é o culminar do que vinha de trás. Mas é culminar cujo balanço nos faz olhar para a frente. Deu-se a entrada definitiva de Deus na história. Começa uma nova dinâmica.

De São João temos os primeiros 18 versículos (o Prólogo). Aí estão dois aspetos que vão ser mote do Evangelho todo. Em primeiro lugar, declara-se que o mistério da salvação é manifestado, em toda a sua plenitude, na pessoa de Jesus Cristo.

A salvação aparece contida e concentrada nessa pessoa. Diz o texto a propósito de Cristo, Verbo encarnado: «foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça». Em segundo lugar, apresenta-se Cristo como peça-chave dum combate que se desenrola entre a luz e as trevas.

«O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo (…) não o conheceu». Acolher Cristo é estar na luz; rejeitar Cristo é ficar nas trevas.

Dá a entender que projetar Cristo no mundo será custoso. É preciso que a luz se expanda e vença as trevas. É certo que, pela força de Deus, Jesus Cristo surge na história humana. Mas os obstáculos à sua aceitação permanecem. Portanto, digamos o que vem no Aleluia: «Santo é o dia que nos trouxe a luz». Depois esforcemo-nos para que essa luz se avolume no nosso mundo.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa