A Palavra de Deus dá sentido vida!

III Domingo do Tempo Comum / Domingo da Palavra de Deus / 1.º Dia da Semana do Consagrado

A Palavra de Deus dá sentido à vida!

Ne 8, 2-4a.5-6.8-10 / Slm 18 (19) 8-10.15 / 1 Cor 12, 12-30 / Lc 1, 1-4; 4, 14-21

O terceiro domingo do Tempo Comum é denominado «Domingo da Palavra de Deus». Redescobrir em Jesus Cristo a Palavra que é viva, traz um sentido especial ao Ano Santo que estamos a celebrar em 2025.

A vivência da comunidade em redor da Palavra de Deus é-nos apresentada na Leitura do Livro de Neemias. Estamos nos séculos V/IV a.C., no regresso do Exílio da Babilónia, por ordem do rei da Pérsia, Ciro. Para os habitantes de Jerusalém, este regresso é ainda um tempo de miséria e desolação, com a cidade sem muralhas, mas contemporaneamente um tempo de esperança pelo regresso a casa. Com o templo reconstruído, faz-se a leitura solene da Lei e restabelece-se o culto. Deus fala pelos acontecimentos e nem sempre pelos melhores. Quando parece que tudo corre mal e se navega em tempestade de alto-mar, a Palavra de Deus torna-se uma oportunidade de reconstruir os muros da fé.

Uma outra leitura deste episódio diz-nos que Deus fala através da comunidade. Quando regressa do exílio e se volta a reunir no templo de Jerusalém, a escutar a Palavra de Deus, o povo de Israel reúne «homens e mulheres e todos os que eram capazes de compreender». Unidos em comunidade na escuta da Palavra, compreendemos a vida de Jesus e fortalecemos a esperança. Neste sentido, diz São Paulo na Primeira Epístola aos Coríntios que somos membros de um único Corpo e que é Jesus quem nos une, «judeus e gregos, escravos e homens livres», num só corpo, porque batizados «num só Espírito», onde cada um exerce uma função diferente, de acordo com os dons e qualidades. A Igreja é o «corpo místico de Cristo» que continua a construir o reino de Deus entre «todos, todos, todos», como dizia o Papa Francisco na JMJ Lisboa 2023.

Este percurso pela meditação e pelo acolhimento da Palavra de Deus tem o seu ponto culminante em Jesus Cristo. Recorda São Lucas que Jesus, ao entrar na sinagoga de Nazaré, abriu o livro do profeta Isaías e cumpriu em si a profecia. Jesus materializa a promessa de Deus de curar as nossas feridas, de nos libertar do que nos aprisiona e torna dependentes, de abrir o nosso entendimento à verdade e de nos oferecer caminhos de paz.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Ifanes: Na festa de São Sebastião canta-se e leiloa-se o ramo

Ifanes: Na festa de São Sebastião canta-se e leiloa-se o ramo

A aldeia de Ifanes, no concelho de Miranda do Douro celebra esta sexta-feira e sábado, dias 24 e 25 de janeiro, a festa em honra de São Sebastião, uma festividade que se distingue pela confecção das claras (roscos), o cantar do ramo e a celebração da missa e procissão.

A festa em Ifanes inicia-se esta sexta-feira, dia 24 de janeiro, com o baile animado pelo grupo musical Paulo Fernandes & Chama Música.

No sábado, a festa recomeça às 6h00 da manhã, com a alvorada pelas ruas da localidade, uma ronda animada com a música de um trio de gaiteiros.

Ao início da tarde (14h00), a eucaristia é antecedida pela tradição do cantar do ramo e a celebração religiosa termina com a procissão em honra de São Sebastião.

No largo a Igreja e junto à fogueira, segue-se o leilão dos roscos e do pão, uma receita que se destina a pagar as despesas da festa.

Em Ifanes, a festa continua até à noite de sábado, com o baile animado musicalmente pelo grupo Albatroz.

A festa em honra de São Sebastião é organizada pela comissão de festas, conta com os apoios do Município de Miranda do Douro, da União de Freguesias de Ifanes e Paradela e com os patrocínios de várias empresas e outros donativos.

HA

São Sebastião

A festa em honra de São Sebastião celebra-se na data do seu martírio: 20 de janeiro.

Para os católicos, a vida de São Sebastião é um exemplo de como a fé ajuda a ultrapassar os obstáculos da vida e o amor de Deus é mais forte que tudo.

Descendente de uma família nobre, terá nascido em Narbona, sul de França, em meados do século III. Segundo a maioria dos estudiosos, os seus pais eram de Milão, onde cresceu até se mudar para Roma.

Em nome da religião enveredou por uma carreira militar, para desse modo defender os cristãos que sofriam uma terrível perseguição.

As suas qualidades são amplamente elogiadas: figura imponente, prudência, bondade, bravura, era estimado pela nobreza e respeitado por todos.

De Milão, o jovem soldado deslocou-se para Roma, onde a perseguição era mais intensa e feroz, para testemunhar a fé e defender os cristãos.

O imperador Diocleciano, reconhecendo nele a valentia e desconhecendo a sua religião, nomeou-o capitão general da Guarda Pretoriana.

Animava os condenados para que se mantivessem firmes e fiéis a Jesus Cristo.Primeiro cai nas graças do imperador, logo a defesa da fé cristã e a intercessão pelos cristãos perseguidos desencadeiam a sua morte.

Cada novo mártir que surgia tornava-se um alento e um desafio para Sebastião.

Foi denunciado por Fabiano, então Governador Romano. Diocleciano acusou-o de ingratidão. Foi cravado por flechas.

Na iconografia, São Sebastião é representado com o corpo pejado com várias setas e preso a um tronco de árvore.

Fonte: Diocese de Lamego

Bragança – Miranda: D. Nuno Almeida faz balanço de ano e meio na diocese em encontro com jornalistas

Bragança – Miranda: D. Nuno Almeida faz balanço de ano e meio na diocese

O bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, assinala esta sexta-feira, dia 24 de janeiro, o Dia Mundial das Comunicações Sociais, num encontro com os jornalistas, na primeira edição do «Um Café com D. Nuno Almeida».

“Nesse encontro será abordado e explicado o Ano Jubilar, far-se-á um balanço do primeiro ano e meio de episcopado, haverá um momento para perguntas livres e a ação termina com a apresentação do novo investimento da Diocese: a plantação de 500 oliveiras nos terrenos do Seminário”, refere um comunicado da diocese.

O encontro «Um café com D. Nuno Almeida», a decorrer a partir das 09h30 no Seminário de S. José, pretende congregar os profissionais da comunicação social, no dia em que a Igreja católica assinala o Dia Mundial das Comunicações Sociais e é apresentada a mensagem do Papa Francisco para este dia.

“No dia 26 de janeiro, domingo, às 18h00, haverá uma eucaristia, na Sé, com a participação de profissionais da comunicação social. Na celebração serão lembrados todos aqueles que deram contributos para a comunicação da Igreja e da região”, indica ainda a informação.

De 24 a 26 de janeiro, milhares de jornalistas e comunicadores peregrinos vão estar em Roma para atravessar a Porta Santa, encontrar-se com o Papa e participar em várias iniciativas religiosas e culturais.

O diretor Secretariado das Comunicações Sociais da diocese de Bragança-Miranda assinala o quão “fulcral” é a comunicação da Igreja e o seu papel na evangelização e indica a responsabilidade “diária” nessa missão: “Da catequese, à liturgia, do turismo à saúde, a comunicação valoriza e enriquece todas as pastorais bem como as relações entre os seus agentes”.

‘Peregrinos de Esperança’ é o tema que conduz o Jubileu do Ano Santo, característica que se tem procurado manifestar no “trabalho e nas vivências sociais e pastorais” da diocese.

“Perante o despovoamento e o envelhecimento da população, a dinâmica dos arciprestados e das unidades pastorais trouxe rasgos de esperança, a qual aumentou, agora, com a criação dos grupos ‘Semeadores da Alegria e da Esperança’”, indica.

O Secretariado das Comunicações Sociais da diocese pretende, ao logo do ano jubilar, visitar redações de órgãos de comunicação nos distritos de Bragança e de Vila Real.

O responsável indica ainda que a “partilha de boas práticas cristãs das comunidades, desde as mais pequenas até aquelas provenientes de locais mais distantes, são uma prática regular que queremos manter com o imprescindível auxílio do clero e dos muitos e bons leigos que colaboram” no território.

“Acredito que o desafio de comunicar o Evangelho com tranquilidade e paciência seja mais árduo no interior da Igreja, onde ainda se faz caminho sinodal”, finaliza.

Fonte: Ecclesia

Cultura: Celina Pinto reconduzida como diretora do Museu da Terra de Miranda

Cultura: Celina Pinto reconduzida como diretora do Museu da Terra de Miranda

Na sequência de concursos públicos, quatro diretores de museus e palácios sob alçada da entidade Museus e Monumentos de Portugal foram reconduzidos dos cargos, entre as quais Celina Pinto, como diretora do Museu da Terra de Miranda.

Em comunicado, a empresa pública Museus e Monumentos de Portugal (MMP) revelou que e Celina Pinto se mantém na direção do Museu da Terra de Miranda, em Miranda do Douro; José Alberto Ribeiro continua como diretor do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa; Odete Paiva no Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu; e Sandra Leandro no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora.

A única nova nomeação, dos cinco resultados anunciados, é a de Maria de Jesus Monge para o Museu Rainha D. Leonor, em Beja, que era dirigido por Deolinda Tavares desde 2022.

Maria de Jesus Monge é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e mestre em Museologia pela Universidade de Évora, tendo sido conservadora do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança desde 1996 e assumido a direção daquele equipamento em 2000, segundo a biografia disponível no ‘site’ da secção portuguesa do Conselho Internacional de Museus, a que presidiu entre 2020 e 2023.

Maria de Jesus Monge foi vogal da MMP aquando da fundação da empresa pública, em outubro de 2023, e até à substituição da administração pelo atual Governo, em maio do ano passado.

De acordo com uma biografia patente no ‘site’ de um colóquio, em 2024, dedicado a Frei Manuel do Cenáculo, onde Monge e Deolinda Tavares apresentaram uma comunicação intitulada “O projeto de requalificação do Museu Rainha D. Leonor e a herança de Frei Manuel do Cenáculo”, Maria de Jesus Monge já desempenhava funções no Museu Rainha D. Leonor.

Os mandatos dos cinco diretores agora anunciados vão até 2027, em regime de comissão de serviço.

No total, foram recebidas 27 candidaturas para os cinco cargos, de acordo com o mesmo comunicado da MMP.

Os concursos para os cincos equipamentos foram abertos em diferentes momentos. O concurso lançado há mais tempo, dos resultados divulgados, foi o do Palácio Nacional da Ajuda, que aconteceu em setembro.

Segundo o aviso, que abrangia ainda as direções para o Museu Nacional de Arqueologia, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu Nacional de Etnologia e Museu de Arte Popular, o Museu Nacional do Teatro e da Dança, o Museu Nacional do Traje, e para o Museu Nacional dos Coches e Picadeiro Real, a “decisão e nomeação” dos novos diretores teria de acontecer até 2 de janeiro de 2025, estando a data de início de funções definida para 15 de janeiro.

Dessa lista, falta apenas conhecer-se a escolha para o Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

No início de 2024, entrou em vigor a nova orgânica do património cultural em Portugal, com a extinção da Direção-Geral do Património Cultural e a entrada em funções de duas novas entidades: a empresa pública MMP e o instituto público Património Cultural.

De acordo com o decreto-lei que criou a MMP, publicado em setembro de 2023, a empresa teria até junho de 2024 para lançar os concursos internacionais para as direções dos equipamentos que gere, apesar de, em vários casos, estas terem sido alvo de concursos recentemente.

Fonte: Lusa

Vimioso: Atraso nas obras de requalificação do Tribunal

Vimioso: Atraso nas obras de requalificação do Tribunal

O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos, mostrou-se indignado com o “grande atraso” verificado nas obras de requalificação do edifício que alberga o Tribunal, apontando responsabilidades ao Ministério da Justiça.

“O que está mal, penso eu, é a falta de exigência por parte do Ministério da Justiça e fazer executar a obra. O que todos os dias temos apreciado é que não há recursos humanos suficientes para trabalhar, bem como a falta de materiais de construção, estando as obras com grandes atrasos”, explicou António Santos.

De acordo com o autarca vimiosense “há uma clara percepção todos os dias que esta obra não avança”.

“Esta obra foi entregue [ao empreiteiro] em outubro de 2023. Estamos em janeiro de 2025 e a obra está a meio da sua conclusão, passados mais de 15 meses. O prazo estipulado para a conclusão desta obra era de 150 dias”, observou António Santos. 

O autarca reitera que o responsável por estes atrasos é o dono da obra, que é o Ministério da Justiça, através do Instituto de Gestão Financeira da Justiça.

“Não sei se houve adiamentos às obras, mas, se os houve, foram consentidos pelo Ministério do Justiça”, vincou.

O autarca de Vimioso disse ainda que as pessoas que trabalham neste edifício fazem-no “em condições desumanas, porque são ferramentas a fazer barulho de uma lado, atendimento ao público do outro lado, há por todos os lados poeiras  e os equipamentos informáticos estão quase inoperacionais”.

O investimento previsto nas obras do Tribunal de Vimioso ronda um montante de mais de 491 mil euros, resultantes do Plano Plurianual de Investimentos (PPI) na área da Justiça para o quadriénio 2023-2027.

De acordo com uma nota do Ministério da Justiça, de 8 de janeiro de 2024, as obras de beneficiação do imóvel, incidiam, essencialmente, nas áreas da eficiência energética, conforto térmico, reabilitação das fachadas e acessibilidades.

A obras de requalificação do Tribunal de Vimioso estava incluídos num pacote de 1,2 milhões de euros para tribunais localizados em Trás -os – Montes, através de fundos do PPI e onde contavam igualmente Tribunal de Miranda do Douro com investimento de cerca de 190 mil euros e para o tribunal de torre de Moncorvo a requalificação do Palácio da justiça ficará na casa dos 455 mil euros, como lançou na altura o Ministério da Justiça.

A agência Lusa pediu esclarecimentos ao Ministério da Justiça, mas não obteve respostas.

Fonte: Lusa

Algoso: “A formação bíblica visa um maior conhecimento e comunhão com Deus” – Frei Hermano Filipe

Algoso: “A formação bíblica visa um maior conhecimento e comunhão com Deus” – Frei Hermano Filipe

No âmbito da visita pastoral do bispo, Dom Nuno Almeida, à Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação está a realizar-se em Algoso, de 21 a 24 de janeiro, uma formação bíblica, orientada pelo franciscano capuchinho, frei Hermano Filipe.

A formação dedicada ao estudo da Bíblia decorre na sede da freguesia de Algoso, entre as 16h00 e as 18h00 e reune diariamente cerca de 30 pessoas das localidades de Algoso, Vale de Algoso, Campo de Víboras, Uva e Mora.

O formador, Frei Hermano Filipe, da ordem dos Franciscanos Capuchinhos explicou que a Sagrada Escritura, isto é, a Bíblia é a principal fonte da revelação de Deus. Sobre a pertinência da formação bíblica nas comunidades rurais, o religioso indicou que toda a formação cristã visa ajudar os crentes a uma maior comunhão com Deus.

“Esta formação não é apenas uma apreensão intelectual de conteúdos sobre a Bíblia. É também um meio para que, através da leitura e meditação dos livros da Bíblia, os crentes possam aprofundar o conhecimento de Deus e da própria vida”, justificou.

Sobre o programa do curso bíblico, Frei Hermano Filipe, revelou que esta formação é uma introdução à Bíblia e ao longo das quatro sessões vai ser feito um percurso histórico desde o Antigo até ao Novo Testamento.

“A Bíblia é o livro do povo de Deus e é um livro que nos ajuda a conhecer o Filho de Deus, Jesus Cristo. Com o Concílio Vaticano II, a Igreja Católica concluiu que a Bíblia não é um património exclusivo dos padres e religioso(a)s, mas deve estar ao alcance e compreensão de todos os cristãos”, disse.

Dado que neste ano ano jubilar, a liturgia é marcada pelos textos do Evangelho segundo São Lucas, na terceira sessão, a 23 de janeiro, a formação é dedicada a este evangelista.

No quarto e último dia do curso bíblico, Frei Hermano Filipe, vai ensinar os participantes em Algoso, a fazer uma leitura orante da Bíblia.

“Com os textos de São Lucas, vamos aprender a rezar individualmente, em grupo e em família. O desejo do senhor bispo, Dom Nuno Almeida, é que cada pessoa, grupo paroquial e família sejam assíduos leitores orantes da Bíblia. Num contexto de paróquia, o ideal seria formar um grupo, com reuniões quinzenais ou mensais, para rezarem juntos a partir da Bíblia e partilharem as suas vivências, reflexões e propósitos para o dia-a-dia, na sua família, paróquia e comunidade”, disse.

Em Algoso, Eduarda Oliveira é uma das participantes na formação bíblica e justificou a sua participação pelo desejo em continuar a aprofundar o conhecimento de Deus.

“Sou uma pessoa religiosa e já havia participado numa formação similar. Neste curso bíblico, aqui em Algoso, fiquei a compreender melhor o percurso histórico do povo de Deus e os livros do Antigo e do Novo Testamento”, disse.

Durante a visita pastoral de Dom Nuno Almeida, à Unidade Pastoral de Nossa Senhora da Visitação, os Frades Capuchinhos orientam cursos bíblicos em Vimioso, Algoso e Caçarelhos.

HA

Palaçoulo: Produtores pecuários alertados para a doença da língua azul

Palaçoulo: Produtores pecuários alertados para a doença da língua azul

Na tarde de 22 de janeiro, os produtores pecuários dos concelhos de Miranda do Douro e de Vimioso, participaram numa sessão de esclarecimento sobre a doença da Língua Azul, uma enfermidade provocada pela picada de um mosquito (género Culicoides) que provoca dificuldade respiratória, lesões na língua e outros sintomas entre os quais a morte dos animais.

A sessão de informação decorreu nas instalações da Cooperativa Agrícola de Palaçoulo e foi ministrada pelos técnicos da Organização de Produtores para a Sanidade Animal (OPSA).

“A língua azul (orbivírus) é uma doença viral, infeciosa, não contagiosa e não transmissível aos humanos. Esta doença já existe há 20 anos, mas recentemente surgiram outras variantes do vírus, mais infeciosas”, começou por dizer a OPSA.

Esta organização informou os criadores do planalto mirandês que a doença da língua azul é transmitida por mosquitos (género Culicoides), à semelhança do que acontece com a doença hemorrágica epizoótica.

“As espécies de animais mais afetados pelas picadas dos mosquitos são os ruminantes como os ovinos, os bovinos e alguns cervídeos”, indicaram.

Relativamente aos sintomas da doença, os técnicos da OPSA informaram que entre a picada dos insetos e o aparecimento dos sintomas, há um período de incubação do vírus de 5 a 20 dias.

“Os sintomas da doença da língua azul são a hipetermia, dificuldade respiratória, lesões na língua, salivação excessiva, corrimento nasal e crostas ao redor das narinas e lábios, manqueiras, abortos e a mortalidade”, alertou a OPSA.

No caso de surgimento da doença na região, os médicos veterinários indicaram que para controlar o vírus, as medidas a implementar são a delimitação da área geográfica (150 quilómetros), restrições à movimentação animal, plano de vigilância clínica e programa de vacinação.

Sobre o modo de prevenir o aparecimento da doença da língua azul, a organização sanitária recomendou o controlo dos mosquitos através da aplicação de repelentes nos animais, nos estábulos e com a drenagem frequente das águas paradas (bebedouros e charcas).

“Outro modo de proteger os animais é a vacinação preventiva. A vacina é fornecida pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) às organizações de produtores pecuários. A administração da vacina é feita pelos médicos veterinários. A vacina é obrigatória para os ovinos e facultativa para os bovinos”, informaram.

Em 2024 e face ao surto da doença que afetou as explorações pecuárias na região do Alentejo, o Ministério da Agricultura disponibilizou um milhão de euros para as organizações pecuárias vacinarem os seus animais.

“Atualmente, estima-se que o custo da vacina é de 2,20 euros para os ovinos e 4 eutros para os bovinos”, indicou a OPSA.

Segundo o Ministério da Agricultura e Pescas, entre 13 de setembro e 28 de outubro de 2024, foram contabilizadas em Portugal continental 41 explorações de bovinos infetadas pelo vírus (com 102 animais afectados e sem mortalidade) e 238 explorações de ovinos afectadas (com 11.934 animais afectados e 1775 animais mortos).

Os distritos com mais explorações de ovinos infetadas, com a doença da língua azul, foram Évora, Beja, Setúbal e Portalegre.

HA

Cultura: Morreu Adriano Vasco Rodrigues investigador do judaísmo

Cultura: Morreu Adriano Vasco Rodrigues investigador do judaísmo

O investigador, historiador e antropólogo Adriano Vasco Rodrigues, que desenvolveu trabalhos na área dos estudos judaicos, morreu no Porto, aos 96 anos.

O anúncio da morte foi comunicado pelo município de Torre de Moncorvo, que definiu Adriano Vasco Rodrigues como “investigador profícuo sobre a presença judaica em Portugal”, recordando que “em Moncorvo, existe um centro com o seu nome, em homenagem ao seu legado, o Centro de Estudos Judaicos Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues”.

Na opinião de Nuno Gonçalves, atual deputado da Aliança Democrática (AD), “Adriano Vasco Rodrigues era uma das pessoas mais sábias da cultura judaica em Portugal”.

“Adriano Vasco Rodrigues foi um dos grandes vultos da cultura nacional e da cultura moncorvense”, disse Nuno Gonçalves, lembrando que o historiador e sua mulher, Maria da Assunção Carqueja, estão associados à criação do Centro de Estados Judaicos, instalado num antiga sinagoga em Torre de Moncorvo.

Adriano Vasco Rodrigues nasceu na cidade da Guarda em 4 de maio de 1928, tendo casado com Maria da Assunção Carqueja, natural do concelho de Torre de Moncorvo.

O investigador era licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, doutorou-se em História de Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, foi investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto e deixa uma extensa bibliografia em áreas como arqueologia, história e etnografia.

Adriano Vasco Rodrigues, ao longo do seu percurso, fez especializações e graduações nas Universidades de Santiago de Compostela, em Espanha, de que foi bolseiro, e na Universidade de Bona, na Alemanha, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou em vários seminários e colóquios em universidades portuguesas e estrangeiras.

Foi diretor da Schola Europaea, na Bélgica, professor associado da Universidade Portucalense, vereador da Comissão Municipal de Arte e Arqueologia do Porto, director-geral do Ensino Particular e Cooperativo (1983-86), governador civil da Guarda (1982-83) e ainda deputado independente eleito pelo CDS, no círculo do Porto (1976-82).

O Museu Bernardino Machado, em Vila Nova de Famalicão, recorda o trabalho do investigador em Angola, nos anos de 1960-70, com o Instituto Superior de Investigação Cientifica e em prospeções e escavações arqueológicas e subaquáticas no mar de Luanda e no deserto do Namibe.

Adriano Vasco Rodrigues é autor, coautor, coordenador ou colaborador de obras como “De Cabinda ao Namibe”, “Judeus, judiarias e cristãos-novos na Beira Interior”, “Provérbios de origem sefardita no interior da Beira e em Trás-os-Montes”, “Gente de nação além e aquém do Côa : Judeus Sefarditas”, “A fortificação das fronteiras na estratégia da expansão portuguesa”, “O retábulo flamengo da igreja matriz de Torre de Moncorvo”, “História breve da engenharia civil : pilar da civilização ocidental”, “Terras da Meda : natureza, cultura e património”, “Monografia artística da cidade da Guarda”, “Almeida : da pré-história aos nossos dias”, “Os Lusitanos : mito e realidade”, “Arqueologia da Península Hispânica: Do Paleolítico à Romanização”, “Celorico da Beira e Linhares. Monografia Histórica e Artística”, “As terras da Beira nas invasões francesas” e da “História Geral da Civilização”, em dois volumes, publicada em 1973-74, pela Porto Editora.

Em 1994, foi condecorado com a Medalha de Ouro pela Câmara Municipal do Porto. Dois anos mais tarde, recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.

Fonte: Lusa

Economia: Cuga quer produzir 6.500 toneladas de cogumelos

Economia: Cuga quer produzir 6.500 toneladas de cogumelos

A marca de cogumelos “Cuga”, sediada em Vila Flor, deve chegar ao mercado no primeiro trimestre deste ano e a empresa prevê produzir 6.500 toneladas deste alimento, avançou o diretor executivo, Nuno Pereira.

“A marca foi oficializada no final de 2024 e os cogumelos vão começar a ser comercializados no primeiro trimestre de 2025”, afirmou Nuno Pereira, CEO a empresa com sede em Benvelhai, em Vila Flor.

Para alcançar este objetivo, a Cuga está a fazer um investimento na ordem dos três milhões de euros.

Segundo o responsável, a nova marca, antes Varandas do Sousa, tem a função de trazer inovação e [tem] algum papel de educar o mercado e os consumidores, para que percebam que há muitas categorias e espécies de cogumelos.

“O consumidor português não está tão habituado nem sabe muito bem como é que há de cozinhar os [cogumelos] mais exóticos”, explicou.

Assim, a Cuga quer apostar numa “comunicação acessível e eficaz” para potenciar o consumo dos cogumelos e, para isso, as embalagens vão contar com instruções para melhor poder usufruir do cogumelo escolhido, também com receitas.

“O número de quilos de cogumelos consumidos por ano pelos portugueses é muito abaixo daquilo que poderia ser. Estamos a assumir o nosso papel (…). Em termo de cogumelo fresco por português, por ano, andamos à volta de um quilo. Por exemplo, os espanhóis estão a consumir mais de três quilos e os irlandeses, salvo erro, estão próximos dos sete quilos. Portanto, há aqui um trabalho muito interessante de dinamizar esta categoria (…)”, considerou o CEO da empresa, que espera deste modo também poder aumentar as vendas de cogumelo nacional.

Atualmente, detalhou Nuno Pereira, a tendência tem sido para importar mais cogumelos, sobretudo espanhóis. Os números, segundo disse, andam a rondar as 5.000 a 6.000 toneladas de produto estrangeiro por ano. 

“(…) Aqui, o que nós queremos é ter uma marca forte, que permita aos consumidores perceber que estão a consumir cogumelos de qualidade, provenientes de uma empresa com responsabilidades sociais em Trás-os-Montes e no norte do país”, referiu.

O maior cliente da Cuga é a marca branca da grande distribuição. Nuno Pereira assegurou que essa relação é para manter. “Temos um trabalho que pode promover não só as vendas desses clientes, mas também trazer algo mais. Portanto, para além do produto com o nome das grandes insígnias, existirá também o nosso, com a marca Cuga, que será complementar”, clarificou.

A empresa Cuga, antes Varandas do Sousa, passou por um processo de reestruturação, que começou em 2020. Tem sede no concelho de Vila Flor e mais duas unidades, em Vila Real e Paredes (distrito de Porto). Atualmente, emprega 350 pessoas nas três fábricas.

Os colaboradores têm vindo a receber bónus salariais, sem majorantes, garantiu Nuno Pereira, que deu como exemplo bonificações de 1.000 euros mensais.

“(…) Somos uma empresa com muita mão de obra e trabalhos muito manuais. A estratégia tem de ser centralizada na qualidade da nossa mão de obra e na valorização das pessoas que temos a trabalhar connosco”, afirmou.

A produção anual da Cuga é de 4.500 toneladas, sendo a empresa responsável por 80 a 85% de toda a produção de Portugal.

Fonte: Lusa

Ensino: Maioria dos alunos carenciados não usou contingente especial para entrar no ensino superior – Estudo

Ensino: Maioria dos alunos carenciados não usou contingente especial para entrar no ensino superior – Estudo

A maioria dos alunos carenciados que tentaram aceder ao ensino superior, ignorou a existência do contingente especial que reserva 2% das vagas, segundo um estudo divulgado.

Uma equipa de investigadores avaliou o impacto da política que reserva 2% de vagas no ensino superior público, para os alunos mais carenciados e concluiu que em 2023, apenas 43% dos alunos elegíveis (escalão A do Apoio Social Escolar) concorreu através do novo contingente.

O estudo mostra ainda que quase metade dos colocados (41%) não teria ficado no curso que escolheu se não tivesse ativado este apoio, salienta Pedro Luís Silva, coordenador do estudo divulgado pelo Edulog, da Fundação Belmiro de Azevedo.

Entre os que se candidataram através do contingente especial, 93% conseguiram vaga, uma percentagem que desce para 78% quando se analisa os restantes candidatos elegíveis que não usaram a nova benesse.

O estudo mostra que o programa funciona, mas “lança um aparente quebra-cabeças. Porque é que os alunos não usaram o contingente?”, questionou Pedro Luís Silva.

Os investigadores encontraram três possíveis obstáculos: desconhecimento sobre o novo programa, restrições financeiras das famílias e desajustamento entre a oferta de programas no ensino superior e os interesses dos estudantes.

Os mais pobres têm “grandes dificuldades em deslocar-se porque há um grande aumento nas despesas e as bolsas de estudo são relativamente modestas”, lembrou Alberto Amaral, membro do Conselho Consultivo do Edulog, defendendo um reforço dos apoios sociais.

Existem muito mais estudantes carenciados a permanecer no mesmo distrito quando transitam para o ensino superior quando comparados com os que têm mais rendimentos, sendo que “em alguns distritos, a percentagem é três a seis vezes superior”, lê-se no estudo que mostra que este é um problema que se sente mais entre os alunos de Portalegre, Guarda, Bragança, Viana do Castelo, Leiria e Santarém.

Os elevados custos do alojamento continuam a ser um dos principais motivos que impedem de estudar longe de casa: Os quartos estão cada vez mais caros e em muitos casos os alunos não conseguem que o senhorio passe o recibo exigido para ter apoio estatal, lembrou Alberto Amaral.

A ideia é corroborada por Pedro Luis Silva que lembra que a existência de um contingente “por si só, não faz com que os alunos passem a candidatar a programas seletivos”, defendendo um reforço das ajudas financeiras, nomeadamente para despesas de deslocação e alojamento.

Outra das possíveis razões para muitos alunos não terem usado o contingente pode ser o desconhecimento do programa e, por isso, o Edulog recomenda que haja mais divulgação, com vídeos tutoriais para professores e estudantes e “informações mais claras no site da Direção-Geral do Ensino Superior”.

As famílias e alunos da região da Grande Lisboa foram as que menos recorreram ao contingente prioritário, contrastando com as regiões autónomas, onde houve uma participação notavelmente mais elevada.

Para Alberto Amaral, este facto poderá estar relacionado com a maior familiaridade na utilização de contingentes prioritários, uma vez que as escolas das ilhas estão mais habituadas a usar os diferentes contingentes que existem.

A publicação das notas mínimas de entrada para todos os contingentes é outra das propostas dos investigadores.

“Seria muito importante publicar as notas mínimas de entrada não apenas do regime geral de acesso, mas também deste contingente prioritário e de outros. Se calhar os alunos não se candidatam a determinado curso, porque podem pensar que não conseguem entrar em determinado curso, mas com a nota do contingente do ano anterior isso poderia criar um incentivo”, defendeu o especialista.

O coordenador lembrou ainda que o atual estudo se focou na questão do acesso, mas que será preciso também avaliar o impacto da medida no futuro destes jovens, nomeadamente no ensino superior e no mercado de trabalho.

Fonte: Lusa