Turismo: Governo prevê crescimento em 2025

Turismo: Governo prevê crescimento em 2025

Portugal deverá fechar o corrente ano com 27 mil milhões de euros de receitas turísticas e a perspectiva é de um crescimento de 9% no próximo ano, avançou o secretário de Estado do Turismo.

“À data de hoje sabemos que o país estima que vai atingir até ao final deste ano de 2024 qualquer coisa como 27 mil milhões de receitas [no turismo] e a perspetiva para 2025 é de crescer na ordem dos 9%”, referiu Pedro Machado.

O governante falava em Aveiro no painel de abertura de uma conferência dedicada à Estratégia de Turismo 2035, onde declarou que “Portugal não tem turistas a mais” e que a perspetiva é de continuar a crescer.

Esse crescimento, defendeu, comporta desafios e riscos que é preciso acautelar, ao nível da mão-de-obra, que é preciso qualificar, da transição digital das empresas e também da formação de imigrantes.

O envelhecimento, ou a pressão sobre os recursos, nomeadamente da água, são outras preocupações que apontou.

“Queremos ouvir também parceiros externos, nomeadamente os mais importantes ‘players’”, disse Pedro Machado, aludindo ao processo de construção da Estratégia de Turismo 2035, que está a ser desenvolvida com entidades públicas e privadas do “ecossistema” turístico.

Isabel Damasceno, que preside à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, ao intervir no painel, assumiu que o turismo “é um trunfo fundamental para o desenvolvimento e coesão territorial”.

No que toca aos fundos que vão estar disponíveis para apoiar o setor, Isabel Damasceno esclareceu que uma parte será alocada às comunidades intermunicipais, com apoios diferenciados cujo elemento agregador será a Entidade Regional de Turismo.

Coube ao presidente dessa Entidade a intervenção mais reivindicativa, ao reclamar uma distribuição mais equitativa dos fluxos turísticos gerados a partir dos aeroportos de Lisboa e do Porto.

“Somos a única região sem aeroporto e é preciso distribuir esses fluxos por todo o território”, reclamou Raul Almeida, referindo que a maior parte da centena de municípios do Centro se situa no interior.

Para o presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, para contrariar “a grande litoralização” do turismo, deve ser feita a aposta na melhoria das acessibilidades, quer ferroviárias, quer mesmo rodoviárias, dando como exemplo não existir ainda uma autoestrada a ligar as cidades de Viseu e Coimbra.

Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, anfitrião da conferência referiu-se à evolução turística no seu município, “um destino único pela Cultura e condições territoriais”.

A esse propósito, referiu que a aposta como Capital Portuguesa da Cultura “é também uma operação de marketing territorial bem sucedida”, defendendo a importância da identidade, dos valores democráticos, da sustentabilidade e da tecnologia, como fatores de atração.

Fonte: Lusa | Fotos: Flickr

Tó: “A Feira de São Martinho é uma marca identitária da aldeia” – Ricardo Marcos

Tó: “A Feira de São Martinho é uma marca identitária da aldeia” – Ricardo Marcos

Nos dias 9 e 10 de novembro, a aldeia de Tó, no concelho de Mogadouro, foi o destino de muitas pessoas, naturais da localidade e outros visitantes, que quiseram participar na Feira de São Martinho, um certame que juntou a mostra de produtos locais, com uma variada animação cultural, em que os maiores destaques foram o magusto, as chegas de touros e a gastronomia.

A comunidade de Tó participou ativamente na organização e animação da Feira de São Martinho.

O presidente da freguesia de Tó, Ricardo Marcos, afirmou que a Feira de São Martinho pretende ser uma marca identitária da localidade. Para tal, o certame deste ano, a par da promoção dos produtos locais ofereceu um variado conjunto de atividades e tradições, como a matança do porco, o magusto e a prova de vinhos, as chegas de touros, as músicas dos gaiteiros, as danças dos pauliteiros e a gastronomia.

“A reinvenção da Feira de São Martinho também tem como propósito reforçar e criar laços de amizade com as muitas pessoas, que sendo naturais de Tó, vivem e trabalham noutras localidades do país e no estrangeiro. Com a sua vinda a esta feira anual, os nossos conterrâneos ajudam a combater o isolamento que a população vive ao longo do ano, reavivam-se tradições e dinamiza-se a economia local”, justificou.

Outro objetivo da feira é a promoção e comercialização de produtos. O certame deste ano, contou com 18 expositores, sendo que quatro eram produtores de Tó.

“O nosso objetivo é continuar a incentivar os produtores locais a participar na Feira de São Martinho. Pretendemos que o certame cresça, de ano para ano e para isso procuramos introduzir novas atividades, produtos e novidades na animação para que o certame não seja repetitivo e traga novos públicos”, adiantou.

Uma das novidades na Feira de São Martinho deste ano foi a oferta da imagem de São Martinho, à localidade, após a celebração da eucaristia. A imagem foi oferecida por Francisco Maria Calisto, antigo guarda-fiscal, natural de Tó.

“Dado que na aldeia existe esta tradição, da feira mensal de novembro coincidir com a festa de São Martinho achei que fazia sentido oferecer a imagem do Santo à localidade, para que o povo tenha a quem honrar. Dou os parabéns à freguesia de Tó, pela iniciativa em recuperar a antiga tradição desta feira e festa e que está a ser um verdadeiro sucesso, pela grande afluência de pessoas!”, disse

Outra novidade na feira de São Martinho deste ano, foi o espaço dos produtos “Origem Mogadouro”. Com a mostra destes produtos, o público teve a oportunidade de conhecer e degustar os queijos, o fumeiro, o mel, frutos secos, chocolates, pastas de figo, azeites aromatizados, entre outros produtos alimentares e artigos de artesanato.

Da localidade de Tó, Balbina Silva, participou na feira com a venda de figos secos, avelãs, nozes, amêndoas, castanhas, ervas aromáticas e azeite.

“Aceitei o convite da freguesia de Tó para mostrar e comercializar alguns dos produtos que aqui se produzem. Desde sempre a Feira de São Martinho, foi uma oportunidade de encontro e convívio entre as gentes de Tó, com pessoas vindas de localidades próximas como Vila d’Ala, Algosinho, Peredo de Bemposta, Ventozelo, Lamoso, Bemposta, Brunhosinho, Sanhoane, Variz e até de mais longe como Bruçó”, recordou.


Do lado dos visitantes, a senhora Esperança Brás, viajou 45 quilómetros desde a aldeia de Estevais, para visitar a feira de São Martinho, em Tó.

“As feiras continuam a ser uma das atividades que trazem gente às aldeias, que infelizmente estão muito despovoadas. Felicito a freguesia de Tó, pela organização deste certame, que contribui não só para o convívio social, mas é também um incentivo para que se continue a cultivar a terra e a comercializar produtos locais. Também gostaria de ver uma feira destas na minha aldeia de Estevais”, disse.

Integrada na feira franca mensal de 11 novembro, a Feira de São Martinho é uma iniciativa da freguesia de Tó, que conta com o apoio do município de Mogadouro.

HA

Tó: Turistas visitaram a Feira de São Martinho

Tó: Turistas visitaram a Feira de São Martinho

A aldeia de Tó, no concelho de Mogadouro, organizou no fim-de-semana de 9 e 10 de novembro, a Feira de São Martinho, um certame que recebeu a visita de turistas vindos de Lisboa, Coimbra e até de Salamanca (Espanha), que se deliciaram com a hospitalidade da população, a animação musical e o sabor dos produtos locais.

Em Tó, a Feira de São Martinho contou com a participação de 18 expositores locais e regionais.

Na abertura do certame, o presidente do município de Mogadouro, António Pimentel, recordou que a feira de São Martinho, em Tó, era um importante centro de transação de gado bovino, ovinos e suínos.

“Antigamente, Tó era uma das localidades mais importantes na criação de gado bovino para produção de leite, onde existiam várias salas de ordenha mecânica. Posteriormente e com as mudanças ocorridas no setor pecuário, os criadores souberam adaptar-se e reconverteram-se em produtores de vacas para carne. Outro empreendimento bem sucedido na localidade é a criação de suínos de raça bísara e é aqui que está a maior exploração do distrito de Bragança”, informou.

De acordo com António Pimentel, atualmente, a Feira de São Martinho, tem outro conceito, onde sobressai a mostra e comercialização de produtos endógenos e a maquinaria agrícola.

“Na atual feira, destaco também as expressões culturais próprias da localidade, com o seu património, tradições como as chegas de touros, os usos e costumes das suas gentes, como a gastronomia, sendo célebre o guisado de Tó”, disse.

O autarca de Mogadouro indicou ainda que o município apoia as freguesias do concelho na organização de eventos, que põem em destaque o que de mais valioso existe em cada localidade.

Sobre a mostra dos produtos “Origem Mogadouro”, António Pimentel, referiu que o público-alvo destes produtos endógenos do concelho, são sobretudo os turistas e visitantes.

“O turismo é uma atividade que estamos a desenvolver no concelho de Mogadouro. E nas visitas ao nosso território, as pessoas apreciam muito os produtos locais, como são o azeite, o vinho, os queijos, os frutos secos, o pão e o fumeiro”, justificou.

De visita à feira de São Martinho, em Tó, a família Antunes, veio de Lisboa passar o fim-de-semana em Mogadouro. O casal aproveitou a estadia, para visitar o certame, para assistir às chegas de touros, comprar castanhas e fumeiro e felicitou a freguesia pela dinamização da aldeia com a realização deste evento.

Na localidade de Tó, no concelho de Mogadouro, as chegas de touros mirandeses também são uma antiga tradição.

Do distrito de Coimbra, um grupo de pessoas veio até Mogadouro para participar no Encontro Micológico. Simultaneamente, o grupo decidiu visitar a Feira de São Martinho, em Tó, onde compraram mel, alheiras, queijos e amêndoas.

Da vizinha Espanha, a família Rosende e Ortiz, também marcou presença na Feira de São Martinho, em Tó, onde se deliciaram com a animação musical, o passeio “L Pipo an Ruodas” e produtos como o queijo, o vinho e o artesanato.

“Nesta nossa visita a Mogadouro, o posto de turismo informou-nos sobre esta feira local e estamos deliciados com o acolhimento das pessoas, a animação musical, o magusto, o passeio no pipo em rodas e a degustação de produtos como o queijo e o vinho”, disseram.

No fim-de-semana de 9 e 10 de novembro, a organização estima que cerca de três mil pessoas tenham visitado a Feira de São Martinho, em Tó.

Os Galandum Galundaina animaram o primeiro dia da Feira de São Martinho, em Tó.

HA

Ambiente: Bragança destaca-se no BUPi

Ambiente: Bragança destaca-se no BUPi

O município de Bragança destaca-se na área e propriedades identificadas no Balcão do Prédio Único (BUPi) e nas percentagens de área georreferenciada lidera Manteigas, distrito da Guarda, segundo a plataforma cadastral.

De acordo com dados do BUPi, atualizados em 5 de novembro, nos 155 municípios sem cadastro (de 173 em adesão) estão identificadas 2.411.922 propriedades no continente (28%), das 8.638.607 para identificar, e na Madeira 8.074 propriedades (3%) das 302.417 por identificar em cinco concelhos.

No continente, em termos absolutos, em propriedades identificadas destacam-se os municípios de Bragança com 61.940, Pombal (distrito de Leiria) com 59.544, Proença-a-Nova (Castelo Branco) com 53.861, Viseu com 53.400 e Miranda do Douro (Bragança) com 44.428.

Em termos absolutos de área georreferenciada Bragança também lidera, seguido de Sabugal (distrito da Guarda), Mirandela (Bragança), Fundão (Castelo Branco) e Vimioso (Bragança).

Já quanto aos concelhos com maior percentagem de área georreferenciada face ao total da dimensão do município, destacam-se Manteigas (distrito da Guarda) com 64%, Alfandega da Fé (Bragança) com 62%, Castanheira de Pera (Leiria) com 61%, Mira (Coimbra) com 57% e Amares (Braga) com 53%.

A percentagem de propriedades identificadas ordena nos cinco primeiros lugares Amares (60%), Penalva do Castelo (52%), no distrito de Viseu, Vimioso (52%), Penedono e Vouzela (51%), ambos no distrito de Viseu.

Na região da Madeira, em números absolutos das propriedades identificadas, lidera o município da Calheta (3.297), seguido de Ribeira Brava (1.636), Ponta do Sol (1.288), São Vicente (1.187) e Porto Moniz (666).

Quanto à percentagem de propriedades identificadas, a ordem altera-se: São Vicente (4%), Ponta do Sol, Ribeira Brava (3%), Calheta e Porto Moniz (2%).

Em janeiro, a coordenadora do BUPi, Carla Mendonça, explicou à Lusa que não se pode “olhar só para a questão em termos absolutos”, pois existe “também a dimensão relativa, ou seja, o esforço que cada município tem de fazer em relação àquilo que já foi feito”.

“Há municípios que têm muito mais propriedade para identificar do que outros”, apontou Carla Mendonça, ressalvando que 92% da propriedade rústica pertence a privados.

A responsável do BUPi indicou que para 2024 existe o objetivo de conseguir atingir os 50% de área georreferenciada e de arrancar com o Número de Identificação do Prédio.

A proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), apresentada ao parlamento pelo Governo, prevê uma dotação de 45 milhões de euros para investimento no cadastro da propriedade rústica e sistema de monitorização da ocupação do solo”, enquadrado na componente Florestas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

A componente comunitária (PRR) em 2025 será de 20,8 milhões de euros e, como a Estrutura de Missão para a Expansão do Sistema de Informação Cadastral Simplificado (eBUPi), criada para expandir o sistema de informação cadastral simplificado (SICS) e o BUPi, não tem autonomia administrativa e financeira, a operacionalização do projeto será concretizada através da Secretaria-Geral do Ministério da Justiça.

O investimento na área das Florestas, na tutela do Ministério da Agricultura e Pescas, destina-se à Direção-Geral do Território (DGT), no Ministério da Coesão do Território, e Secretaria-Geral do Ministério da Justiça, articulando-se com as diferentes áreas governativas “através de uma coordenação operacional, suportada por um sistema de reportes mensais e trimestrais”, explicou fonte governamental da Justiça.

A fase de expansão do SICS e do BUPi permite aos cidadãos com propriedades rústicas ou mistas nos 173 municípios sem cadastro (153 no continente, cinco na Madeira e 15 nos Açores) identificarem os seus terrenos na plataforma ou nos municípios aderentes, com apoio técnico, num processo gratuito até ao final de 2025.

Fonte: Lusa

Agricultura: Falta de mão-de-obra na apanha da castanha obriga à utilização de meios mecânicos

Agricultura: Falta de mão-de-obra na apanha da castanha obriga à utilização de meios mecânicos

Na região de Penedono, no distrito de Viseu, a apanha da castanha tem vindo a ser cada vez mais mecanizada, devido à falta de mão-de-obra para realizar este trabalho, considerado um dos mais duros na agricultura.

“Isto não é um trabalho fácil, é muito duro mesmo. Há dias em que até os olhos parecem inchados de andarmos o dia todo com o foco do olhar no chão e o foco nos ouriços, para detetar a castanha que é boa e não é”, relataram Liliana e Luís Frias.

Este casal há 10 anos que faz a apanha da castanha de Fernando Pereira, um produtor que completou 90 anos em agosto e que não abdica da apanha manual do seu fruto, que “é uma relíquia, não há melhor que esta Martaínha” na região dos Soutos da Lapa.

“Mas isto é muito duro, para as costas e para as pernas. De vez em quando é cada picadela nos joelhos! É dos mais duros na agricultura. Antes, ainda se podia comparar à apanha da azeitona, mas agora é muito mais fácil. Já a castanha, não”, acrescentaram.

Na freguesia de Penela da Beira, concelho de Penedono, distrito de Viseu, a castanha “é um dos motores mais fortes” da economia local, mas “há muito que deixou de haver mão-de-obra para a apanha, porque é muito difícil”.

“Tive durante muitos anos um grupo certo de mulheres que vinha sempre apanhar, mas todos envelhecemos, elas deixaram de poder e já não conseguimos arranjar quem queira fazer este trabalho”, disse à agência Lusa Fernando Pereira.

Na experiência dos seus 90 anos, disse que “não há fruto como este e apanhado à mão” e, este ano, conseguiu que se juntasse ao casal “o irmão dele para ajudar, para ser mais rápido”, embora tenha ido “obrigado pela patroa”.

“Peço a uma amiga que me dispense os trabalhadores. Mas eu pago-lhes e trato-os bem. Pago ao dia, dou uma gorjeta de 50 euros no final da campanha e ainda levam castanhas, maçãs e azeite, porque eu sei que é um trabalho duro”, contou.

Questionado sobre a possibilidade de fazer a apanha com máquina, Fernando Pereira recusou-se: “Nem pensar, é à mão, porque não há comparação”.

“Enquanto eu viver, é assim. E depois quem cá ficar que faça o que quiser”, reagiu.

Já Mário Pereira, com 88 anos, um outro produtor e “um dos maiores na freguesia” de Penela da Beira, pensou de forma diferente e há dois anos adquiriu uma máquina, porque para isso “bastam duas pessoas e é muito mais rápido”.

“Eu tinha muitos hectares, mas já fiz as partilhas. Ando aqui neste lugar, com 15, mais ou menos 700 castanheiros. Fui eu que os plantei a todos e comigo, ao longo de 30 anos, andou um grupo de mulheres a apanhar, mas também deixaram de poder. Então comprei uma máquina e eu mais um rapaz cá fazemos a apanha”, disse.

A exceção vai para as “zonas muito inclinadas do souto, onde é mais difícil ir”, o que o levou a procurar trabalhadores, “mas não foi fácil, mas apareceram esses cinco rapazes imigrantes, do Nepal, que aceitaram fazer o trabalho”.

No entanto, Mário Pereira não esconde a importância da “rapidez da apanha com a máquina e por menos dinheiro”, já que, depois do investimento inicial, “já só é preciso combustível”.

“Tenho é depois o trabalho extra de limpar toda a castanha, porque a máquina apanha tudo. Apanha a boa, a faneca, a bichada, o refugo e também os pauzitos. Depois, em casa, tenho de a limpar e colocar na água, para separar a que é boa. A que vier ao de cima, não presta. É um trabalho adicional que não tinha e agora tenho”, disse.

Na Cooperativa Agrícola de Penela da Beira sabem distinguir a que é apanhada à mão e com a máquina, “e há clientes que também sabem e não se importam de pagar mais por isso”, admitiu à agência Lusa o presidente, Aires António Macieira.

“Na apanha manual há outro cuidado. As máquinas apanham tudo, há muito mais bichadas, nota-se a diferença. Nós, na cooperativa, é que temos de ter mais cuidado na seleção, porque o cliente vai reclamar e é a credibilidade que está em causa”, apontou.

Aires António Maceira afirmou que a apanha por máquina “é a realidade e o futuro, e por isso a cooperativa é que tem de se adaptar à nova realidade”.

“Se me perguntar o que seria o ideal. Sem dúvida nenhuma que seria apanhar à mão, mas é um ideal que não é possível. Não há mão-de-obra e, por isso, temos de ser nós, cooperativa, a adaptarmo-nos a uma nova realidade”, rematou.

Fonte: Lusa

Agricultura: Castanha de boa qualidade mas em menos quantidade

Agricultura: Castanha de boa qualidade mas em menos quantidade

Este ano, a campanha da castanha caracteriza-se pela boa qualidade, mas com quebras na produção que podem chegar aos 50%, inidicou o presidente da Associação Agro-Florestal da Terra Fria Transmontana (Arborea).

“A produção, em alguns locais, pode ter quebras até 50%. (…) A nível sanitário, a castanha tem qualidade, talvez dos melhores dos últimos quatro anos. A nível de produção, também será a mais baixa dos últimos três, quatro anos”, avançou Abel Pereira, presidente da Arborea.

Nesta campanha, o preço pago ao produtor também é superior ao do ano anterior, devido à pouca quantidade.

“Os preços este ano são mais aceitáveis (…). Já ronda entre os dois e os 2,5 euros por quilo. No ano passado, no mesmo período da campanha, andava entre os 1,3 e 1,5 euros”, adiantou ainda Abel Pereira.

Sem o problema que se colocou em campanhas anteriores, com o ataque do fungo da podridão, este ano a explicação para o pouco fruto pode estar na altura da floração e do vingamento.

“Os castanheiros não tomaram ouriços, e por isso não tomaram castanhas. Houve um mau vingamento. São problemas fisiológicos da planta, que podem estar relacionados com as temperaturas mais baixas que se registaram no mês de julho, assim como alguma humidade”, explicou Abel Pereira.

Espera-se assim uma “campanha média”, catalogou Abel Pereira.

Em Vinhais e Bragança, onde a apanha já vai a mais de meio, há cerca de cinco mil produtores (dois mil em Vinhais e três mil em Bragança). Dos dois concelhos do distrito de Bragança sai cerca de metade da produção nacional, segundo dados da Arborea.

Em termos económicos, a campanha representa para os agricultores cerca de 25 milhões de euros.

Fonte: Lusa

Generosidade

XXXII Domingo do Tempo Comum

Generosidade

1 Reis 17,10-16; Salmo 145 (146); Hebreus 9,24-28; Marcos 12,38-44

A liturgia do 32.º Domingo do Tempo Comum fala-nos do verdadeiro culto, do culto que agrada a Deus. Mais do que rituais litúrgicos solenes e majestosos, Deus espera de nós uma atitude permanente de entrega nas suas mãos, de disponibilidade para os seus projetos, de escuta atenta das suas indicações, de generosidade, de partilha, de solidariedade para com os nossos irmãos.

primeira leitura apresenta-nos o exemplo de uma viúva pobre de Sarepta que, apesar da sua pobreza e necessidade, ouviu o apelo de Deus e repartiu os poucos alimentos que lhe restavam com o profeta Elias. A história dessa mulher garante-nos que a generosidade, a partilha e a solidariedade não empobrecem, mas são geradoras de vida abundante.

Evangelho convida-nos a ver, pelos olhos de Jesus, duas formas diferentes de “dar culto” a Deus.

De um lado estão os “escribas”, homens-modelo de uma religião solene e formal, mas também vazia, hipócrita, teatral, fomentadora da exploração dos mais pobres, usada para fins egoístas de promoção pessoal.

Do outro lado está uma viúva pobre e humilde, mas que tem um coração generoso, que confia plenamente em Deus, que aceita viver num despojamento total de si própria para “dar tudo” a Deus. Jesus propõe-na aos discípulos que estão com Ele no átrio do templo como modelo do culto que devem prestar a Deus.

segunda leitura oferece-nos o exemplo de Cristo, o sumo-sacerdote perfeito. Cumprindo o projeto do Pai, Ele deu aquilo que tinha de mais precioso: a sua própria vida. Mostrou-nos, com o seu sacrifício, qual é o dom perfeito que Deus quer e espera de cada um dos seus filhos: a entrega de nós próprios para que o seu projeto para o mundo e para o homem se concretize.

Fonte: Dehonianos

Micologia: As trufas negras do planalto mirandês

Micologia: As trufas negras do planalto mirandês

O presidente da associação micológica “A Pantorra”, Manuel Moredo, indicou que o planalto mirandês tem apetência natural para o aparecimento da trufa negra ou trufa de inverno (‘Tuber melanosporum’), considerado um dos fungo de maior valor gastronómico.

“Na região do planalto mirandês, entre os concelhos de Vimioso e Miranda do Douro, há uma zona calcária, com apetência para o desenvolvimento das trufas de inverno, (…) dadas as características do subsolo, como é caso da zona mineira de Santo Adrião”, disse Manuel Moredo.

De acordo com o micólogo, já houve experiências de prospeção de trufas no distrito de Bragança, com recurso a um especialista espanhol, que trouxe cães treinados para farejar a zonas com potencial para a trufa negra.

“Este fungo está enterrado no subsolo a profundidades variadas até cerca de 20 centímetros e o cão detetou e foram encontradas algumas trufas em pequenas áreas. No caso dos concelho de Vimioso e Miranda do Douro, a área é muita vasta e este fungo poderá aparecer dadas as características do subsolo”, indicou.

Segundo Manuel Moredo, o período ideal para se encontrarem trufas negras é entre novembro e março, onde estes fungos poderão alcançar vários milhares de euros.

“Neste período que as trufas negras, também conhecidas como trufas de inverno, estão em condições de serem apanhadas”, disse.

Esta revelação acontece na em vésperas do 24.º Encontro Micológico de Mogadouro, que acontece entre sábado e domingo, que prevê juntar cerca de 70 participantes vindos um pouco de todo o país.

Durante a iniciativa haverá uma saída de campo com a identificação de cogumelos silvestres, já que se trata de uma comida de risco.

“Todos os anos alertamos em vários encontros espalhados pelo país e pela vizinha Espanha, para o risco de colher cogumelos silvestres, sem os conhecer. Há uma maior sensibilização por parte dos apreciadores. Mas todos os cuidados são poucos”, indicou. Manuel Moredo.

Apesar do valor económico e todo o potencial gastronómico ou medicinal dos cogumelos silvestres, em Portugal ainda não há legislação que regulamente o setor e esse “vazio legal” não permite a “certificação” das mais variadas espécies para que se tornem numa mais-valia económica.

“Há mais de 25 anos que a associação A Pantorra, com sede em Mogadouro, luta por um código de conduta para a apanha dos cogumelos silvestres. Tem de haver legislação que acabe com a anarquia que tem havido, e há, em matéria da apanha destes fungos únicos”, reiterou Manuel Moredo.

A Pantorra já identificou mais de um milhar de espécies de cogumelos silvestres no Nordeste Transmontano nos últimos 24 anos.

“É impossível identificar todas as espécies de cogumelos. A última que nós edificámos foi há três anos, na zona de Fornos de Algodres, no distrito da Guarda. Mas há milhões de espécies espalhadas por todo o mundo”, vincou este especialista em micologia silvestre.

No outono, lameiros, florestas, soutos e pinhais são batidos, palmo a palmo, pelos recoletores de cogumelos silvestres, alguns dos quais o fazem por gosto e outros porque encontraram nesta atividade uma forma de sustento.

Sanchas ou setas, boletos, repolgas, línguas de vaca, frades ou míscaros são, entre outras espécies nesta altura do ano, dos fungos mais procurados pelos apreciadores e recoletores na região do Interior Norte.

Os preços das mais variadas espécies de cogumelos silvestres em fresco podem variar entre os 12 euros por quilo no caso dos boletos e os quatro euros no caso das setas dos pinhos.

Manuel Moredo, acrescentou ainda que se está a atravessar uma boa altura para a apanha de cogumelos, porque há calor e humidade nesta época do ano, condições consideradas boas para a apanha dos fungos comestíveis.

Fonte: Lusa

Especiosa: Regressam os concertos de Outono

Especiosa: Regressam os concertos de Outono

Com o propósito de descentralizar a atividade cultural no concelho, o município de Miranda do Douro vai iniciar na tarde de Domingo, dia 10 de novembro, um novo ciclo de Concertos de Outono, sendo que o primeiro se realiza na igreja paroquial da Especiosa, com o espetáculo “De l Praino à Estrela”.

O concerto está agendado para as 16h00 de Domingo e tem como intérpretes Julieta Silva e Suzana Ruano, que vão apresentar o projeto musical “De l Praino à Estrela”.

De acordo com o comunicado, o repertório do espetáculo vai levar o público até às raízes de cada uma das intérpretes, sendo que Susana Ruano é natural do planalto mirandês e Julieta Silva é oriunda da Serra da Estrela, daí o sugestivo nome “De l Praino à Estrela”.

O município indica que outro dos propósitos dos “Concertos de Outono” é apoiar os músicos do concelho de Miranda do Douro, que com a sua dedicação e trabalho contribuem para a preservação da música, em especial, da música tradicional mirandesa.

Dado que os concertos se realizam nas várias igrejas paroquiais do concelho de Miranda do Douro, esta iniciativa cultural conta com a colaboração da Diocese de Bragança-Miranda.

HA

Paradela: Missa, almoço e magusto na festa de San Martinico

Paradela: Missa, almoço e magusto na festa de San Martinico

No Domingo, dia 10 de novembro, as populações de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova vão celebrar, em conjunto, a festa em honra de São Martinho, com um programa que começa com a celebração da eucaristia e a procissão na ermida de “San Martinico”, seguida de um almoço convívio e do magusto.

Em Paradela, a conhecida festa em honra de “São Martinico” celebra-se junto à pequena e original capela dedicada a São Martinho de Tours, que foi edificada em 1918, entre as aldeias de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova.

Na festa deste ano, a celebração religiosa da eucaristia, em honra de São Martinho, está agendada para as 12h00, de Domingo. No final da missa, realiza-se a procissão com a imagem de São Martinho (uma pequena escultura feita com madeira de castanheiro), ao redor da ermida.

“A designação “San Martinico” é um palavra mirandesa, que expressa o carinho e a afeição que o povo das três localidades de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova têm para com este santo, do século IV”, explicou o presidente de União de Freguesias de Ifanes e Paradela, Nélio Seixas.

Segundo o jovem autarca, antigamente, esta festa religiosa era mesmo uma romaria que atraía a vinda de muitas pessoas à ermida de Sâo Martinico, única em todo o planalto mirandês.

“Diz-se que ao longo do ano, os pastores e os contrabandistas que passavam pela capela depositavam aí as suas esmolas, em sinal de gratidão pela intercessão do santo na guarda das ovelhas e na entrega das mercadorias do contrabando. E essas esmolas financiavam a festa de São Martinho, no dia 11 de novembro”, contou.

Na festa deste ano, após a celebração da eucaristia, está programado o tradicional almoço convívio, com sardinhas e entremeada e que tem um custo de 7 castanhas.

“No decorrer da tarde e porque é dia de São Martinho para além da música e das danças vai fazer-se o magusto de castanhas assadas”, indicou o autarca.

A festa em honra de “São Martinico” é organizada pela União de Freguesias de Ifanes e Paradela e que conta com as colaborações da Associação Cultural e Fronteiriça de Paradela e do Município de Miranda do Douro.

Lenda de São Martinho

Segundo reza a lenda, num dia frio e tempestuoso de outono, um soldado romano, de nome Martinho, percorria o seu caminho montado a cavalo, quando deparou com um mendigo cheio de fome e frio.

O soldado, conhecido pela sua generosidade, tirou a capa que envergava e com a espada cortou-a ao meio, cobrindo o mendigo com uma das partes. Mais adiante, encontrou outro pobre homem cheio de frio e ofereceu-lhe a outra metade.

Sem capa, Martinho continuou a sua viagem ao frio e ao vento quando, de repente e como por milagre, o céu se abriu, afastando a tempestade. Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se durante três dias.

Desde essa altura, todos os anos, por volta do dia 11 de novembro, surgem dias de calor, a que se passou a chamar “verão de S. Martinho”.

Em Portugal, na Festa de São Martinho é tradição fazer-se um grande magusto, beber-se água-pé e jeropiga. Esta é também uma altura em que se prova o vinho novo. Como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.

HA