Cidadania: SEDES Trás-os-Montes instala-se em Miranda do Douro
Helena Barril, presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, acolheu no sábado, dia 19 de fevereiro, os representantes da associação SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, numa cerimónia em que foi empossado o Conselho coordenador de Trás-os-Montes, que vai ficar sediado em Miranda do Douro.
A cerimónia realizou-se no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro, onde a presidente do município, Helena Barril, deu as boas vindas aos presentes e expressou a sua satisfação pela escolha de Miranda do Douro para sede do conselho coordenador da região transmontana.
“A instalação da SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, em Miranda do Douro é uma semente que vai dar muitos frutos. A SEDES vai ajudar-nos a pensar e a agir em prol do desenvolvimento de Trás-os-Montes”, disse a autarca.
A par da SEDES, Helena Barril informou que também o Centro de Estudos do Centralismo vai ser instalado em Miranda do Douro.
A SEDES – Associação para o Desenvolvimento Económico e Social é uma das mais antigas associações cívicas portuguesas. Recorde-se que esta associação foi constituída em 1970 e os seus fundadores eram oriundos de diferentes formações académicas, estratos sociais, atividades profissionais e opções políticas.
Com o 25 de abril de 1974, muitos dos seus associados deram o seu contributo à vida social e política, em diferentes partidos políticos.
Atualmente, as tomadas de posição e análises políticas de SEDES constituem referências para a comunicação social e traduzem o pluralismo de intervenções e o respeito pela diversidade política dos seus membros.
No seu discurso em Miranda do Douro, o presidente da SEDES, o médico Álvaro Beleza, começou por enaltecer o passado histórico da cidade intimamente ligado “à essência da nacionalidade portuguesa”.
Sobre que contributo que a SEDES poderá dar para o desenvolvimento da região de Trás-os-Montes e mais concretamente para o concelho de Miranda do Douro, Álvaro Beleza, lembrou que geograficamente Trás-os-Montes não é uma região periférica, é sim central na península ibérica e na Europa.
Para se desenvolver, Miranda do Douro tem que continuar a valorizar os seus extraordinários recursos, como são a história, a cultura, a natureza e o ambiente e ao mesmo tempo trabalhar para atrair novas indústrias.
“Se conseguirem atrair novas indústrias, vão atrair e fixar os jovens”, disse.
Por sua vez, o professor universitário, Óscar Afonso, que assumiu a presidência da SEDES Trás-os-Montes, explicou que o desenvolvimento das regiões assenta em três vetores fundamentais: a comunidade, o território e os seus recursos e as regras adequadas que ligam a comunidade e o espaço.
“Trás-os-Montes tem recursos extraordinários, como são a cultura e a história, raças autóctones, água, terra, condições favoráveis para a produção de energia hidroelétrica, a paisagem e um enquadramento ambiental único. Apesar disso é um território empobrecido, objeto de um despovoamento galopante e de um colapso da sua economia agrícola tradicional”, descreveu.
Perante esta realidade, a SEDES – Trás-os-Montes pretende agir para inverter este declínio e aumentar a população ativa residente nesta região.
“Há que aumentar o PIB per capita, incrementando a percentagem do setor provado no território e tornar o setor cultural num factor de orgulho e desenvolvimento económico”, indicou.
Segundo, Óscar Afonso é o próprio Estado que bloqueia o desenvolvimento de Trás-os-Montes.
“O Estado deve reduzir a injustiça financeira resultante das receitas fiscais geradas pelas barragens e por outros recursos extraídos do território, de modo a tornar a região mais atrativa para os investidores”, exemplificou.
Como presidente da SEDES Trás-os-Montes, Óscar Afonso, afirmou que a primeira obrigação é fazer com a região transmontana esteja mais presente nos debates nacionais sobre o desenvolvimento do país.
HA