Agricultura: Seca em Trás-os-Montes

Em Mogadouro, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) exigiu que o Governo inclua a região transmontana e duriense na situação de seca, justificando que neste território verifica-se um teor de água nos solos extremamente baixo.

“O Governo, ao não considerar o território transmontano e o duriense em situação de seca, deixou os nossos associados desagradados e desmotivados. Embora este território ainda não esteja numa situação de seca extrema, são já visíveis os sinais da falta de água nos solos, o que interrompeu o ciclo da colheita de forragens para a alimentação animal, disse o dirigente da CNA, Vítor Rodrigues.

Para o responsável é já notório um conjunto de consequências que “são visíveis e irreversíveis” nas culturas agrícolas, devido à falta de água nos solos que deixaram de ter capacidade de produzir alimento para animais, numa altura em que os estábulos deveriam estar cheios de forragens tais como aveia, palha e feno.

“É bem visível nesta região do país a falta de pasto para os animais nos lameiros do planalto mirandês. Por outro lado, as forragens tiveram de ser cortadas um mês antes do tempo previsto, devido à falta de humidades nos solos e não cresceram o suficiente, o que provocou uma acentuada quebra na produção”, vincou o dirigente da CNA.

Vítor Rodrigues acrescentou, ainda, que Portugal atravessa o segundo ano consecutivo de seca e que não há reservas de alimento para o gado, o que dificulta em muito a ação dos agricultores na manutenção das suas explorações.

“Trás-Os-Montes e Alto Douro, pelos motivos apresentados, deveriam ser considerados pelo Governo como um território de seca porque os apoios concedidos nestas situações permitiriam mitigar a situação de seca e de falta de alimento para os animais e ajudariam os agricultores a contornar a situação vivida nesta região do país”, rematou Vítor Rodrigues.

Segundo o dirigente da CNA, “para já há fracas perspetivas de os agricultores nacionais obterem alimento para os animais, nomeadamente em Espanha e França, países também muito afetados pela seca, e por este motivo será previsível que produtores pecuários vão desistir da atividade e vender os seus animais”.

“Esta situação de abandono da produção animal vai acentuar ainda mais o despovoamento dos territórios do interior, que têm grande potencial produtivo”, considerou.

O dirigente da CNA visitou algumas explorações agrícolas no concelho de Mogadouro onde ouviu as preocupações dos agricultores devido à falta de água nos solos e de alimento para o gado e à consequente perda de rendimento.

Fernando Pimentel, produtor de leite com 160 cabeças de gado bovino, mostrou-se desesperado porque só tem alimento para os seus animais para mais 60 dias.

“Daqui a dois meses não sei o que vou fazer com os meus animais. Ou lhe abro a porta do estábulo ou terei de os vender porque não tenho o que lhe dar de comer. Estamos em pânico porque não sabemos o que fazer”, vincou o produtor de bovinos, com uma exploração em Valcerto, no concelho de Mogadouro.

Já Carlos Lopes, técnico da Associação Arribas do Douro, disse que nesta altura do ano e em situação normal, num hectare, os produtores de gado colhiam 20 fardos de ferragens gigantes. Atualmente a produção chega a dois três fardos com as mesmas dimensões na mesma parcela de terreno.

“Há uma diferença muito grande na produção de alimento devido à falta de água, que vai levar a aumento dos preços das forragens, que passou de oito para 16 cêntimos o quilo de palha, uma duplicação, o que é insuportável devido igualmente ao aumento dos fatores de produção”, relatou o técnico agrícola.

Fonte: Lusa

VI DOMINGO DA PÁSCOA

Deus é a nossa companhia

At 8, 5-8.14-17 / Slm 65 (66), 1-3a.4-7a.16.20 / 1 Pe 3, 15-18 / Jo 14, 15-21

Não vos deixarei órfãos (Evangelho).

Quantas vezes já nos assaltou o medo de ficarmos sozinhos? Seja na morte de alguém que amamos, seja no distanciamento que por vezes surge numa relação, este receio vai-se insinuando e ganhando espaço nos nossos corações.

Uma amiga contou-me que, quando adotou uma criança, teve de enfrentar um desafio, do qual estava a par como pedopsicóloga, mas para o qual não estava preparada: a criança, de 5 anos de idade, nunca chorava nem se queixava. Não porque fosse particularmente resistente, mas porque não tinha confiança de que alguém a escutasse.

Nos primeiros meses de vida nunca a acudiram quando chorava, fosse por sentir fome, frio ou simplesmente por estar sozinha. Deixou de acreditar no choro e no grito, porque não havia quem acudisse, quem acompanhasse, quem ajudasse, quem consolasse.

A maior parte de nós ainda acredita no choro e no lamento. Ainda crê que existe alguém que está à escuta e consola. Mas quantos de nós já passámos por momentos em que isto parecia fora do nosso alcance, momentos em que sentimos que não havia ninguém para nos dar colo? Pior: quantos de nós já sentimos que não merecíamos ser amados?

Jesus encarnou para nos mostrar que o Pai do Céu não abandona. Que Ele está connosco, faz caminho connosco, vem em nosso auxílio, e que nada nos pode separar do amor de Deus. Ainda que nos encontremos sós ou nos sintamos abandonados, a encarnação de Cristo mostra-nos que somos dignos de amor e que somos efetivamente amados. E que vale a pena chorar, lamentar-nos, queixar-nos, porque o Pai que está no Céu escuta o nosso lamento.

No Evangelho de hoje, Jesus tenta consolar os seus discípulos antes de partir para o Pai. Ele diz-lhes que pedirá ao Pai «outro Paráclito», um outro consolador, um outro defensor, um que poderá acudir a todos e que atuará em todo o lado. É este o grande dom daquele que Jesus nos envia, o grande dom do Espírito Santo: Ele é a graça de Deus que sempre nos abraça.

Deus procura-nos e deseja a nossa companhia. Entreguemos-lhe as nossas alegrias e choros, entusiasmos e desânimos. Esperemos que Ele venha e nos conforte. Foi esta a sua promessa e Deus é fiel.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Póvoa: IX Festa da Gaita de Foles Mirandesa assinala 40º aniversário da associação local

Na aldeia da Póvoa, em Miranda do Douro, vai realizar-se este fim-de-semana a IX Festa da Gaita de Foles Mirandesa, um evento que este ano vai assinalar o 40º aniversário do Grupo Cultural e Recreativo Renascer das Tradições e tem como destaque o concerto dos Galandum Galundaina.

Na Póvoa, a “Fiesta de la Gaita de Fuolhes Mirandesa “é, anualmente, o ponto de encontro de gaiteiros do planalto mirandês e também da vizinha Espanha, sendo por isso, a localidade onde mais se ouve a sonoridade caraterística da gaita de foles e as tradições que lhe estão associadas, como é a dança dos pauliteiros.

Este ano, a IX edição da “Fiesta” inicia-se no serão desta sexta-feira, dia 12 de maio, com o ensaio dos pauliteiros locais, às 21h00.

No dia seguinte, sábado, a festa prossegue com a ronda dos gaiteiros pela localidade da Póvoa. Às 20h00, vai ser servida a ceia gaiteira.

Após o jantar assinala-se o 40º aniversário da associação Renascer das Tradições, organizadora do evento, com uma cerimónia na qual vão ser homenageados alguns dos associados.

O sábado de festa culmina com o concerto dos Galandum Galundaina.

No Domnigo, dia 14 de maio, os gaiteiros da Póvoa vão participar na Missa Dominical e acompanhar musicalmente a Procissão, às 15h00.

Na tarde de Domingo, o encerramento da festa vai contar com a atuação do grupo de dançadores locais, os pauliteiros da Póvoa.

A IX edição da Festa da Gaita de Foles Mirandesa é organizada pela associação Renascer das Tradições e conta com os apoios da freguesia da Póvoa, do município de Miranda do Douro, da ALCM, do AG3 e do Bar da ENA.

HA

Ambiente: Proteger as aves migratórias é proteger milhões de pessoas

O diretor da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Domingos Leitão, alertou para a importância de proteger as aves migratórias e os seus habitats, um comportamento que tem consequências no modo de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.

A propósito do Dia Mundial das Aves Migratórias, que se assinala no sábado, dia 13 de maio, Domingos Leitão destaca as principais dificuldades que enfrentam as aves migratórias, como são as alterações climáticas ou a destruição de habitats.

O responsável pelo SPEA avisou que são necessárias ações para proteger os ecossistemas, lamentando que os políticos estejam mais preocupados com os negócios e menos com as consequências dos negócios.

“Os políticos envolvem-se nas coisas, mas preocupam-se pouco com a sustentabilidade a longo prazo. Preocupam-se muito com o que vai acontecer a quatro anos mas a natureza funciona a muito mais longo prazo”, afirma, dando como exemplo os projetos de construção de parques eólicos no mar (offshore).

A SPEA, com outras organizações, já fizeram chegar informação ao Governo sobre a matéria, diz.

É que, avisa, pode haver perda de biodiversidade no mar com as eólicas, que podem ser prejudiciais para as aves marinhas. E os seres humanos dependem das pescas e estas também são reguladas pelas aves marinhas, acrescenta. Na natureza, salienta, tudo está interligado.

O Dia Mundial das Aves Migratórias, que se assinala também a 14 de outubro para refletir a natureza cíclica das migrações (os dias são sempre nos segundos sábados de maio e outubro), tem este ano como tema “Água: vital para as aves”, alertando que a grande maioria das aves migratórias depende de ecossistemas aquáticos e que as zonas húmidas são vitais para as aves que migram se alimentarem e descansarem, de viagens que por vezes vão do Ártico à África do Sul.

Autoridades nesta área têm alertado e alertam de novo este ano para as cada vez maiores ameaças para os ecossistemas aquáticos, com a crescente procura humana por água, a poluição e as alterações climáticas. A efeméride serve precisamente para sensibilizar para a necessidade de proteger as aves migratórias e os seus habitats.

Domingos Leitão diz que é errado pensar-se que as aves migratórias não são importantes para a humanidade e fala de como são fundamentais para os ecossistemas, sendo também um indicador da sua qualidade.

Existem no mundo cerca de 11 mil espécies de aves e os avanços do conhecimento na ecologia devem muito ao estudo das aves, diz, explicando que no grupo das aves são as migratórias as mais sensíveis e em maior risco de extinção.

Além de mudanças no clima, o responsável alerta que também a poluição luminosa é prejudicial para as aves, um tema sobre o qual têm trabalhado as organizações ligadas ao ambiente. É preciso, diz, encontrar um equilíbrio entre as ruas não ficarem escuras e a luzes não matarem as aves.

Domingos Leitão cita um projeto envolvendo dois municípios na Madeira, de diminuição da intensidade da luz exterior ao longo da noite, que além de melhorar a proteção da natureza permite uma poupança energética e de dinheiro.

Em Portugal como em qualquer parte do mundo “muitas luzes são armadilhas mortais para milhões de passarinhos”, e as luzes de marginais afetam as aves marinhas. Lembra o diretor que pela costa e pelo mar português passam de “todas as aves marinhas da Europa”.

Marinhas ou não, a migração das aves é “um fenómeno extraordinário”, diz o responsável, lembrando que já era referenciado na própria Bíblia.

“A humanidade sempre esperou pela migração das aves”, era um recurso alimentar desde sempre e no norte da Europa era uma época de abundância, diz, lembrando que em Portugal cerca de metade das espécies cinegéticas são migratórias, (como o pombo, a rola, a narceja, os tordos ou os patos) e no passado importantes também para o sustento das famílias.

E não só para o sustento. Domingos Leitão lembra que populações do norte da Europa usavam a penugem dos ninhos de uma espécie de pato para encher coberturas de cama e almofadas.

A já aportuguesada palavra edredão tem origem nesses patos. Do dinamarquês “ederduun”, formado por “êider”, uma espécie de pato, e por “duun”, que quer dizer penugem.

Fonte: Lusa

Política: Execução do PRR continua muito aquém do previsto

Em 2022, a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) aproximou-se dos 800 milhões de euros, continuando “muito aquém do previsto”, segundo um relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP).

“No segundo ano de implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a execução de 2022 aproximou-se dos 800 milhões de euros (0,3% do PIB), menos de um quarto do previsto no OE2022 [Orçamento do Estado para 2022]”, pode ler-se no relatório sobre a “Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2022” do CFP.

Segundo o organismo, o investimento público financiado pelo PRR ascendeu a 290 milhões de euros dos 1.216 milhões de euros previstos no OE2022 (grau de execução de 24%)”.

“Esta execução mostrou-se insuficiente para impulsionar o investimento público para fazer face à depreciação do ‘stock’ de capital das Administrações Públicas, em erosão há mais de uma década”, realça a instituição presidida por Nazaré Costa Cabral.

A execução em 2022 da despesa ao abrigo deste plano “continuou a ficar muito aquém do previsto” pelo Ministério das Finanças nos documentos de programação orçamental, salienta o CFP.

Segundo o relatório, os dados apontam para que “mais de metade da aplicação das verbas do PRR, tenha incidido na despesa de capital (453 milhões de euros), em particular na formação bruta de capital fixo (FBCF)”.

Os restantes 163 milhões de euros em “outra despesa de capital” refletem “apoios a projetos de investimento dirigido a outros setores da economia que não a Administração Pública”, pode ler-se no documento.

De acordo com o CFP, em 2022, as subvenções da União Europeia aplicadas em despesa corrente totalizaram 339 milhões de euros “tendo-se destinado a maior fatia a “outra despesa corrente” para apoio igualmente a projetos realizados por entidades fora das Administrações Públicas”.

“Comparativamente com o previsto no OE2022, em que se antecipava que a despesa a realizar no âmbito do PRR totalizasse 3.293 milhões de euros (1,4% do PIB), o grau de execução situou-se abaixo dos 25%, refletindo um desvio de 2.501 milhões de euros”, avança o CFP, indicando que a despesa de capital concentrou os maiores desvios.

Fonte: Lusa

Banca: CGD já reestruturou 8.000 créditos à habitação

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse que já foram reestruturados 8.000 créditos à habitação e que o banco está a estudar medidas para que as famílias em dificuldades consigam pagar os seus empréstimos.

Na apresentação de contas do primeiro trimestre (lucros de 285 milhões de euros), Paulo Macedo disse que o banco público já reestruturou 8.000 créditos à habitação (menos de 3% da carteira de crédito) e apenas 900 ao abrigo do decreto-lei criado pelo Governo que força os bancos a reestruturar a dívida de clientes em dificuldades.

Segundo Macedo, é muito provável que “mais famílias vão precisar de mais ajuda” este ano, pois as taxas de juro ainda deverão continuar a subir pelo menos até ao verão e há muitos créditos com Euribor a 12 meses cuja prestação ainda não foi revista.

O presidente executivo da CGD disse ainda que o banco está a estudar várias hipóteses para que mais famílias não fiquem aflitas, referindo que mexer em taxas ou ’spreads’ obriga a ‘marcar’ clientes pelo que não o vão fazer.

Uma das medidas em estudo, disse, é para clientes com dificuldades (mas ainda não em incumprimento) e que beneficiem da medida do Governo de juros bonificado (em que o Estado paga partes dos juros), dizendo que está a ser a possibilidade de um apoio complementar ao juro bonificado.

Já para os clientes em incumprimento, a medida pode passar por manter a prestação que o cliente pagava no primeiro semestre de 2022 (antes da subida significativa das taxas de juro) e manter uma prestação semelhante durante os próximos 18 meses e a diferença (que o cliente não pagar já) ser somada à prestação que o cliente iria pagar nos anos finais do crédito.

Questionado pelos jornalistas sobre estas medidas, Paulo Macedo disse por várias vezes que isto são ainda estudos embrionários pelo que não quis dar mais detalhes.

“Estamos a estudar várias hipóteses, alguma coisa iremos fazer”, disse Macedo.

Paulo Macedo afirmou que a maior parte dos clientes que estão com problemas em pagar crédito à habitação estão sobretudo naqueles das pessoas que pediram empréstimos há menos anos e que não tiveram tempo de amortizar parte importante do capital (que são sobretudo clientes mais jovens) e clientes da classe média, pois a classe baixa não tem crédito à habitação e a classe alta consegue suportar o aumento das prestações dos empréstimos.

Na CGD, em média a dívida do crédito à habitação ‘em stock’ é de 69 mil euros.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Ana Abrunhosa inaugurou parque de estacionamento e o ecomuseu

A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa e a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira estiveram em Miranda do Douro, no dia 10 de maio, para participar numa reunião de trabalho com o executivo municipal, liderado por Helena Barril, tendo aproveitado a visita para inaugurar o parque de estacionamento junto ao castelo e o ecomuseu Terra Mater, em Picote.

Na cerimónia que decorreu no salão nobre do município, a ministra, Ana Abrunhosa, foi presenteada com uma capa d’honras mirandesa.

Após a reunião de trabalho, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, dirigiu-se publicamente às duas governantes e às várias autoridades presentes no salão nobre da Câmara Municipal, para solicitar apoios na construção do novo lar da Santa Casa da Misericórdia e do matadouro intermunicipal.

Por sua vez, a ministra, Ana Abrunhosa, que nesta visita a Miranda do Douro chegou mesmo a visitar as instalações do Lar da Misericórdia, mostrou-se sensibilizada para com esta primeira solicitação do executivo municipal.

Em relação ao matadouro intermunicipal, a governante assumiu que o governo vai honrar esse compromisso e ao mesmo tempo pediu aos autarcas da região que trabalhem em conjunto, pois a “união faz a força”.

Nesta sua intervenção, Ana Abrunhosa, apelou aos autarcas para que definam as prioridades para os seus concelhos. E referindo-se concretamente, ao concelho de Miranda do Douro, a ministra, elogiou, novamente, o plano estratégico elaborado pelo Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM).

No âmbito fiscal, a ministra lembrou que o atual governo, através do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais ordenou à Autoridade Tributária (AT) a avaliação e inscrição das matrizes das barragens da Lei do Cadastro, de modo a avançar com a cobrança do Imposto Municipal Sobre este tipo de Imóveis (IMI).

“Ainda no âmbito fiscal, estamos a planear uma experiência-piloto para este território”, adiantou.

No final da cerimónia, no salão nobre do município, a ministra foi presenteada com uma capa d’honras mirandesa, um dos símbolos da Terra de Miranda.

“Obrigada, estes gestos de carinho fazem-nos muito bem!”, agradeceu, Ana Abrunhosa.

Depois, a comitiva dirigiu-se para o recém-concluído parque de estacionamento, localizado na zona envolvente ao castelo de Miranda do Douro, onde a autarca mirandesa, Helena Barril, acompanhada de Ana Abrunhosa e Isabel Ferreira, descerraram a placa de inauguração.

Do parque de estacionamento, as governantes viajaram até à localidade de Picote, para inaugurar o ecomuseu Terra Mater – Ecoturismo e Sustentabilidade na Terra de Miranda.

Aí, foram recebidas pelo presidente da freguesia de Picote, Jorge Lourenço, que no seu discurso explicou que este novo novo espaço cultural visa tornar o território mais atrativo.

“Conseguimos reunir apoios públicos e privados para construir este ecomuseu Terra Mater, em Picote. Para além disso, estamos também a construir os carreirones ou percurso pedestres até ao rio Douro e ao Barrocial do Douro, para aí visitar os edifícios da arqutitetura moderna. No concelho já temos qualidade de vida, mas precisamos continuar a valorizar os recursos endógenos”, apontou.

De acordo com o autarca picotês, as proxímas atividades no ecomuseu Terra Mater, são os Encontros Primavera, agendados para os dias 7, 8, 9 e 10 de junho. E as residências artísticas, que se inciaram logo após a inauguração, a 11 de maio.

O Ecomuseu Terra Mater teve um custo total de cerca de 200 mil euros e foi financiado pelo programa Norte 2020 e beneficuou dos apoios da Câmara Municipal de Miranda do Douro e da Movhera.

Segundo a FRAUGA – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Picote, com a nova sala de exposições, o Ecomuseu Terra Mater vai receber a visita de mais 5 mil turistas por ano.

A inauguração do Ecomuseu Terra-Mater encerrou com degustação de produtos regionais no salão da Casa do Povo, em Picote.

HA

Ambiente: Parque Natural do Douro Internacional assinala 25 anos

O Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), área protegida que abrange quatro concelhos e ocupa mais de 86 mil hectares, assinala a 11 de maio, o 25.º aniversário, de olhos postos no futuro plano de cogestão.

O PNDI é a segunda maior área protegida do país, onde estão inseridas 35 aldeias dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, numa extensão de 122 quilómetros, desde a barragem do Castro até à foz do rio Águeda.

No dia 11 de maio de 1998, foi publicado o Decreto Regulamentar de criação do PNDI, assinado pelo então primeiro–ministro socialista António Guterres, que veio a inaugurar formalmente a área protegida do Douro Internacional meses mais tarde, em 31 de julho.

O PNDI faz fronteira com a área protegida da outra margem do rio Douro em território espanhol, nas províncias de Zamora e Salamanca, através do Parque Natural arribes del Duero.

Na cerimónia das comemorações do 25ºaniversário, realizada a 11 de maio, no miniauditório, em Miranda do Douro, a presidente do município, Helena Barril, deu as boas-vindas aos muitos convidados e destacou o valor ambiental e turístico do PNDI.

“O Parque Natural do Douro Internacional começa neste concelho, onde o rio Douro, entra em Portugal e estende-se até Figueira de Castelo Rodrigo. Esta vasta área é um abrigo para a avifauna, onde se destaca o britango ou abutre do Egito. Que saibamos cuidar do PNDI e fazer deste espaço um dos locais mais belos do país e da Europa”, disse.

Em representação do Turismo Porto e Norte, Carlos Ferreira, sublinhou a atratividade do PNDI para o turismo, que por sua vez dinamiza outros setores de atividade como a hotelaria, a restauração, o comércio, os transportes, entre outros.

A diretora regional do Norte, do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Sandra Sarmento, destacou o trabalho de cogestão que está a ser implementado no Parque Natural do Douro Internacional (PNDI). Segundo esta responsável, atualmente, a cogestão do PNDI é realizada por uma vasta equipa, que integra o ICNF, as autarquias, as freguesias, as associações locais, a GNR, os Bombeiros, as populações locais, os agricultores, entre outros.

Domingos Amaro, o primeiro presidente da Comissão Diretiva do PNDI, que ocupou o cargo entre 1998 e 2004, disse que os começos são sempre difíceis e, no caso desta área protegida, não foi fácil, principalmente, com a falta de meios humanos, porque “apenas havia três técnicos e dois vigilantes da natureza”.

“A proposta de classificação [da atual área protegida] foi aprovada em tempo recorde, dado que havia vontade política, quer do governo, quer das autoridades locais. Foi aprovada por unanimidade nas assembleias municipais de três municípios, sendo que em Freixo de Espada à Cinta foi aprovada por maioria”, recordou Domingos Amaro.

No início do PNDI, a sede ficou em Mogadouro e tinha delegações em Miranda Douro, Freixo e Figueira de Castelo Rodrigo.

“Como um parque natural é, por definição, um território humanizado, procurámos compatibilizar a conservação da natureza com as atividades socioeconómicas, os aspetos culturais das populações. Considerávamos que não existiria área protegida sem as atividades económicas, nomeadamente a agricultura”, referiu o primeiro presidente da Comissão Diretiva do PNDI.

Por seu lado, o sucessor de Domingos Amaro na gestão do PNDI, Vítor Batista (2004 a 2007), lembrou que o plano Zonal criado enquanto liderou o parque foi uma das mais-valias para criar economia para as populações inseridas na área protegida.

“Foi um árduo trabalho de divulgação das medidas agroambientais majoradas junto dos agricultores. Chegámos a todas as freguesias abrangidas pelo PNDI através de reuniões nas sedes de Junta de Freguesia em finais de 2004”, sublinhou.

De acordo com Vítor Batista, a aceitação foi em massa pelo volume de candidaturas (centenas), apesar das limitações impostas numa passagem imediata do regime normal para o plano Zonal.

“Dos sete planos zonais aprovados para áreas protegidas, [o do PNDI] foi o que inscreveu mais proprietários e mais áreas, e tendo em conta uma medida por hectares de 180 euros de apoios, o que representava uma injeção financeira significativa na economia local num valor global a rondar os dois milhões de euros”, disse.

O PNDI apresenta um elevado valor faunístico, nomeadamente no que se refere à avifauna, constituindo os vales encaixados e escarpados um local de excelência para a nidificação de aves rupícolas, como o abutre-do-egito, o grifo, a águia-de-bonelli, entre outras espécies.

Os percursos pedestres que atravessam o PNDI, como a Grande Rota (GR-36), são bastantes procurados por quem gosta de turismo de natureza.

Porém, quem percorrer a área do PNDI apercebe-se do “descontentamento” das populações provocado pelas restrições que são impostas pelos regulamentos e por alegada falta de ação do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

“Há muitas restrições na área do parque e que vão desde a abertura de caminhos rurais, ao abate de árvores, passado pela construção de pavilhão de apoio à lavoura. Outra das situações verificada é inoperância do INCF na limpeza dos percursos perdestes”, explicou à Lusa o presidente Junta de Freguesia de Bemposta, no concelho de Mogadouro, António Martins.

Atualmente, a comissão de cogestão é construída por sete entidades, entre as quais municípios, o ICNF, IPB, Associação de Municípios do Douro Superior, Raia Histórica, organizações não governamentais e a Direção Regional de Agricultura do Norte, sendo este modelo liderado pelo presidente da Câmara de Mogadouro, António Pimentel.

A poposta do plano de cogestão do PNDI segue para consulta pública durante este mês.

O objetivo da cogestão é “imprimir uma dinâmica de gestão de proximidade, em que diferentes entidades colocam ao serviço das áreas protegidas o que de melhor têm para oferecer no quadro das suas competências e atribuições, pondo em prática uma gestão participativa, colaborativa e articulada, especificamente nos domínios da promoção, sensibilização e comunicação dos valores naturais territoriais presentes”.

O quarto de século da existência do PNDI é assinalado na quinta-feira, em Miranda do Douro, com um programa de “partilha de memórias e perspetivas, oportunidades e desafios para o território”, que juntará autarcas, ICNF, ambientalistas, associações não governamentais, entre outros técnicos ligados à fauna e flora do território.

Fonte: Lusa e HA

Política: Novo Tratado de Amizade entre Portugal e Espanha

A 11 de maio, entra em vigor o novo Tratado de Amizade entre Portugal e Espanha, um documento assinado em 2021, que “afirma os valores partilhados” e “atualiza os instrumentos de cooperação”, segundo os governos dos dois países.

Num comunicado conjunto, os governos de Portugal e Espanha saudaram a entrada em vigor do novo tratado, que substitui o primeiro assinado entre Lisboa e Madrid, em 1977, quando Mário Soares e Adolfo Suaréz lideravam os executivos ibéricos.

O novo Tratado de Amizade e Cooperação “afirma os valores partilhados e atualiza os instrumentos de cooperação nos âmbitos mais variados, tanto bilateral, incluídas as privilegiadas relações transfronteiriças, como europeu e internacional”, lê-se no comunicado.

Para os governos de Lisboa e Madrid, o tratado anterior, de 1977, teve “um papel fundamental no desenvolvimento paralelo de Espanha e Portugal como democracias”, num “momento essencial de transição democrática” nos dois países, tendo contribuído para o desenvolvimento das relações bilaterais, tanto políticas como comerciais ou culturais, entre outras.

Lisboa e Madrid justificam a necessidade de um novo tratado porque durante os 40 anos em que esteve em vigor o de 1977, Espanha e Portugal transformaram-se em democracias consolidadas, passaram a ser membros da União Europeia, são aliados na NATO (com a entrada de Espanha nesta aliança de Defesa entre países europeus e norte-americanos de que Portugal já fazia parte) e são parceiros na comunidade Ibero-americana.

O novo tratado reflete assim a evolução da relação entre Portugal e Espanha, “da sua crescente densidade e profundidade” e “do seu caráter estratégico e multidimensional”, segundo o comunicado.

O Tratado de Amizade e Cooperação agora em vigor estabelece e formaliza o compromisso de reforço da cooperação bilateral em diversas áreas, desde a política, defesa, segurança e proteção civil ao domínio transfronteiriço, cultural, ambiental, económico, energético, da conectividade (transportes e digital), da investigação científica, da saúde pública ou dimensões relacionadas com as regiões ultraperiféricas (Açores, Madeira e Canárias).

Entre outros aspetos, o tratado institucionaliza a realização das cimeiras ibéricas todos os anos e um mecanismo de acompanhamento da concretização das decisões adotadas nesses encontros, assim como reuniões anuais entre os dois ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa.

O documento estabelece, por outro lado, a cooperação transfronteiriça como “um dos eixos fundamentais da relação bilateral”, bem como o compromisso de cooperação e, “sempre que possível”, a concertação de interesses no fóruns multilaterais, nomeadamente nas instâncias europeias e outras como a NATO e as Nações Unidas.

O Tratado de Amizade e Cooperação foi assinado em 28 de outubro de 2021 na cimeira ibérica de Trujillo, na Extremadura espanhola, pelos primeiros-ministros António Costa e Pedro Sánchez.

Nesse dia, o líder do Governo português, António Costa, sublinhou a dimensão política e geoestratégica “da maior importância” do tratado.

“Este tratado moderniza as nossas relações”, afirmou António Costa, acrescentando que o novo acordo toma em consideração aspetos atuais do relacionamento internacional, como a transição energética e digital e o reforço da cooperação no âmbito da NATO e da União Europeia, entre outros.

Também o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez realçou naquele dia a necessidade de modernizar um texto que já tinha 40 anos e adaptar o tratado a uma cooperação que evoluiu e que agora é mais “rica e intensa”.

Fonte: Lusa

Saúde: 74% dos portugueses desconhecem colesterol que têm

Três em cada quatro inquiridos num estudo nacional da Fundação Portuguesa de Cardiologia (FPC), hoje divulgado, não sabe os seus níveis de colesterol, desconhecimento que se acentua nas camadas mais jovens e diminui com a idade.

O estudo “Os Portugueses e o Colesterol 2023” realizado pela GFK Metris para a FPC vai ser divulgado na apresentação da campanha “Maio, mês do coração” e pretende dar a conhecer o estado atual da situação cardiovascular em Portugal.

Este trabalho de investigação visa sensibilizar a população para a importância de proteger o seu coração, controlando os níveis de colesterol mau (LDL).

O colesterol é um dos principais fatores de risco das doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.

Segundo o estudo, que decorreu em abril e envolveu 800 pessoas, com 18 ou mais anos, residentes no continente, 88% dos inquiridos com idades entre os 18 e os 24 anos desconhece o valor do seu colesterol.

Este valor desce para 86% nas idades entre os 25 e os 44 anos; para 66% entre os 45 e os 64 anos; e sobe para 69% nos inquiridos com 65 ou mais anos.

A grande maioria (89%) sabe que o colesterol é uma gordura que circula no corpo das pessoas e 64% refere que o valor normal é inferior a 190 mg/dL.

De entre as doenças provocadas por colesterol elevado, 42% destaca o acidente vascular cerebral (AVC), 25% o enfarte miocárdio e 18% as doenças cardiovasculares. Como principal causa do enfarte miocárdio, 49% aponta o colesterol elevado e 32% a hipertensão.

Um terço dos inquiridos considera falso que alguns suplementos alimentares fazem melhor ao colesterol do que as estatinas que os médicos receitam. E a quase totalidade das pessoas rejeita a ideia de que “a prática regular do exercício físico não traz vantagens para quem tem o colesterol elevado”. Ou que “os magros não têm que se preocupar com o colesterol. Isso é um problema dos gordos”.

O presidente da FPC, Manuel Carrageta, afirmou que o estado de saúde dos portugueses “piorou após a pandemia e as doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal”, sendo responsáveis por cerca de 30.000 mortes anualmente, quase um terço do total de óbitos.

Segundo a FPC, cerca de oito em cada 10 óbitos por causa cardiovascular, que ocorrem antes dos 70 anos, podem ser evitados.

A Fundação salienta que, em cada 15 minutos, morre uma pessoa por doença cardiovascular em Portugal, uma realidade que tem que ser revertida, alertando a sociedade para a urgência de considerar o colesterol como um fator determinante do risco cardiovascular, que se estiver controlado pode ajudar a reverter esta situação.

“Só o enfarte do miocárdio mata, em média, mais de duas pessoas por dia”, precisou o cardiologista, explicando que esta doença se deve em “grande parte” aos fatores de risco, nomeadamente o colesterol.

Segundo Manuel Carrageta, ainda há “um certo desconhecimento do seu significado, muitos mitos e muita controvérsia”.

“O colesterol elevado não causa sintomas e quando estes ocorrem já é sob a forma de eventos cardiovasculares no caso do enfarte do miocárdio”, alertou, lembrando um estudo da FPC que mostra que dois terços da população têm colesterol elevado.

Este responsável, informou que outro estudo recente verificou que mais de 90% dos doentes com risco cardiovascular elevado e muito elevado não tem o colesterol nos valores recomendados. E cerca de 20% dos doentes de muito alto risco não fazem qualquer medicação.

Manuel Carrageta salientou a importância do tratamento com estatinas, que assegurou serem “fármacos seguros e fundamentais” para reduzir estas doenças, ao contrário da ideia que “se criou na opinião pública”.

A FPC, a Portugal AVC e a Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca uniram-se para criar a Coligação Nação Invisível, que pretende alertar para a necessidade de se olhar para o impacto das doenças cardiovasculares na população e como ajudar na sua prevenção. Esta coligação pretende ainda desenvolver um programa de ações focado em desencadear uma mudança de comportamento na sociedade,

A coligação nasce da preocupação dos seus fundadores com “o atual cenário das doenças cardiovasculares em Portugal e com a falta de medidas e ações por parte das autoridades de saúde para reduzir, de forma eficaz, o impacto negativo que têm em Portugal, numa perspectiva médica, social e económica”.

Fonte: Lusa