Miranda do Douro: Investigações nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo

Miranda do Douro: Investigações nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo

No dia 19 de setembro, a ACEC – Associação Circulo de Estudos do Centralismo atribuiu três bolsas de apoio a estudos de mestrado, nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo, com o objetivo de incentivar a investigação e a definição de estratégias para desenvolver os territórios do interior, como é o caso do concelho de Miranda do Douro.

A cerimónia realizou-se na biblioteca do Centralismo e do Desenvolvimento, instalada no arquivo municipal de Miranda do Douro, tendo sido conduzida pelo presidente da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), Sebastião Feyo de Azevedo e contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

Na sua intervenção, a autarca de Miranda do Douro deu as boas-vindas às investigadoras, contempladas com as bolsas de estudo e encorajou-as a encontrar caminhos para desenvolver o interior do país.

“Os problemas do interior estão sobejamente identificados, como são o centralismo do Estado e o consequente despovoamento de concelhos como o de Miranda do Douro. Agora é tempo de discernir caminhos e definir estratégias para devolver o dinamismo a estes territórios. Contamos com o vosso contributo”, disse a autarca.

Por sua vez, o presidente da ACEC, Sebastião Feyo, sublinhou a importância destas bolsas de estudo, no contexto de atuação desta associação, que recorde-se tem como missão contribuir para o desenvolvimento harmonioso do território, através do fomento e divulgação de estudos sobre a organização política e administrativa.

“A atribuição destas três primeiras bolsas de estudo vai ao encontro do nosso propósito de promover estudos sobre o interior de Portugal e a reorganização do território. Os temas selecionados tratam de assuntos relativos ao interior, que se enquadram na listagem temática identificada no portal da ACEC.PT., como são o património, a água e o enoturismo”, explicou.

O antigo reitor da Universidade do Porto (UC) acrescentou que as investigadoras vão desenvolver algum do seu trabalho de investigação, em Miranda do Douro.

“Com a estadia em Miranda do Douro, estas jovens vão experienciar o dia-a-dia no interior do país e assim poderão adquirir uma visão mais integral e coesa de todo o território nacional”, disse.

Na perspectiva de Jorge Lourenço, secretário executivo da ACEC, a atribuição destas bolsas de tudo é uma mais-valia para o território, dado que a investigação e o estudo geram conhecimento.

“O conhecimento é uma ferramenta valiosa para responder mais eficazmente aos problemas do interior do país. Veja-se a importância que o turismo tem cada vez mais para estes territórios. Mas o turismo tem que ser pensado, de modo a preservar e destacar os recursos endógenos, como é o caso, por exemplo, da vinha. Nas arribas do Douro produzem-se vinhos com muita qualidade e há que aproveitar esta riqueza”, disse.

A cerimónia de atribuição das bolsas de apoio aos mestrados decorreu na sequência de concursos públicos, publicitados pela ACEC e os temas das dissertações foram selecionados, mediante a sua relevância para o interior do país.

As bolsas foram atribuídas às estudantes: Susana Andreia Mendes de Andrade, Ana Matilde da Silva Gomes e Castro e Joana Patrocínio.

Susana Andreia Mendes de Andrade, é arquiteta de formação e está a realizar um mestrado em História de Arte, Património e Cultura Visual, na Faculdade de Letras, da Universidade do Porto (FLUC).

“O tema do meu trabalho é a antiga linha ferroviária do Sabor. Pretendo investigar que memórias ainda existem dessa linha ferroviária? E que relações foram criadas entre as comunidades?”, disse.

Segundo a investigadora, este estudo permitirá criar uma rede de conhecimento sobre os modos de vida, usos e costumes, etc., com o objetivo de caracterizar as comunidades locais, que viviam ao longo da antiga linha ferroviária do Sabor.

Por sua vez, Ana Matilde da Silva Gomes e Castro é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUC) e está a frequentar o mestrado em Turismo e Hospitalidade, na Universidade Portucalense.

“A minha dissertação é sobre as paisagens da água, como recurso cultural e turístico para o desenvolvimento regional, como é o caso de Miranda do Douro. Os objetivos são: inventariar todos os recursos hídricos turísticos que existem na região; identificar quais têm potencial turístico; definir estratégias de gestão para preservar estes recursos; e desenvolver o seu potencial turístico”, explicou.

Por fim, a brasileira, Joana Patrocínio, é licenciada em turismo e também está a realizar um mestrado em Turismo e Hospitalidade, na Universidade Portucalense (Bolsa Luís Telles de Abreu).

“Trabalho na área do turismo há 12 anos e decidi aprofundar a importância do enoturismo, ou seja, do turismo em espaço rural ligado à produção de vinho, que permite aos turistas o acompanhamento e conhecimento das atividades vinícolas e/ou participação nas mesmas”, avançou.

Relativamente ao trabalho que pretende realizar no concelho de Miranda do Douro, a jovem estudante adiantou que inicialmente vai conhecer a região, contatar com a comunidade local, de modo recolher informações e identificar os locais com maior potencial para o desenvolvimento de projetos de enoturismo.

A ACEC – Associação Círculo de Estudos do Centralismo é uma associação sem fins lucrativos, constituída por escritura pública em 29 de abril de 2022, numa cerimónia realizada no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

HA

Miranda do Douro: Mirandeses vão a Fátima celebrar o 13 de outubro

Miranda do Douro: Mirandeses vão a Fátima celebrar o 13 de outubro

No âmbito do 106º aniversário das Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos, em Fátima, a mordomia de Miranda do Douro está a organizar uma peregrinação, nos dias 14 e 15 de outubro, com passagens por Lamego, Batalha e a participação nas celebrações da eucaristia e da Via Sacra, em Fátima.

Segundo o programa da peregrinação, a partida de Miranda do Douro está agendada para a madrugada de sábado, dia 14 de outubro, em direção a Lamego, onde os peregrinos vão tomar o pequeno almoço e visitar o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.

A viagem prossegue depois em direção à vila da Batalha, onde está preparado o almoço.

A chegada a Fátima está prevista para a tarde de sábado, durante a qual os peregrinos mirandeses terão a oportunidade de visitar o santuário, antes do jantar e do descanso.

Recorde-se que todos os dias 13, entre os meses de maio a outubro, o santuário de Fátima recebe milhares de peregrinos para celebrar as datas das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos. Na última aparição, a 13 de outubro de 1917, perante cerca de 70 mil pessoas, Nossa Senhora apresentou-se como a «Senhora do Rosário» e pediu que fizessem ali uma capela em Sua honra.




No Domingo, dia 15 de outubro, os destaques da peregrinação a Fátima são a participação na eucaristia e na Via sacra ao Calvário.

Finalizadas estas celebrações, os peregrinos regressam a Miranda do Douro.

A mordomia de Nossa Senhora de Fátima, em Miranda do Douro, informa que as inscrições para a peregrinação decorrem até ao dia 6 de outubro e têm um custo de 135 velas.

Para realizar a inscrição deve entrar em contato com os seguintes números de telemóvel: 936 364 433 ou 939 357 270.

HA

Vimioso: Ambientalistas vão debater transição energética

Vimioso: Ambientalistas vão debater transição energética

Nos dias 14 e 15 de outubro, várias associações ambientalistas e movimentos cívicos nacionais vão reunir-se em Vimioso, para debater linhas de ação que assegurem uma transição energética que tenha impacto efetivo no ambiente e na sociedade.

“Este encontro de organizações ambientalistas, movimentos cívicos e outros intervenientes serve para definir linhas de ação conjuntas que beneficiem o meio ambiente e a sociedade, e assim definir linhas de ação que assegurem uma transição energética que tenha impacto de forma efetiva no meio ambiente e na sociedade”, explicou o presidente da Palombar, José Pereira.

O encontro tem como tema “Transição Energética? Sim, mas a que custo?” e está agendado para 14 e 15 de outubro, no Parque Ibérico de Natureza e Aventura – PINTA, em Vimioso.

O também biólogo acrescentou que o movimento ambientalista acredita que a transição energética tem de ser feita e com muita celeridade, mas há uma preocupação com a forma como esta mudança de paradigma no campo das fontes energéticas renováveis está a ser feita.

“É necessário salvaguardar os valores naturais e sociais das comunidades e ao mesmo tempo que seja possível implementar uma estratégia de transição energética, sendo este o tema em que organizações ambientalistas se focarão durante o encontro de convergência energética”, explicou.

Segundo José Pereira, as fontes energéticas alternativas aos combustíveis fósseis são essenciais para assegurar a transição energética, mas, nos últimos anos, a sua proliferação acelerada, com consequências negativas diretas no coberto vegetal e impactos nos ecossistemas e paisagem, tem levantado questões sobre a real contribuição da energia renovável para a mitigação das alterações climáticas.

 “Urge, por isso, debater esta questão da transição energética de forma incontornável”, acrescentou.

 “A transição energética é necessária para fazer face aos desafios e riscos ambientais impostos pelas alterações climáticas, mas a que custo está a ser feita? E em benefício de quem? Neste encontro, associações, movimentos e grupos informais de proteção ambiental de todo o país irão juntar-se para debater este tema, com foco nas megas centrais solares”, alertou o ambientalista.

Para os ambientalistas, é preciso “pressionar o Governo” a encontrar estratégias que, de forma coerente, vão de encontro à proteção e preservação da biodiversidade e ao restauro dos ecossistemas.

O encontro é promovido pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, com sede em Vimioso, em parceria com Associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente e pela Associação Portuguesa de Turismo Sustentável.
 

Fonte: Lusa

Justiça: Atraso na progressão da carreira dos oficiais de justiça

Justiça: Atraso na progressão da carreira dos oficiais de justiça

A Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) admitiu o atraso no reconhecimento do tempo de serviço, em período experimental, para progressão na carreira de 532 oficiais de justiça, conforme decretou o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL).

Em causa está a decisão do TACL, de 2 de maio de 2023, na sequência de uma ação administrativa colocada em 2009, que reconheceu aos 532 funcionários judiciais subscritores dessa ação, o direito a ver considerado o tempo de serviço, durante o período probatório, para progredirem na carreira e que condenou o Ministério da Justiça a reparar aos visados as consequências dessa ausência de contagem.

“Face à complexidade das operações envolvidas, informa-se que apesar dos esforços empreendidos até à data nesse sentido, não foi possível concluir a execução integral da sentença, encontrando-se ainda a decorrer as operações materiais para a efetiva execução”, admitiu a DGAJ numa nota publicada no site oficial.

O organismo liderado pela juíza desembargadora Isabel Namora acrescentou ainda que as operações devem estar “concluídas nos próximos dois meses” relativamente aos oficiais de justiça abrangidos por esta decisão.

No passado dia 12 de julho, a DGAJ emitiu um comunicado no qual adiantou que “já deu início à prática dos atos e operações materiais necessários à execução” daquela sentença do TACL e que iria proceder, “em devido tempo, ao tratamento de todas as situações que se encontrem pendentes”, embora tenha assumido também que previa “uma tarefa exigente e morosa”.

Questionado sobre a posição do organismo tutelado pelo Ministério da Justiça, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, garantiu não ficar surpreendido e lembrou que na semana passada tinha alertado os oficiais de justiça – quer os que integravam a ação, quer os outros que se considerem abrangidos por esta decisão – para enviarem um conjunto de dados ao sindicato no sentido de acautelar o reconhecimento dos seus direitos.

“Não me admira que isto seja por a DGAJ não ter orçamento para pagar os valores em causa. Nestes 532 oficiais de justiça – e mais alguns milhares, alguns possivelmente até já aposentados – poderemos estar a falar de alguns milhões de euros. Os efeitos da ação, atendendo ao princípio da igualdade, têm de ser aplicados a todos os trabalhadores que reúnam as mesmas condições”, sublinhou o dirigente.

Já o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), Carlos Almeida, lamentou o adiamento de uma solução sobre esta questão e voltou a criticar a liderança da DGAJ, ao apelar ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) para terminar as comissões de serviço da desembargadora Isabel Namora e da subdiretora-geral, a juíza Ana Cláudia Cáceres Pires.

“A DGAJ está, uma vez mais, a adiar o cumprimento de uma decisão judicial. Considero que o CSM deve fazer cessar a comissão de serviço das responsáveis máximas pela DGAJ, cujo desempenho tem sido mais de natureza política do que de respeito pelo órgão de soberania – os tribunais. A manutenção dessas comissões de serviço não vem prestigiando, pela ação desenvolvida, nem a magistratura nem os tribunais”, finalizou.

Fonte: Lusa

Saúde: Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão

Saúde: Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão

Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão, segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o impacto da doença no mundo.

No perfil traçado pela OMS, há 2,7 milhões de adultos, entre os 30 e os 79 anos com pressão arterial elevada, sendo mais prevalecente nos homens (37%) do que nas mulheres (28%).

Segundo o documento, para Portugal atingir uma taxa de controlo de 50%, seria preciso tratar de forma eficaz mais de 69 mil pessoas hipertensas.

Se o cenário de progresso fosse alcançado, 16 mil mortes poderiam ser evitadas até 2040, de acordo com a OMS, que calculou 32.600 óbitos provocados pela hipertensão em 2019.

No panorama internacional, o organismo das Nações Unidas refere que aproximadamente quatro em cada cinco pessoas com hipertensão não são tratadas de forma adequada, alertando que, se os países conseguissem aumentar o controlo, poderiam ser evitadas 76 milhões de mortes nos próximos 27 anos.

Também seriam ser evitados 120 milhões de acidentes vasculares cerebrais, 79 milhões de ataques cardíacos e 17 milhões de casos de insuficiência cardíaca entre 2023 e 2050.

A hipertensão afeta um em cada três adultos em todo o mundo, levando a acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos, insuficiências cardíacas, danos renais e outros problemas de saúde.

“A hipertensão pode ser controlada de forma eficaz com regimes de medicação simples e de baixo custo e, no entanto, apenas uma em cada cinco pessoas a controla”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado um comunicado sobre o relatório.

A idade avançada, a genética e os maus hábitos alimentares podem aumentar o risco de hipertensão, mas uma dieta mais saudável, parar de fumar e ser mais ativo pode ajudar a reduzir a pressão arterial.

“Os programas de controlo da hipertensão continuam negligenciados (…) muito subfinanciados. O reforço do controlo da hipertensão deve fazer parte do caminho de todos os países rumo à cobertura universal de saúde, sustentado em sistemas de saúde que funcionem bem, equitativos e resilientes, construídos sobre uma base de cuidados de saúde primários”, realçou.

Para o Embaixador Global da OMS para Doenças e Lesões Não Transmissíveis, Michael R. Bloomberg, a maioria dos ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais no mundo podem ser prevenidos com medicamentos e outras intervenções, como a redução de sal na alimentação.

“Tratar a hipertensão através de cuidados de saúde primários salvará vidas e poupará, ao mesmo tempo, milhares de milhões de dólares por ano”, acrescentou.

De acordo com o presidente da organização internacional Resolve to Save Lives, Tom Frieden, “a cada hora, mais de 1.000 pessoas morrem de derrames e ataques cardíacos”, sendo que a “maioria das mortes é provocada por hipertensão”.

O relatório está a ser apresentado na 78.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que aborda os avanços alcançados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo os de saúde em matéria de preparação e resposta a pandemias, erradicação da tuberculose e obtenção da cobertura universal de saúde.

Fonte: Lusa

Vilar Seco: Feira das Colheitas com chuva e gente

Vilar Seco: Feira das Colheitas com chuva e gente

Nem mesmo a chuva que caiu ao longo do fim-de-semana de 16 e 17 de setembro, demoveu as pessoas de visitarem a aldeia de Vilar Seco, para participar na V Feira das Colheitas, um certame que este ano voltou a apresentar a qualidade dos produtos regionais, a excelência das atuações culturais e a força dos touros mirandeses.

As Pauliteiricas de Fonte Aldeia realizaram uma espetacular atuação na V Feira das Colheitas, em Vilar Seco.

Aquando da abertura do V Feira das Colheitas, em Vilar Seco, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, explicou que o sucesso destas feiras temáticas, organizadas nas várias localidades do concelho, se deve ao trabalho conjunto entre a autarquia e as freguesias.

“Sempre que uma freguesia do concelho pretenda realizar uma iniciativa destas, a câmara municipal será um parceiro ativo, colaborando logistica e financeiramente. Recordo que vivemos numa região predominantemente rural e como tal, um dos objetivos do município é destacar o nosso potencial turístico e económico”, disse.

Na perspectiva do autarca vimiosense, eventos como a Feira das Colheitas, em Vilar Seco, dão visibilidade aos produtos agrícolas, à natureza, à cultural local e ao artesanato e por isso são também montras da região e oportunidades de dar a conhecer a identidade local das suas gentes.

“Com estas feiras temáticas queremos incutir um maior dinamismo social, cultural e económico nas várias localidades do concelho. Com localidades mais pujantes social, cultural e economicamente, teremos um concelho mais unido e mais forte”, justificou.

A seu lado, o presidente da freguesia de Vilar Seco, Manuel Emílio João, mostrou-se entusiasmado com o gradual crescimento da Feira das Colheitas, que explica pela qualidade dos produtos expostos e pela variedade da animação cultural, ingredientes que atraem a afluência de público.

Para a vinda de público, muito contribuíram as lutas de touros mirandeses, o que na perspectiva do autarca local, é um fenómeno que está a passar das gerações mais velhas para os jovens.

“As lutas de touros são o grande chamariz. Mas no programa também há que destacar a atuação do rancho folclórico de Vimioso, as oficinas de artesanato, a tertúlia dedicada aos vinhos e a animação musical proporcionada pelos Gaiteiros da Lérias. No serão de sábado, realizou-se o concerto dos Zíngarus. E no Domingo, contamos com as atuações das Pauliteiricas de Fonte Aldeia e das Pauliteiras de Malhadas”, destacou.

Para o sucesso da V Feira das Colheitas, também contribuiu o serviço de restaurante instalado no salão de festas da aldeia, onde foi servido o jantar de sábado e o almoço de Domingo.

De visita à V Feira das Colheitas, Ilídio Marcos veio com a esposa, de Figueira de Castelo Rodrigo passar o fim-de-semana a Caçarelhos. Sobre o certame, o visitante elogiou a iniciativa de organizar um evento desta natureza numa aldeia.

“Dou os parabéns à organização desta feira dedicada aos produtos locais, que tanto aprecio pela sua qualidade, como é o caso dos enchidos e o folar transmontano, que são produtos únicos!”, destacou.

Da vizinha Espanha, veio um grupo de amigos espanhóis para assistir às lutas de touros mirandeses e visitar a Feira das Colheitas. Maria Ballesteros, em representação do grupo disse que já são aficionados das lutas de touros mirandeses e do artesanto local.

“Já tínhamos assistido às lutas de touros, em Argozelo e Caçarelhos. Nestas feiras, também aprecio as peças de artesanato, como as cestas e os escrinhos”, disse.

As tradicionais lutas de touros mirandeses continuam a arrastar multidões, para as feiras temáticas no concelho de Vimioso.

Outro visitante, Fernando Rodilhão, presidente de freguesia de Avelanoso, já acostumado a estas feiras e consciente da sua importância na economia local, explicou que estes certames são oportunidades para expor os melhores produtos da região.

“Muitos dos produtos que aqui se comercializam como os enchidos, o folar, o mel, os cogumelos, o azeite, os frutos secos, as compotas, etc., são um importante complemento económico para as famílias”, disse.

Antecipando já a próxima feira temática no concelho de Vimioso, a Feira da Castanha, agendada para o fim-de-semana de 28 e 29 de outubro, em Avelanoso, Fernando Rodilhão adiantou que a chuva que está a cair neste mês de setembro, vem confirmar que será um bom ano na colheita de castanha.

No final do certame, a maioria dos produtores participantes na V Feira das Colheitas, em Vilar Seco, expressaram contentamento pelo modo como decorreram as vendas.

Rui Pires, da empresa Cimo da Quinta, que comercializa o folar, a bola-doce mirandesa e outros doces tradicionais, realçou que o certame em Vilar Seco, tem vindo a crescer de ano para ano.

“Apesar da chuva, ao longo do fim-de-semana, houve uma considerável afluência de público, o que permitiu escoar muitos dos nossos produtos”, disse.

Em representação da Squesito, empresa turística de produtos regionais, Carlos Pinto, indicou que na feira de Vilar Seco, os produtos mais procurados pelo público foram o queijo de cabra, o queijo de ovelha com picante e o mel.

O encerramento da V Feira das Colheitas aconteceu no final de tarde de Domingo, com o sorteio de uma mesa artesanal, seguida da atuação das pauliteiras de Malhadas.

As Pauliteiras de Malhadas encerraram a V Feira das Colheitas, em Vilar Seco.

HA

Sendim: Cooperativa Ribadouro recebe uvas das vindimas

Sendim: Cooperativa Ribadouro recebe uvas das vindimas

No 15 de setembro, a cooperativa Ribadouro, em Sendim, abriu as portas aos vitivinicultores do planalto mirandês, para receber a colheita de uvas deste ano, uma colheita que embora tenha beneficiado de um melhor ano agrícola, foi depois prejudicada com o excesso de calor e o escaldão ocorrido no decorrer do mês de agosto.

Os vitivinicultores do planalto mirandês indicam que este ano houve uma redução na colheita de uvas.

Segundo o adegueiro da cooperativa Ribadouro, Clodomiro Gonçalves, até meados do mês de agosto, as perspectivas do ano agrícola eram boas.

“No entanto, houve dias em agosto com excesso de calor que provocaram um escaldão nas vinhas, o que veio prejudicar a qualidade e a quantidade das uvas”, disse.

No que respeita à quantidade, o responsável da Ribadouro adiantou que preveem uma redução na entrega de uvas também pela opção de alguns associados optarem por entregar a sua colheita na adega vizinha de Bemposta.

“Anualmente, recebemos entre um milhão e meio a dois milhões de quilos uvas. Este ano, por causa das razões apontadas prevê-se que a cooperativa receba apenas um milhão de quilos de uvas”, indicou.




A Adega Cooperativa Ribadouro foi constituída em 1959, tem inscritos cerca de 2000 associados pertencentes aos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro, sendo que atualmente estão ativos 700 vitivinicultores.

Segundo o vitivinicultor, José Mourinho, natural de Sendim, o ano agrícola até foi bastante favorável graças às chuvas nos meses de inverno e em particular no mês de junho.

“As chuvas de junho vieram ajudar não só a vinha, mas também os olivais, os batatais e as hortas, permitindo enfrentar a seca dos meses de julho e agosto”, disse.

Este ano, José Mourinho, entregou na cooperativa cerca de dois mil e quinhentos quilos de uvas, das castas malvazia (branca) e barroca (tinta).

Tal como acontece todos os anos, os vitivinicultores desta região deparam-se com muita dificuldade para contratar pessoas para realizar o trabalho da vindima.

“Tive muita dificuldade em encontrar quatro homens e duas mulheres para a vindima. Cada jornada de trabalho custa entre 50 a 60 euros”, disse.

Questionado se a vitivinicultura é uma atividade rentável, José Mourinho respondeu que para os pequenos agricultores, como é o seu caso, a vitivinicultura é apenas uma ocupação que faz pelo gosto do cultivo da terra.

Entre os vinhos produzidos pela cooperativa Ribadouro, destacam-se “Pauliteiros”, o “Lhêngua Mirandesa” e o “Ribeira do Corso”.

Outro vitivinicultor de Sendim, Abílio Gonçalves, informou que anualmente colhe cerca de 15 mil quilos de uvas. No entanto, este ano, a sua produção sofreu uma acentuada redução, por causa do escaldão das vinhas, ocorrido no mês de agosto.

Para este agricultor, já reformado, a vitivinicultura (e a agricultura) na região do planalto mirandês já não é uma atividade rentável.

“Quem se dedica à agricultura nesta região empobrece alegremente. Isto porque, não obstante o gosto que as pessoas têm pela atividade agrícola, não é rentável, pelo contrário, perde-se dinheiro”, disse.

Este ano, nos trabalhos da vindima, Abílio Gonçalves, teve a ajuda dos familiares, que por tradição, fazem questão de merendar na vinha.

Vindo de São Martinho, José Ferreira, deslocou-se à cooperativa Ribadouro, em Sendim, para entregar três mil quilos de uvas. Questionado sobre a vindima deste ano, o vitivinicultor também referiu que o excesso de calor nos meses de verão, prejudicou a colheita de uvas.

À semelhança do que acontece em muitas localidades do planalto mirandês, em São Martinho a vindima é uma oportunidade para juntar as famílias e conviver ao longo da jornada de trabalho.

“Em São Martinho, ainda é costume as famílias ajudarem-se mutuamente nas vindimas. Este ano, juntámo-nos cerca de 20 pessoas e para além do trabalho, fizemos uma merenda, o que fez deste dia uma festa!”, disse.




As vindimas do planalto mirandês continuam a decorrer e a partir do dia 25 de setembro, a cooperativa Ribadouro vai receber uvas para vinho Regional e Doc.
O horário de funcionamento da cooperativa, em Sendim, é de segunda a sábado, das 11h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00.

HA

Vimioso: 1.ª Bienal Transfronteiriça decorre até 4 de outubro

Vimioso: 1.ª Bienal Transfronteiriça decorre até 4 de outubro

Vimioso acolhe entre o dia 27 de setembro e 4 de outubro, a 1.ª Bienal Intercultural, Transfronteiriça e Europeia, um evento que pretende reunir especialistas europeus em várias áreas do saber e trazer centralidade geográfica a este território.

A vereadora da Cultura do município de Vimioso, Carina Lopes, informou que o foco desta iniciativa passa por dar uma nova centralidade a Vimioso e valorizar o potencial destas terras do interior ao nível do património, da sua história, da cultura e etnografia, arquitetura e da língua, chamando especialistas europeus para debater estas valências e dá-las a conhecer ao mundo.

Esta iniciativa internacional resulta de uma parceria entre o município de Vimioso e a Associação Inter+Value, com sede em França.

“O principal objetivo desta 1.ª Bienal Intercultural é a divulgação e promoção do território fronteiriço e as suas múltiplas potencialidades em várias áreas do saber, que serão partilhadas no decurso do evento”, sublinhou Carina Lopes.

Nesta 1.ª edição participarão investigadores nacionais e outros vindos de países como Espanha, França, Roménia e Itália.

“Vamos criar uma espécie de programa Erasmus, onde vários professores universitários vindos de países europeus vão interagir com a comunidade escolar de Vimioso e Miranda do Douro e levar consigo toda uma dinâmica ligada ao conhecimento do interior nordestino”, frisou a autarca.

No próximo ano, a Bienal Intercultural, Transfronteiriça e Europeia vai decorrer em Ribadavia, na Galiza, em Espanha, regressando no ano seguinte a Vimioso.

“Os temas para esta Bienal são Confluência e Fronteiras e a sua relação com as populações e comunidade académica presente”, acrescentou a vereadora.

Ao longo de uma semana, a dinâmica transfronteiriça será dada a conhecer através da projeção de filmes, de passeios temáticos, atividades lúdicas e lazer ou da apresentação de livros, entre outras iniciativas programadas para esta Bienal.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Requalificação da escola EB1 tem um investimento de 720 mil euros

Miranda do Douro: Requalificação da escola EB1 tem um investimento de 720 mil euros

O município de Miranda do Douro investiu 729 mil euros da requalificação da Escola EB1, dotando o equipamento de melhores condições de mais segurança e funcionalidade para a comunidade escolar, informou a presidente da Câmara Municipal, Helena Barril.

“Fizemos uma remodelação de fundo na escola EB1, sendo que esta intervenção visou criar melhores condições de conforto e bem-estar para alunos e comunidade educativa local, melhorando ainda a segurança e funcionalidade do espaço”, explicou Helena Barril.

De acordo com a autarca social-democrata, esta intervenção enquadra-se no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte, ao qual esta autarquia se candidatou, tendo sido as obras financiadas a 85%.

A intervenção teve a sua principal incidência na substituição total de caixilharias e vidros, requalificação de salas de aula, colocação de capoto e requalificação de casas de banho e zonas comuns, bem como no pavilhão polivalente.

“O município decidiu realizar trabalhos suplementares foi também requalificada a cozinha e áreas adjacentes”, sublinhou Helena Barril.

Ainda de acordo a autarca de Miranda do Douro prevê-se que a escola reabra na terça-feira, dia 19 de setembro, para acolher os cerca de 150 alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo.

Já o diretor do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, António Santos, indicou que esta escola já tem mais de 45 anos e que nunca sofreu obras de intervenção de fundo.

“Esta é uma escola construída no pós-25 de abril e esta intervenção era muito necessária, dado o estado de degradação em que este edifício escolar se encontrava. Desde que o imóvel foi transformado em centro escolar foi feita uma intervenção de fundo na sua estrutura, dadas as necessidades dos alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo”, explicou.

De acordo com o responsável, esta obra foi muito oportuna e traz consigo melhores condições de trabalho para a comunidade escolar de Miranda do Douro.

“As obras só pecam por tardias, mas mais vale tarde que nunca”, rematou António Santos.

Fonte: Lusa

Cultura: Mirandês é língua oficial há 25 anos

Cultura: Mirandês é língua oficial há 25 anos

Há 25 anos, o mirandês foi reconhecido como segunda língua oficial em Portugal, após a aprovação da lei na Assembleia da República, a 17 de setembro de 1998, do estatuto ao idioma falado na Terra de Miranda.

“A lei do mirandês foi aprovada na generalidade há 25 anos. Foi um trabalho que reuniu a simpatia de todos os grupos parlamentares, com assento na Assembleia da República, naquela altura. Havia assim uma necessidade de atender ao pedido do sábio [arqueólogo e etnógrafo} José Leite de Vasconcelos, que desde de 1882, clamava por uma Lei que protegesse o mirandês”, disse agora à agência Lusa o então deputado socialista Júlio Meirinhos, tido como mentor da chamada Lei do Mirandês.

Em 29 de janeiro de 1999 foi publicada em Diário da República (DR) a Lei n.º 7/99 que reconhecia oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.

“Foi uma tarefa determinada que tive entre mãos e que surtiu o efeito pretendido ao fim de nove meses de trabalho. Foi um trabalho de minúcia que reuniu um conjunto de apoios, desde linguistas, técnicos e comunidade académica. Acima de tudo foi um trabalho junto dos grupos de parlamentares para que a Lei do Mirandês fosse aprovada por unanimidade porque era um tema supra partidário e algo que representa alguns séculos de luta para o reconhecimento de um língua que era falada antes das nacionalidade”, vincou o antigo deputado do PS eleito por Bragança.

Júlio Meirinhos recorda que à data havia pessoas que nunca tinham ouvido falar da língua mirandesa, onde se incluíam deputados na Assembleia da República.

Com a aprovação da chamada Lei do Mirandês, este idioma torna-se mais conhecido para todo o país e estrangeiro; começou a despertar a atenção de linguistas e investigadores da língua e cultura mirandesa, saltando as fronteiras da Terra de Miranda, e o ensino do mirandês nas escolas tornou-se numa realidade. As obras literárias escritas nesta língua dispararam.

“Esta é uma língua ancestral de direito próprio e que não se fala mal. É uma língua mais completa que o português. Um aluno que estude língua mirandesa é na sua maioria um excelente aluno à disciplina de língua portuguesa”, disse Júlio Meirinhos.

No ano letivo 2022/23, estavam inscritos 584 alunos no Agrupamento de Escola de Miranda Douro, dos quais 439 escolheram a disciplina de Língua e Cultura Mirandesa para as suas atividades extracurriculares, o que representa 75% da população estudantil do concelho de Miranda do Douro, números idênticos ao do ano escolar que agora começa.

Após a publicação desta lei, foi dado outro passo importante com a publicação da Convenção Ortográfica da Língua Mirandesa que permitiu uniformizar a escrita, já que se trata de um idioma que vingou ao longo de séculos por via da tradição oral.

Apesar de anos luta pela utilização dos direitos linguísticos da comunidade mirandesa há agora, pela frente, “novos desafios” para que esta língua ameaçada não regrida, como a necessidade urgente de o Estado fazer a ratificação da Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa, para assegurar o futuro da língua mirandesa.

“Portugal assinou a Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa, mas ainda não a ratificou. O processo está a andar mas não temos informação se estará a andar com a velocidade desejada”, explicou à agência Lusa o presidente da Associação Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), Alfredo Cameirão.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) anunciou em 07 de setembro de 2021 que Portugal assinou a Carta Europeia de Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa, que visa proteger e promover as línguas regionais e minoritárias históricas do continente.

De acordo com Alfredo Cameirão, a Carta Europeia das Línguas Regionais e Minoritárias do Conselho da Europa é um documento que já vem desde 1992, que “elenca uma série de premissas com que os Estados-membros” desta organização se comprometem para “a salvaguarda e defesa das várias línguas minoritárias que eventualmente cada país tenha no seu território”.

“No caso de Portugal, foi dito na cerimónia da assinatura, que o motivo deste ato foi a defesa da língua mirandesa, a liga minoritária existente no nosso país”, vincou.

Para o responsável, a ratificação da Carta é fundamental e exemplifica algumas das premissas, como o caso de o Estado português se comprometer “a oferecer a tradução de português para mirandês nos tribunais, caso o cidadão assim o entenda”.

Outra das ambições da ACLM e dos estudiosos da segunda língua oficial é a criação de uma unidade orgânica em forma de instituto ou similar que possa servir como “ponta de lança” da defesa e salvaguarda da língua e cultura mirandesas.

“Se estas duas medidas fossem implementadas, seria um grande avanço na defesa da língua e cultura mirandesa”, rematou Alfredo Cameirão.

Atualmente, a ALCM tem em curso um processo de recolha em áudio e vídeo da língua e da cultura mirandesa que já ultrapassa as 100 horas de registos, tendo objetivo de fornecer dados a investigadores da língua mirandesa e a elaboração de material para manutenção deste idioma, como a edição de dicionários.

Outro motivo de preocupação prende-se com os resultados do estudo da Universidade de Vigo (Uvigo), divulgado pela agência Lusa em 21 de fevereiro, que dá conta de que o mirandês está numa situação “muito crítica”, devido ao abandono desta forma de falar por parte de entidades públicas e privadas.

Lançado no terreno em 2020, o estudo estimou em cerca de 3.500 o número de pessoas que conhecem o mirandês, com cerca de 1.500 a usá-la regularmente, identificando uma rotura com este idioma, sobretudo nas gerações mais novas, através de uma “forte portugalização linguística”, assente em particular na profusão dos meios de comunicação nas últimas décadas, e na identificação do mirandês com a ruralidade e a pobreza locais.

Para a UVigo, a manter-se a situação, “a este ritmo é possível que o mirandês morra antes [dos próximos] 30 anos”, conservando-se apenas como “um latim litúrgico para celebrações”, sem ser “língua para viver a diário”, como se lê no estudo que ainda não tem data para apresentação oficial.

No terreno, os falantes defendem que o mirandês se poderá perder nas próximas décadas, embora outros garantam que ainda se vai a tempo de salvar esta língua minoritária, como a reportagem da Lusa verificou no local no passado mês de março.

Fonte: Lusa