Censos2021: Todos os concelhos do distrito de Bragança perderam população

Todos os 12 concelhos do distrito de Bragança perderam população na última década, com um decréscimo de 13.448 residentes, segundo os resultados do Censos 2021.

Os dados finais dos censos 2021 indicam que o distrito tem agora 122.804 residentes, enquanto em 2011 residiam nesta região, que é um dos maiores distritos portugueses em termos de área territorial, 136.252 pessoas.

Os resultados definitivos mostram uma perda de população ligeiramente superior, em 44 habitantes, à apontada nos dados provisórios divulgados em junho de 2021.

Com uma perda global de população na ordem dos 10%, a maior redução no distrito, de 20,42%, regista-se no concelho Torre de Moncorvo, onde vivem 6.826 pessoas, segundo Censos.

Alfândega da Fé, onde vivem 4.324 pessoas, tem a segunda maior perda, de 15,34%, seguindo-se Freixo de Espada à Cinta com 3.2016 habitantes, menos quase 15% que em 2011.

Vinhais apresenta uma redução de 14,32%, com 7.768 habitantes, Carrazeda de Ansiães de 13,86%, mantendo 5.490 pessoas, e Vila Flor tem 6.050 habitantes, com uma quebra populacional de 9,66%.

Os três maiores concelhos da região apresentam a mesma tendência, inclusive Bragança, que deixou de ser o único com resultado positivo, apresentando uma redução de 2,15% e contabilizando 34.582 habitantes.

O segundo maior município, Mirandela, tem agora 21.384 residentes, depois de uma perda de 10,32% da população, e em Macedo de Cavaleiros vivem 14.251 pessoas, menos 9,67% que em 2011.

O concelho de Miranda do Douro sofreu uma redução 13,62% na população, registando atualmente 6.463 residentes; Vimioso registou uma diminuição de 11,14%, contando hoje com 4.149 residentes; e Mogadouro perdeu 13% da população, ficando com 8.301 habitantes.

De acordo com os resultados definitivos do Censos 2021, Portugal perdeu 2,1% da população entre 2011 e 2021, invertendo a tendência de crescimento registada nas últimas décadas.

“Residiam em Portugal, à data do momento censitário, dia 19 de abril de 2021, 10.343.066 pessoas (4.920.220 homens e 5.422.846 mulheres), o que representa um decréscimo de 2,1% face a 2011”, adiantou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o INE, essa redução constitui uma inversão na tendência de crescimento da população que se verificou nas últimas décadas e representa a “segunda quebra populacional registada desde 1864, ano em que se realizou o I Recenseamento Geral da População”.

Fonte: Lusa

Atenor: População ficou maravilhada com a música clássica dos “Quarteto Abalone”

O grupo “Quarteto Abalone” ofereceu um concerto de música clássica à população de Atenor, no sábado, dia 19 de novembro, na igreja Paroquial, uma iniciativa que decorreu no âmbito dos “Concertos de Outono”, que estão a ser promovidos pelo município de Miranda do Douro.

Os “Quarteto Abalone” são constituídos pelos músicos Fabiana Fernandes (1.º violino), Tiago Rodrigues (2.º violino), Filipa Bandeira (viola d’arco) e Lauro Lira (violoncelo).

Filipe Bandeira, que integra “Quarteto Abalone” disse que a atuação em Atenor foi uma grande oportunidade para o grupo trazer a música clássica às populações do interior do país.

«Somos um grupo de amigos, que estudámos juntos no Porto e gostámos muito de música. Por isso, é com muita alegria que viemos atuar em Atenor e assim oferecer às pessoas a interpretação de temas dos compositores Mozart, Vivaldi, Dvoräk e Piazzolla», disse.

Na igreja paroquial de Atenor, Maria Regina era uma das muitas pessoas presentes, para assistir ao concerto musical e expressou assim o seu contentamento:

“Este concerto musical traz à população de Atenor, a oportunidade de conhecer a música clássica e portanto é um meio de enriqucimento cultural”, disse.

Já o jovem Filipe, estava radiante com a surpresa de assistir a um concerto de música clássica na aldeia dos seus avós e incentivou para que se façam mais atividades culturais semelhantes ao longo do ano.

“Sou emigrante em França, venho a Portugal várias vezes durante o ano e é a primeira vez que assisto a um concerto de música clássica em Atenor! Parabéns pela iniciativa! Tragam mais espetáculos destes e teatro!”, sugeriu.

A presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, que também assistiu ao concerto dos “Quarteto Abalone”, em Atenor, estava felicíssima com a reação da população local.

“Em boa verdade, esta iniciativa de trazer a cultura às várias localidades do concelho, está a evidenciar o profundo desejo que as pessoas têm de desfrutar de coisas belas, como foi hoje este concerto de música clássica. O município está atento aos anseios das populações e queremos proporcionar-lhes mais momentos com este”, disse.

O concerto dos “Quarteto Abalone” em Atenor realizou-se no âmbito do projeto “Roteiro Cultural do Património e dos Poetas do Douro Superior”, cujo objetivo é aliar a cultura ao património e assim contribuir para uma maior atratividade turística da região duriense.

O ciclo de “Concertos de Outono” prossegue no próximo Domingo, dia 27 de novembro, com a atuação do grupo “Músicas na Raya”, na igreja paroquial de Cicouro.

Em dezembro, a agenda dos “Concertos de Outono” é a seguinte:

  • 3 de dezembro, concerto dos “Hardança“, na igreja paroquial de Malhadas;
  • 8 de dezembro, concerto de “Poetas do Douro – Quarteto Abalon“, na igreja paroquial de Águas-Vivas;
  • 17 de dezembro, concerto de Natal, interpretado pelo “Ensemble Vocal Pro Música”, na Concatedral de Miranda do Douro;
  • 1 de janeiro, concerto de Ano Novo, interpretado pela Mie Miranda, na Concatedral de Miranda do Douro.

HA

Miranda do Douro: Pedro Silva Santos incentivou os mirandeses a serem empreendedores

No passado dia 18 de novembro, realizou-se em Miranda do Douro, o workshop “Ideias ridículas que transformei em negócios”, uma iniciativa promovida pelo CLDS 4G Miranda Cumbida, que teve como objetivo incentivar ao empreendedorismo no concelho de Miranda do Douro.

O orador, Pedro Silva Santos, apresentou o workshop “Ideias ridículas que transformei em negócios”.

O workshop decorreu no miniauditório, em Miranda do Douro e teve como destinatários os jovens estudantes, pessoas à procura de emprego ou interessadas em criar o seu próprio trabalho, assim como os empresários e entidades empregadoras.

O engenheiro florestal, Pedro Silva Santos iniciou o workshop comunicando aos participantes, de que modo em 2009, decidiu criar o seu próprio emprego.

“Antes de me lançar nesta aventura de criar o meu próprio trabalho preparei-me, li muitos livros e reuni toda a informação que precisava”, disse.

Depois, o jovem empreendedor decidiu aproveitar as potencialidades do digital para criar a NOCTULA store, uma plataforma de comércio eletrónico dedicada à venda de livros e produtos digitais editáveis em Word, Excel e PowerPoint.

“O digital permite chegar ao mundo inteiro e reduz os custos de deslocação!”, disse.

Dirigindo-se às pessoas que procuram trabalho, Pedro Silva Santos sublinhou a importância de ser criativo e objetivo na elaboração do curriculum vitae ou na apresentação em vídeo.

“As experiências escolares, desportivas e o voluntariado dizem muito de cada um de nós e devem constar no CV”, recomendou.

A jovem Sofia Santos apreciou muito o workshop, afirmando mesmo que se sentiu encorajada a criar o seu próprio trabalho em Miranda do Douro.

“Gostaria de desenvolver um projeto na área da economia circular”, disse.

Por sua vez, o jovem estudante, Marco, de 17 anos, também apreciou a palestra dedicada ao empreendedorismo e sublinhou a importância de criar um site para dar visibilidade à empresa e aos trabalhos realizados.

A professora do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro, Rosa Martins, realçou a importância de proporcionar aos jovens palestras e workshops.

“É muito importante que os jovens conheçam outras experiências de vida e recebam outros conhecimentos para além dos conteúdos escolares. Destaco, por exemplo, a importância de ensinar aos jovens, desde cedo, a elaborar o seu curriculum, para depois se candidatarem a ofertas de trabalho”, indicou.

Em representação do município de Miranda do Douro, o vice-presidente, Nuno Rodrigues, felicitou a iniciativa dedicada ao empreendedorismo.

“É sempre importante transmitir aos jovens conhecimentos e competências empreendedoras, para que possam desenvolver projetos e criar o seu próprio trabalho. Destaco que no concelho de Miranda do Douro há vários exemplos de empreendedorismo bem-sucedido, com destaque para as empresas de cutelaria, de tanoaria, agroalimentares, artesanato, turismo, entre outras”, referiu.

Para as pessoas que andam à procura de trabalho, o autarca informou que no concelho há falta de mão-de-obra em áreas como a restauração, a jardinagem, a construção civil, assim como canalizadores e eletricistas.

Por sua vez, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), Bruno Gomes, enfatizou a importância de realizar mais palestras como esta dedicada ao empreendedorismo.

“A grande dificuldade das pessoas na procura de emprego ou na criação do seu próprio trabalho é precisamente o início, ou seja, como começar? Como procurar emprego? Ou então, como criar o meu próprio trabalho? E formações como esta vêm clarificar e encorajar as pessoas”, disse.

O presidente da ACIMD confirmou que no concelho de Miranda do Douro há falta de pessoas para trabalhar em quase todos os setores, inclusivé o comércio.

“Para colmatar a atual falta de mão-de-obra estão-se a contratar pessoas vindas do Brasil, da Argentina e de outras nacionalidades”, indicou.

Segundo Tânia Gouveia, do CLDS 4G Miranda Cumbida, o objetivo do workshop foi desenvolver competências empreendedoras nas pessoas.

“O Pedro Silva Santos é uma pessoa que sabe comunicar e desperta o interesse das pessoas, para um tema muito importante como é o empreendedorismo. Neste workshop participaram pessoas à procura de trabalho, empresas, beneficiários do rendimento social de inserção e estudantes. Com esta atividade quisemos motivar as pessoas a serem proativas”, concluiu.

OE023: Aprovada proposta do Livre para promoção e proteção da língua mirandesa

O partido Livre viu aprovada uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado, que prevê medidas de proteção e promoção da língua mirandesa e a criação de uma “unidade orgânica própria”, num total até 100 mil euros.

A proposta apresentada pelo deputado único do Livre, Rui Tavares, e aprovada na Comissão de Orçamento e Finanças, no parlamento, prevê que, durante o próximo ano, o Governo, “após um processo de consulta envolvendo a autarquia de Miranda do Douro, a Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa e as escolas com ensino de mirandês, define e operacionaliza estratégias de proteção e promoção da língua mirandesa como língua viva, promovendo a criação de uma unidade orgânica própria”.

A iniciativa, escrita em português e mirandês, foi votada por pontos, tendo este sido aprovado com os votos favoráveis de todos os partidos, à exceção da Iniciativa Liberal, que se absteve.

O ponto que prevê uma dotação orçamental específica para financiamento destas medidas, num montante até 100 mil euros, mereceu a abstenção de Iniciativa Liberal e PSD, e os votos favoráveis dos restantes.

No texto, o Livre considera que o mirandês é “um tesouro nacional que importa nutrir e preservar” e refere que, “apesar de todos os esforços, a língua mirandesa encontra-se seriamente ameaçada e corre-se o risco de após 2032, quando tiverem passado 150 anos sobre a data em que Leite de Vasconcelos anunciou nacionalmente a existência do mirandês, não ser já uma língua falada de forma corrente”.

Assim, o deputado único afirma que é “essencial a criação de uma instituição de direito público, um instituto com dotação orçamental específica prevista para 2023 e para os anos seguintes”.

“No âmbito e nas competências deste instituto devem incluir-se a definição e concretização de estratégias de proteção e de promoção da língua mirandesa, bem como a operacionalização das medidas assumidas por Portugal na assinatura da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias, incluindo o estudo, a recolha e a documentação da língua mirandesa e da sua história, as ações para o ensino regular e pontual do mirandês, as ações para o uso corrente e quotidiano da língua, a publicação de obras originais e traduzidas em mirandês, o incremento da visibilidade e a promoção da língua mirandesa, entre outras”, elenca Rui Tavares na proposta.

Fonte: Lusa

Picote: Obra «Rostos de uma Barragem – o Álbum de Telmo Ferraz» apresentado no Porto

A obra «Rostos de uma Barragem – o Álbum de Telmo Ferraz», organizada por Henrique Manuel Pereira, professor da Universidade Católica Portuguesa, vai ser apresentada, dia 25 de novembro, às 18h00, no Paço Episcopal do Porto.

A sessão acontece no dia do 97.º aniversário do Padre Telmo Ferraz e a obra vai ser apresentada pelo professor Fernando de Almeida.

Telmo Ferraz é natural de Bruçó, Mogadouro e nos anos 1950 foi capelão da barragem de Picote, desenvolvendo um extraordinário trabalho pastoral e humanitário junto dos operários.

«Rostos de uma Barragem» reproduz um álbum de cerca de 200 fotografias, a preto e branco, na “sua esmagadora maioria da autoria do Padre Telmo Ferraz e por ele legendadas”.

Um livro que retrata a realidade da barragem de Picote, a primeira do Douro Internacional, iniciada em 1954 e inaugurada em 1958, um marco da engenharia e arquitetura portuguesa da época e um contributo para a industrialização do país.

«Rostos de uma Barragem» configura um importante documento social e histórico e o autor de «O lodo e as estrelas», através da sua máquina fotográfica, retrata as “pessoas de carne e osso” que contribuíram para a edificação desta importante obra de engenharia e arquitetura.

A edição desta obra com a chancela da «Alforria» conta com o apoio da Movhera, empresa concessionária do aproveitamento hidroeléctrico de Picote, do Município de Miranda do Douro, e também com outras instituições locais como a Associação Família Kolping de Picote e a Junta de Freguesia de Picote.

Fonte: Ecclesia

Vimioso: Município promoveu as Termas em Valladolid (Espanha)

O município de Vimioso participou na Feira Internacional de Turismo do Interior 2022 (INTUR), que decorreu de 17 a 20 de novembro, em Valladolid (Espanha), onde teve a oportunidade de promover as Termas junto do público espanhol.

Segundo a vereadora do município de Vimioso, Carina Lopes, a Intur é a principal Feira de Turismo do Interior, em Espanha, sendo apoiada pelo Governo Regional da Comunidade Autónoma de Castela e Leão.

“Este certame anual reíne operadores turísticos, agências de viagens, destinos e prestadores de serviços que procuram promover junto dos visitantes destinos turísticos”, disse.

E esse foi o propósito da participação do município de Vimioso, o de promover as Termas no mercado espanhol.

“A cidade de Valladolid é bem próxima de Vimioso e a nossa participação na feira de turismo teve por objetivo dar a conhecer as Termas. O nosso complexo termal é único no distrito de Bragança e tem preços muito convidativos para o mercado espanhol”, disse.

Na feira de Valladolid, o município de Vimioso começou por oferecer aos visitantes a degustação do tradicional pastel de amêndoa, acompanhado de um licor, para depois prestar informações sobre as Termas e oferecer demonstrações do serviço de massagem.

“A cidade de Valladolid tem mais de 300 mil habitantes, sendo a cidade mais populosa da Comunidade Autónoma de Castela e Leão. Por isso, uma das nossas estratégias passa por investir mais na promoção de Vimioso em Espanha e na atração dos turistas espanhóis”, indicou.

Esta participação de Vimioso na Feira Internacional de Turismo do Interior, em Valladolid, inseriu-se na iniciativa conjunta da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), de promover os nove municípios que a integram, no certame em Espanha.

HA

Carção: Cachico-Mercado Rural deu mais valor aos produtos locais

No fim-de-semana de 18, 19 e 20 de novembro, a localidade de Carção, no concelho de Vimioso, voltou a realizar o “Cachico – Mercado Rural”, um certame que atraiu a vinda de muito público e valorizou os produtos locais.

Na 4ª edição do mercado rural, Isabel Afonso, uma das expositoras, natural de Carção, tinha à venda pimentos, batata-doce, amêndoas, nozes, mel, azeite, vinho, pão, económicos, rosquilhas, ginjinha e ervas aromáticas, como os orégãos, folha de oliveira, carqueja, entre outras. A castanha que é habitualmente um dos produtos locais mais procurados esgotou rapidamente.

“A pouca produção de castanha que tive foi logo vendida. Este ano, houve pouca quantidade, dado que não choveu e as castanhas não se desenvolveram nos ouriços”, informou.

Outro expositor, Rodrigo Pinto, estava a comercializar a pastelaria tradicional, como os saborosos filhós, o bolo-rei, as súplicas, os económicos, as rosquilhas, o folar e a geleia.

“O Cachico – Mercado Rural é um evento anual, que dá vida à aldeia de Carção! E por isso é importante continuar a fabricar e comercializar estes produtos pois fazem parte da nossa história e da nossa identidade”, disse.

Do lado do público, António Marujo, estava muito agradado com o regresso a Carção, do Cachico – Mercado Rural, dado que este evento para além da venda e compra de produtos, promove o convívio da população local com outros visitantes.

“Este ano, no mercado rural comprei uma cesta de escrinhos para guardar o pão e comprei rosquilhas e económicos. Mas o melhor deste evento é o encontro e o convívio entre as pessoas de várias localidades”, disse.

Por sua vez, Conceição Nabais, veio da Guarda, para participar, pela primeira vez, no Cachico – Mercado Rural. Entre os vários produtos expostos no mercado, a visitante comprou queijos, chouriças e mel.

O vice-presidente do município de Vimioso, António Santos, estava entusiasmado com o regresso do certame à sua aldeia natal, Carção.

“Uma das políticas do município de Vimioso é promover estas feiras temáticas, nas várias localidades do concelho, com o objetivo de divulgar e valorizar o que aqui se produz. Constatamos também que os agricultores, produtores e artesãos dão muita importância a estes certames pois permite-lhes comercializar mais facilmente os seus produtos”, disse.

No final do certame, o presidente da freguesia de Carção, Daniel Ramos, estava satisfeito com a grande afluência de público ao longo dos três dias do evento.

“Sublinho que o principal objetivo deste certame é incentivar a população de Carção, a continuar a produzir alimentos caraterísticos da localidade, como são a castanha, o azeite ou a doçaria tradicional”, disse.

O autarca de Carção destacou ainda que o mercado rural é um evento que atrai a vinda de muitos emigrantes e pessoas naturais da aldeia que vivem noutras localidades do país.

“O Cachico – Mercado Rural já é um acontecimento que os carçoneiros, espalhados pelo país e pelo estrangeiro, encaram como uma festa da aldeia e aproveitam o fim-de-semana para regressar a Carção e visitar os seus familiares”, disse.

O mercado rural deste ano encerrou com um magusto, durante o qual o público foi presenteado com as castanhas assadas, a jeropiga e a animação musical dos marotos flavienses.

HA

Sociedade: Mais de 88 por cento das famílias têm ligação à Internet em casa – INE

Mais de 88 por cento das famílias portuguesas têm ligação à Internet em casa, sendo que 84,6% possuem uma ligação de banda larga, segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Realizado entre junho e agosto de 2022, o inquérito à utilização de tecnologias da informação e da comunicação pelos agregados familiares registou aumentos face a 2021. A conexão à internet aumentou de 0,9 pontos percentuais. E a ligação por banda larga cresceu 0,5%.

Em relação à média dos 27 estados-membros da União Europeia na ligação por banda larga, que foi de 90% em 2021 (estatística mais recente disponível), Portugal permanece aquém do valor comunitário, apesar da diminuição da distância, que era de 10 pontos percentuais em 2019 e de 7,3 em 2020.

O acesso à Internet e com ligação por banda larga é, de acordo com os dados registados pelo INE, mais elevado nas famílias com crianças até aos 15 anos, atingindo 99,2% e 97%, respetivamente. Essa conectividade é também registada nos agregados familiares com maiores rendimentos.

Quanto à utilização do telemóvel para aceder à Internet, 81,8% das pessoas entre os 16 e os 74 anos disseram usar telemóvel/smartphone para essa finalidade.

A proporção de pessoas nessa faixa etária que usou a Internet nos três meses anteriores ao inquérito foi de 84,5% em Portugal, embora na União Europeia fosse já de 89% em 2021.

O inquérito revelou também que mais de três quartos dos utilizadores de Internet mantiveram equipamentos tecnológicos obsoletos em casa (76,3%), sendo que apenas 26,1% dos utilizadores procuraram descartar-se do equipamento para reciclagem de lixo eletrónico.

As preocupações ambientais já se notaram também na procura de equipamentos novos, já que 58,6% dos utilizadores tiveram em conta pelo menos uma característica com impacto ambiental.

A característica mais citada foi a eficiência energética do equipamento (48%), seguida da conceção do produto com preocupações ambientais (29,1%).

No entanto, o preço (84,9%) e as características do equipamento (78,5%) continuam a ser os fatores mais ponderados na aquisição de um novo equipamento pelos utilizadores inquiridos.

A principal utilização da Internet é ao nível da comunicação e do acesso à informação nas pessoas entre os 16 e os 74 anos – seja para trocar mensagens instantâneas online, envio de emails, uso de redes sociais ou pesquisa de informação -, superando a procura da Internet para ouvir música (69,5%) ou usar serviços bancários (68%).

Os dados recolhidos evidenciaram ainda um aumento de 11,4 pontos percentuais para atividades relacionadas com a saúde entre os utilizadores de Internet (acesso a registos pessoais, marcação de consultas, obtenção de receitas, etc.) face ao último ano em que esta informação foi recolhida (2020). Em sentido inverso, a pesquisa de informação sobre saúde baixou em 2022 para 58,5%, depois de atingir os 62,6% em 2020.

Em 2022, 68,7% das pessoas dos 16 aos 74 anos utilizaram a internet nos 12 meses anteriores à entrevista para a interação com organismos públicos, sendo mais frequente entre os homens (70,2%) do que nas mulheres (67,4%).

Por último, a utilização da Internet para fazer encomendas – que foi um dos aspetos mais potenciados pela pandemia de covid-19 – abrandou este ano, com 42,7% das pessoas entre os 16 e os 74 anos a efetuarem encomendas pela internet no trimestre anterior, mais 2,3 pontos percentuais do que em 2021 (40,4%), mas abaixo do crescimento registado nos anos mais impactados pela pandemia (7 pontos percentuais em 2020 e 5,2 em 2021).

As estimativas apresentadas pelo INE foram recolhidas de uma amostra de 6.594 agregados domésticos com pelo menos uma pessoa com idade dos 16 aos 74 anos e igual número de pessoas nesse intervalo etário.

Fonte: Lusa

Ambiente: Burro de Miranda limpa mato no planalto mirandês

O planalto mirandês é o campo experimental da primeira Brigada Florestal Animal, que consiste num projeto-piloto que tem por missão a limpeza de lameiros e mato, a fim de criar zonas tampão em caso de incêndios florestais.

Esta iniciativa é coordenada pela Associação Para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), que dispõe de duas dezenas de burros desta raça autóctone que estão posicionados, atualmente, no território de Vila Chã da Braciosa, no concelho de Miranda do Douro.

“Através deste projeto-piloto, pretendemos demonstrar o grande potencial que os burros mirandeses podem ter na gestão da paisagem, e, ao mesmo tempo, contribuir para a diminuição da carga combustível existente em lameiros abandonados”, disse o secretário técnico da AEPGA, Miguel Nóvoa.

Para fazer os trabalhos de limpeza de lameiros e mato são utilizados estes autênticos “destroçadores” de matéria vegetal, onde em cada sete hectares de terreno são colocados seis a 12 animais, que são controlados por uma cerca elétrica para não abandonarem o local.

“Os lameiros estão a ficar abandonados o que leva ao crescimento de mato e o burro tem apetência para realizar o trabalho de limpeza destas terras”, explicou o também veterinário.

Nesta iniciativa ambiental, os animais são apenas controlados por uma cerca elétrica, que é ajustada e cada meio ano, para os confinar uma determinada zona de limpeza, para assim diminuírem a carga combustível de cada parcela de terreno.

O bem-estar animal, é outra das precauções a ter com o efetivo da Brigada Florestal Animal, já que todas as semanas os burros são visitados por técnicos que verificam o seu estado de saúde, avaliam o índice de massa corporal e ajustam a sua alimentação, caso seja necessário. Cada animal dispõe ainda de um sistema GPS para controlar os seus movimentos.

De acordo com Miguel Nóvoa, o projeto tem demonstrado resultados visíveis nos últimos anos e cada vez mais se torna importante o uso de animais na gestão da carga combustível ao longo do ano, nos mais diversos tipos de vegetação e áreas territoriais.

Este projeto, de acordo com os seus mentores, poderá ser alargado e dotado de mais animais para controlar a vegetação espontânea a fim de criar “autênticas zonas tampão”, que ajudem a controlar os incêndios florestais e diminuir a matéria combustível.

O projeto-piloto da Brigada de Florestal Animal está direcionado para a limpeza de áreas de terreno marginais que são ocupadas por vegetação espontânea como estevas, matos ou azinheiras, fomentando desta forma a regeneração natural de outras espécies de vegetação autóctone.

Já no que respeita à gestão dos lameiros, a AEPGA garante que será feita uma gestão destas parcelas de terreno, em zonas rurais.

“O lameiro é um habitat que foi construído pelo homem, sendo zona de pasto de alto valor natural. Infelizmente [os lameiros] estão a ser abandonados e ocupados por mato. Se conseguirmos reverter esta situação de abandono, e criar valor nestes espaços naturais, poderemos obter resultados importantes para a conservação deste tipo de espaços agrícolas”, enfatizou Miguel Nóvoa.

Para a bióloga Sara Pinto, que faz parte da equipa do projeto, comparando o burro com os meios mecânicos, a utilização destes animais é mais vantajosa, sendo que a redução da erosão dos solos é a primeira que é verificada.

“A erosão dos terrenos é mais suave e progressiva com a utilização de animais na limpeza de lameiros e mato e, ao mesmo tempo, existe uma menor compactação dos solos, em relação a utilização de meios mecânicos”, indicou a investigadora.

 Este processo de limpeza de áreas agrícolas, recorrendo aos burros, torna-se mais económico para os proprietários face à atualização de maquinaria e, ao mesmo tempo, ajuda a reduzir a pegada de carbono.

“Os burros são bons gestores de paisagens porque podem criar descontinuidade nas áreas florestais e ajudar a travar o avanço dos incêndios rurais. Tem de haver um bom maneio dos animais no terreno, para evitar a erosão em redor das aldeias”, indicou Sara Pinto.

A Brigada Florestal Animal é um projeto-piloto multidisciplinar que engloba técnicos de áreas de estudo desde a botânica, passando pela biologia, até à engenharia ambiental ou veterinária a que se junta o Instituto Politécnico de Bragança (IPB).

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Parque Natural do Douro Internacional tem grande potencial turístico

Vários empresários ligados ao turismo de natureza mostraram-se confiantes nas potencialidades do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI), por considerarem que esta área protegida tem qualidades únicas para receber turistas ao longo de todo o ano.

“Há imensas potencialidades turísticas no PNDI, principalmente pelo seu património cultural, natural e tradicional. Sendo o turismo uma das atividades que mais tem crescido, está mais do que fundamentado que pode ser aproveitado como uma alavanca para o desenvolvimento social e económico deste território do interior” disse João Martins, gerente de uma empresa vocacionada para projetos para turismo de natureza.

O empresário referiu ainda que as principais dificuldades para a implementação de projetos turísticos na área do Douro Internacional são os entraves que foram sendo colocados “há muitos anos” como o encerramento da linha férrea do Sabor e o pouco investimento do poder central nesta área protegida.

“Começa a haver massa crítica e serviços suficientes para se começar a implementar o turismo na natureza neste território, sendo importante que todos os agentes públicos e privados se envolvam para trabalhar em rede para levar projetos em frente”, vincou João Martins.

Esta foi uma das conclusões da iniciativa “Que turismo queremos para o PNDI?”, que teve como objetivo delinear a estratégia de turismo sustentável a implementar no território. Esta iniciativa juntou empresários e técnicos ambientais numa sessão que decorreu a 21 de novembro, em Miranda do Douro e que foi promovida pelo Instituto de Conservação da Natureza e florestas (ICNF) em parceria com as quatro autarquias da área do PNDI e empresas do setor turismo de natureza.

Outras experiências foram partilhadas, como o caso do empresário espanhol Xavier Sevilhano, especialista em turismo ambiental que defendeu que “há uma crise ambiental a nível global, sendo importante criar valor no território através da biodiversidade existente em cada uma das regiões”.

“O turismo de natureza também pode contribuir para cuidar da natureza através da sua conservação. Tem de haver um turismo sustentável que envolva as populações locais através da educação ambiental e que permita um melhor o conhecimento e mudar a perceção destes territórios”, frisou.

A diretora regional do ICNF, Sandra Sarmento, disse à margem da sessão de esclarecimento que o turismo de natureza é “uma oportunidade excelente para esta área protegida”.

“No PNDI há áreas temáticas muito relevantes como a observação de aves, os percursos pedestres que atravessam todo este território e já estão homologados e que podem ser percorridos a pé ou de bicicleta. Estamos igualmente a falar de uma área protegida, que em termos cénicos e visuais é fantástica, com paisagem arrebatadoras”, exemplificou a responsável.

Sandra Sarmento deixou ainda a garantia de que o PNDI é um território com “grandes oportunidades e o que falta nesta área protegida é uma estratégia de integração de diversas áreas para assim haver uma oferta integrada do ponto de vista turístico e ambiental”, disse

O PNDI abrange uma área de mais de 86 mil hectares de terreno que se estende pelos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Figueira de Castelo Rodrigo, território onde o destaque vai para a presença de bosques de zimbro, sobreirais e manchas de carvalho-negral, entre outras espécies da flora autóctone.

O Douro Internacional é também uma área fundamental para a conservação da avifauna, sendo uma das zonas mais importantes no contexto nacional e mesmo ibérico para a nidificação das grandes aves rupícolas.

Fonte: Lusa