Entrevista: “Estamos a ponderar viver em Portugal” – Celine e Daniel Ribeiro

Daniel Ribeiro, de Braga e Celine Rodrigues, de Algoso, são um casal de jovens lusodescendentes, que vivem e trabalham em Paris (França). Conheceram-se no decorrer de umas férias, no mês de agosto. Namoraram durante sete anos, depois casaram e hoje são pais de três filhos. Num futuro próximo, esta jovem família pondera mudar-se para Portugal, com o objetivo de conciliar melhor a vida profissional e familiar e assim ter mais tempo (e espaço) para o lazer.

Terra de Miranda – Notícias: Vivem e trabalham em França. Como é o vosso dia-dia na cidade de Paris?

Celine Rodrigues: Paris é uma cidade enorme, com cerca de 12 milhões de habitantes. Há muita indústria, sobretudo na área da alta tecnologia, com destaque para o setor automóvel, os produtos químicos, as componentes elétricos, a publicidade, a perfumaria, joalharia e a alta-costura. O ritmo de vida é muito acelerado e a nossa rotina semanal é casa e trabalho. Comparativamente com o tempo de férias que passamos em Portugal, quer na cidade de Braga, quer na aldeia de Algoso, o ritmo de vida é muito mais estressante.

Daniel Ribeiro: Em Paris, todas as manhãs temos que sair de casa muito cedo de casa, por causa da enorme fluxo de trânsito e mesmo assim perde-se uma hora e meia para chegar ao local de trabalho. Antes de trabalhar em França, trabalhei sete anos em Braga e apercebi-me de que em Portugal há mais qualidade de vida. É mais fácil conciliar o trabalho, com o tempo para estar com a família e os amigos.

“Antes de trabalhar em França, trabalhei sete anos em Braga e apercebi-me de que em Portugal há mais qualidade de vida. É mais fácil conciliar o trabalho, com o tempo para estar com a família e os amigos” – Daniel Ribeiro.

Terra de Miranda – Notícias: Que trabalhos realizam em França? E qual é o nível de vida no país?

Celine Rodrigues: Eu sou diretora comercial numa empresa de tecnologia para os media. Vendemos tecnologias para estações televisivas, de vários países, entre os quais Espanha e Portugal.

Daniel Ribeiro: O meu trabalho é na área da climatização e iluminação. Faço programação de centrais de ar para aquecimento ou arrefecimento de prédios e de escritórios. O salário médio, em França, ronda os 1800 a 2000 euros/mês.

Terra de Miranda – Notícias: Ao longo do ano, quantas vez vêm a Portugal? O que mais apreciam nestas visitas ?

Celine Rodrigues: Costumamos vir a Portugal sobretudo no verão, no decorrer do mês de agosto, para gozar 3 a 4 semanas de férias. Ocasionalmente, no Natal ou na Páscoa, também passamos uma semana de férias, em Portugal.

Daniel Ribeiro: Nas férias, em Portugal, aprecio sobretudo os momentos de descanso na praia e o reencontro com os familiares e amigos. A Celina e os miúdos também gostam dos passeios e das idas à praia e ao rio.

Terra de Miranda – Notícias: Alguma vez pensaram em mudar-se para Portugal?

Celine Rodrigues: Dado que nasci em França e estou tão habituada a esse estilo de vida, não pensava nessa possibilidade. Mas o Daniel tem esse sonho, pois já viveu e trabalhou em Portugal. Entre nós, já falamos sobre essa possibilidade. A realizar esta mudança, eu preferia ir para uma grande cidade, como o Porto ou Lisboa, dado que aí há mais oportunidades de trabalho, o clima é agradável, há praia, entre outras vantagens.

Daniel Ribeiro: Eu tenho o sonho de regressar a Portugal, com o propósito de constituir a minha própria empresa.

Terra de Miranda – Notícias: A região do nordeste transmontano tem pouca densidade populacional. Veem-se a viver numa região como esta? Na vossa opinião, o que falta nesta região para a tornar mais atrativa para as pessoas?

Celine Rodrigues: Eu gosto muito de estar em Algoso, porque é uma aldeia bonita, tranquila e que oferece a oportunidade de descansar. Na minha opinião, um modo de desenvolver esta região é continuar a valorizar os produtos locais, como é o caso do azeite. Este produto poderia dar origem a outros produtos como os cosméticos, as infusões, os resíduos para energias renováveis, entre outros derivados. Um exemplo bem sucedido na valorização dos produtos locais é o das compotas “Cristus”, que está a aproveitar o excedente de fruta existente nesta região.

“Na minha opinião, um modo de desenvolver a região de Trás-os-Montes é continuar a valorizar os produtos locais, como é o caso do azeite. Este produto poderia dar origem a outros produtos como os cosméticos, as infusões, os resíduos para energias renováveis, entre outros derivados”- Celine Rodrigues.

Daniel Ribeiro: A região de Trás-os-Montes é muito bonita e outra área que poderiam continuar a desenvolver é o turismo rural, dando maior visibilidade à beleza natural desta região. Na minha área profissional, o mercado na região transmontana é muito reduzido, pelo que não penso viver viver no interior de Portugal.

Terra de Miranda – Notícias: Costuma dizer-se que são os laços afetivos, a ligação à família e aos amigos o que mais nos motiva as pessoas a realizarem mudanças. No vosso caso, que laços afetivos têm em Portugal?

Daniel Ribeiro: Os meus pais, irmãos, avós e os amigos de infância estão todos em Portugal. Para além destes laços afetivos, outra razão de peso que me motiva a querer regressar a Portugal é o stress de viver numa cidade como Paris. Eu gostaria de proporcionar outro estilo de vida à minha família, com mais qualidade. Gostaria, por exemplo, que os meus filhos tivessem mais espaço para brincar, tivessem mais contato com a natureza e o seu tempo livre não se resumisse a estar em casa a ver televisão ou o tablet.

“Eu gostaria de proporcionar outro estilo de vida à minha família. Gostaria que os meus filhos tivessem mais espaço para brincar, tivessem mais contato com a natureza e o seu tempo livre não se resumisse a estar em casa a ver televisão ou o tablet” – Daniel Ribeiro.

Terra de Miranda – Notícias: Neste mês de agosto, a aldeia de Algoso acolhe a estadia de muitas famílias de emigrantes, que vivem e trabalham em países como a França, Espanha, Suiça, etc.. Como é a relação entre todos?

Celine Rodrigues: Desde criança que passo férias em Algoso e estes dias na aldeia já são uma tradição muito aguardada. Nestes dias de reencontro com outros emigrantes, gostamos de conviver e de conversar sobre as novidades das nossas vidas, sejam o nascimento e crescimento dos nossos filhos, as mudanças profissionais, entre outros temas de conversa. Nestes dias, o mais belo é a nossa vontade mútua em aproveitar bem as férias e as festas na aldeia.

Terra de Miranda – Notícias: O mais gostam de fazer na aldeia?

Celine Rodrigues: Eu gosto sobretudo de descansar e de dar pequenos passeios no campo ou até ao castelo. Nestas férias, também gostámos de acompanhar o meu pai e ajudar a limpar os rebentos das oliveiras. Na agricultura, entendo que é importante transmitir aos nossos filhos esta herança familiar e cultural, que é o cultivo do olival.

Daniel Ribeiro: Eu gosto de andar de jipe pelos montes e deixar aos meus filhos brincar à vontade em espaço aberto! Também gostamos de ir às festas da aldeia. E de ajudar o avô nos trabalhos domésticos e agrícolas.

Terra de Miranda – Notícias: Que conselho dariam às pessoas que pensam emigrar para França?

Celine Rodrigues: Diria que a França não é um mar de rosas. E antes de pensar em emigrar, aconselharia as pessoas a tentar todas as hipóteses de trabalho em Portugal.

Daniel Ribeiro: Como emigrante, daria o seguinte conselho: é melhor ganhar menos dinheiro e ter tempo para a família e os amigos, do que viver noutro país apenas pela razão financeira.

“Na aldeia de Algoso, gosto sobretudo de descansar e de dar pequenos passeios no campo ou de caminhar até ao castelo” – Celine Rodrigues.

HA

Campo de Víboras: Inaugurado “Padrão aos Missionários da Boa Nova”

No sábado, dia 19 de agosto, foi inaugurado na aldeia de Campo de Víboras, em Vimioso, um monumento dedicado aos Missionários da Boa Nova, uma obra realizada pelos antigos alunos, com o propósito de homenagear e agradecer a educação recebida nos seminários das missões.

A benção e inauguração do “Padrão aos Missionários da Boa Nova” foi presidida pelo bispo emérito, Dom António Montes.

Na inauguração do monumento participaram cerca de 200 pessoas, entre eles, antigos alunos (e familiares) dos seminários da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN). Um destes alunos, António Padrão, informou que o monumento edificado na localidade de Campo de Víboras é fruto da vontade de vários antigos alunos que estudaram nos seminários de Tomar, Cernache do Bonjardim, Cucujães, Valadares e Fátima.

“Há 50 anos entrei para um dos seminários da Boa Nova, juntamente com outros companheiros. Com este monumento queremos agradecer aos missionários, a formação e a educação recebidas no percurso da nossa juventude e que foram tão importantes e úteis ao longo da nossa vida”, justificou.

António Padrão, como membro da Associação Regina Mundi (ARM) disse ainda que o monumento agora inaugurado, deve ser motivo de louvor, meditação e gratidão a Deus e a Nossa Senhora da Boa Nova.

O encontro dos antigos alunos da Boa Nova, no Campo de Víboras, contou com a participação online do bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida.

Na videoconferência sobre o “Impacto dos seminários das missões na formação dos alunos, dos territórios do nordeste de Portugal”, D. Nuno Almeida, afirmou que o encontro anual dos antigos alunos da Boa Nova é um motivo esperança.

“Os antigos alunos da Boa Nova receberam nos seminários dons espirituais, humanos e culturais, que são os tais bens que não envelhecem e constituem a verdadeira riqueza. Que o seu exemplo continue a inspirar as novas gerações”, disse.

Na cerimónia, em Campo de Víboras, marcaram presença o bispo emérito de Bragança-Miranda, Dom António Montes, do superior geral da Boa Nova, padre Adelino Ascenso, acompanhado dos missionários Augusto Farias e Luís Vieira e do presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, entre outras personalidades.

Na sua intervenção, bispo emérito, Dom António Montes, referindo-se às mudanças ocorridas na sociedade e na igreja, realçou que embora os seminários atualmente não tenham tantos alunos como no passado, hoje a formação dos seminaristas é mais personalizada e aprofundada.

Por sua vez, o superior geral dos Missionários da Boa Nova, o padre Adelino Ascenso, numa alusão aos jovens evocou as recentes Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, e destacou que este acontecimento foi “um veio de esperança, que deve alimentar a igreja, sobretudo nos momentos de desânimo”.

Na sua intervenção, o superior geral da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN) agradeceu o gesto de homenagem dos antigos alunos, pela edificação do monumento dedicado a Nossa Senhora e aos missionários.

Após a conferência, seguiu-se a benção e inauguração do “Padrão aos Missionários da Boa Nova”. O novo monumento incorpora a imagem de Nossa Senhora da Boa Nova, no topo tem uma cruz e num dos lados está afixada uma placa, com informações sobre o acto da inauguração e duas orações.

O acto da inauguração prosseguiu depois com a celebração da eucaristia, presidida pelo bispo emérito, Dom António Montes. Na homília, o antigo bispo de Bragança-Miranda, destacou a universalidade da Sociedade Missionária da Boa Nova (SMBN), que continua presente em países como Portugal, Angola, Moçambique, Brasil e Japão.

“Agradecemos a Deus, o trabalho fecundo dos missionários da Boa Nova, não só na formação de padres, religiosos e religiosas, mas também na educação de tantos jovens e leigos, que nas várias esferas da sociedade vivem e trabalham segundo os valores do Evangelho de Cristo”, enalteceu.

Concluída a celebração, seguiu-se o almoço-convívio entre todos os participantes. Durante a tarde, houve várias intervenções dos membros da Associação Regina Mundi (ARM), intercaladas com as atuações musicais do grupo de Cantares D’Antanho e do missionário da SMBN, padre Luís Vieira. O encontro dos antigos alunos da Boa Nova encerrou com a apresentação do livro “Diário das Redes Sociais”.

O projeto de construção do “Padrão aos Missionários da Boa Nova” foi um trabalho conjunto entre António Padrão, o arquiteto Jorge Prada e o engenheiro Pinto Miranda, que contou com os apoios do município de Vimioso e da freguesia do Campo de Víboras.

HA

Ambiente: GNR vai fiscalizar exercício da caça durante seis meses

A Guarda Nacional Republicana (GNR) iniciou a 20 de agosto, a ‘Operação Artémis’, que se irá desenvolver até fevereiro, com vista à fiscalização do exercício da caça, de modo a prevenir situações em desconformidade com a lei.

De 20 de agosto até ao dia 28 de fevereiro de 2024, a GNR vai realizar, em todo o território nacional, “ações de fiscalização ao exercício dos atos venatórios, para prevenção, deteção e repressão de situações em desconformidade com as normas legalmente definidas”, anunciou aquela força de segurança.

Segundo o comunicado, a caça é um “recurso natural renovável que, de acordo com a legislação atual, é objeto de uma política específica e de medidas especiais de proteção e conservação, visando a gestão dos recursos cinegéticos”.

Na abertura da época da caça no terreno ordenado, a GNR lembra que “ uma especial atenção às espécies cinegéticas, meses e limite diário de abate”, que constam no calendário venatório, época venatória 2023-2024.

Nesse sentido, a operação irá realizar ações de sensibilização e cooperação no âmbito das atividades relacionadas com o ato venatório, acrescenta a nota.

A GNR informa ainda que as ações têm como objetivo garantir “o respeito pelas medidas de proteção e conservação dos recursos cinegéticos, tendo em vista a sua gestão sustentável”.

Esta operação é desenvolvida através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), “na sua qualidade de polícia ambiental, competente para vigiar, fiscalizar, noticiar e investigar todas as infrações à legislação que visa proteger a natureza, o ambiente e o património natural”

A GNR reforça que tem “como prioridade estratégica a defesa dos valores naturais e ambientais numa perspetiva de alcançar uma melhor segurança e bem-estar para os seres humanos e biodiversidade”.

Fonte: Lusa

São Pedro da Silva: Mulher de 60 anos morreu afogada

No Domingo, dia 20 de agosto, uma mulher com cerca de 60 anos morreu de afogamento, após queda para uma charca na localidade de São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro, informou fonte da Proteção Civil.

“Os bombeiros de Miranda do Douro foram alertados para uma situação de afogamento, numa charca agrícola em São Pedro da Silva, no concelho de Miranda do Douro. À chegada ao local a sexagenária foi retirada da água e de imediato se iniciaram manobras de reanimação”, indicou fonte do comando sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Terra de Trás-os-Montes.

O alerta foi dado cerca das 15:20, de Domingo, dia 20 de agosto.

Nas operações de socorro estiveram envolvidos 13 bombeiros apoiados por seis viaturas dos bombeiros, a que se juntaram a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV), estacionada em Mogadouro e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) estacionada em Bragança.

A GNR tomou conta da ocorrência.

Fonte: Lusa

Calor: Todos os distritos sob aviso laranja até 4.ª feira

Todos os distritos do continente vão estar sob aviso laranja, de 21 a 23 de agosto, devido à previsão de tempo quente, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

No continente, os distritos de Bragança, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Évora, Beja, Setúbal e Faro estão sob aviso laranja desde as 01:00 de segunda-feira, dia 21 de agosto e até às 23:00 de quarta-feira, dia 23, devido à persistência de valores muito elevados da temperatura máxima.

Os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Aveiro, Viseu, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa, que hoje estão sob aviso amarelo por causa do tempo quente, passam a laranja às 00:00 de terça-feira e até às 23:00 de quarta-feira.

O IPMA colocou também a costa sul da Madeira sob aviso laranja até às 23:00 de terça-feira por causa do tempo quente, passando depois a amarelo até às 23:00 de quarta-feira.

Sob aviso amarelo estão também a Costa Norte da Madeira e o Porto Santo até às 23:00 de quarta-feira.

O aviso laranja indica situação meteorológica de risco moderado a elevado e o amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

O IPMA prevê um aumento da temperatura nos próximos dias, alertando que as máximas podem atingir valores acima dos 40 graus em alguns locais.

Segundo o IPMA, “prevê-se uma subida generalizada dos valores de temperatura máxima nos próximos dias, com valores que entre os dias 21 e 24 irão estar próximos dos 40°C na região Sul e interior Norte e Centro, podendo atingir pontualmente 44°C em alguns locais do Alentejo e Vale do Tejo”.

Já no litoral Norte e Centro, a temperatura máxima será mais baixa, com valores entre os 30 e 35°C, “sendo inferiores na faixa costeira”.

Durante a noite, as temperaturas mínimas também serão elevadas, “com valores superiores a 20°C (noites tropicais) em grande parte do território, podendo mesmo não descer abaixo dos 25°C em alguns locais do Algarve, Alentejo e na Beira Interior”.

O IPMA prevê que as temperaturas só comecem a descer de forma generalizada a partir de sexta-feira, “atingindo valores normais para a época do ano no fim de semana de 26 e 27”.

O IPMA explica que a subida de temperatura está relacionada com “uma crista anticiclónica que se estende desde os Açores até à Europa Central, promovendo o transporte de uma massa de ar quente e seco com origem no norte de África sobre o território do continente”.

Fonte: Lusa

XX Domingo do Tempo Comum

Dar-se é amar

Is 56, 1.6-7 / Slm 66 (67), 2-3.5.6.8 / Rom 11, 13-15.29-32 / Mt 15, 21-28

Surge uma mulher, aos berros, a pedir a ajuda de Jesus. Jesus parece ignorá-la. Ela insiste, persiste e Jesus dá uma resposta que nos soa estranha, pouco fiel a quem Ele é: «não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Jesus parece discriminar esta mulher por ser cananeia e não israelita.

A cananeia desarma Jesus, dizendo: «mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos». Rude despertar este! Quantas vezes guardamos a graça para uso pessoal, deixando somente um ou outro conhecido usufruí-la? Esta mulher recorda-nos algo fundamental: a graça é para todos! A graça que Jesus nos dá, sendo um dom pessoal de Deus, é um dom para todo o mundo. É sempre um dom para os outros.

«Dinheiro gera dinheiro», costuma dizer-se; não é assim com a graça: a graça não gera graça. A graça tem uma física invertida: quanto mais acumulamos, mais se perde. Quando tentamos guardar a graça recebida, ela impede a fonte de continuar a jorrar. O nosso Deus não é nem gestor, nem administrador: o nosso Deus é amor. E não sabe fazer outra coisa senão amar. A graça não se gere: dá-se!

Desconheço o que motiva o coração de Jesus neste encontro com a cananeia. Gosto de pensar que foi uma forma de ajudar os discípulos a reconhecer a importância de ir a outros lugares, a outras margens. No domingo passado, eles queriam ficar entre conhecidos e Jesus teve de os obrigar a entrar no barco para acudir outras pessoas; neste domingo, são eles quem «obriga» Jesus a abrandar o passo para ajudar.

Que o Evangelho deste domingo nos abra o coração. Sejamos generosos com a graça que Deus nos dá. Não a tentemos proteger, nem preservar. Porque tudo o que se guarda, estraga-se. Tudo o que se acumula, perde-se. Tudo o que se dá, multiplica-se.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

Miranda do Douro: Carolina Deslandes nas Festas de Santa Bárbara

De 16 a 20 de agosto, a cidade de Miranda do Douro está em festa, com um programa em que os maiores destaques são: no sábado, o concerto musical de Carolina Deslandes e no Domingo, na concatedral, a celebração da missa e da procissão, em honra da padroeira, Santa Bárbara.

As Festas da Cidade e do Concelho de Miranda do Douro iniciaram-se no dia 16 de agosto, com a Festa da Juventude, organizada pela Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM).

No dia seguinte, a 17 de agosto, coube aos grupos musicais “Rumo Nordeste” e “4 Mens” subir ao palco instalado no Largo do Castelo, em Miranda do Douro, para animar a festa.

Esta sexta-feira, dia 18, os convidados para a festa na cidade de Miranda do Douro são a “Banda Sense” e o cantor “Nuno Ribeiro”.

No fim-de-semana, o concerto mais aguardado é o da artista “Carolina Deslandes”, agendado para as 24h00 de sábado, dia 19 de agosto.

Carolina Deslandes é considerada uma das maiores artistas da atual geração de cantores e compositores portugueses. Nascida em Lisboa, em 1991, desde jovem, Carolina Deslandes mostrou um grande interesse pela música, tendo começado a tocar piano aos cinco anos e a compor as suas próprias canções na adolescência. É autora de sucessos musicais, como “Avião de Papel”, “A Vida Toda” e “Saia da Carolina”.

No Domingo, dia 20 de agosto, o grande destaque da festa em Miranda do Douro é a missa e a procissão em honra de Santa Bárbara, que vai celebrar-se às 16h00, na concatedral. De seguida, às 18h00, a Banda Filarmónica Mirandesa oferece um concerto no Largo do Castelo. À noite, a festa prossegue com a atuação da “Orquestra Magma” e as festividades deste ano encerram à 1h00 de Domingo, com o espetáculo do fogo preso.

As Festas da Cidade e do Concelho de Miranda do Douro são uma iniciativa conjunta do Município de Miranda do Douro, da comissão de Festas de Santa Bárbara, da junta de Freguesia de Miranda do Douro e da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM).

Realce-se que as Festas da Cidade e do Concelho de Miranda do Douro coincidem com a realização da XXV Famidouro – Feira de Artesanato e Multiatividades, que decorre na avenida Aranda del Duero, entre os dias 11 e 20 de agosto.

“A vida toda” é uma das músicas de maior sucesso da cantora e compositora Carolina Deslandes.

HA

Ambiente: Portugal é o país europeu com maior impacto das alterações climáticas – APA

O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) disse que Portugal é o país na Europa, em que as alterações climáticas estão a ter maior impacto, no nível de água no solo, no aumento da temperatura, no maior risco de incêndios, nos períodos de chuva mais concentrada e nos longos períodos de seca.

Carlos Pimenta Machado afirmou que, mesmo entre os países do sul da Europa, mais vulneráveis, “Portugal é onde a mudança climática mais impacta, na água, no aumento da temperatura”, sendo possível ver o que se está a passar no espaço europeu: “os incêndios (…) com chuva mais concentrada e longos períodos de seca”, com resultados “nas atividades económicas e no ecossistema”.

Numa conferência, em que abordou a gestão da água no contexto das alterações climáticas, o vice-presidente da APA reafirmou, por um lado, a intenção de Portugal antecipar o compromisso de neutralidade carbónica de 2050 para 2045.

O responsável aproveitou para enumerar alguns dos desafios e sublinhar o sucesso das políticas ambientais, desde o “trabalho incrível, notável ao nível do saneamento e tratamento de águas residuais”, descrito como “o milagre português”, até à qualidade da água das praias, num país que é também confrontado com o facto de que “mais de 50% da água que chega a Portugal provém de Espanha”.

A erosão costeira “é obviamente outro desafio” para Portugal que, salientou, tem procurado avançar na reabilitação fluvial e é dos países europeus “com melhor desempenho” ao nível da energia renovável.

Carlos Pimenta Machado lembrou que o país foi “o quarto na Europa a eliminar a produção de energia a partir do carvão, em 2019” e o sétimo no ‘ranking’ entre os 27 da União Europeia no que diz respeito à utilização de fontes de energia renovável.

O Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau decorre de 17 a 20 de agosto.

O fórum ocupa uma área de mais de dez mil metros quadrados, conta com mais de 400 expositores, entre os quais 40 expositores estrangeiros.

Durante os 20 fóruns e conferências previstas, vão intervir cerca de 30 inovadores na área ambiental, responsáveis de empresas multinacionais e decisores políticos de vários países e regiões, nomeadamente da China continental, Europa, países de língua portuguesa, nações do Sudeste Asiático, Hong Kong e Macau.

O Fórum, cujo tema é “Construir uma civilização ecológica através de iniciativas inovadoras”, tem também como objetivo “promover o intercâmbio internacional e a cooperação em matéria de proteção do ambiente entre diferentes setores, incluindo governos, indústrias, universidades, institutos de investigação, utilizadores e investidores”.

O fórum realiza-se no Cotai Expo do Venetian e é organizado pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau, coorganizado pelos governos provinciais e regionais da Região do Delta do Rio das Pérolas e coordenado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau e pela Direção dos Serviços de Proteção Ambiental.

Fonte: Lusa

Seca: Apicultores do Douro Internacional reclamam ajudas para alimentar abelhas

Os apicultores do Douro Internacional e do planalto mirandês reclamam apoios diretos para fazer face às carências alimentares das abelhas, provocadas pela seca e alterações climáticas que se fazem sentir em todo o território do Nordeste Transmontano.

De acordo com o técnico, devido aos problemas causados pela pandemia de covid-19 e a inflação, os preços dos alimentos para as abelhas “dispararam significativamente”.

“Se antes pagávamos um euro por quilo de alimento para as abelhas, a mesma quantidade está agora nos 2,5 euros para aquisição de um produto que tem por base o açúcar e que teve uma subida de preço muito elevada”, explicou Vítor Ferreira.

Este tipo de alimento para as abelhas ajuda na manutenção das colónias e tem por objetivo manter os efetivos apícolas para chegarem à primavera.

“Esperamos que o ministério da Agricultura olhe para este setor apícola como olha para outras atividades agrícolas. Esperamos por uma resposta que nos ajude a resolver este problema da falta de alimento para as abelhas, senão temos de ir bater as outras portas como é o caso das câmaras municipais deste território”, acrescentou o técnico da AAPNDI.

De acordo com os responsáveis por esta organização, houve um período de 2014 a 2108 de vários incentivos por parte do Estado à produção apícola no país e muitos jovens aproveitaram esta situação.

Agora verifica-se um “abandono da atividade, devido ao elevado preço dos fatores de produção que estão aliados à inflação e às alterações climáticas”.

No que respeita à produção de mel, a AAPNDI aponta para quebras avultadas nos efetivos dos apicultores que se refletem na produção de mel.

“Verificámos que há muito pouco mel a título de exemplo, o de rosmaninho, que é proveniente deste território”, apontou Vítor Ferreira.

As quebras na produção de mel rondam os 50%, dado que a produção da última primavera foi muito baixa.

Em condições normais, os associados da AAPNDI produzem cerca de 60 toneladas de mel.

“Em 2022 a produção de mel foi residual, este ano devido às chuvas de maio, podemos atingir perto de 30 toneladas”, vincou o técnico apícola.

A AAPNDI agrega cerca de 300 associados repartidos pelos concelhos de Mogadouro, Miranda do Douro, Freixo de Espada à Cinta, Vimioso. Macedo de Cavaleiros e Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança e Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda.

Fonte: Lusa

Ensino: Mais de 20 mil alunos vão estudar com manuais digitais

No novo ano letivo, mais de 20 mil alunos, do 3.º ao 12.º anos, vão estudar com manuais escolares digitais, segundo um projeto piloto lançado pelo Governo, que pretende substituir gradualmente os manuais em papel.

No ano letivo 2023/2024, a substituição dos livros em papel por manuais digitais vai chegar a 160 escolas, segundo dados do Ministério da Educação.

De acordo com o Ministério, o calendário da chegada dos manuais digitais aos diferentes níveis de ensino varia de escola para escola, cabendo às direções escolares decidir quando deve ser feita essa substituição.

“No ano letivo de 2023/2024, estarão integrados neste projeto turmas do 3.º ao 12.º anos de escolaridade. Há escolas que optaram por ter todas as turmas de um mesmo ano de escolaridade ou até de mais de um ano de escolaridade envolvidas. Noutras, por questões de opção da própria escola, decidiram envolver apenas algumas turmas de alguns anos de escolaridade”, adiantou.

Esta é a 4.ª fase do Projeto-Piloto Manuais Digitais que vai contar com a participação de “160 escolas, 1.153 turmas e cerca de 21.260 alunos (número que ainda não está fechado)”.

O número de alunos a usar manuais escolares digitais quase duplicou face ao ano passado. No ano letivo 2022/2023, o novo modelo chegou a 11.437 alunos, de 575 turmas, de 68 agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.

No arranque do passado ano letivo, o ministro da Educação, João Costa, revelou que esperava que até ao fim da legislatura, que termina em 2026, todas as escolas tivessem manuais digitais.

João Costa defendeu, no entanto, a importância de manter o contacto com os livros em formato papel entre os alunos mais novos.

Fonte: Lusa