Miranda do Douro: “Moderno camião limpa fossas vai prestar um melhor serviço à população” – Helena Barril

No dia 8 de agosto, o município de Miranda do Douro adquiriu um camião limpa-fossas séticas, resultante do roteiro para o Desenvolvimento da Terra de Miranda, Sabor e Tua, um moderno equipamento que vai melhorar o serviço de limpeza e desinfeção das fossas séticas existentes no concelho, informou a presidente da câmara municipal, Helena Barril.

De acordo com a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, todas as habitações que foram construídas foram do perímetro das localidades e que não têm ligação ao saneamento básico, vão agora beneficiar com o serviço prestado pelo novo camião de aspiração e limpeza dos esgotos depositados nas fossas séticas.

“Até ao momento, o serviço de limpeza dos esgotos era feito de um modo rudimentar, utilizando uma cisterna atrelada a um trator. Com este moderno equipamento vai ser possível limpar e desinfetar mais rapidamente as fossas séticas existentes no concelho”, explicou.

Segundo a autarca de Miranda do Douro, o camião limpa fossas vai entrar em funcionamento logo após a formação do motorista e do operador.

“Este novo veículo dispõe de um software e de um automatismo hidráulico, que exigem uma formação prévia para o seu manuseamento. Assim que os trabalhadores do município adquiram esses conhecimentos, o camião entra ao serviço da população do concelho”, indicou.

A aquisição do camião limpa-fossas séticas teve um custo de cerca de 350 mil euros é uma medida inserida no roteiro para o Desenvolvimento da Terra de Miranda, Sabor e Tua.

Recorde-se que este roteiro consiste num plano de 94 milhões de euros para investir neste território, ao longo de seis anos.

Ao todo são 148 projetos, a maior parte deles destinados a requalificar ou construir redes de saneamento e água, mas também à requalificação de rios e ribeiras, centros de interpretação, passadiços ou parques.

O roteiro para o Desenvolvimento da Terra de Miranda, Sabor e Tua resultou da contestação do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) aquando da venda da concessão das barragens por parte da EDP à Movhera.

Perante a contestação ao negócio, o governo decidiu negociar com os municípios um pacote financeiro de investimentos, concretizado no roteiro.

Recorde-se que o MCTM e os municípios de Miranda do Douro e Mogadouro reclamaram o pagamento de 110 milhões de euros de impostos, uma reivindicação que está a ser exigida em vários processos judiciais abertos pelas autarquias.

Para a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, o roteiro “é uma tentativa de compensar o valor em falta dos impostos pela venda das barragens”.

HA | Fotos: VB

Economia: Remessas de emigrantes aumentaram 4,3% no primeiro semestre

Em junho, as remessas ou rendimentos enviados pelos emigrantes portugueses que trabalham no estrangeiro, aumentaram 6,7%, para 348,37 milhões de euros, fazendo com que a variação semestral tenha subido 4,38%, para 1.969 milhões de euros.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, as remessas dos emigrantes passaram de 326,49 milhões de euros, em junho de 2022, para 348,3 milhões de euros, em junho deste ano. Este aumento permitiu que, no total semestral, o envio dos rendimentos tenha passado de 1.886,5 milhões de euros, nos primeiros seis meses de 2022, para 1.969 milhões de euros, de janeiro a junho do corrente ano.

Em sentido inverso, as verbas enviadas pelos estrangeiros a trabalhar em Portugal passaram de 47,2 milhões de euros, em junho do ano passado, para 48,1 milhões. Este aumento representa 11,3% no primeiro semestre deste ano face aos primeiros seis meses do ano passado.

Olhando apenas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a tendência é a mesma apesar da forte quebra nas remessas de junho, que desceram de 38,8 milhões de euros para 29,4 milhões, representando uma queda de 24,1%, o que não foi suficiente para evitar a subida de 12,1% no semestre, já que os valores enviados pelos portugueses a trabalhar nos PALOP passaram de 137,9 milhões, de janeiro a junho de 2022, para 154,6 milhões nos primeiros seis meses deste ano.

Como é hábito nos dados do Banco de Portugal, grande parte deste valor diz respeito a Angola, responsável pela quase totalidade das remessas registadas como enviadas dos PALOP.

No primeiro semestre deste ano, os emigrantes portugueses a trabalhar em Angola, o segundo maior produtor de petróleo na África subsaariana, enviaram 150,3 milhões de euros, mais 12,3% do que no mesmo período do ano passado, quando enviaram 133,7 milhões de euros.

As remessas enviadas pelos portugueses em Angola em junho, no entanto, mostram uma quebra de 24,5%, já que desceram de 38 milhões, em junho do ano passado, para 28,7 milhões no último mês do primeiro semestre deste ano.

O que são remessas?

As remessas são rendimentos enviados pelos residentes de um país para outro país.
 

Porque são importantes?

Para muitos países as remessas representam uma importante fonte de rendimento para as famílias, potenciando o crescimento e o desenvolvimento.

Os dados do Banco de Portugal mostram que os emigrantes portugueses enviam regularmente remessas para as suas famílias, mantendo uma forte ligação com o país.

As remessas de emigrantes têm uma forte influência na economia portuguesa, sendo superiores às remessas de imigrantes.

Fonte: Lusa

Saúde: Reservas de sangue A e O (+ e -) escasseiam

As reservas de sangue dos grupos sanguíneos A e O (+ e -) são suficientes apenas para dois dias, alertou o Instituto Português do Sangue e Transplantação (IPST) e a federação de dadores, que apelam às dádivas.

Um comunicado da Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (Fepodabes) faz eco de um apelo do IPST, que numa publicação na sua conta oficial na rede social Facebook apelou para dádivas com urgência face à escassez de reservas.

“As reservas de sangue dos grupos sanguíneos A e O positivo e negativo são presentemente de dois dias. As condições climatéricas dos últimos dias provocaram uma desaceleração da afluência dos dadores de sangue, pelo que pedimos aos dadores destes grupos sanguíneos que estejam em condições de fazer uma nova dádiva que o façam com a maior brevidade possível”, nos centros de Lisboa, Porto e Coimbra do IPST ou outro local de recolha conveniente aos dadores, lê-se na publicação no Facebook.

A Fepodabes recorda que “o período estival é tradicionalmente mais complicado” para manter “os ‘stocks’ de sangue em níveis satisfatórios, pois o período de férias, acompanhado de temperaturas elevadas, contribui para uma menor afluência dos dadores nos locais de colheita”.

“No caso da zona de Lisboa, o início do mês de agosto, com as restrições inerentes a realização da Jornada Mundial da Juventude, contribuiu para uma agudização das dificuldades já habituais neste período”, adiantou ainda a federação de dadores no comunicado.

A federação recorda que todos os cidadãos maiores de 18 anos, com mais de 50 quilos de peso e que sejam saudáveis podem ser dadores.

Fonte: Lusa

Calor: Temperaturas iguais ou superiores a 40°C – IPMA

No dia 22 de agosto, 50% do território nacional registou temperaturas iguais ou superiores a 40°C, tendo Alvega e Pinhão registado o valor mais elevado da temperatura máxima em Portugal Continental, com 45,6 graus centígrados.

Segundo dados divulgados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), entre as temperaturas máximas mais elevadas estiveram Alvega (Abrantes, Santarém) e Pinhão (Alijó, Vila Real) com 45.6°C, seguindo-se Tomar (Santarém), com 45.4°C e Lousã (Coimbra) com 45.2 °C.

“Até às (…) 18:00 do dia 22 de agosto de 2023, registaram-se no território do continente valores muito elevados da temperatura do ar”, frisou.

Além de valores de temperatura máxima do ar iguais ou superiores a 40°C em cerca de 50 % do território, registaram-se também temperaturas acima de 42°C em 15% do território, detalhou o IPMA no comunicado.

Valores de temperatura máxima do ar iguais ou superiores a 35°C ocorreram em cerca de 80 % do território, enquanto temperaturas iguais ou superiores a 30°C ocorreram “em praticamente todo o território”, com exceção de Cabo Carvoeiro, S. Pedro Muel, Santa Cruz, Cabo da Roca e Cabo Raso.

Em 20 estações foram ultrapassados os valores da temperatura máxima para o mês de agosto: Pinhão (45,6°C), Tomar/Vale Donas (45,4°C), Lousã (45,2°C), Mirandela (43,8°C), Cabeceiras de Basto (43,5°C), Ansião (43,4°C), Nelas (42,8°C), Moimenta da Beira (42,5°C), Chaves/Aérodromo (42,4°C), Macedo Cavaleiros (41,5°C), Viseu/Aérodromo (41,1°C), Vila Real/Aérodromo (40,8°C), Miranda do Douro (40,8°C), Carrazeda (40,7°C), Bragança (40,6°C), Trancoso/Bandarra (40,1°C), Mogadouro (40°C), Vinhais (39,9°C), Luzim (39,8°C) e Montalegre (37,5°C).

Em sete destas estações – Tomar/Vale Donas, Cabeceiras de Basto, Nelas, Viseu/Aérodromo, Trancoso/Bragança, Luzim e Montalegre – “foram excedidos os anteriores extremos absolutos”.

“Esta situação deve-se à influência de uma massa de ar quente e seco com origem no norte de África, transportada na circulação resultante de um anticiclone localizado sobre o Golfo da Biscaia e de um vale depressionário centrado no sul da Península Ibérica, sendo reforçada por uma crista anticiclónica em altitude sobre a Península Ibérica”, destacou o IPMA.

“Este padrão atmosférico tem também favorecido o transporte de poeiras sobre o território do Continente, que se prevê que continuem a afetar o território até, pelo menos, ao final da presente semana”, acrescentou.

O IPMA referiu ainda que a “noite de 22 para 23 será ainda uma noite tropical em praticamente todo o território, podendo a média da temperatura mínima em todo o território superar a noite anterior”.

Para hoje “são ainda esperados valores muito elevados da temperatura máxima do ar, que será superior a 40°C em grande parte do território, em especial nas regiões mais interiores, podendo também a média da temperatura máxima superar a do dia 22”, salientou a mesma fonte.

A temperatura do ar é expectável que diminuía na quinta-feira, com valores de temperatura máxima em geral inferiores a 40°C, mas apenas inferiores a 30 °C na faixa costeira ocidental, enquanto na sexta-feira pevê-se uma nova descida da temperatura máxima, com valores inferiores a 30°C no Litoral Norte e Centro, entre 35 e 40°C na região Sul, vale do Tejo e Beira Baixa, e entre 30 e 35°C no restante território.

Fonte: Lusa

São Martinho: Filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho” teve lotação esgotada

O filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho”, falado em mirandês e realizado por Rui Falcão, foi exibido no serão de Domingo, 20 de agosto, na casa do do povo, em São Martinho e teve lotação esgotada.

Trailer do filme “Capa de Honras La Cuonta de L Garotico I L Bielh”

O filme, em mirandês, conta a história de uma amizade que se estabelece entre um ancião e um menino da aldeia, que sonha ir ao Luxemburgo visitar o pai, emigrante.

Ao longo da curta-metragem de 20 minutos, são evidenciadas algumas das caraterísticas mais identitárias da Terra de Miranda, como são a língua mirandesa, a dança dos pauliteiros, a capa d’honras mirandesa e os produtos endógenos da região, como são os cogumelos silvestres.

O filme foi realizado pelo cineasta Rui Falcão e contou com participação da população do concelho de Miranda do Douro, entre os quais, os pauliteiros da Póvoa. A música do filme é da autoria do compositor, Dinis Meirinhos, natural de São Martinho.

“A ideia de fazer este filme surgiu há vários anos, a propósito da apanha dos cogumelos. A partir daí comecei a construir uma história que envolvesse os emblemas da região, como são a língua mirandesa, os pauliteiros, a capa d’honras e outras tradições que são transmitidas às novas gerações”, explicou Rui Falcão.

Segundo o jovem realizador, neste trabalho cinematográfico também procurou evidenciar algumas das virtudes do povo mirandês, como são a honradez, o sentido de justiça e o respeito para com as pessoas e a natureza.

A exibição do filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho”, em São Martinho, coincidiu com o início das Festas em honra de Nossa Senhora do Rosário, que decorrem de 20 a 27 de agosto.

Uma das pessoas presentes na casa do povo, em São Martinho, para assisitir à exibição do filme foi a presidente do município, Helena Barril. Após ter assistido à curta-metragem, a autarca de Miranda do Douro, destacou a mais valia de associar os vários elementos culturais identitários da Terra de Miranda, às virtudes do povo mirandês.

“O filme realizado pelo Rui Falcão, para além de harmoniosa relação que estabelece entre os vários elementos identitários da região, consegue direcionar-nos para as virtudes, como a honestidade, o sentido de justiça e o perdão. O filme diz-nos que é sempre possível reparar o mal com o bem”, destacou.

Antes da exibição em São Martinho, o filme havia estreado no passado dia 25 de julho, no decorrer do 27º AVANCA Festival Internacional de Cinema, onde recebeu o Prémio Competição Avanca e Prémio Estreia Mundial.

O realizador Rui Falcão informou que nos próximos dois anos, o filme vai participar noutros festivais de cinema.

“Entretanto, também gostaria de continuar a mostrar o filme “Capa de Honras, a história do menino e do velho”, no concelho de Miranda do Douro e em especial, na minha aldeia natal, na Póvoa”, adiantou.

HA

Miranda do Douro: Festas culminaram com a missa e procissão em honra de Santa Bárbara

Em Miranda do Douro, as Festas em honra de Santa Bárbara culminaram no passado Domingo, dia 20 de agosto, com a celebração da missa, na concatedral, seguida da procissão pelas ruas da zona histórica da cidade, na qual voltaram a participar centenas de pessoas.

Na procissão foram transportados 11 andores, com imagens dos santos venerados na concatedral de Miranda do Douro, com destaque para Nossa Senhora dos Remédios e Santa Bárbara.

As Festas de Santa Bárbara ou da Cidade de Miranda do Douro decorreram de 16 a 20 de agosto, sendo que a celebração religiosa, que regista habitualmente uma grande participação de pessoas, realizou-se na tarde de Domingo, dia 20 de agosto

Com a concatedral de Miranda do Douro repleta de gente, o padre Manuel Marques, inspirado pela passagem do evangelho (Mt 15,21-28), no qual a mulher cananeia, insistentemente, pede ajuda a Jesus, sublinhou a importância de ir ao encontro de Deus e pedir com insistência.

“Não é sentados em casa que se resolvem os problemas! Quando somos proativos e humildes, quando acolhemos a Deus e aos outros nas nossas vidas, os milagres acontecem. A paz só se alcança com a reconciliação”, disse.

No decorrer da homília da missa, o pároco de Miranda do Douro enalteceu ainda o exemplo de vida dos emigrantes, que com coragem e humildade foram à procura de melhores condições de vida.

“Hoje, também nós temos a obrigação de ser acolhedores para com as pessoas estrangeiras que chegam ao nosso país e que vêm contribuir para o desenvolvimento de Portugal”, disse.

Após a eucaristia, seguiu-se a procissão dos estandartes e das várias imagens de santos, venerados na concatedral, com destaque para Nossa Senhora dos Remédios e Santa Bárbara. A procissão foi acompanhada musicalmente pela Banda Filarmónica Mirandesa e por centenas de pessoas.

Finalizada a celebração religiosa, seguiu-se, às 18h00, o concerto da Banda Filarmónica Mirandesa, no Largo do Castelo.

As festas em honra de Santa Bárbara encerraram na noite de Domingo, com a atuação musical da “Orquestra Magma” e o espetáculo do fogo preso.

As Festas da Cidade e do Concelho de Miranda do Douro são uma iniciativa conjunta do Município de Miranda do Douro, da comissão de Festas de Santa Bárbara, da junta de Freguesia de Miranda do Douro e da Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM).

Após a celebração religiosa seguiu-se um concerto da Associação Filarmónica Mirandesa, no Largo da Castelo, em Miranda do Douro.

HA

Cultura: Promulgação da reorganização da gestão do património cultural

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou os diplomas do Governo que criam dois organismos para gerir o setor do património, museus, monumentos e palácios, esperando que correspondam às expectativas do setor.

Segundo uma nota publicada no ‘site’ da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou os decretos-lei “esperando que o esforço traduzido nas presentes soluções legislativas, na orgânica do Ministério da Cultura e na política da Cultura, possa corresponder às expectativas do espírito reformista imprimido ao setor”.

Foram promulgados, respetivamente, o diploma que cria a entidade pública empresarial Museus e Monumentos de Portugal, e o que cria o instituto público Património Cultural, e aprova a respetiva orgânica, cuja atividade deverá entrar em vigor oficialmente a 01 de janeiro de 2024.

O Governo tinha aprovado a 27 de julho, em Conselho de Ministros, a versão final dos decretos-lei que criam os dois organismos para gerir o setor do património, museus, monumentos e palácios, com a extinção anunciada da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).

A criação destes dois organismos, anunciada em junho, diz respeito a uma reorganização para “tornar a gestão do património cultural nacional mais ágil e eficaz”, explicou o Governo na altura, em comunicado.

Numa audição parlamentar decorrida a 19 de julho, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse que a reforma planeada visa “dar um sopro de vitalidade” aos museus portugueses.

Esta reorganização foi anunciada em junho, teve uma apresentação pública em Lisboa e esteve em consulta pública entre as associações representativas do setor, com a sua redação final em decretos-lei aprovados que aguardavam promulgação pelo Presidente da República.

De acordo com o que foi anunciado na apresentação pública a 23 de junho, a Museus e Monumentos de Portugal terá sede em Lisboa e fica responsável pelos museus, palácios e monumentos nacionais que têm à sua guarda tesouros nacionais, coleções de referência, e pelos monumentos ou conjuntos inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO.

Aos jornalistas, Pedro Adão e Silva disse, na altura, que a criação da empresa pública servirá para que os diretores dos museus e monumentos consigam aumentar receitas e tenham mais recursos na gestão.

“A ideia de criar uma empresa pública é para aumentar as receitas, mas não é para distribuir dividendos. É para podermos ter recursos para investir nas coleções, na qualificação dos equipamentos, nos recursos humanos e isso precisa de proatividade da programação”, disse o ministro.

Esta empresa pública terá um conselho de administração, com presidente e dois vogais, um conselho consultivo e um conselho de curadores, não tendo sido anunciada a composição destes órgãos.

O Património Cultural, com sede no Porto, ficará responsável sobre tudo o que esteja relacionado com a gestão e salvaguarda do património cultural classificado ou em vias de classificação, vai gerir o Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática, o Laboratório de Arqueociências, o Forte de Sacavém, as Bibliotecas e os Arquivos de Arqueologia.

Também ficará com a gestão do Fundo de Salvaguarda do Património Cultural.

De acordo com o Ministério da Cultura, a área dos museus, monumentos e palácios tutelados pelo Estado tinha, em 2022, 1.280 trabalhadores, dos quais 834 estavam afetos à DGPC e 446 às direções regionais de Cultura.

Fonte: Lusa

Vitivinicultura: Faltam trabalhadores para as vindimas

Numa campanha em que se prevê o aumento da colheita de uvas, a falta de trabalhadores está a dificultar o arranque de algumas vindimas na região do Douro, com os produtores a indicarem que este problema que se agrava de ano para ano.

“Já era para ter sido mais cedo”, mas, devido à falta de mão-de-obra, só foi permitido começar agora, afirmou António Boal, da empresa Costa Boal, que, na região do Douro, começou a vindima na zona de Cabeda, no concelho de Alijó, pelo corte das castas de uvas brancas.

A falta de trabalhadores é apontada como uma dificuldade para este produtor que tem vinhas nas regiões do Douro, Trás-os-Montes e Alentejo.

Inclusive, salientou, em Estremoz (Évora), o corte das uvas já deveria ter começado há mais de uma semana e só arrancou na quinta-feira.

Os controlos de maturação que se fazem regularmente nas vinhas determinam a altura ideal para o corte a nível de acidez e de grau da uva, e, segundo explicou, a logística torna-se complicada devido a um problema que se agrava de ano para ano.

O produtor referiu que seriam necessárias entre 20 a 25 pessoas diárias para a vindima “correr normalmente” e no primeiro dia, o empreiteiro agrícola apareceu com sete, aos quais se juntaram aos cinco trabalhadores que já trabalham na propriedade.

“Hoje nós queremos pessoas para trabalhar e não temos. Há mais procura do que oferta”, referiu.

De forma generalizada, as causas apontadas para este problema estão relacionadas com o envelhecimento da população, o despovoamento, mas também com os subsídios que alegadamente afastam os beneficiários do trabalho.

No terreno, tem-se optado por vindimar por castas e, para este ano, António Boal perspetiva uma colheita “12 a 15%” acima de 2022, o que, só na região no Douro, se poderá traduzir numa produção de cerca de “90 a 95 toneladas” de uvas.

Ao contrário do ano passado, de seca intensa, as chuvas de maio e junho vieram “favorecer muito a qualidade do produto final”, esperando o produtor um “ano fantástico tanto de qualidade como de quantidade”.

“A qualidade da uva neste momento está acima da média”, frisou António Boal, que aposta na produção de vinhos de gama média-alta e que acredita que este poderá vir a ser “um ano vintage”.

Mais ao lado, no planalto de Favaios, Mário Monteiro também arrancou esta semana com a vindima das uvas brancas, mais cedo que no ano anterior, recorrendo apenas aos oito trabalhadores diários que chegam das localidades mais próximas. Na próxima semana, o também presidente da Adega de Favaios espera um reforço da equipa, através de um empreiteiro agrícola.

“Por um lado há cada vez mais vinha, por outro há cada vez menos pessoas a trabalhar. Muitas delas já estão reformadas e não querem trabalhar mais, a juventude vai embora, alguns jovens estudantes estarão agora a trabalhar, mas chegando ao princípio de setembro vão embora para as aulas e, então, vai-se notar ainda mais”, retratou o viticultor, que realçou que as “coisas são todos os anos cada vez mais difíceis”.

Lembrou ainda que agosto é o mês das festas populares e das férias.

A par com a escassez de mão-de-obra, Mário Monteiro apontou para outra “grande dificuldade” no Douro, designadamente o “elevado preço dos produtos utilizados na vinha”.

“Está tudo muito mais caro e, em termos de gastos, este foi um ano pior do que o ano passado. Tivemos que deitar mais voltas de sulfate”, frisou.

Com 18 hectares de vinha, este produtor prevê uma “produção maior” nesta vindima e de “boa qualidade”.

Filipe Carvalho, também viticultor em Favaios, disse que a “mão-de-obra cada vez escasseia mais” nesta região e que começou a fazer a sua vindima com trabalhadores que “fazem uma hora e meia a duas horas de viagem por dia”.

O produtor recorre a um empreiteiro agrícola. “As casas com que ele trabalha durante o ano ainda não iniciaram a vindima, portanto sobra pessoal neste momento, mas se calhar daqui a uma semana já é mais complicado”, referiu.

Porque este é um problema que se intensifica de ano para ano, os viticultores do planalto dizem que, no futuro, se terá que avançar para a vindima mecânica. “E aqui em cima temos condições para fazer essa evolução”, defendeu Filipe Carvalho.

Fonte: Lusa

Calor: DGS recomenda medidas face ao aumento da temperatura

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda a adoção de medidas de proteção adicionais, como a ingestão de água, face ao aumento da temperatura prevista para os próximos dias, que pode chegar aos 40 graus em algumas localidades.

Em dias de temperaturas elevadas, a Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda aumentar a ingestão de água, pelo menos 1,5 litros por dia, ou de sumos de fruta natural, sem açúcar, e evitar o consumo de bebidas alcoólicas e de atividades que exijam grandes esforços físicos, nomeadamente desportivas e de lazer no exterior.

A DGS aconselha ainda a dar “atenção especial” aos grupos mais vulneráveis ao calor, como crianças, pessoas idosas, doentes crónicos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, trabalhadores com atividade no exterior, praticantes de atividade física e pessoas isoladas.

Deve assegurar-se que as crianças bebem frequentemente água ou sumos de fruta natural e que permanecem em ambiente fresco e arejado. A mesma indicação é dada para os idosos e pessoas que vivam isoladas.

“As crianças com menos de seis meses não devem estar sujeitas a exposição solar, direta ou indireta”, reforça a DGS.

Escolher as horas de menor calor para viajar de carro e não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol são outros dos conselhos que a DGS deixa na sua página de internet.

Nos dias de maior calor, é aconselhado procurar ambientes frescos e arejados ou climatizados, pelo menos 2 a 3 horas por dia e evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas.

Deve-se utilizar “protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de 2 em 2 horas e após os banhos na praia ou piscina”, informa ainda a DGS.

A autoridade de saúde recomenda também a utilização de roupa solta, opaca e que cubra a maior parte do corpo, chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta.

Os doentes crónicos ou sujeitos a medicação ou dietas especificas devem seguir as recomendações do médico assistente ou do centro de contacto SNS 24, através do número 808 24 24 24.

“Para se proteger dos efeitos negativos do calor intenso mantenha-se informado, hidratado e fresco”, reforça a DGS.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê um aumento da temperatura nos próximos dias, alertando que as temperaturas máximas podem atingir valores próximos dos 40 graus.

Segundo a nota da DGS, em algumas zonas do país, a temperatura poderá atingir, “pontualmente, os 44 graus”.

“As noites terão temperaturas mínimas elevadas, com valores superiores a 20 graus em grande parte do território, podendo mesmo ser de 25 graus em alguns locais do Algarve, Alentejo e na Beira Interior”, lê-se na nota.

Fonte: Lusa

Entrevista: “Estamos a ponderar viver em Portugal” – Celine e Daniel Ribeiro

Daniel Ribeiro, de Braga e Celine Rodrigues, de Algoso, são um casal de jovens lusodescendentes, que vivem e trabalham em Paris (França). Conheceram-se no decorrer de umas férias, no mês de agosto. Namoraram durante sete anos, depois casaram e hoje são pais de três filhos. Num futuro próximo, esta jovem família pondera mudar-se para Portugal, com o objetivo de conciliar melhor a vida profissional e familiar e assim ter mais tempo (e espaço) para o lazer.

Terra de Miranda – Notícias: Vivem e trabalham em França. Como é o vosso dia-dia na cidade de Paris?

Celine Rodrigues: Paris é uma cidade enorme, com cerca de 12 milhões de habitantes. Há muita indústria, sobretudo na área da alta tecnologia, com destaque para o setor automóvel, os produtos químicos, as componentes elétricos, a publicidade, a perfumaria, joalharia e a alta-costura. O ritmo de vida é muito acelerado e a nossa rotina semanal é casa e trabalho. Comparativamente com o tempo de férias que passamos em Portugal, quer na cidade de Braga, quer na aldeia de Algoso, o ritmo de vida é muito mais estressante.

Daniel Ribeiro: Em Paris, todas as manhãs temos que sair de casa muito cedo de casa, por causa da enorme fluxo de trânsito e mesmo assim perde-se uma hora e meia para chegar ao local de trabalho. Antes de trabalhar em França, trabalhei sete anos em Braga e apercebi-me de que em Portugal há mais qualidade de vida. É mais fácil conciliar o trabalho, com o tempo para estar com a família e os amigos.

“Antes de trabalhar em França, trabalhei sete anos em Braga e apercebi-me de que em Portugal há mais qualidade de vida. É mais fácil conciliar o trabalho, com o tempo para estar com a família e os amigos” – Daniel Ribeiro.

Terra de Miranda – Notícias: Que trabalhos realizam em França? E qual é o nível de vida no país?

Celine Rodrigues: Eu sou diretora comercial numa empresa de tecnologia para os media. Vendemos tecnologias para estações televisivas, de vários países, entre os quais Espanha e Portugal.

Daniel Ribeiro: O meu trabalho é na área da climatização e iluminação. Faço programação de centrais de ar para aquecimento ou arrefecimento de prédios e de escritórios. O salário médio, em França, ronda os 1800 a 2000 euros/mês.

Terra de Miranda – Notícias: Ao longo do ano, quantas vez vêm a Portugal? O que mais apreciam nestas visitas ?

Celine Rodrigues: Costumamos vir a Portugal sobretudo no verão, no decorrer do mês de agosto, para gozar 3 a 4 semanas de férias. Ocasionalmente, no Natal ou na Páscoa, também passamos uma semana de férias, em Portugal.

Daniel Ribeiro: Nas férias, em Portugal, aprecio sobretudo os momentos de descanso na praia e o reencontro com os familiares e amigos. A Celina e os miúdos também gostam dos passeios e das idas à praia e ao rio.

Terra de Miranda – Notícias: Alguma vez pensaram em mudar-se para Portugal?

Celine Rodrigues: Dado que nasci em França e estou tão habituada a esse estilo de vida, não pensava nessa possibilidade. Mas o Daniel tem esse sonho, pois já viveu e trabalhou em Portugal. Entre nós, já falamos sobre essa possibilidade. A realizar esta mudança, eu preferia ir para uma grande cidade, como o Porto ou Lisboa, dado que aí há mais oportunidades de trabalho, o clima é agradável, há praia, entre outras vantagens.

Daniel Ribeiro: Eu tenho o sonho de regressar a Portugal, com o propósito de constituir a minha própria empresa.

Terra de Miranda – Notícias: A região do nordeste transmontano tem pouca densidade populacional. Veem-se a viver numa região como esta? Na vossa opinião, o que falta nesta região para a tornar mais atrativa para as pessoas?

Celine Rodrigues: Eu gosto muito de estar em Algoso, porque é uma aldeia bonita, tranquila e que oferece a oportunidade de descansar. Na minha opinião, um modo de desenvolver esta região é continuar a valorizar os produtos locais, como é o caso do azeite. Este produto poderia dar origem a outros produtos como os cosméticos, as infusões, os resíduos para energias renováveis, entre outros derivados. Um exemplo bem sucedido na valorização dos produtos locais é o das compotas “Cristus”, que está a aproveitar o excedente de fruta existente nesta região.

“Na minha opinião, um modo de desenvolver a região de Trás-os-Montes é continuar a valorizar os produtos locais, como é o caso do azeite. Este produto poderia dar origem a outros produtos como os cosméticos, as infusões, os resíduos para energias renováveis, entre outros derivados”- Celine Rodrigues.

Daniel Ribeiro: A região de Trás-os-Montes é muito bonita e outra área que poderiam continuar a desenvolver é o turismo rural, dando maior visibilidade à beleza natural desta região. Na minha área profissional, o mercado na região transmontana é muito reduzido, pelo que não penso viver viver no interior de Portugal.

Terra de Miranda – Notícias: Costuma dizer-se que são os laços afetivos, a ligação à família e aos amigos o que mais nos motiva as pessoas a realizarem mudanças. No vosso caso, que laços afetivos têm em Portugal?

Daniel Ribeiro: Os meus pais, irmãos, avós e os amigos de infância estão todos em Portugal. Para além destes laços afetivos, outra razão de peso que me motiva a querer regressar a Portugal é o stress de viver numa cidade como Paris. Eu gostaria de proporcionar outro estilo de vida à minha família, com mais qualidade. Gostaria, por exemplo, que os meus filhos tivessem mais espaço para brincar, tivessem mais contato com a natureza e o seu tempo livre não se resumisse a estar em casa a ver televisão ou o tablet.

“Eu gostaria de proporcionar outro estilo de vida à minha família. Gostaria que os meus filhos tivessem mais espaço para brincar, tivessem mais contato com a natureza e o seu tempo livre não se resumisse a estar em casa a ver televisão ou o tablet” – Daniel Ribeiro.

Terra de Miranda – Notícias: Neste mês de agosto, a aldeia de Algoso acolhe a estadia de muitas famílias de emigrantes, que vivem e trabalham em países como a França, Espanha, Suiça, etc.. Como é a relação entre todos?

Celine Rodrigues: Desde criança que passo férias em Algoso e estes dias na aldeia já são uma tradição muito aguardada. Nestes dias de reencontro com outros emigrantes, gostamos de conviver e de conversar sobre as novidades das nossas vidas, sejam o nascimento e crescimento dos nossos filhos, as mudanças profissionais, entre outros temas de conversa. Nestes dias, o mais belo é a nossa vontade mútua em aproveitar bem as férias e as festas na aldeia.

Terra de Miranda – Notícias: O mais gostam de fazer na aldeia?

Celine Rodrigues: Eu gosto sobretudo de descansar e de dar pequenos passeios no campo ou até ao castelo. Nestas férias, também gostámos de acompanhar o meu pai e ajudar a limpar os rebentos das oliveiras. Na agricultura, entendo que é importante transmitir aos nossos filhos esta herança familiar e cultural, que é o cultivo do olival.

Daniel Ribeiro: Eu gosto de andar de jipe pelos montes e deixar aos meus filhos brincar à vontade em espaço aberto! Também gostamos de ir às festas da aldeia. E de ajudar o avô nos trabalhos domésticos e agrícolas.

Terra de Miranda – Notícias: Que conselho dariam às pessoas que pensam emigrar para França?

Celine Rodrigues: Diria que a França não é um mar de rosas. E antes de pensar em emigrar, aconselharia as pessoas a tentar todas as hipóteses de trabalho em Portugal.

Daniel Ribeiro: Como emigrante, daria o seguinte conselho: é melhor ganhar menos dinheiro e ter tempo para a família e os amigos, do que viver noutro país apenas pela razão financeira.

“Na aldeia de Algoso, gosto sobretudo de descansar e de dar pequenos passeios no campo ou de caminhar até ao castelo” – Celine Rodrigues.

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