Turismo: Setor recupera 84% do nível pré-pandemia

Turismo: Setor recupera 84% do nível pré-pandemia

O turismo internacional continua a recuperar da crise pandémica e o número de estadias alcançou, entre janeiro e julho, 84% do nível anterior à pandemia, segundo dados da Organização Mundial do Turismo (OMT).

Médio Oriente, Europa e África lideram a recuperação, com a OMT a prever que no final de 2023 se alcance entre 80% a 95% dos níveis pré-covid.

Desde o início do ano, 700 milhões de turistas fizeram viagens internacionais, 43% mais do que no mesmo período de 2022 e julho foi o mês de maior atividade, com 145 milhões de viajantes internacionais registados, cerca de 20% do total.

Todas as regiões registaram taxas de recuperação significativas nestes sete meses.

A Europa alcançou 91% dos níveis pré-pandemia, com uma sólida procura dentro da região e dos Estados Unidos.

O Médio Oriente registou os melhores resultados entre janeiro e julho, com um volume de chegadas 20% acima dos níveis pré-pandemia, sendo a única região que até agora supera os níveis de 2019.

África recuperou 92% do número de visitantes registado antes da crise e a América 87%, de acordo com os dados disponíveis.

Na Ásia e Pacífico, a recuperação acelerou para 61% dos níveis pré-pandemia, após a abertura de muitos destinos.

De acordo com a OMT, o turismo internacional segue a caminho de alcançar em 2023 entre 80% e 95% dos níveis registados antes da crise.

As perspetivas até ao fim do ano apontam para uma recuperação contínua, mas a um ritmo mais moderado, depois da temporada alta de viagens no período entre junho e agosto.

Fonte: Lusa

Ambiente: Estradas aumentaram 364% e ferrovias diminuíram 18% – ONG

Ambiente: Estradas aumentaram 364% e ferrovias diminuíram 18% – ONG

Entre 1995 e 2018, Portugal aumentou a sua rede rodoviária em 2.378 quilómetros (346%), enquanto a ferrovia diminuiu 18%, segundo um estudo divulgado pela organização ambiental não-governamental (ONG), Greenpeace.

No mesmo período – que inclui dados comparáveis em toda a Europa -, Portugal investiu mais do triplo em estradas do que em ferrovias: 23,4 mil milhões de euros face a 7,7 mil milhões.

A ONG destaca ainda que, apesar dos alertas sobre as alterações climáticas e as suas consequências desde 1990, os países da Europa analisados (UE, Noruega, Suíça e Reino Unido) mantiveram o foco do investimento na extensão da rede viária (1,5 biliões de euros), em detrimento do comboio (930 mil milhões nas ferrovias), numa diferença de 66% entre as duas opções.

Entre 1995 e 2018, Portugal apresentou o terceiro maior crescimento, em termos absolutos, da extensão de autoestradas na Europa, a seguir à Espanha e à França.

No que se refere à redução da rede ferroviária, Portugal teve a terceira maior, depois da Letónia e da Polónia.

A ONG destaca que, desde 1995, o número de passageiros nos comboios portugueses tem decrescido e oito linhas ferroviárias (num total de 460 quilómetros) foram desativadas, afetando um número estimado de 100 mil pessoas.

Do lado positivo, a Greenpeace aplaude a criação do novo passe ferroviário nacional. que permite desde 1 de agosto, que um passageiro viaje – por 49 euros – nos comboios regionais em todo o território nacional (não sendo aplicável aos comboios inter-regionais e urbanos).

A organização ambientalista insiste também na necessidade de apostar nas ligações entre Portugal e Espanha, nomeadamente Lisboa-Madrid, lembrando que apenas existe um comboio direto entre Porto e Vigo.

Em vésperas do Conselho de ministros dos Transportes da UE (nos dias 22 e 23 de setembro), a Greenpeace apela aos governos “para que corrijam a sua incapacidade histórica de incentivar os comboios em vez dos transportes privados movidos a petróleo.

A ONG apela ainda para que não encerrem as estações ferroviárias regionais, reabram infraestruturas ferroviárias desativadas e transfiram maciçamente o financiamento dos transportes rodoviários e aéreos para os caminhos-de-ferro, a fim de garantir a redução das emissões de gases com efeito de estufa e a igualdade de acesso à mobilidade sustentável para todos”.

Fonte: Lusa

Socorro: 112 Transfronteiriço está a ser articulado entre INEM e congénere espanhola

Socorro: 112 Transfronteiriço está a ser articulado entre INEM e congénere espanhola

O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) revelou que o projeto 112 transfronteiriço, está a ser articulado entre as entidades operacionais, dos dois lados da fronteira entre Portugal e a Galiza (Espanha).

“O projeto está em articulação entre as entidades operacionais portuguesa e espanhola, ou seja, entre o Instituto Nacional de Emergência Médica – INEM e a congénere espanhola AXEGA. Há questões, vontades e a necessidades de ter meios financeiros para isso”, disse António Cunha, em Vigo (Espanha), durante a participação no II Encontro de Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial (AECT) ibéricos.

O atual presidente da Euro-região Galiza – Norte de Portugal sinalizou que o programa POCTEP da União Europeia, direcionado à cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha, “acabou de aprovar um projeto nesse domínio, pelo que as coisas estarão mais facilitadas” no sentido de uma progressão.

Em novembro de 2022, durante a cimeira ibérica que decorreu em Viana do Castelo, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, anunciou que o 112 Transfronteiriço deverá estar a funcionar em toda a fronteira entre Portugal e Espanha em 2023.

O objetivo é replicar este protocolo e o projeto em todas as outras regiões de Portugal e de Espanha, país onde as competências de saúde são das regiões autónomas.

Em relação ao estatuto de trabalhador transfronteiriço, António Cunha disse que “ainda não aconteceu”, mas estão a ser dados passos na sua direção e “os governos centrais [de Portugal e Espanha] estão a trabalhar neles”.

“É um processo que tem naturais dificuldades. É um conceito difuso e desde logo, o conceito precisa de ser clarificado. Há pessoas que atravessam todos os dias a fronteira, outros que passam a semana do outro lado, há trabalhadores que são parcialmente transfronteiriços”, notou.

O presidente da CCDR-N admitiu que as regiões transfronteiriças queriam “andar mais depressa”, mas salientou que o processo “está a andar e o importante é caminhar nesse sentido”.

“Para nós que estamos na fronteira é um tema que reportamos de muito necessário, mas entendemos a dificuldade, nomeadamente a associada à definição de conceitos e a forma como pode ser enquadrado nas duas legislações”, afirmou.

António Cunha apontou ainda os “passos positivos” já dados, como “a criação de um roteiro que é um documento orientador” para os trabalhadores transfronteiriços e o facto de o grupo de trabalho já ter emitido legislação na área do teletrabalho.

Euro regiões de Portugal, Espanha e França reuniram-se nos dias 18 e 19 de setembro para promover e aprofundar a cooperação e reivindicar o estatuto do trabalhador transfronteiriço.

“A Europa tem 1,3 milhões de trabalhadores transfronteiriços, e a Galiza e o Norte de Portugal concentram mais de metade desses trabalhadores”, disse Nuno Almeida, diretor do AECT Galiza – Norte de Portugal.

O AECT da Eurorregião Galiza – Norte de Portugal é constituído pela Junta de Galiza e pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).

O II Encontro de Agrupamentos Europeus de Cooperação Territorial (AECT) ibéricos realizou-se em Vigo e contou com a participação do AECT Aquitânia/Euskadi/Navarra, do AECT Pirenéus Mediterrâneo, do AECT Rio Minho, do AECT GNP, do AECT Chaves-Verín e do AECT Duero-Douro.

Fonte: Lusa

Miranda do Douro: Investigações nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo

Miranda do Douro: Investigações nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo

No dia 19 de setembro, a ACEC – Associação Circulo de Estudos do Centralismo atribuiu três bolsas de apoio a estudos de mestrado, nas áreas do património, paisagens da água e enoturismo, com o objetivo de incentivar a investigação e a definição de estratégias para desenvolver os territórios do interior, como é o caso do concelho de Miranda do Douro.

A cerimónia realizou-se na biblioteca do Centralismo e do Desenvolvimento, instalada no arquivo municipal de Miranda do Douro, tendo sido conduzida pelo presidente da Associação Círculo de Estudos do Centralismo (ACEC), Sebastião Feyo de Azevedo e contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril.

Na sua intervenção, a autarca de Miranda do Douro deu as boas-vindas às investigadoras, contempladas com as bolsas de estudo e encorajou-as a encontrar caminhos para desenvolver o interior do país.

“Os problemas do interior estão sobejamente identificados, como são o centralismo do Estado e o consequente despovoamento de concelhos como o de Miranda do Douro. Agora é tempo de discernir caminhos e definir estratégias para devolver o dinamismo a estes territórios. Contamos com o vosso contributo”, disse a autarca.

Por sua vez, o presidente da ACEC, Sebastião Feyo, sublinhou a importância destas bolsas de estudo, no contexto de atuação desta associação, que recorde-se tem como missão contribuir para o desenvolvimento harmonioso do território, através do fomento e divulgação de estudos sobre a organização política e administrativa.

“A atribuição destas três primeiras bolsas de estudo vai ao encontro do nosso propósito de promover estudos sobre o interior de Portugal e a reorganização do território. Os temas selecionados tratam de assuntos relativos ao interior, que se enquadram na listagem temática identificada no portal da ACEC.PT., como são o património, a água e o enoturismo”, explicou.

O antigo reitor da Universidade do Porto (UC) acrescentou que as investigadoras vão desenvolver algum do seu trabalho de investigação, em Miranda do Douro.

“Com a estadia em Miranda do Douro, estas jovens vão experienciar o dia-a-dia no interior do país e assim poderão adquirir uma visão mais integral e coesa de todo o território nacional”, disse.

Na perspectiva de Jorge Lourenço, secretário executivo da ACEC, a atribuição destas bolsas de tudo é uma mais-valia para o território, dado que a investigação e o estudo geram conhecimento.

“O conhecimento é uma ferramenta valiosa para responder mais eficazmente aos problemas do interior do país. Veja-se a importância que o turismo tem cada vez mais para estes territórios. Mas o turismo tem que ser pensado, de modo a preservar e destacar os recursos endógenos, como é o caso, por exemplo, da vinha. Nas arribas do Douro produzem-se vinhos com muita qualidade e há que aproveitar esta riqueza”, disse.

A cerimónia de atribuição das bolsas de apoio aos mestrados decorreu na sequência de concursos públicos, publicitados pela ACEC e os temas das dissertações foram selecionados, mediante a sua relevância para o interior do país.

As bolsas foram atribuídas às estudantes: Susana Andreia Mendes de Andrade, Ana Matilde da Silva Gomes e Castro e Joana Patrocínio.

Susana Andreia Mendes de Andrade, é arquiteta de formação e está a realizar um mestrado em História de Arte, Património e Cultura Visual, na Faculdade de Letras, da Universidade do Porto (FLUC).

“O tema do meu trabalho é a antiga linha ferroviária do Sabor. Pretendo investigar que memórias ainda existem dessa linha ferroviária? E que relações foram criadas entre as comunidades?”, disse.

Segundo a investigadora, este estudo permitirá criar uma rede de conhecimento sobre os modos de vida, usos e costumes, etc., com o objetivo de caracterizar as comunidades locais, que viviam ao longo da antiga linha ferroviária do Sabor.

Por sua vez, Ana Matilde da Silva Gomes e Castro é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUC) e está a frequentar o mestrado em Turismo e Hospitalidade, na Universidade Portucalense.

“A minha dissertação é sobre as paisagens da água, como recurso cultural e turístico para o desenvolvimento regional, como é o caso de Miranda do Douro. Os objetivos são: inventariar todos os recursos hídricos turísticos que existem na região; identificar quais têm potencial turístico; definir estratégias de gestão para preservar estes recursos; e desenvolver o seu potencial turístico”, explicou.

Por fim, a brasileira, Joana Patrocínio, é licenciada em turismo e também está a realizar um mestrado em Turismo e Hospitalidade, na Universidade Portucalense (Bolsa Luís Telles de Abreu).

“Trabalho na área do turismo há 12 anos e decidi aprofundar a importância do enoturismo, ou seja, do turismo em espaço rural ligado à produção de vinho, que permite aos turistas o acompanhamento e conhecimento das atividades vinícolas e/ou participação nas mesmas”, avançou.

Relativamente ao trabalho que pretende realizar no concelho de Miranda do Douro, a jovem estudante adiantou que inicialmente vai conhecer a região, contatar com a comunidade local, de modo recolher informações e identificar os locais com maior potencial para o desenvolvimento de projetos de enoturismo.

A ACEC – Associação Círculo de Estudos do Centralismo é uma associação sem fins lucrativos, constituída por escritura pública em 29 de abril de 2022, numa cerimónia realizada no salão nobre da Câmara Municipal de Miranda do Douro.

HA

Miranda do Douro: Mirandeses vão a Fátima celebrar o 13 de outubro

Miranda do Douro: Mirandeses vão a Fátima celebrar o 13 de outubro

No âmbito do 106º aniversário das Aparições de Nossa Senhora aos Pastorinhos, em Fátima, a mordomia de Miranda do Douro está a organizar uma peregrinação, nos dias 14 e 15 de outubro, com passagens por Lamego, Batalha e a participação nas celebrações da eucaristia e da Via Sacra, em Fátima.

Segundo o programa da peregrinação, a partida de Miranda do Douro está agendada para a madrugada de sábado, dia 14 de outubro, em direção a Lamego, onde os peregrinos vão tomar o pequeno almoço e visitar o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.

A viagem prossegue depois em direção à vila da Batalha, onde está preparado o almoço.

A chegada a Fátima está prevista para a tarde de sábado, durante a qual os peregrinos mirandeses terão a oportunidade de visitar o santuário, antes do jantar e do descanso.

Recorde-se que todos os dias 13, entre os meses de maio a outubro, o santuário de Fátima recebe milhares de peregrinos para celebrar as datas das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos. Na última aparição, a 13 de outubro de 1917, perante cerca de 70 mil pessoas, Nossa Senhora apresentou-se como a «Senhora do Rosário» e pediu que fizessem ali uma capela em Sua honra.




No Domingo, dia 15 de outubro, os destaques da peregrinação a Fátima são a participação na eucaristia e na Via sacra ao Calvário.

Finalizadas estas celebrações, os peregrinos regressam a Miranda do Douro.

A mordomia de Nossa Senhora de Fátima, em Miranda do Douro, informa que as inscrições para a peregrinação decorrem até ao dia 6 de outubro e têm um custo de 135 velas.

Para realizar a inscrição deve entrar em contato com os seguintes números de telemóvel: 936 364 433 ou 939 357 270.

HA

Vimioso: Ambientalistas vão debater transição energética

Vimioso: Ambientalistas vão debater transição energética

Nos dias 14 e 15 de outubro, várias associações ambientalistas e movimentos cívicos nacionais vão reunir-se em Vimioso, para debater linhas de ação que assegurem uma transição energética que tenha impacto efetivo no ambiente e na sociedade.

“Este encontro de organizações ambientalistas, movimentos cívicos e outros intervenientes serve para definir linhas de ação conjuntas que beneficiem o meio ambiente e a sociedade, e assim definir linhas de ação que assegurem uma transição energética que tenha impacto de forma efetiva no meio ambiente e na sociedade”, explicou o presidente da Palombar, José Pereira.

O encontro tem como tema “Transição Energética? Sim, mas a que custo?” e está agendado para 14 e 15 de outubro, no Parque Ibérico de Natureza e Aventura – PINTA, em Vimioso.

O também biólogo acrescentou que o movimento ambientalista acredita que a transição energética tem de ser feita e com muita celeridade, mas há uma preocupação com a forma como esta mudança de paradigma no campo das fontes energéticas renováveis está a ser feita.

“É necessário salvaguardar os valores naturais e sociais das comunidades e ao mesmo tempo que seja possível implementar uma estratégia de transição energética, sendo este o tema em que organizações ambientalistas se focarão durante o encontro de convergência energética”, explicou.

Segundo José Pereira, as fontes energéticas alternativas aos combustíveis fósseis são essenciais para assegurar a transição energética, mas, nos últimos anos, a sua proliferação acelerada, com consequências negativas diretas no coberto vegetal e impactos nos ecossistemas e paisagem, tem levantado questões sobre a real contribuição da energia renovável para a mitigação das alterações climáticas.

 “Urge, por isso, debater esta questão da transição energética de forma incontornável”, acrescentou.

 “A transição energética é necessária para fazer face aos desafios e riscos ambientais impostos pelas alterações climáticas, mas a que custo está a ser feita? E em benefício de quem? Neste encontro, associações, movimentos e grupos informais de proteção ambiental de todo o país irão juntar-se para debater este tema, com foco nas megas centrais solares”, alertou o ambientalista.

Para os ambientalistas, é preciso “pressionar o Governo” a encontrar estratégias que, de forma coerente, vão de encontro à proteção e preservação da biodiversidade e ao restauro dos ecossistemas.

O encontro é promovido pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, com sede em Vimioso, em parceria com Associação dos Amigos do Mindelo para a Defesa do Ambiente e pela Associação Portuguesa de Turismo Sustentável.
 

Fonte: Lusa

Justiça: Atraso na progressão da carreira dos oficiais de justiça

Justiça: Atraso na progressão da carreira dos oficiais de justiça

A Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) admitiu o atraso no reconhecimento do tempo de serviço, em período experimental, para progressão na carreira de 532 oficiais de justiça, conforme decretou o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa (TACL).

Em causa está a decisão do TACL, de 2 de maio de 2023, na sequência de uma ação administrativa colocada em 2009, que reconheceu aos 532 funcionários judiciais subscritores dessa ação, o direito a ver considerado o tempo de serviço, durante o período probatório, para progredirem na carreira e que condenou o Ministério da Justiça a reparar aos visados as consequências dessa ausência de contagem.

“Face à complexidade das operações envolvidas, informa-se que apesar dos esforços empreendidos até à data nesse sentido, não foi possível concluir a execução integral da sentença, encontrando-se ainda a decorrer as operações materiais para a efetiva execução”, admitiu a DGAJ numa nota publicada no site oficial.

O organismo liderado pela juíza desembargadora Isabel Namora acrescentou ainda que as operações devem estar “concluídas nos próximos dois meses” relativamente aos oficiais de justiça abrangidos por esta decisão.

No passado dia 12 de julho, a DGAJ emitiu um comunicado no qual adiantou que “já deu início à prática dos atos e operações materiais necessários à execução” daquela sentença do TACL e que iria proceder, “em devido tempo, ao tratamento de todas as situações que se encontrem pendentes”, embora tenha assumido também que previa “uma tarefa exigente e morosa”.

Questionado sobre a posição do organismo tutelado pelo Ministério da Justiça, o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, garantiu não ficar surpreendido e lembrou que na semana passada tinha alertado os oficiais de justiça – quer os que integravam a ação, quer os outros que se considerem abrangidos por esta decisão – para enviarem um conjunto de dados ao sindicato no sentido de acautelar o reconhecimento dos seus direitos.

“Não me admira que isto seja por a DGAJ não ter orçamento para pagar os valores em causa. Nestes 532 oficiais de justiça – e mais alguns milhares, alguns possivelmente até já aposentados – poderemos estar a falar de alguns milhões de euros. Os efeitos da ação, atendendo ao princípio da igualdade, têm de ser aplicados a todos os trabalhadores que reúnam as mesmas condições”, sublinhou o dirigente.

Já o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), Carlos Almeida, lamentou o adiamento de uma solução sobre esta questão e voltou a criticar a liderança da DGAJ, ao apelar ao Conselho Superior da Magistratura (CSM) para terminar as comissões de serviço da desembargadora Isabel Namora e da subdiretora-geral, a juíza Ana Cláudia Cáceres Pires.

“A DGAJ está, uma vez mais, a adiar o cumprimento de uma decisão judicial. Considero que o CSM deve fazer cessar a comissão de serviço das responsáveis máximas pela DGAJ, cujo desempenho tem sido mais de natureza política do que de respeito pelo órgão de soberania – os tribunais. A manutenção dessas comissões de serviço não vem prestigiando, pela ação desenvolvida, nem a magistratura nem os tribunais”, finalizou.

Fonte: Lusa

Saúde: Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão

Saúde: Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão

Cerca de um terço dos portugueses sofre de hipertensão, segundo um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o impacto da doença no mundo.

No perfil traçado pela OMS, há 2,7 milhões de adultos, entre os 30 e os 79 anos com pressão arterial elevada, sendo mais prevalecente nos homens (37%) do que nas mulheres (28%).

Segundo o documento, para Portugal atingir uma taxa de controlo de 50%, seria preciso tratar de forma eficaz mais de 69 mil pessoas hipertensas.

Se o cenário de progresso fosse alcançado, 16 mil mortes poderiam ser evitadas até 2040, de acordo com a OMS, que calculou 32.600 óbitos provocados pela hipertensão em 2019.

No panorama internacional, o organismo das Nações Unidas refere que aproximadamente quatro em cada cinco pessoas com hipertensão não são tratadas de forma adequada, alertando que, se os países conseguissem aumentar o controlo, poderiam ser evitadas 76 milhões de mortes nos próximos 27 anos.

Também seriam ser evitados 120 milhões de acidentes vasculares cerebrais, 79 milhões de ataques cardíacos e 17 milhões de casos de insuficiência cardíaca entre 2023 e 2050.

A hipertensão afeta um em cada três adultos em todo o mundo, levando a acidentes vasculares cerebrais, ataques cardíacos, insuficiências cardíacas, danos renais e outros problemas de saúde.

“A hipertensão pode ser controlada de forma eficaz com regimes de medicação simples e de baixo custo e, no entanto, apenas uma em cada cinco pessoas a controla”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado um comunicado sobre o relatório.

A idade avançada, a genética e os maus hábitos alimentares podem aumentar o risco de hipertensão, mas uma dieta mais saudável, parar de fumar e ser mais ativo pode ajudar a reduzir a pressão arterial.

“Os programas de controlo da hipertensão continuam negligenciados (…) muito subfinanciados. O reforço do controlo da hipertensão deve fazer parte do caminho de todos os países rumo à cobertura universal de saúde, sustentado em sistemas de saúde que funcionem bem, equitativos e resilientes, construídos sobre uma base de cuidados de saúde primários”, realçou.

Para o Embaixador Global da OMS para Doenças e Lesões Não Transmissíveis, Michael R. Bloomberg, a maioria dos ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais no mundo podem ser prevenidos com medicamentos e outras intervenções, como a redução de sal na alimentação.

“Tratar a hipertensão através de cuidados de saúde primários salvará vidas e poupará, ao mesmo tempo, milhares de milhões de dólares por ano”, acrescentou.

De acordo com o presidente da organização internacional Resolve to Save Lives, Tom Frieden, “a cada hora, mais de 1.000 pessoas morrem de derrames e ataques cardíacos”, sendo que a “maioria das mortes é provocada por hipertensão”.

O relatório está a ser apresentado na 78.ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, que aborda os avanços alcançados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, incluindo os de saúde em matéria de preparação e resposta a pandemias, erradicação da tuberculose e obtenção da cobertura universal de saúde.

Fonte: Lusa

Vilar Seco: Feira das Colheitas com chuva e gente

Vilar Seco: Feira das Colheitas com chuva e gente

Nem mesmo a chuva que caiu ao longo do fim-de-semana de 16 e 17 de setembro, demoveu as pessoas de visitarem a aldeia de Vilar Seco, para participar na V Feira das Colheitas, um certame que este ano voltou a apresentar a qualidade dos produtos regionais, a excelência das atuações culturais e a força dos touros mirandeses.

As Pauliteiricas de Fonte Aldeia realizaram uma espetacular atuação na V Feira das Colheitas, em Vilar Seco.

Aquando da abertura do V Feira das Colheitas, em Vilar Seco, o presidente do município de Vimioso, Jorge Fidalgo, explicou que o sucesso destas feiras temáticas, organizadas nas várias localidades do concelho, se deve ao trabalho conjunto entre a autarquia e as freguesias.

“Sempre que uma freguesia do concelho pretenda realizar uma iniciativa destas, a câmara municipal será um parceiro ativo, colaborando logistica e financeiramente. Recordo que vivemos numa região predominantemente rural e como tal, um dos objetivos do município é destacar o nosso potencial turístico e económico”, disse.

Na perspectiva do autarca vimiosense, eventos como a Feira das Colheitas, em Vilar Seco, dão visibilidade aos produtos agrícolas, à natureza, à cultural local e ao artesanato e por isso são também montras da região e oportunidades de dar a conhecer a identidade local das suas gentes.

“Com estas feiras temáticas queremos incutir um maior dinamismo social, cultural e económico nas várias localidades do concelho. Com localidades mais pujantes social, cultural e economicamente, teremos um concelho mais unido e mais forte”, justificou.

A seu lado, o presidente da freguesia de Vilar Seco, Manuel Emílio João, mostrou-se entusiasmado com o gradual crescimento da Feira das Colheitas, que explica pela qualidade dos produtos expostos e pela variedade da animação cultural, ingredientes que atraem a afluência de público.

Para a vinda de público, muito contribuíram as lutas de touros mirandeses, o que na perspectiva do autarca local, é um fenómeno que está a passar das gerações mais velhas para os jovens.

“As lutas de touros são o grande chamariz. Mas no programa também há que destacar a atuação do rancho folclórico de Vimioso, as oficinas de artesanato, a tertúlia dedicada aos vinhos e a animação musical proporcionada pelos Gaiteiros da Lérias. No serão de sábado, realizou-se o concerto dos Zíngarus. E no Domingo, contamos com as atuações das Pauliteiricas de Fonte Aldeia e das Pauliteiras de Malhadas”, destacou.

Para o sucesso da V Feira das Colheitas, também contribuiu o serviço de restaurante instalado no salão de festas da aldeia, onde foi servido o jantar de sábado e o almoço de Domingo.

De visita à V Feira das Colheitas, Ilídio Marcos veio com a esposa, de Figueira de Castelo Rodrigo passar o fim-de-semana a Caçarelhos. Sobre o certame, o visitante elogiou a iniciativa de organizar um evento desta natureza numa aldeia.

“Dou os parabéns à organização desta feira dedicada aos produtos locais, que tanto aprecio pela sua qualidade, como é o caso dos enchidos e o folar transmontano, que são produtos únicos!”, destacou.

Da vizinha Espanha, veio um grupo de amigos espanhóis para assistir às lutas de touros mirandeses e visitar a Feira das Colheitas. Maria Ballesteros, em representação do grupo disse que já são aficionados das lutas de touros mirandeses e do artesanto local.

“Já tínhamos assistido às lutas de touros, em Argozelo e Caçarelhos. Nestas feiras, também aprecio as peças de artesanato, como as cestas e os escrinhos”, disse.

As tradicionais lutas de touros mirandeses continuam a arrastar multidões, para as feiras temáticas no concelho de Vimioso.

Outro visitante, Fernando Rodilhão, presidente de freguesia de Avelanoso, já acostumado a estas feiras e consciente da sua importância na economia local, explicou que estes certames são oportunidades para expor os melhores produtos da região.

“Muitos dos produtos que aqui se comercializam como os enchidos, o folar, o mel, os cogumelos, o azeite, os frutos secos, as compotas, etc., são um importante complemento económico para as famílias”, disse.

Antecipando já a próxima feira temática no concelho de Vimioso, a Feira da Castanha, agendada para o fim-de-semana de 28 e 29 de outubro, em Avelanoso, Fernando Rodilhão adiantou que a chuva que está a cair neste mês de setembro, vem confirmar que será um bom ano na colheita de castanha.

No final do certame, a maioria dos produtores participantes na V Feira das Colheitas, em Vilar Seco, expressaram contentamento pelo modo como decorreram as vendas.

Rui Pires, da empresa Cimo da Quinta, que comercializa o folar, a bola-doce mirandesa e outros doces tradicionais, realçou que o certame em Vilar Seco, tem vindo a crescer de ano para ano.

“Apesar da chuva, ao longo do fim-de-semana, houve uma considerável afluência de público, o que permitiu escoar muitos dos nossos produtos”, disse.

Em representação da Squesito, empresa turística de produtos regionais, Carlos Pinto, indicou que na feira de Vilar Seco, os produtos mais procurados pelo público foram o queijo de cabra, o queijo de ovelha com picante e o mel.

O encerramento da V Feira das Colheitas aconteceu no final de tarde de Domingo, com o sorteio de uma mesa artesanal, seguida da atuação das pauliteiras de Malhadas.

As Pauliteiras de Malhadas encerraram a V Feira das Colheitas, em Vilar Seco.

HA

Sendim: Cooperativa Ribadouro recebe uvas das vindimas

Sendim: Cooperativa Ribadouro recebe uvas das vindimas

No 15 de setembro, a cooperativa Ribadouro, em Sendim, abriu as portas aos vitivinicultores do planalto mirandês, para receber a colheita de uvas deste ano, uma colheita que embora tenha beneficiado de um melhor ano agrícola, foi depois prejudicada com o excesso de calor e o escaldão ocorrido no decorrer do mês de agosto.

Os vitivinicultores do planalto mirandês indicam que este ano houve uma redução na colheita de uvas.

Segundo o adegueiro da cooperativa Ribadouro, Clodomiro Gonçalves, até meados do mês de agosto, as perspectivas do ano agrícola eram boas.

“No entanto, houve dias em agosto com excesso de calor que provocaram um escaldão nas vinhas, o que veio prejudicar a qualidade e a quantidade das uvas”, disse.

No que respeita à quantidade, o responsável da Ribadouro adiantou que preveem uma redução na entrega de uvas também pela opção de alguns associados optarem por entregar a sua colheita na adega vizinha de Bemposta.

“Anualmente, recebemos entre um milhão e meio a dois milhões de quilos uvas. Este ano, por causa das razões apontadas prevê-se que a cooperativa receba apenas um milhão de quilos de uvas”, indicou.




A Adega Cooperativa Ribadouro foi constituída em 1959, tem inscritos cerca de 2000 associados pertencentes aos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso e Mogadouro, sendo que atualmente estão ativos 700 vitivinicultores.

Segundo o vitivinicultor, José Mourinho, natural de Sendim, o ano agrícola até foi bastante favorável graças às chuvas nos meses de inverno e em particular no mês de junho.

“As chuvas de junho vieram ajudar não só a vinha, mas também os olivais, os batatais e as hortas, permitindo enfrentar a seca dos meses de julho e agosto”, disse.

Este ano, José Mourinho, entregou na cooperativa cerca de dois mil e quinhentos quilos de uvas, das castas malvazia (branca) e barroca (tinta).

Tal como acontece todos os anos, os vitivinicultores desta região deparam-se com muita dificuldade para contratar pessoas para realizar o trabalho da vindima.

“Tive muita dificuldade em encontrar quatro homens e duas mulheres para a vindima. Cada jornada de trabalho custa entre 50 a 60 euros”, disse.

Questionado se a vitivinicultura é uma atividade rentável, José Mourinho respondeu que para os pequenos agricultores, como é o seu caso, a vitivinicultura é apenas uma ocupação que faz pelo gosto do cultivo da terra.

Entre os vinhos produzidos pela cooperativa Ribadouro, destacam-se “Pauliteiros”, o “Lhêngua Mirandesa” e o “Ribeira do Corso”.

Outro vitivinicultor de Sendim, Abílio Gonçalves, informou que anualmente colhe cerca de 15 mil quilos de uvas. No entanto, este ano, a sua produção sofreu uma acentuada redução, por causa do escaldão das vinhas, ocorrido no mês de agosto.

Para este agricultor, já reformado, a vitivinicultura (e a agricultura) na região do planalto mirandês já não é uma atividade rentável.

“Quem se dedica à agricultura nesta região empobrece alegremente. Isto porque, não obstante o gosto que as pessoas têm pela atividade agrícola, não é rentável, pelo contrário, perde-se dinheiro”, disse.

Este ano, nos trabalhos da vindima, Abílio Gonçalves, teve a ajuda dos familiares, que por tradição, fazem questão de merendar na vinha.

Vindo de São Martinho, José Ferreira, deslocou-se à cooperativa Ribadouro, em Sendim, para entregar três mil quilos de uvas. Questionado sobre a vindima deste ano, o vitivinicultor também referiu que o excesso de calor nos meses de verão, prejudicou a colheita de uvas.

À semelhança do que acontece em muitas localidades do planalto mirandês, em São Martinho a vindima é uma oportunidade para juntar as famílias e conviver ao longo da jornada de trabalho.

“Em São Martinho, ainda é costume as famílias ajudarem-se mutuamente nas vindimas. Este ano, juntámo-nos cerca de 20 pessoas e para além do trabalho, fizemos uma merenda, o que fez deste dia uma festa!”, disse.




As vindimas do planalto mirandês continuam a decorrer e a partir do dia 25 de setembro, a cooperativa Ribadouro vai receber uvas para vinho Regional e Doc.
O horário de funcionamento da cooperativa, em Sendim, é de segunda a sábado, das 11h00 às 13h00 e das 14h00 às 19h00.

HA