Vimioso: I Festival de Folclore Ibérico a 7 de dezembro
No Domingo, dia 7 de dezembro, realiza-se em Vimioso, o I Festival Ibérico de Folclore, um evento cultural que nesta primeira edição tem como grupos convidados a Associação Cultural Etnográfica La Arracada (Zamora/ Espanha) e do Rancho Folclórico do Monte, vindo Vila do Conde, que se juntam ao grupo anfitrião, o Rancho Folclórico de Vimioso.
Inserido no programa da I Feira Ibérica de Artes e Sabores, que se realiza na vila de Vimioso, no fim-de-semana prolongado de 5 a 8 de dezembro, o I Festival de Folclore Ibérico visa estreitar os laços culturais entre as regiões raianas de Portugal e de Espanha.
De acordo com a presidente da Associação para o Desenvolvimento Cultural do Concelho de Vimioso (ADCCV), Elisabete Fidalgo, o festival de folclore é um encontro que celebra a identidade, dá a conhecer as tradições de cada localidade e promove o encontro entre portugueses e espanhóis.
“Nesta I edição do Festival Ibérico recebemos a visita da Associação Cultural Etnográfica La Arracada, vinda de Zamora. Este grupo simboliza a riqueza da cultura popular Ibérica, onde a música e a dança, revelam histórias comuns. De Portugal, viaja até Vimioso, o Rancho Folclórico do Monte, de Vila do Conde, um dos grupos mais antigos de nosso país, guardião de uma vastíssima riqueza”, indicou a dirigente associativa.
Elisabete Fidalgo acrescentou que os festivais de folclore são oportunidades de enriquecimento cultural.
“Ao visitar outras regiões e ao sermos visitados por grupos folclóricos de outras localidades e países, dá-se um encontro de pessoas e uma troca de culturas a vários níveis: na música e nos instrumentos musicais utilizados; nas coreografias e na dança; e nos trajes típicos da cada região. Por isso, estes festivais são oportunidades para aprender e evoluir como grupo tradicional”, disse.
O Rancho Folclórico de Vimioso, fundado em 1996 e prestes a celebrar 30 anos de atividade cultural é uma coletividade que tem como missão: preservar e transmitir às novas gerações os cantares e as danças tradicionais do concelho de Vimioso. E dar a conhecer a diversidade e a riqueza cultural de outras regiões do país e do estrangeiro, em particular da vizinha Espanha.
Mogadouro: Edifício para a construção de hotel custa cerca de 150 mil euros
O Município de Mogadouro tem à venda em hasta pública, pelo valor de 148 mil e 500 euros, o antigo edifício do Ministério da Agricultura, um prédio urbano com uma área de 680 metros quadrados, localizado na avenida do Sabor, para a construção de um hotel na cidade.
Segundo o anúncio “Hasta Pública de Venda de um edifício localizado no perímetro urbano da Cidade de Mogadouro, com vista ao desenvolvimento de projeto de Empreendimento Turístico Hoteleiro”, publicado a 13 de novembro, em Diário da República, o edifício tem um preço mínimo de 148 mil e 500 euros e o prazo para a apresentação de propostas decorre até às 17h00, do dia 3 de dezembro de 2025.
“A apresentação das propostas e dos documentos que as acompanham deverá ser realizada exclusivamente de forma eletrónica, através do endereço de e-mail aprovis@mogadouro.pt. As propostas e os documentos devem ser carregados no modo encriptado e submetidos no endereço de mail referido, devidamente assinados”, indica o anúncio.
No site do município de Mogadouro é possível consultar a hasta pública e o anúncio publicado em Diário da República.
A construção de um unidade hoteleira na cidade de Mogadouro faz parte da estratégia do executivo municipal liderado pelo presidente, António Pimentel, de desenvolvimento do turismo no concelho.
Ambiente: Portugal utiliza apenas 3% de materiais reciclados
Portugal apresentou, em 2024, uma taxa de utilização de materiais reciclados de apenas 3%, a terceira mais baixa entre os Estados-membros da União europeia (UE), sendo a média da UE de 12,2%, indicou o Eurostat.
As maiores taxas de utilização de materiais reciclados foram registadas nos Países Baixos (32,7%), Bélgica (22,7%) e Itália (21,6%).
No outro extremo da tabela estão a Roménia (1,3%), Finlândia e Irlanda (2,0% cada) e Portugal (3,0%).
Analisando os diferentes tipos de materiais, a taxa de circularidade da UE em 2024 foi mais elevada para os minérios metálicos, com 23,4 % (-1,2 pontos percentuais (pp) em comparação com 2023), seguidos pelos minerais não metálicos, com 14,3 % (-0,1 pp), biomassa com 9,9% (+0,2 pp) e materiais/transportadores de energia fóssil com 3,8% (0,4 pp).
O serviço de estatísticas da União Europeia explica que as diferenças na taxa de circularidade entre os países dependem do equilíbrio entre os novos recursos extraídos e os que são reintroduzidos na economia. A taxa de circularidade de Portugal manteve-se estável face a 2023 nos 3%.
Ensino Superior: Aprovado curso de Medicina na UTAD
O curso de Medicina da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) foi aprovado a 5 de novembro, pelo Conselho de Administração da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), anunciou a academia transmontana.
O curso, criado em estreita colaboração com a Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro (ULS-TMAD), prevê a formação de 40 estudantes por ano, sendo uma aposta na humanização da prestação de cuidados de saúde e na prevenção da doença.
A aprovação condicional do ciclo de estudos, por um período de dois anos, conhecida a 5 de novembro, representa, nas palavras da professora Carla Amaral, Vice-Reitora para a Educação e Qualidade, “o reconhecimento do trabalho, da vontade e do compromisso assumido”. “A decisão da A3ES reconhece a qualidade científica e académica da nossa instituição”, refere a responsável pelo processo na UTAD.
Este novo curso traduz um investimento decisivo no reforço dos cuidados de saúde primários e especializados no território, contribuindo para melhorar a resposta às necessidades das populações e para atrair e fixar profissionais altamente qualificados.
No relatório, a comissão de avaliação destacou que “o programa combina um forte compromisso com a excelência científica, os valores humanistas e a responsabilidade social, visando formar médicos que sejam não apenas profissionais competentes, mas também agentes reflexivos de mudança”.
Para o Reitor interino da UTAD, professor Jorge Ventura, a criação do curso de Medicina constitui “um marco fundamental e estratégico para a região, revestindo-se de elevado impacto científico, social e humano, que reforça o papel da UTAD na coesão territorial, na inovação e no desenvolvimento do interior do país”.
Jorge Ventura destaca, por fim, “o empenho, a visão e a dedicação de toda a comunidade académica, cuja competência e compromisso tornaram possível este resultado”.
Política: Parlamento debate e vota propostas do OE 2026
A 20 de novembro, o parlamento começa a debater e votar na especialidade, o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.
A 20 de novembro, o parlamento debate os artigos e propostas de alteração do OE2026 e à tarde são votados, alínea a alínea, num ano em que se voltaram a bater recordes de propostas entregues pelos partidos.
Os partidos entregaram 2.176 propostas de alteração ao OE2026, sendo que, de acordo com a página do parlamento, o PSD/CDS-PP entregou 57 propostas, o Chega 614, o PS 117, a Iniciativa Liberal 112, o Livre 330, o PCP 532, o Bloco de Esquerda 182, o PAN também 182 e o JPP 50.
O debate e votações iniciam-se a 20 de novembro e decorrem ao longo de cinco dias, com uma pausa de um dia para as celebrações do 25 de Novembro, estando o encerramento do debate e votação final global marcados para o dia 27 de novembro.
Entre as propostas de alteração destacam-se medidas relacionadas com o aumento das pensões, com propostas de quase todos os partidos e o fim ou isenção de algumas portagens.
A 9 de outubro, o Governo entregou no parlamento o OE2026, na véspera do prazo limite e três dias antes das eleições autárquicas.
No cenário macroeconómico, o Governo PSD/CDS-PP prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2% neste ano e 2,3% em 2026.
O executivo pretende alcançar excedentes de 0,3% do PIB neste ano e de 0,1% no próximo. Quanto ao rácio da dívida, estima a sua redução para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026.
A proposta foi aprovada na generalidade em 28 de outubro, com os votos favoráveis do PSD e CDS-PP, a abstenção do PS, PAN e JPP e os votos contra do Chega, PCP, IL, Livre e BE.
Miranda do Douro: Clube AF pretende atrair mais turistas à região
No dia 15 de novembro, abriu na cidade de Miranda do Douro, o Clube AF, uma agência de viagens que assume como missão trabalhar para a vinda e a estadia de turistas no planalto mirandês, onde as principais atrações são a beleza natural, o património histórico e cultural, os produtos locais e a gastronomia.
A inauguração da agência de viagens Clube AF contou com a presença do fundador da empresa, António Fernando Santos, da Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril e do Vice-Presidente da Direção Regional de Turismo do Porto e Norte, Cancela Moura.
A decisão de abrir uma filial do Clube AF na cidade de Miranda do Douro deve-se à naturalidade do fundador, António Santos, que nasceu na aldeia Vila Chã de Braciosa e foi enconrajado pela família a investir no concelho.
Para António Santos, fundador do Club AF, a agência tem como principal objetivo promover a região do planalto mirandês, em interação com os municípios de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso, preparando programas de viagens para clientes nacionais e estrangeiros.
“O nosso maior objetivo é criar pontes entre os agentes locais (hotéis e alojamento, restauração, comércio, etc.) e os serviços que todos podem proporcionar aos turistas que nos visitam. Para facilitar a vinda e a estadia de pessoas, a agência de viagens vai dispor do serviço Local do Cidadão, onde o público pode atualizar os seus documentos pessoais, contratualizar serviços, etc.”, informa.
Sobre os principais interesses turísticos existentes no planalto mirandês, Juliana Fernandes, operadora na agência de viagens Clube AF, instalada no Largo da Moagem, na cidade de Miranda do Douro destacou a qualidade de vida, a beleza natural, o património histórico e cultural, os produtos locais e a gastronomia.
“Para quem pretenda visitar outras localidades e países, a agência de viagens Clube AF também prepara programas de férias em família ou de trabalho e viagens de grupo, nos âmbitos de Turismo Educativo, Cultural e de Descoberta, sempre acompanhados por um profissional”, indica Juliana Fernandes.
Presente na inauguração do Clube AF, a presidente do município, Helena Barril, felicitou a empresa pela instalação na cidade e desejou que haja um trabalho de interação e proximidade com a autarquia.
Por suz vez, o vice-Presidente da Direção Regional de Turismo do Porto e Norte, Cancela Moura, afirmou que esta agência de viagens é uma mais-valia para a região, onde se verifica um aumento crescente no número de turistas.
A empresa Clube A (António) F (Fernando) Santos Turismo Lda. foi fundada em 1991, em Guimarães, na sequência de uma viagem escolar a Paris, organizada pelo fundador, o professor António Santos. Desde essa data, a agência de viagens alargou os seus destinos e o número de alunos com quem viajava.
“Atualmente, o Club AF ajuda os grupos de alunos e professores a realizarem viagens de estudo e de finalistas, sempre inseridas no âmbito cultural. Um dos objetivos é que os alunos aprendam enquanto viajam”, indica a agência de viagens.
Miranda do Douro: “A água do concelho é a melhor do distrito” – Nuno Rodrigues
Neste mês de novembro, o município de Miranda do Douro está a realizar trabalhos de manutenção e limpeza dos reservatórios e redes de distribuição de água no concelho, uma atividade regular que visa assegurar a qualidade da água para consumo.
Os serviços de abastecimento público de água em Portugal tem evoluído nas últimas décadas e este progresso traduz-se no aumento da qualidade da água para consumo humano. No concelho de Miranda do Douro, a Câmara Municipal é a entidade gestora do sistema de abastecimento de água à população, desde a captação até à torneira dos consumidores. A análise regular da água é feita em conjunto com a Unidade Local de Saúde do Nordestes (ULSN) e a ERSAR- Entidade Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e Resíduios, que fiscalizam e controlam a qualidade da água que chega à casa das pessoas.
O vice-presidente do município de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, afirmou que a qualidade da água no concelho é “a melhor do distrito de Bragança”.
“No caso de existir algum incumprimento na qualidade de água que chega às torneiras, quer a autoridade de Saúde (ULSN), quer a ERSAR obrigam ao fecho imediato das torneiras ao público. Por isso, se a água que abastece o concelho de Miranda do Douro não tivesse qualidade ou fosse imprópria para consumo isso já teria acontecido. É claro que queremos ir substituindo as redes e tubarias mais antigas, para que a água que sai dos reservatórios chegue com a mesma qualidade à casa das pessoas”, afirmou o vice-presidente de Miranda do Douro.
Com o objetivo de modernizar o sistema de abastecimento de água na zona sul do concelho, o atual executivo municipal de Miranda do Douro pretende construir um grande reservatório de água no cabeço da Trindade, em Fonte Aldeia, para servir as localidades de Sendim, Atenor, Teixeira, Prado Gatão, Palaçoulo, Águas Vivas, São Pedro da Silva, Fonte Ladrão, Granja e Duas Igrejas.
“Nas épocas de maior consumo, como acontece nos meses de verão há uma recorrente dificuldade em abastecer em quantidade de água, localidades como Fonte de Aldeia. Para suprir esta carência realizamos captações de água, com o devido tratamento e controlo de qualidade. Com o projeto de modernização do sistema de abastecimento de água na zona sul do concelho, o grande reservatório no cabeço da Trindade, em Fonte de Aldeia, visa assegurar o abastecimento de água a todas essas localidades”, indicou o município de Miranda do Douro.
Outras obras previstas no concelho de Miranda do Douro são a substituição da conduta de abastecimento de água entre as localidades de Águas Viva, São Pedro da Silva e Fonte Ladrão, uma infraestrutura que a autarquia diz estar bastante envelhecida; e a construção de um novo reservatório de água na aldeia de Vale de Mira, que abasteça também a população vizinha de Cércio.
“O município de Miranda do Douro pretende também substitutir as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR’s) em localidades como Palaçoulo, Granja, Freixiosa, São Pedro da Silva, Ifanes, Constantim e Fonte Ladrão. Em Atenor, vai ser instalada uma ETAR nova, dado que atualmente na aldeia ainda existe uma fossa séptica”, adianta o município.
Sobre as perdas de água, o município de Miranda do Douro informou que com a instalação do sistema de telegestão, conseguiu reduzir significativamente o desperdício de água que entra e sai dos reservatórios e agilizou os trabalhos de reparações de fugas nas redes do concelho.
Ambiente: Especialistas de 19 países debatem investigação das causas de incêndios florestais
De 18 a 22 de novembro, realiza-se no Porto, a 1.ª Conferência Internacional sobre Causas de Incêndios Florestais, uma iniciativa que junta especialistas de 19 países, para debater as causas dos incêndios e as estratégias de prevenção.
“Vamos debater a investigação das causas, como é que ela é feita, como é que ela pode ser melhorada para que seja mais efetiva a prevenção. Nos incêndios, tudo começa pelas ignições. Se entendermos melhor porque é que surgem as ignições, conseguimos desenvolver políticas mais efetivas para reduzir muitas delas”, explicou Fantina Tedim, geógrafa e coordenadora da conferência WIC 25.
A iniciativa, que decorre até sábado, dia 22 de novembro, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, junta académicos, polícias, bombeiros e autoridades florestais para “partilhar conhecimento e identificar aspetos que estão em falta”, para os quais é “necessário que a ciência contribua com conhecimento”, acrescentou a responsável.
Fantina Tedim assinala que em Portugal “houve uma grande evolução em termos de gestão dos incêndios”, mas entende que “pode ir-se mais além” em termos de formação e de utilização de tecnologia na investigação.
“Mas isto não é um problema só de Portugal, isto é um problema que interessa a muita gente. Estão representados na conferência 19 países, com a presença de académicos e de pessoas ligadas à investigação no terreno”, observou.
A geógrafa refere que, em Portugal, “a utilização de tecnologia digital na investigação das causas é muito reduzida, para não dizer que não existe”.
“Naqueles incêndios que são muito complexos, a investigação das causas, da ignição do local de origem do incêndio e da causa tem que ser feita por investigadores no terreno altamente treinados e que têm muita experiência, porque eles é que efetivamente podem determinar bem qual é a causa do incêndio”, descreveu.
Assim, “há muito conhecimento que é preciso adquirir”, o que passa por uma “maior aposta na formação e na utilização correta da tecnologia”.
“Se tratarmos melhor esta parte das ignições, da investigação, do ponto de origem da causa da ignição, teremos melhor prevenção e menos incêndios no futuro”, afirmou.
A WIC25 é uma iniciativa do projeto IGNIT – A investigação das causas dos incêndios: Soluções inovadoras para uma Gestão Efetiva, no âmbito do qual foi feito um inquérito a nível mundial para saber como é feita a investigação das causas dos incêndios e os seus principais problemas e desafios.
Este questionário já foi respondido por 300 investigadores e a “falta de especialização dos investigadores” das causas das ignições foi o principal problema identificado, tendo os inquiridos apontado que, em geral, “os investigadores fazem várias tarefas e só quando têm tempo é que investigam as causas das ignições”.
Defendem, por isso, que os incêndios mais complexos têm de ser investigados por “investigadores com experiência” e “graus elevados de especialização”.
Os inquiridos apontaram ainda a “falta de recursos humanos e de acesso às tecnologias digitais para suportar uma investigação mais efetiva”, bem como a ausência de partilha de informação entre organizações.
Digital: Livro «(Quase) Sempre Online” revela efeitos das tecnologias digitais
A obra «(Quase) Sempre Online – Como a imersão online”, da autoria do médico psiquiatra Pedro Afonso foi apresentada a 6 de novembro, no Auditório da Ordem dos Médicos, em Lisboa e revela que as tecnologias digitais tornam-nos mais sós, ansiosos, deprimidos e desligados do mundo real».
Pedro Afonso escreveu o livro ‘(Quase) Sempre Online’ para ajudar a refletir e a “avaliar” a “utilização das redes sociais” e da internet, e alerta para os seus efeitos nos jovens, por isso é também “um guia para pais”.
Mais do que apenas diagnosticar os problemas, Pedro Afonso propõe também “soluções concretas para restaurar o equilíbrio entre o mundo online e o mundo real”.
Com base na sua experiência clínica e em evidências científicas, em «(Quase) sempre online» o médico psiquiatra denuncia como a hiperconectividade está associada a ansiedade, depressão, dependência digital, isolamento social e até a uma nova realidade que designa como “anedonia digital” – a incapacidade de sentir prazer em experiências reais devido à constante estimulação artificial provocada pelas redes sociais.
“Um dos fatores que me levou a escrever este livro foi um estudo da Pew Research que constatou que nos últimos 10 anos duplicaram o número de casos de jovens online, cerca de 50% dos jovens norte-americanos passam mais do que 7 horas online. O livro é uma reflexão sobre isso, que ajuda um bocadinho a avaliar como devemos utilizar as redes sociais, o tempo online”, disse o autor, em entrevista à Agência ECCLESIA.
Pedro Afonso salienta que as redes sociais “não são boas nem más”, depende da forma como são utilizadas, o conteúdo que se vê, “e também as fragilidades individuais da pessoa que está a aceder”, por isso, o livro ‘(Quase) Sempre Online – Como a imersão online nos deixou mais sós, ansiosos, deprimidos e desligados do mundo real’ “ajuda um bocadinho a fazer essa reflexão e um guia também para pais”.
Para o médico psiquiatra a dificuldade “é o equilíbrio” e salienta que isso é também um processo de aprendizagem que “tem que ter ensinado nas escolas, em casa, na família”, e os próprios educadores devem ter essa formação.
“Verificou-se que as redes sociais podem potenciar determinados comportamentos, nomeadamente comportamentos parasuicidários, comportamentos autolesivos, por exemplo, o número de casos de anorexias nervosas. Por esse motivo tem o efeito potenciador de doença mental, tanto que a permanência de mais de três horas, há estudos que o indicam online, em redes sociais, duplica a probabilidade de os jovens virem a ter ansiedade, depressão, e comportamentos fragilizantes”, desenvolveu Pedro Afonso.
O médico psiquiatra explica que os adolescentes e jovens estão “mais exposto pela fragilidade”, inclusive por não terem o sistema nervoso central totalmente definido e construído, o córtex pré-frontal, por exemplo, “ainda está imaturo em alguns casos” e há dificuldade em “controlar os impulsos e a probabilidade de serem sugestionados”.
“O uso intensivo das redes sociais provoca uma desconfiguração, há estudos que indicam, do sistema dopaminérgico, que está associado ao prazer, à vontade e ao desejo. Isso significa que o uso intensivo das redes sociais faz com que haja uma dependência, e um aumento da ligação entre o estar online, e o menor prazer estar offline”, explicou o professor universitário, no Programa ECCLESIA, transmitido esta terça-feira na RTP2.
Os pais e os educadores, segundo o especialista, têm, “em primeiro lugar”, de obter informação e espera que o livro ‘(Quase) Sempre Online – Como a imersão online nos deixou mais sós, ansiosos, deprimidos e desligados do mundo real’, da Editora ‘Princípia’, ajude porque foi escrito “com a preocupação de ter informação científica rigorosa”, assente em estudos, “e ajudar os filhos a saberem usar as redes sociais de forma regrada”, e evitar perigos decorrentes.
“Os pais, os professores, e os educadores têm aqui um papel essencial, e também estarem atentos para alterações do comportamento dos filhos, por exemplo, estar muito tempo fechados no quarto, isolados, não comunicarem com os irmãos ou com a família, são sinais de alarmes que os pais devem estar atentos”, acrescentou o autor, que no livro aborda o tema do cyberbullying, “o consumo de pornografia em idades inapropriada”.
O médico psiquiatra Pedro Afonso identificou também consequências a nível pessoal e sociais, como nas crianças na aprendizagem da linguagem, “nas competências sociais, na sensibilização, na empatia, no aumento de risco de doenças psiquiátricas”, para além das doenças físicas, como perturbações do sono, problemas osteoarticulares.
Com a chancela da editora «Princípia», o livro é uma reflexão sobre os efeitos do excesso de conectividade digital.
Política: Presidente da República apela ao diálogo sobre lei laboral
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa considera que ainda há tempo para o diálogo e para o acerto de pontos de vista sobre a revisão da legislação laboral, mesmo depois da greve geral convocada para 11 de dezembro.
“Eu penso que há tempo para falar e acertar pontos de vista, acho que sim”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em reposta a perguntas dos jornalistas, no Campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa.
O chefe de Estado referiu que o anteprojeto apresentado em julho pelo Governo PSD/CDS-PP “tem vindo a ter alterações no tempo”, algumas das quais noticiadas hoje, “em pontos importantes”, e que “há contactos bilaterais com as confederações” e “haverá certamente uma ou várias reuniões de concertação social”.
O Presidente da República salientou, por outro lado, que uma nova lei terá de ser votada na Assembleia da República, e manifestou-se certo de que “o parlamento se vai debruçar cuidadosamente sobre isso”, para concluir que há tempo para o diálogo e para a aproximação de posições.
Interrogado se estava a pensar no período após a greve geral convocada por CGTP e UGT para 11 de dezembro, ou se admite a sua suspensão, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que “disse logo que a greve era uma tomada de posição legítima, legal, mas que havia mais futuro no processo depois dessa greve”.
“E esse futuro significa que há mais tempo para discutir a lei”, acrescentou.
Entre as alterações contidas no anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral estão a extensão da duração dos contratos a prazo, o regresso do banco de horas individual, o fim do travão à contratação externa após despedimentos, a revisão das licenças parentais e o reforço dos serviços mínimos obrigatórios em caso de greve.