Ambiente: Confinamento das aves face a “alto risco de disseminação” da gripe aviária

Ambiente: Confinamento das aves face a “alto risco de disseminação” da gripe aviária

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) alertou para o “alto risco de disseminação” da gripe aviária e determinou o confinamento das aves domésticas em todo o território do continente.

“Considerando a grave situação epidemiológica da gripe aviária de alta patogenicidade na União Europeia, bem como o aumento dos focos desta doença confirmados em território nacional, o risco de disseminação da doença mantém-se muito elevado”, lê-se numa nota hoje publicada.

Assim, a DGAV determinou o confinamento das aves domésticas em todo o território continental.

Por outro lado, proibiu a realização de feiras, mercados, exposições e concursos de aves de capoeira e aves em cativeiro.

Nas zonas de proteção e vigilância, é proibida a circulação de aves a partir de estabelecimentos aí localizados, o repovoamento de aves de espécies cinegéticas, feiras, mercados e exposições e a circulação de carne fresca a partir de matadouros ou estabelecimentos de manipulação de caça.

É igualmente proibida a circulação de ovos para consumo humano e de subprodutos de animais obtidos de aves detidas a partir de estabelecimentos localizados nestas zonas.

A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) pediu aos países da União Europeia (UE) que reforcem as medidas de segurança contra a gripe das aves, após alertas de novos surtos.

Entre 6 de setembro e 14 de novembro, foram detetados, em 26 países da UE, 1.443 surtos de gripe aviária em aves selvagens, o número mais elevado, pelo menos, desde 2016, segundo dados da EFSA.

Esta autoridade apelou aos países para que reforcem a vigilância e adotem medidas de biossegurança, segundo as recomendações publicadas.

Entre as recomendações publicadas está ainda o confinamento das aves nas áreas afetadas pela gripe aviária, a especial monitorização dos pontos de paragem ao longo das rotas migratórias das aves selvagens e que seja evitada a alimentação artificial de aves selvagens.

As carcaças de aves selvagens devem ser imediatamente retiradas para evitar o risco de contágio com outras espécies.

Por sua vez, a caça deve ser reduzida, bem como o uso de drones ou de outras atividades que possam perturbar as aves.

Em Portugal, um novo foco de gripe das aves foi detetado no Ramalhal, em Torres Vedras, numa capoeira doméstica com gansos, patos, galinhas pintadas e codornizes, anunciou a DGAV na segunda-feira.

O número total de focos detetados, este ano, subiu agora para 39.

Segundo a informação publicada pela DGAV, este foco foi confirmado na passada sexta-feira, no mesmo dia em que tinha sido reportado um foco numa exploração comercial de perus de engorda, também em Torres Vedras.

Também no mesmo dia foram confirmados três focos no distrito de Aveiro, em aves selvagens.

Paralelamente, foi detectado um foco numa capoeira doméstica de galinhas e patos, em Santarém.

A DGAV tem vindo a alertar que o risco de disseminação da gripe das aves é, neste momento, elevado e pediu a adoção de medidas de segurança.

A transmissão do vírus para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo. Contudo, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.

Fonte: Lusa | Foto: CGC

Indústria: Mais de 40% dos investimentos esperam mais de dois anos por licenciamento – AIP

Indústria: Mais de 40% dos investimentos esperam mais de dois anos por licenciamento – AIP

Em Portugal, cerca de 44% dos projetos de investimento aguardam decisão das entidades competentes há mais de dois anos, indicam as conclusões de um inquérito sobre o estado do licenciamento no país, realizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP).

Desse valor, cerca de 14% das empresas inquiridas esperam ‘luz verde’ há mais de cinco anos.

Os projetos de investimento que esperam pareceres, ou que não foram realizados devido a bloqueios nos processos ambientais, ascendem a 1,3 mil milhões de euros, de acordo com este levantamento das principais dificuldades das empresas em concretizarem os seus investimentos.

Os maiores condicionamentos verificam-se nos projetos para construção de novas instalações (43% do total), expansão das existentes (33%) e instalação de novos equipamentos (21%).

De acordo com as empresas inquiridas, cerca de 76% dos bloqueios ambientais ao investimento resultam de prazos de tramitação associados a alterações de Planos Diretores Municipais (PDM), Planos de Pormenor (PP), Planos de Urbanização (PU) e a processos de desafetação de Reserva Ecológica Nacional (REN) e Reserva Agrícola Nacional (RAN).

Os organismos responsáveis pelos maiores atrasos são a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), apontada em 75% dos casos, as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), em 72% das situações e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com 71% das situações.

Câmaras Municipais, Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e IAPMEI são também referidos como responsáveis pelos atrasos.

Face às dificuldades, 58% das empresas inquiridas defendem “a limitação dos prazos máximos vinculativos e os deferimentos tácitos na tramitação das diversas fases do processo e redução dos prazos de elaboração de pareceres”, indica o documento da AIP.

Cerca de 38% das empresas propõem mesmo “a redução de entidades envolvidas na tramitação dos processos de licenciamento”. Já 76% querem ver o licenciamento ambiental “na dependência exclusiva” do Ministério da Economia, quando atualmente depende principalmente do Ministério do Ambiente.

Quase três quartos (71%) admitem a existência de “preconceitos ideológicos na elaboração de pareceres” e acreditam que “os técnicos não têm estímulo nem suporte hierárquico para o risco das suas decisões”.

Limitar o teletrabalho nas entidades que elaboram pareceres é defendida por 72% das empresas participantes no inquérito.

Apenas 51% das empresas tem expectativas “médias e elevadas” quanto ao sucesso da reforma do Estado para diminuir a burocracia nos licenciamentos.

O inquérito foi conduzido pela AIP junto de 238 empresas de diversos setores, dimensões e regiões, no período entre 19 a 30 de setembro de 2025.

Fonte: Lusa | Imagem: AIP

Política: Presidente da República lembrou 25 de novembro como vitória da temperança

Política: Presidente da República lembrou 25 de novembro como vitória da temperança

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou o 25 de Novembro de 1975 como uma vitória da temperança contra o risco de violência e apelou à moderação e à unidade no essencial.

Marcelo Rebelo de Sousa, que discursou na sessão evocativa do 25 de Novembro de 1975, no 50.º aniversário desta data, citou a este propósito a Carta de Bruges escrita pelo infante D. Pedro há cerca de 600 anos e nela destacou a ideia de “temperança como virtude nacional”.

“Isto tem a ver tudo com o 25 de Novembro. A temperança, que é o equilíbrio, a sensatez, a moderação e muito a unidade no essencial, no 25 de Novembro talvez tenha sido mais evidente do que em tantos lances durante a revolução”, defendeu.

Segundo o chefe de Estado, “entre o risco da violência e a temperança, no 25 de Novembro venceu a temperança”, e “depois se discutiu quem ganhou mais, quem ganhou menos, quem perdeu mais, quem perdeu menos”, mas “a pátria ganhou certamente”.

“Não houve regresso ao passado derrotado em Abril de 1974. Mas também não houve construção de um futuro imediato com uma revolução para sempre, com adiamento da Constituição e o que significou no arranque da democracia em que vivemos”, prosseguiu.

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que “a temperança naquele instante prevaleceu” e terminou o seu último discurso como Presidente da República na Assembleia da República apelando a essa virtude e à unidade no essencial.

“Unidos no essencial e com temperança, seremos eternos. Viva o 25 de Novembro, viva o 25 de Abril, viva a liberdade, viva a democracia, viva Portugal”, declarou.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Igreja: Padre Telmo Ferraz celebrou 100 anos de vida

Igreja: Padre Telmo Ferraz celebrou 100 anos de vida

O padre Telmo Ferraz, da diocese de Bragança-Miranda, celebrou 100 anos, de uma vida marcada pelo apoio aos jovens da Casa do Gaiato e aos trabalhadores da barragem de Picote, em Miranda do Douro.

Numa entrevista à Agência ECCLESIA, emitida no início de 2024, 0 sacerdote recordava a sua infância “natural, simples, numa vida pacata e muito caseira na aldeia de Bruçó, no Mogadouro, na região de Trás-os-Montes.

“Foi uma coisa simples, era como as outras crianças, não foi nada de extraordinário. Era a vida da aldeia, a vida da aldeia não tinha muitas brincadeiras, brincávamos uns com os outros, mas era uma vida assim muito pacata, muito caseira, muito da aldeia”, recorda.

O seu pai “tinha uma oficina de calçado” e uma “certa influência na aldeia”; a sua mãe, “uma santa mulher”, juntamente com duas irmãs, formavam uma família respeitada na aldeia.

Com “cinco, seus, sete anos”, o padre Telmo Ferraz contava que queria ser sacerdote, tendo entrado no Seminário de Vinhais com 12 anos.

“Nem eu tinha bem a noção do que era a vocação ainda sacerdotal, não é? Eu fui indo, fui indo, fiz o curso. Quando depois comecei a paroquiar, é que comecei a tomar mais noção do que é a vocação sacerdotal. Mas fui feliz, fui feliz”, recorda.

Ordenado sacerdote em Bragança, em 1951, foi pároco nas aldeias de Genísio e Vilar Seco e depois capelão da barragem de Picote, onde desenvolveu uma “pastoral e humanitária junto dos operários”, que continuou, a partir de 1960, na barragem de Cambambe, em Angola.

Na barragem de Picote começou a acompanhar os trabalhadores mas, assume, dava-se bem com empregados e patrões.

“Começou a haver uma amizade entre mim e eles. No fundo era quase como um ombro amigo. Era um amigo. Ajudava-os. Mas dava-me bem com todos, trabalhadores e patrões”, conta.

Em 1963, funda a Casa do Gaiato de Malanje (Angola), e dedicou-se depois à formação de jovens em risco.

“Quando a obra de rua resolveu ir para a África, foi um sacerdote para Benguela e fui eu para Malanje. E construímos lá a primeira aldeia dos rapazes. Quando cheguei a Luanda, comprei os livros todos em Kimbundu, para estudar. Chego à barragem, todo mundo falava português. Estava nas suas sete quintas”, explica.

“Quando via um rapaz que saía da casa do Gaiato e que se tornava uma pessoa que conseguia vingar na vida ficava satisfeito”, recorda.

Com 100 anos de vida, o padre Telmo Ferraz permanece ligado à Casa do Gaiato e reside no Calvário de Beire, local onde vai ser apresentado, no dia 29, o seu mais recente livro, ‘Fui Pároco de Aldeia’, com ilustrações de Ana Cardoso e retratos de M. L. Chichorro Rodrigues.

Fonte: Ecclesia

Vimioso: Passeio todo-o-terreno espera meio milhar de jipes e motos

Vimioso: Passeio todo-o-terreno espera meio milhar de jipes e motos

No âmbito da I Feira Ibérica de Artes e Sabores, o motoclube de Vimioso vai organizar a 7 de dezembro, o já tradicional passeio todo-o-terreno “No trilho dos furões”, uma atividade desportiva que anualmente atrai a vinda de centenas de pilotos espanhóis, proporcionando assim o convívio com a população e um maior movimento no alojamento, restauração e comércio.

O presidente do motoclube “Os Furões”, Eurico Domingues, adiantou que até 30 de novembro, data do fecho das inscrições para o raid todo-o-terreno, esperam contar com cerca de 450 motos e jipes.

“A grande maioria dos participantes são os aficionados espanhóis que vêm das províncias vizinhas de Zamora, Valladolid, Salamanca, mas também de regiões mais distantes como Madrid e Granada. Muitos destes pilotos espanhóis pertencem a outros motoclubes em Espanha, com os quais já há laços de amizade e companheirismo e fazem questão de todos os anos participarem no raid todo-o-terreno em Vimioso. No sentido inverso, nós, os pilotos portugueses temos o hábito de participar nas concentrações motards que se realizam em Espanha”, disse o dirigente do motoclube vimiosense.

Segundo Eurico Domingues, esta prova de todo-o-terreno traz a Vimioso mais de meio milhar de pessoas, entre pilotos e acompanhantes, cuja estadia tem um significativo impacto na economia local, no alojamento, na restauração e no comércio.

Sobre o passeio todo-o-terreno deste ano, a organização revelou que o trajeto Vimioso – Campo de Víboras – Vimioso, de 40 quilómetros para jipes e 70 quilómetros para motos, vai continuar a ser bastante duro, com muitas dificuldades e obstáculos para ultrapassar.

O concelho de Vimioso é muito procurado pelas caraterísticas orográficas do terreno, propícias para as provas de todo-o-terreno, com declives e obstáculos naturais que desafiam a perícia dos pilotos”. descreveu.

Todos os anos, no âmbito da I Feira Ibérica de Artes e Sabores esta prova de motorizado é uma oportunidade de encontro e de conhecimento mútuo entre portugueses e espanhóis.

“A convivência entre portugueses e espanhóis é espetacular! A par do gosto pelo desporto motorizado, o que nos une é uma genuína amizade, que se vai aprofundando ano após ano”, concluiu.

A inscrição no passeio todo-o-terreno “No trilho dos furões” tem um custo de 50€, que dá direito a um brinde, pequeno-almoço, pontos de hidratação, almoço, reforço alimentar, banho quente e jantar.

HA



Igreja: Padre Telmo Ferraz, 100 anos de vida e profecia

Igreja: Padre Telmo Ferraz, 100 anos de vida e profecia

Esta terça-feira, dia 25 de novembro, o padre Telmo Ferraz, antigo pároco de Picote, celebra 100 anos de vida, estando programada uma homenagem na Casa Calvário de Beire – Casa do Gaiato, em Paredes, onde reside atualmente.

Telmo Ferraz é natural da aldeia de Bruçó, no concelho de Mogadouro, onde nasceu a 25 de Novembro de 1925.

“No padre Telmo vemos que é possível, que algo floresce atrás de nós. A sua vida é para nós uma palavra clara, um pacto de misericórdia, perdão e confiança.

A seu lado não há escorraçados nem banidos. Disso dão testemunho as remotas gentes de Picote ou Cambambe, os gaiatos do Culamuxito ou Paço de Sousa, os leprosos de Dange-ia-Menha ou os doentes do Calvário – todos quantos o conhecem.

Nos anos cinquenta foi capelão da barragem de Picote, desenvolvendo um extraordinário trabalho pastoral e humanitário junto dos operários. A todos o padre Telmo recebeu e ajudou, incentivando-os a conseguir o seu abrigo e ajudando-os a encontrar trabalho.

Denunciava a tragédia humanitária provocada pelas condições péssimas em que viviam quantos davam a vida na construção das barragens, naquele Trás-os-Montes longínquo e abandonado dos anos 50. Dedicava-se a todos os deserdados e denunciava as violações dos direitos destes pobres trabalhadores. O seu primeiro livro, ‘O lodo e as estrelas’(1960) é tão duro e profético acerca da vida dos trabalhadores na construção da Barragem do Picote, que foi visado e proibido pela censura. Mas – e talvez por isso mesmo – já em 1959 estava em Angola com os trabalhadores da barragem de Cambambe.

1963 marca o início da grande aventura pastoral e social da sua vida: a Casa do Gaiato de Malanje! Ali dedicou o melhor de si, no acolhimento e formação de jovens rapazes, órfãos ou vindos de famílias pobres. É uma obra notável que seria várias vezes arrasada e pilhada durante a longa guerra civil de Angola. Sem nunca atirar a toalha ao chão, sempre reconstruiu e recomeçou. A par de todo um notável trabalho pastoral e social, escreveu muito e de forma muito acutilante, mexendo em feridas dolorosas como só uma guerra civil pode abrir. Foi em Malanje, nesta Casa do Gaiato, que encontrei o P. Telmo pela primeira vez. Decorria o ano de 1992, após as eleições que deviam abrir as portas à paz e à democracia, depois de uma guerra colonial dura e de uma guerra civil ainda mais mortífera e destrutiva. Recorda-me a alegria e a esperança que saíam das suas palavras e gestos quando me mostrava as casas, os campos, as oficinas e, sobretudo, os jovens ‘gaiatos’ que ali viviam com ele, abrindo de par em par as portas a um futuro melhor. Só que, dias depois, recomeçaria a guerra que voltou a destruir os edifícios da Casa do Gaiato e dispersou os jovens. Mas – sempre que os militares o permitiam – o P. Telmo regressava a Casa e recomeçava a Obra com uma fé, uma coragem e uma persistência à prova de tudo.


Gostamos da sua voz sem autoridade incisiva, da sua fala de menino e de poeta embevecido: “Há beleza em todas as coisas! Até nas areias do chão desta terra batida!”. Gostamos da sua escrita: o que é periférico, minúsculo, sem glória ou invisível ao olhar, as suas palavras o revelam com desconcertante simplicidade. E é como se o mundo se recriasse.

Telmo Ferraz, publicou vários livros, desde contos, poesia e orações. Lançou obras como “O Lodo e as Estrelas” (1960, edição de autor), do período em que foi capelão na Barragem de Picote, retirado do mercado pela censura do regime de Salazar; “Mibangas e Frutos” – recolha integral dos seus textos no jornal “O Gaiato”, entre 1960 e 2013 – são testemunho eloquente desse trabalho e da sua coragem no atravessar da guerra junto dos mais desfavorecidos; “Mourela”; “Contigo no Planalto”; “Pelo Caminho das Tipóias”; “A Mulemba e o Grão de Areia”; “Um Retiro na Montanha”; “Terra Batida”; “As Abelhas e o Mel”; “O Silêncio de Deus”; “Sinais” e mais recentemente, em 2025, a obra “Fui Pároco de Aldeia”. Além destes livros, o padre Telmo Ferraz lançou ainda a obra “Rostos de uma Barragem – o Álbum de Telmo Ferraz”, que retrata a realidade da barragem de Picote entre os inícios da sua construção e inauguração.

O padre Telmo Ferraz, celebra o centenário de vida na Casa do Calvário (Beire, Paredes), onde reside, onde é homenageado com uma celebração mais íntima do que ruidosa, por parte de alguns dos seus amigos, para assinalar esta bonita data”.

Artigo escrito por Jorge Lourenço, presidente da Freguesia de Picote; e Tony Neves, Missionário Espiritano.

Miranda do Douro: Fórum Internacional da Biodiversidade no rio Douro

Miranda do Douro: Fórum Internacional da Biodiversidade no rio Douro

A cidade de Miranda do Douro, acolhe esta terça-feira, dia 25 de novembro, o Fórum Internacional, para abordar a conservação da biodiversidade no rio Douro, uma iniciativa promovida pela Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), no âmbito do projeto OET Durius – Observatório Ecológico Transfronteiriço do Douro.

O encontro reúne investigadores, entidades públicas, organizações ambientais e especialistas para debater os desafios e oportunidades associados à conservação da biodiversidade no corredor ecológico do Rio Douro.

O evento decorre no âmbito do projeto “OET Durius – Observatório Ecológico Transfronteiriço do Douro”, financiado pelo programa Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027 e entre outros temas, conta com a apresentação dos primeiros resultados do projeto.

O OET Durius é implementado por um consórcio de oito entidades de Portugal e Espanha, liderado pela Fundação Santa María la Real, que inclui a Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro (AIMRD), o cluster AEICE – Habitat Eficiente, a Universidade de Salamanca, o Município de Zamora, a Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, a Comunidade Intermunicipal do Douro e a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes.

Fonte: CIM-TTM | Foto: Flickr

OE2026: Incentivo aos municípios que reduzam resíduos urbanos

OE2026: Incentivo aos municípios que reduzam resíduos urbanos

Na votação, na especialidade, do Orçamento para 2026, o parlamento aprovou um incentivo financeiro aos municípios que reduzam os resíduos urbanos.

A medida foi apresentada pelas bancadas do PSD e do CDS-PP, com uma emenda ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

Com a iniciativa fica previsto para 2026 que os municípios que “registem uma redução igual ou superior a 5% na produção de resíduos urbanos indiferenciados por habitante, face ao ano precedente”, receberão um determinado valor, a definir pelo Governo no próximo ano.

Segundo a proposta, o financiamento “é assegurado por verbas da Taxa de Gestão de Resíduos e por outras dotações orçamentais afetas à área governativa do ambiente”.

Os municípios poderão acumular este apoio “com os mecanismos de apoio aos municípios estabelecido” pelo Decreto-Lei n.º 24/202, que regula os regimes da gestão de resíduos, de deposição de resíduos em aterro e de gestão de fluxos.

A nova norma prevê que “os critérios de elegibilidade, cálculo e atribuição do incentivo são definidos por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas do ambiente, das finanças e da administração local, podendo essa portaria atender, adicionalmente, à implementação de boas práticas municipais, designadamente sistemas de recolha seletiva porta-a-porta e tarifação proporcional à quantidade de resíduos produzidos (PAYT)”.

Também foi aprovada uma outra iniciativa dos grupos parlamentares que suportam o Governo relativa à utilização de gasóleo colorido pela indústria extrativa e incentivos à eficiência energética no setor.

A medida vai assegurar que “as empresas que desenvolvem atividade no setor da indústria extrativa ficam autorizadas a beneficiar do regime de gasóleo colorido e marcado, podendo utilizar este combustível em todos os equipamentos não matriculados afetos à atividade”.

No âmbito deste incentivo, o Fundo Ambiental irá abrir “um aviso destinado a investimentos em eficiência energética na indústria extrativa”.

Por iniciativa do PS, que viu uma proposta aprovada na área energética, foi aprovado um apoio às indústrias eletrointensivas por compensação de CO2.

O diploma do OE passa a prever que, no próximo ano, “o Governo reforça o apoio às indústrias eletrointensivas, nos termos do disposto no Decreto-Lei n.º 15/2022, de 14 de janeiro, e no Decreto-Lei n.º 12/2020, de 6 de abril, nas suas redações atuais, e no âmbito dos auxílios de estado permitidos, quer seja por via do Orçamento do Estado, quer seja por via do Fundo Ambiental”.

Ao justificar esta medida, o PS refere que “os custos com as emissões indiretas de CO2 e a sua compensação tem sido uma preocupação crescente para os países da União Europeia” e que “o auxílio médio da UE é mais de quatro vezes superior ao auxílio em Portugal”.

As bancadas do PSD e CDS-PP viram aprovada uma iniciativa que pretende assegurar que a compensação paga pelos utilizadores de recursos hídricos reflete um incentivo à eficiência no uso da água.

Para isso, os dois partidos propuseram uma alteração ao Decreto-Lei n.º 97/2008, de 11 de junho, relativo ao regime económico e financeiro dos recursos hídricos, prevendo que as reduções na componente tributária da Taxa de Recursos Hídricos (TRH) “não são objeto de cumulação dentro da mesma componente, aplicando-se apenas aquela que conduza ao benefício mais favorável ao utilizador”, com determinadas exceções.

Também recebeu ‘luz verde’ uma proposta do Chega para que, em 2026, o Governo agilize “de todos os procedimentos necessários à Expansão do Bloco de Rega de Alqueva – S. Bento, em Vila Nova de São Bento, Município de Serpa”, criando uma nova área de rega já prevista no plano de expansão do projeto inicial, abastecido a partir da estação elevatória da Laje.

Fonte: Lusa | Imagem: Resíduos do Nordeste

Política: Comemorações do 25 Novembro

Política: Comemorações do 25 Novembro

O ministro da Defesa, Nuno Melo afirmou que as comemorações do cinquentenário do 25 de Novembro realizam-se sem ideologia, com base na fatualidade histórica, servindo para unir a família militar e a sociedade portuguesa.

O ministro, Nuno Melo assumiu esta posição num breve discurso que proferiu no Museu da Marinha, em Lisboa, após ter inaugurado uma exposição intitulada “Do 25 de Abril ao 25 de Novembro”, considerada “um pontapé de saída” para as comemorações dos 50 anos desta operação militar.

Na sua intervenção, o ministro da Defesa procurou assegurar que o Ministério da Defesa não terá qualquer interferência na Comissão das Comemorações do 25 de Novembro de 1975 e fez um rasgado elogio ao presidente desta comissão, o tenente-general Alípio Tomé Pinto, também presente na inauguração da exposição.

“Ao lado do general Ramalho Eanes, foi à sua escala um dos obreiros do 25 de Novembro, sendo também uma referência como combatente, um herói de guerra. É muito importante percebermos o respeito que os três ramos das Forças Armadas lhe dedicam”, salientou Nuno Melo.

Depois, o titular da pasta da Defesa falou sobre o objetivo das comemorações: “O que se pretende é unir a família militar, unir a sociedade portuguesa”.

“Sejamos capazes de cumprir este ciclo com memória histórica, sem ideologia, mas também sem esquecer”, rematou.

No início do seu discurso, Nuno Melo apresentou de forma sumária a sua conceção relativa ao processo de transição democrática em Portugal.

“No 25 de Abril de 1974, complementado pelo 25 de Novembro de 1975, celebramos datas que são fundadoras e estruturantes da própria democracia e da liberdade que hoje desfrutamos. O 25 de Abril trouxe o fim do Estado Novo e a liberdade, mas foi o 25 de Novembro que devolveu a Abril o seu propósito originário de entrega ao povo da capacidade de decidir por si, através do voto, o seu destino”, declarou.

Relativamente ao conteúdo das comemorações do 25 de Novembro de 1975, Nuno Melo frisou que ele próprio, enquanto tutela, não terá qualquer interferência.

“O que se pretende é este caráter didático, mas evocativo de uma data maior”, contrapôs, isto depois de o general Tomé Pinto, também numa breve intervenção, ter manifestado “apreço pelo esforço do Ministério da Defesa” no que respeita à evocação da operação militar de novembro de 1975.

“O 25 de Novembro é uma continuação do 25 de Abril. Precisamos de boa informação. A História tem de contar a verdade. A comissão a que presido tem preocupação com os factos, mas não com as ideologias”, disse.

A exposição inaugurada pelo ministro da Defesa está instalada junto à parede do fundo do Pavilhão das Galeotas do Museu da Marinha, tem cerca de 20 metros de comprimento, contendo nove conjuntos de painéis, o último dos quais dedicado à operação militar de 25 de Novembro.

Tem dois televisores, um com imagens da revolução do 25 de Abril de 1974 e outro com o trailer de um documentário sobre o 25 de Novembro, da autoria do jornalista Armando Seixas Ferreira, atual assessor do ministro da Defesa.

O documentário, feito em parceria com a RTP, que forneceu as imagens, tem a sua estreia marcada para 10 de dezembro, no Cinema São Jorge, em Lisboa. Entre outros conteúdos, apresenta uma entrevista exclusiva com o general Ramalho Eanes.

Já no que respeita ao acervo documental da exposição, mostram-se vários comunicados emitidos por partidos e unidades militares, assim como fotografias do chamado “Verão Quente” de 1975.

Está também patente uma carta enviada por Fidel Castro ao então Presidente da República, general Costa Gomes, convidando as Forças Armadas portuguesas a integrarem manobras das forças armadas revolucionárias cubanas, previstas para o período entre 01 e 06 de dezembro de 1975.

No painel dedicado ao 25 de Novembro de 1975, resume-se da seguinte forma a operação militar: “Resultou de um conflito pelo poder entre revolucionários e moderados e que decorreu no chamado Verão Quente”.

“Culminou num movimento militar conduzido por parte das Forças Armadas portuguesas, com destaque para o comando operacional de Ramalho Eanes, que pôs fim ao PREC (Processo Revolucionário em Curso), estabilizando o processo democrático em Portugal”, lê-se nesse painel.

25 de Novembro, uma tentativa de golpe falhada

Depois das eleições de abril de 1975, acentuaram-se as divergências entre os diferentes projetos políticos. A 25 de novembro, os militares ligados à extrema esquerda tomam pontos estratégicos e o país entra em estado de sítio.

Um ano após a revolução, a sociedade portuguesa encontrava-se bastante dividida existindo uma oposição clara entre aqueles que pretendiam prosseguir a revolução com o MFA, incluindo-se aqui o governo liderado por Vasco Gonçalves e os que entendiam que o caminho se deveria fazer com os partidos políticos sufragados em eleições.

Nos meses seguintes o país assistiria a uma série de episódios de violência de grupos mais ou menos organizados da extrema-esquerda e da extrema-direita, e a ameaça de uma guerra civil era real.

Em Julho, Vasco Gonçalves propõe recentrar a autoridade no Conselho da Revolução, e a liderança política num diretório que incluiria também Costa Gomes (na altura Presidente da República) e Otelo Saraiva de Carvalho. Mas o “Grupo dos nove”, um conjunto de militares moderados e pertencentes ao Conselho da Revolução, propõem, um mês depois, que o poder seja exercido pelos partidos políticos. São afastados do Conselho na sequência dessa tomada de posição.

A 12 de novembro, uma manifestação das forças de esquerda impede os deputados de saírem do parlamento durante dois dias, e na semana seguinte o governo entra em greve por falta de condições para exercer o seu mandato. A 25 de novembro toda esta tensão chega ao limite, com sectores da esquerda radical a tentarem um golpe de estado, que acabou por ser frustrado pelos militares que se encontravam com o “Grupo dos nove”, apoiados por um plano militar liderado por Ramalho Eanes.

“Dicionário de Abril” é uma série de pequenos programas dedicados ao 25 de Abril de 1974 e ao período de instauração do regime democrático em Portugal, produzidos a partir de imagens de arquivo.

Fontes: Lusa e RTP Ensina | Foto: Flickr

Voleibol: Jovens mirandesas competem no campeonato nacional de júniores

Voleibol: Jovens mirandesas competem no campeonato nacional de júniores

A equipa feminina do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) defrontou na tarde de Domingo, dia 23 de novembro, no pavilhão multiusos, em Miranda do Douro, o Sport Vila Real e Benfica, tendo averbado uma derrota por 0-3, num jogo relativo à quinta jornada do campeonato de júniores da Associação de Voleibol de Trás-os-Montes.

Esta é a segunda época em que as jovens mirandesas participam em competições oficiais, desta vez no campeonato nacional de júniores, com outras seis equipas na Associação de Voleibol de Trás-os-Montes: Clube Desportivo Os Valpacinhos; Viv’Alma – Associação Cultural, Recreativa e Desportiva; Sport Vila Real e Benfica; Clube de Voleibol de Peso da Régua; Grupo Desportivo de Chaves; e Clube Académico de Bragança.

No desafio diante das júniores do Sport Vila Real e Benfica, a equipa de Miranda do Douro ainda inexperiente na modalidade, perdeu os três sets do jogo, pelos parciais de 5-25 | 12-25 | 11-25.

Ainda assim, destaque para a entrega e humildade das jovens mirandesas que encaram a participação no campeonato nacional de júniores, como uma oportunidade para aprender e melhorar o seu desempenho técnico e tático, no voleibol.

O treinador do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD), Rui Bastos, referiu que a formação de uma equipa feminina de voleibol tem por objetivo diversificar a oferta desportiva e proporcionar a prática do voleibol às jovens mirandeses.

“Esta é apenas a segunda temporada em que estamos a competir no voleibol, por isso é uma modalidade que ainda está a ser descoberta pelas jovens de Miranda do Douro. Sobre a nossa prestação no campeonato nacional de júniores, por um lado é frustrante perder, mas lembro que as outras equipas que já estão formadas há mais tempo. Por isso, devemos encarar estas primeiras épocas como uma aprendizagem”, disse o técnico do CDMD.

Em Miranda do Douro, a jovem, Priscila Cardoso, é praticante de voleibol desde 2024, sendo que transita da modalidade do giravólei (2×2).

“O que mais gosto no voleibol é a obrigação de estar permanentemente concentrada para evitar que a bola caia no nosso campo e levar a bola para o campo adversário. Ao competir no campeonato nacional de juniores, apesar dos resultados ainda não serem os que esperamos, é uma oportunidade incrível jogar contra outras raparigas que já estão mais evoluídas nesta modalidade. São estes jogos que nos dão a verdadeira experiência da competição e nos motivam a continuar a treinar e a jogar para melhorar”, disse a jovem mirandesa.

A treinadora do Sport Vila Real e Benfica, Carolina Abreu, afirmou que para as jovens se tornarem jogadoras de voleibol de qualidade o fundamental é a atitude.

“Em primeiro lugar, está a atitude, isto é, as jovens têm que querer aprender a jogar. Depois vem o trabalho técnico e tático semanal, em conjunto com a treinadora e as colegas de equipa”, disse.

Os treinos da equipa feminina do Clube Desportivo de Miranda do Douro (CDMD) realizam-se semanalmente, às segundas e quarta-feiras, das 18h00 às 19h00, no pavilhão da Escola Básica e Secundária de Miranda do Douro. A equipa técnica do CDMD informa que está receptiva a receber jovens que queiram treinar e praticar o voleibol.

HA