Genísio: Padre Telmo Ferraz regressou para apresentar “Fui Pároco de Aldeia”

Genísio: Padre Telmo Ferraz regressou para apresentar “Fui Pároco de Aldeia”

Na tarde de Domingo, dia 28 de dezembro, a Associação Cultural e Recreativa Sol Nascente, em Genísio, recebeu a visita do padre Telmo Ferraz, antigo pároco (1951-1953), para a apresentação do livro “Fui Pároco de Aldeia”, que recorda os primeiros anos de sacerdócio nas paróquias de Genísio e Vilar Seco.

Telmo Ferraz nasceu a 25 de novembro de 1925, na aldeia de Bruçó, no concelho de Mogadouro, tendo celebrado recentemente 100 anos de vida. Foi ordenado sacerdote em Bragança, em 1951, pelo então bispo de Bragança-Miranda, Dom Abílio Vaz das Neves e teve como primeiras paróquias as aldeias de Genísio e Vilar Seco, de 2 de agosto de 1951 até 30 de junho de 1953.

Na apresentação do livro “Fui Pároco de Aldeia”, em Genísio, estiveram presentes o vice-presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Nuno Rodrigues, a presidente da Freguesia de Genísio, Edite Lopes e o padre Basileu Pires.

Coube ao professor da Universidade Católica, Henrique Manuel Pereira, autor do prefácio, fazer uma apresentação do livro que assinala os 100 anos de vida do Padre Telmo Ferraz (1925-2025).

«A primeira edição de “Fui Pároco de Aldeia” foi lançada a 29 de junho, data da sua ordenação sacerdotal, dia de São Pedro e no âmbito dos 100 anos de vida do padre Telmo Ferraz. O “Lodo e as Estrelas (1985)” foi o seu primeiro livro e “Pároco de Aldeia” é o 14º livro da sua autoria”, indicou Henrique Manuel Pereira.

Sobre o conteúdo do livro, Henrique Manuel Pereira, escreve no prefácio que «este livro é um coração aberto, um gesto de ternura, um fio de memória feito de terra, de povo e de Evangelho. .. “Fui Pároco de Aldeia” é um regresso à própria vocação de Telmo Ferraz, jovem e caloiro padre num remota paróquia de Miranda do Douro», pode ler-se no prefácio.

Após o serviço nas paróquias de Genísio e Vilar Seco, o padre Telmo Ferraz assumiu a responsabilidade de ser capelão da barragem de Picote, onde desenvolveu uma “pastoral e humanitária junto dos operários”.

Em 1960, viajou para Angola, para ser capelão na barragem de Cambambe. Em 1963, ainda por terras africanas, fundou a Casa do Gaiato de Malanje, dedicando-se à formação de sucessivas gerações de jovens em risco.

Ao longo dos anos, o padre Telmo Ferraz publicou livros como Mourela (2012), Contigo no Planalto (2013), Pelo Caminho das Tipoias (2013), Mibangas e Frutos (2013), A Mulemba e o Grão de Areia (2014), Um Retiro na Montanha (2016), Terra Batida (2017), As Abelhas e o Mel (2018), O Silêncio de Deus (2019), Sinais (2021), Aldeia de Leprosos (2023) e Meu Sonho Profundo (2023).

Atualmente, o padre Telmo Ferraz vive na comunidade da Casa do Gaiato, no Calvário de Beire, em Paredes (Portugal).

HA



Vimioso: Assembleia Municipal aprova orçamento destinado a fixar pessoas no concelho

Vimioso: Assembleia Municipal aprova orçamento destinado a fixar pessoas no concelho

Para o novo ano de 2026, a Assembleia Municipal de Vimioso (PSD) aprovou por maioria, um orçamento de 14,5 milhões de euros, tendo como prioridades a ação social, educação, saúde e os apoios ao empreendedorismo e à criação de emprego, de modo a fixar pessoas no concelho. 

O presidente da Câmara Municipal de Vimioso, António Santos (PSD), disse que este orçamento conta com mais um milhão de euros face a 2025, com a preocupação de fixar pessoas no concelho.

“A única forma de atrair e fixar pessoas no concelho é direcionar uma boa fatia deste orçamento municipal para a ação social, para a educação e para a saúde”, disse o autarca vimiosense.

Segundo António Santos, no que toca à ação social, serão tidos em conta os estratos sociais mais desfavorecidos do concelho, apoios aos estudantes do ensino secundário e superior com o pagamento de propinas e apoio à criação de emprego e ao empreendedorismo.

No campo da saúde, são apoiados os doentes com transporte gratuito para o Instituto Português de Oncologia (IPO) e hospitais de referência. Haverá ainda incentivos de apoio à natalidade.

Já em matéria de emprego, serão apoiadas empresas com cinco mil euros por cada posto de trabalho.

Das obras prioritárias, o armazenamento de água é uma prioridade com a criação de barragens da Alamela e Santulhão, que é tida pelo executivo social-democrata como uma obra estruturante no que respeita ao regadio, com uma dotação de 6,5 milhões de euros.

A ribeira da Ramalheira, em Angueira, será outro ponto de armazenamento de água, orçado em mais de 15 milhões de euros, para o qual estão a ser desenvolvidos estudos de impacte ambiental e outros trâmites inerentes junto das entidades competentes.

Ainda no campo do abastecimento de água foi aprovada uma candidatura para instalação de contadores inteligentes em todas as habitações, no valor de 1,5 milhões de euros, para deteção de fugas.

Segundo António Santos, há outra obra emblemática para o concelho que passa pela construção de seis residências autónomas para jovens portadores de deficiência.

No campo dos impostos, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para prédios urbanos fica no valor mínimo (0,3%), enquanto para prédios rústicos fixa-se no máximo (0,8%).Já em sede de Imposto sobre o Rendimento (IRS) ficou nos 5%. No que respeita aos Direitos de Passagem, a taxa é de 0,25%.

Do lado da bancada do PS, os eleitos justificaram os votos contra porque a proposta de orçamento para 2026 foi apresentada à Assembleia Municipal com o que consideram uma falha grave e inaceitável: “os documentos previsionais encontram-se incompletos, faltando uma página essencial à sua correta análise.

“Esta situação revela falta de rigor e desrespeito institucional e compromete a transparência que deve pautar a gestão dos dinheiros públicos”, garantem os eleitos na oposição.

“Para além desta irregularidade formal, o orçamento confirma opções políticas erradas, ao privilegiar o aumento da despesa corrente em detrimento do investimento estruturante. Esta escolha enfraquece a capacidade do município para responder aos problemas reais do concelho, adia investimentos necessários e limita o desenvolvimento futuro”, indicam os eleitos pelo PS.

A bancada socialista apontou ainda a ausência de uma estratégia clara para enfrentar desafios como a perda de população, o envelhecimento, a falta de oportunidades económicas e o isolamento territorial.

Segundo os eleitos pelo PS, “perante documentos incompletos, opções políticas erradas e falta de ambição para o desenvolvimento local, não estão reunidas as condições para merecer concordância”.

O orçamento municipal foi também aprovado por maioria, em sede e executivo municipal, no dia 05 de dezembro, com três votos a favor da maioria PSD e dois votos contra da oposição do PS.

A Assembleia Municipal de Vimioso e a Câmara Municipal são ambas de maioria PSD. Na câmara há cinco eleitos, sendo três do PSD e dois do PS.

Fonte: Lusa | Foto: HA

Mogadouro: Aprovado o orçamento municipal para obras como o museu arqueológico

Mogadouro: Aprovado o orçamento municipal para obras como o museu arqueológico

A Assembleia Municipal de Mogadouro (PSD) aprovou para o ano de 2026, um orçamento de mais de 34 milhões de euros, destinado a obras como o ginásio municipal, matadouro municipal, museu arqueológico de Mogadouro e a conclusão das requalificações das antigas escolas primárias do concelho.

“Este orçamento de mais de 34,1 milhões tem em vista todas políticas que vinham a ser seguidas por este executivo e que vão incidir nos apoios às empresas e às pessoas. Este orçamento contempla ainda um conjunto de obras que estão na fase final de execução, que ao todo ainda somam 6,8 milhões de euros “, explicou à agência Lusa, o presidente da câmara de Mogadouro (PSD), António Pimentel.

O orçamento aprovado teve um aumento de 4,2 milhões de euros face ao de 2025.

De acordo com o autarca mogadourense, as obras em causa são o ginásio municipal, matadouro municipal, o museu arqueológico de Mogadouro que vai ter o seu início em 2026 e ainda conclusão das obras das antigas escolas primárias do concelho.

“São obras que transitam para 2026. Mas há novos projetos como parque biológico do Juncal, o centro interpretativo do Douro Internacional, a recuperação do edifício do convento de São Francisco, onde estão os paços do concelho, e recuperação de arruamentos em várias localidades do concelho, sendo estas a obras mais representativas”, explicou Antonio Pimentel.

O autarca social-democrata lembrou ainda que também há investimentos previstos para 2026, como a  manutenção de vários equipamentos públicos que vão desde a biblioteca municipal, à Casa das Artes e Casa da Cultura J.Rentes de Carvalho e à escola do ensino básico.

António Pimentel explicou ainda que para a educação estão destinados 218 mil euros, destinados a fichas escolares para todos os níveis de ensino, prémios de excelência educativa, e apoio à primeira infância de atividades de tempos livres e estudo e a segunda fase de combate ao insucesso escolar.

Já o setor agrícola tem uma dotação de 216 mil euros para a vacinação animal, apoio ao plantio de árvores e trabalhos preparatórios.

No que respeita aos apoios a iniciativas empresarial e económica de interesse municipal está alocada uma verba de 490 mil euros.

A ação social leva a maior fatia com mais de dois milhões de euros, com ampliação da Unidade de Cuidados Continuados da Santa Casa da Misericórdia (com uma dotação de 1,5 milhões de euros), o apoio à habitação, apoio à natalidade, entre outros.

Em sede de executivo municipal que decorreu a 09 de dezembro o orçamento foi aprovado com três votos da maioria PSD e duas abstenções do PS.

No campo dos impostos municipais para 2026, a taxa de IRS será de 0,3% . No campo de IMI o valor mantém-se nos mínimos (2,5%). No que respeita à Derrama a taxa é de 1,5 % aplicável a banca e energético.

Do lado da bancada do PS, Manuel Lobo, disse que este orçamento representa mais do mesmo, materializando opções e apostas do executivo que suscitam sérias dúvidas quanto ao futuro de Mogadouro.

“Assim, o Grupo Municipal do Partido Socialista opta pela abstenção, por não se rever nas opções, prioridades e orientação política expressas neste orçamento”, indicou o líder da bancada socialista.

O executivo municipal de Mogadouro é composto por cinco eleitos, sendo três pelo PSD e dois pelo PS.

A Assembleia Municipal é de maioria PSD.

Fonte: Lusa | Foto: MM

Miranda do Douro: Município aprovou orçamento para 2026

Miranda do Douro: Município aprovou orçamento para 2026

A câmara Municipal de Miranda do Douro, liderada pela social-democrata, Helena Barril, aprovou, por maioria, o orçamento municipal para 2026, com uma dotação de 29 milhões de euros, sendo que 1,7 milhões destinam-se à modernização do sistema de abastecimento de água à população.

“O orçamento municipal para 2026 tem mais 4,1 milhões de euros face a 2025 e afirma-se como um orçamento de proximidade, de combate e de esperança, refletindo o compromisso do executivo municipal com a proteção dos cidadãos e de futuro para o concelho de Miranda do Douro”, explicou a presidente da câmara, Helena Barril.

Segundo a autarca mirandesa, foi aprovado com os votos a favor da maioria PSD, a que se juntou também um voto a favor do PS e uma abstenção também do PS.

“Este reforço orçamental traduz uma estratégia de crescimento sustentado e responsável, orientada para as reais necessidades da população”, sublinhou.

Segundo Helena Barril, o documento evidencia um esforço claro de rigor financeiro, com o aumento da arrecadação de receitas de capital e a redução da despesa corrente prevista.

“O orçamento para 2026 adota ainda uma política fiscal competitiva, assumidamente amiga das famílias e das empresas, com o objetivo de impulsionar a recuperação social e económica do concelho, reforçando a coesão territorial e a qualidade de vida dos mirandeses”, acrescenta.

No campo dos investimentos, destacam-se os apoios de 350 mil euros para os dois corpos de bombeiros do concelho (Miranda do Douro e Sendim) para o transporte de doentes oncológicos.

No campo da agricultura, pecuária e indústria está previsto um investimento de um milhão de euros para o próximo ano.

Há projetos com candidaturas aprovadas como é o caso dos sistemas de abastecimento de água e saneamento no montante de 1,7 milhões de euros, destinado a vários pontos do concelho.

Helena Barril fala ainda na criação de um corredor ecológico ao longo da área concelhia do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI)

No campo dos impostos, o IMI vai de 0,3% a 0,8%. O IRS está fixado na taxa de 2,5 %. Já a Derrama é de 1,5% aplicável aos setores da branca e aos centros eletroprodutores.

Do lado da oposição do PS, o vereador sem pelouros António Ribeiro disse que votou a favor, mas os dois eleitos vão ser fiscais da execução deste orçamento aprovado para 2026.

O Executivo municipal de Miranda do Douro é composto por cinco elementos, dos quais três foram eleitos pelo PSD e dois pelo PS.

O PSD tem igualmente maioria na Assembleia Municipal.

O orçamento foi votado a 29 de dezembro na Assembleia Municipal.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Constantim: Jovens regressam para dar alegria à Festa de São João Evangelista

Constantim: Jovens regressam para dar alegria à Festa de São João Evangelista

De 27 a 30 de dezembro, decorre na aldeia raiana de Constantim, no concelho de Miranda do Douro, a festividade em honra de São João Evangelista ou Festa dos Moços, uma festa de solstício de inverno organizada e animada pelos jovens pauliteiros, músicos e mascarados que trazem alegria e vida a uma aldeia despovoada.

Confessa aficionada da Festa de San Juan ou Festa dos Moços, a presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, mostrou-se otimista de que a preservação desta tradição na aldeia de Constantim também contribui para o rejuvenescimento desta localidade raiana.

“É com enorme alegria que vejo os jovens, muitos deles a estudar e trabalhar noutras regiões do país, a regressar a Constantim para assumirem a responsabilidade de organizar a Festa de São João Evangelista ou Festa dos Moços. A participação entusiasta dos jovens é um motivo de esperança de que esta tradição tem futuro”, disse a autarca de Miranda do Douro.

Helena Barril recordou que esta festividade em Constantim é uma das três festas de solstício de inverno, no concelho de Miranda do Douro, que aguardam pela inscrição no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

“Dada a relevância cultural das festas de Santa Luzia (Velho e a Galdrapa), em São Pedro da Silva; de São João Evangelista (Festa dos Moços), em Constantim; e a Festa do Menino, em Vila Chá de Braciosa, o município de Miranda do Douro entende que estas manifestações culturais são únicas e também contribuem para o desenvolvimento do concelho, na atração de visitantes”, justificou.

Sobre a festa de San Juan ou Festa dos Moços, o presidente da União de Freguesias de Constantim e Cicouro, José Ribeiro, explicou que é organizada pelos moços ou rapazes solteiros da aldeia de Constantim.

“Os principais momentos da festa são o peditório, animado pelas danças dos pauliteiros de Constantim e as travessuras dos mascarados, o carocho e a velha. Outro momento importante é a celebração da missa em honra de São João Evangelista e que conta com a participação dos pauliteiros. No dia seguinte, realiza-se o jantar comunitário, com o fumeiro angariado no peditório”, indicou o autarca local.

De visita a Constantim, o etnógrafo, Mário Correia, um dos estudiosos da festas de solstício de inverno no concelho de Miranda do Douro indicou que esta festa é a mais completa, pela envolvência de toda a comunidade e porque se desenrola ao longo de quatro dias.

“Em Constantim, a Festa de São João ou Festa dos Moços começa com a recolha dos cepos ou da lenha para fazer a fogueira comunitária. Neste primeiro dia faz-se a apresentação dos mascarados, o carocho e a velha. No dia seguinte, há a ronda do peditório pela aldeia, no qual se convidam pessoas para a festa oferecendo-lhes tremoços e castanhas. O peditório culmina com a celebração da missa em honra de São João Evangelista, na qual participam os pauliteiros com a dança do Ato de Contrição. No dia seguinte, realiza-se uma ceia comunitária, que antigamente era confeccionada com o fumeiro angariado no peditório. No último dia, os moços fazem as contas da festa e nomeiam-se os mordomos do próximo ano”, descreveu.

Este ano, a festa de solstício de inverno, em Constantim, recebeu a visita de um grupo de 30 pessoas, vindas de Setúbal, Lisboa, Açores e Madeira, no âmbito do programa do INATEL “Aldeias de Sonho”.

“O programa Aldeia de Sonho destina-se a aldeias com menos de 100 habitantes, como é o caso de Constantim. Há três anos, os poucos habitantes desta aldeia foram presenteados com uma viagem para conhecer o Minho. Agora foi a vez da população de Constantim receber a visita de pessoas de Setúbal, Lisboa, Açores e da Madeira, que aproveitaram a viagem para visitar também a cidade de Miranda do Douro”, explicou o responsável da INATEL, Pedro.

Integrado no grupo de visitantes da Inatel, dos Açores, veio o casal, Maria Barcelos e Carlos Ferreira, que elogiaram a participação dos jovens na organização da festa, um modo segundo o casal, de devolver vida à uma localidade afetada pelo despovoamento.

“É muito bonito ver o entusiasmo destes jovens pauliteiros, músicos e mascarados na animação da festa em honra do apóstolo, São João Evangelista. Para nós, visitantes, que costumamos ver os Pauliteiros de Miranda na televisão é muito diferente presenciar ao vivo estas danças e escutar os sons da gaita de foles, da caixa e do bombo”, disseram.

De acordo com os visitantes açorianos, a preservação das tradições e a promoção turística da região podem ser uma estratégia para atrair visitantes e fixar a população, em aldeias como Constantim.

Da vizinha Espanha, Luísa Balares, Cristina Rodero e Carlos Blanco, vieram de Madrid, Valladolid e Aliste, para acompanhar a Festa de São João ou Festa dos Moços, em Constantim.

“Viemos com o propósito de conhecer esta bela e antiga tradição da festa de San Juan, nesta aldeia raiana de Constantim. Dada a proximidade geográfica com Espanha, em algumas aldeias espanholas, como Vilarinho Tras la Sierra, também há festas de mascarados e são rituais de fim-de-ano e de purificação para o ano novo que aí vem”, disseram os visitantes espanhóis.

Questionados sobre como inverter o declínio populacional das aldeias raianas, o grupo espanhol referiu que, em Espanha, tem-se verificado um gradual regresso de pessoas para se dedicarem à agricultura, à pecuária, ao comércio e a atividades artesanais.

HA

Malhadas: Livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” permite descobrir a língua mirandesa

Malhadas: Livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” permite descobrir a língua mirandesa

A igreja de Nossa Senhora da Expectação, em Malhadas, foi o local da apresentação do livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764”, uma obra de investigação que dá a conhecer aspetos da língua mirandesa, economia, família, religiosidade desta aldeia do concelho de Miranda do Douro, no decorrer do século XVIII.

A apresentação do livro contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, da presidente da Freguesia de Malhadas, Micaela Igreja e dos autores da obra, os professores António Bárbolo Alves e Anabela Leal de Barros.

Coube ao professor de História, Fernando Pereira, natural de Malhadas, iniciar a apresentação do livro, na qual destacou que os testamentários referidos na obra, foram todos sepultados na igreja de Nossa Senhora da Expectação, em Malhadas, como era costume no século XVIII.

«Não é por acaso que foi escolhida esta igreja para a apresentação da obra sobre os “Testamentos de Malhadas”. Este lugar sagrado foi o centro espiritual da comunidade, onde os homens e mulheres rezaram e refletiram sobre a vida, a morte e a salvação da alma”, começou por dizer.

Sobre o conteúdo da obra, Fernando Pereira, indicou que a investigação inclui 41 testamentos, relativos ao período 1757-1764 e revela aspetos da realidade daquela época, relativos à economia, família, sociedade, língua, fé, território e vida quotidiana.

“Do ponto de vista linguístico, os testamentos são textos riquíssimos, pois indicam nomes e lugares, alguns já desaparecidos, como Currala, Pardal, Ferrão, Delagad, Preta, Mouro, Rapoza. Os topónimos são outro tesouro: Panhalta, Pral, Olmeda, Val de Madeiro, Camino de Palaçoço, Vale de Angueira”, exemplificou.

O professor de história do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro destacou ainda que os testamentos estudados revelam os costumes religiosos de então, como a encomendação de missas, ofícios e sufrágios para a salvação das almas.

“Estes testamentos serviam para preparar a morte, mas também para organizar a vida, a família, a memória e evitar desentendimentos. Revelam uma comunidade estruturada, consciente e profundamente ligada à fé e ao território”, disse.

Segundo o professor de História, o livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” é útil aos estudiosos mas também à própria comunidade de Malhadas, porque ajuda a compreender a identidade da comunidade local.

O livro resultou de um trabalho de investigação, realizado pelos professores António Bárbolo Alves e Anabela Leal de Barros, ambos doutorados e interessados em estudar a linguística da língua mirandesa.

No concelho de Miranda do Douro, António Bárbolo Alves explicou que os testamentos, como documentos antigos, estão a ser estudados como registos escritos da língua que se falava na designada Terra de Miranda.

“Ao longos dos séculos, a língua mirandesa foi transmitida de geração em geração através da oralidade e antes do século XX há poucos escritos de mirandês. O estudo e análise destes testamentos ou textos jurídicos, dos séculos XVIII e XIX, escritos em português padrão, deixam transparecer caraterísticas (fonéticas, sintáticas, morfológicas) da língua falada nesta região da Terra de Miranda, seja o português e/ou o mirandês”, justificou.

Por sua vez, a professora da Universidade do Minho, Anabela Leal de Barros, acrescentou que os testamentos são textos objetivos, com locais e datas definidas e autores identificados, constituindo por isso, fontes credíveis para o estudo da língua mirandesa.

“Os escrivães, a quem competia a redação dos testamentos, embora escrevessem em português, deixavam transparecer palavras e marcas orais da língua mirandesa, como por exemplo, as palavras que designavam peças de roupa, móveis de casa, tradições, costumes, movimentos populacionais, etc. Os testamentos são textos riquíssimos de conteúdo, pois revelam aspetos sociais, económicos, culturais, religiosos e espirituais das pessoas e comunidades”, indicou.

A edição do livro “Testamentos de Malhadas 1757-1764” contou com os apoios do município de Miranda do Douro e da freguesia de Malhadas.

A presidente do município de Miranda do Douro, Helena Barril, elogiou o trabalho de investigação dos autores, que está a revelar aspetos históricos das localidades do concelho de Miranda do Douro.

“Este livro é um legado dos nossos antepassados, que nos convida a conhecer a realidade do século XVIII. Destaco, por exemplo, o modo como as pessoas se relacionavam e transmitiam os seus bens (propriedades, objetos, etc.) e preparavam a sua morte, numa perspectiva profundamente religiosa”, salientou a autarca de Miranda do Douro.

Por sua vez, a anfitriã do encontro, a presidente da Freguesia de Malhadas, Micaela Igreja, expressou contentamento pela apresentação deste livro que traz à luz aspetos da história desta localidade, situada em pleno planalto mirandês.

“Compete à freguesia de Malhadas apoiar todas as iniciativas que revelem e promovam a nossa história, com especial atenção aos estudos da língua mirandesa, pois é um dos tesouros da nossa cultura, que nos diferencia e torna únicos”, disse a jovem autarca.

Após as apresentações dos livros “Testamentos de Picote” e “Testamentos de Malhadas”, a FRAUGA pretende apresentar outros livros similares relativos aos testamentos nas localidades de Sendim, Duas Igrejas e Águas Vivas.

HA

Miranda do Douro: Município adquire trator florestal para prevenção de incêndios

Miranda do Douro: Município recebe trator florestal para prevenção de incêndios

O município de Miranda do Douro recebeu um trator florestal, equipado com várias alfaias, destinado à gestão de combustíveis e prevenção de incêndios rurais no concelho.

O novo equipamento foi atribuído pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), no âmbito do Programa de Mecanização do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.

“O equipamento fornecido inclui um trator 4×4 acompanhado por alfaias próprias para a gestão de combustíveis, nomeadamente um destroçador de martelos fixos e um corta- matos de correntes, essenciais para a execução de trabalhos de limpeza, manutenção e redução de vegetação combustível”, pode ler-se no comunicado.


À Câmara Municipal de Miranda do Douro compete garantir a plena operacionalidade da máquina e assegurar todas as condições necessárias ao seu bom funcionamento, desde o correto armazenamento à disponibilização e financiamento dos consumíveis indispensáveis, como combustíveis e materiais de desgaste.

Segundo o ICNF, o município deve ainda assegurar a cobertura de eventuais danos de responsabilidade civil associados ao uso do equipamento, realizar a manutenção regular e proceder à sua substituição em caso de perda ou deterioração grave que comprometa a sua segurança e funcionalidade.

Para além disso, compromete-se a realizar todas as revisões, reparações e inspeções periódicas necessárias, bem como a assegurar o reporte semestral do trabalho mecânico executado.

No âmbito desta atribuição, o Município de Miranda do Douro deverá executar, anualmente, um mínimo de 80 hectares de gestão de combustível em áreas do concelho.

A chegada deste trator florestal constitui uma mais-valia determinante para o território, reforçando de forma significativa a capacidade preventiva e operacional do município.

A relevância deste investimento torna-se ainda mais evidente após o incêndio de grande escala que, há um ano, afetou a localidade de São Martinho, demonstrando a necessidade de equipamentos robustos e especializados que permitam acelerar e intensificar a gestão de combustíveis.


Com este novo recurso, Miranda do Douro estará melhor preparada para reduzir o risco de propagação de fogos rurais, proteger a população e salvaguardar o património natural e florestal do concelho.

Fonte: MMD

Ambiente: Candidaturas ao apoio estatal para a compra de veículos elétricos

Ambiente: Candidaturas ao apoio estatal para a compra de veículos elétricos

As candidaturas ao novo apoio estatal para a compra de veículos elétricos, podem ser apresentadas a partir de 29 de dezembro, através do ‘site’ do Fundo Ambiental.

O período de candidatura decorre até 12 de fevereiro de 2026 “ou até que se esgote a dotação disponível”, que o Governo anunciou no passado dia 22 ascender a um total de 17,6 milhões de euros.

Segundo o Ministério do Ambiente e da Energia, mantém-se a exigência de que o veículo adquirido seja novo, bem como a de “abate de um automóvel a combustível fóssil com mais de 10 anos”.

Os veículos ligeiros elétricos de passageiros podem receber entre quatro mil e cinco mil euros, consoante o tipo de beneficiário, não podendo o seu preço ser superior a 38,5 mil euros (incluindo IVA e despesas associadas) ou 55 mil euros para veículos com mais de cinco lugares.

No caso das bicicletas (de carga, com ou sem assistência elétrica, e elétricas e convencionais), o valor do apoio varia entre os 500 e os 1.500 euros, enquanto os motociclos, ciclomotores, triciclos e quadriciclos elétricos podem receber um incentivo até ao máximo de 1.500 euros.

São também elegíveis para apoio os carregadores para baterias de veículos elétricos.

A medida inserida no pacote Mobilidade Verde “tem como objetivo apoiar a descarbonização do setor dos transportes, responsável pela maior parte das emissões de carbono em Portugal”, assim como “melhorar a qualidade do ambiente e incentivar a utilização de modos de mobilidade mais sustentáveis”, de acordo com o ministério.

Fonte: Lusa | Imagem: Ministério do Ambiente e Energia

Meteorologia: Descida da temperatura mínima na passagem de ano

Meteorologia: Descida da temperatura mínima na passagem de ano

Até quarta-feira, dia 31 de dezembro, Portugal continental vai ser afetado por uma massa de ar polar que traz uma ligeira descida da temperatura, mas o céu deve manter-se limpo na generalidade do território, segundo o IPMA.

De acordo com a previsão especial de fim de ano, divulgada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), nos últimos dias de 2025, o estado do tempo será influenciado por um anticiclone a sul da Islândia, prevendo-se uma “corrente muito fraca de leste e o transporte de massas de ar polares sobre o território do continente”.

Esta segunda-feira, dia 29 de dezembro, a temperatura mínima deverá descer entre 2° C e 4° C, prevendo-se uma pequena descida gradual mais localizada até dia 01 nas regiões Norte e Centro, onde os valores deverão variar entre -3 e 1° C.

Para o litoral, estão previstas temperaturas mínimas entre 4° C e 7° C.

Apesar da massa de ar polar, os valores da temperatura máxima não deverão sofrer alterações significativas, à exceção das regiões com persistência de nevoeiros e nebulosidade baixa (nordeste transmontano e Beira Alta, até quarta-feira).

No restante território, as máximas deverão variar entre 11° C e 15° C, e podem chegar aos 17° C no Algarve, em particular junto à costa.

“No dia 01, com o aumento gradual de nebulosidade de sul para norte, a partir da tarde, é provável uma pequena descida da temperatura máxima nas regiões do Centro e Sul”, acrescenta o IPMA.

No arquipélago da Madeira, onde se prevê a ocorrência de períodos de chuva, em particular na ilha da Madeira, durante a passagem de ano, 2026 começa com chuva por vezes forte e acompanhada de trovoadas, em especial na vertente sul e nas terras altas da ilha da Madeira, com queda ocasional de granizo.

No dia 30, a temperatura deverá subir entre 2° C e 4° C, mas desce ligeiramente nos dias 31 de dezembro e 01 de janeiro.

As mínimas deverão variar entre 8° C e 14° C, com mais calor junto à costa sul (entre 15° C e 17° C) e temperaturas inferiores nas terras altas (entre 4° C e 7° C), enquanto as máximas estarão entre 14° C e 18° C, podendo chegar a 21° C na costa sul da ilha da Madeira, mas sem ultrapassar os 13° C nas terras altas.

Fonte: Lusa | Imagem: IPMA

A família tem de ser construída com muita dedicação

Sagrada Família de Jesus, Maria e José (Festa)

A família tem de ser construída com muita dedicação

Sir 3, 3-7.14-17a / Slm 127 (128), 1-5 / Col 3, 12-21 / Mt 2, 13-15.19-23

São Mateus apresenta-nos a Família de Nazaré e leva-nos a pensar nas famílias de hoje. Algumas ideias podem ocorrer-nos. Primeiro, Jesus nasceu. Mas está ainda bastante por construir. Necessita do acompanhamento educativo dos pais, Maria e José. Segundo, Deus leva avante o que quer por entre as circunstâncias humanas. O Menino está em perigo; foge-se para o Egito. Termina o perigo; regressa-se à terra de Israel. Terceiro, a intervenção de Deus e a intervenção humana vão como que se ajustando uma à outra. Numa família cristã ir-se-á percebendo como esse ajustamento acontece.

A família tem de ser construída com muita dedicação. O Ben-Sirá e a Carta aos Colossenses oferecem uma lista de recomendações. No Ben-Sirá: honrar, amparar, não desgostar, ser indulgente, não desprezar, mostrar caridade. Na Carta: misericórdia, bondade, humildade, mansidão, paciência; também suportar, perdoar, mostrar caridade; também cultivar a paz de Cristo, viver em ação de graças, instruir-se da palavra de Cristo; enfim, cantar a Deus a nossa gratidão, fazer tudo em nome do Senhor.

De momento, extraímos daqui algo importante. Para começar, dêmos lugar a Deus na nossa vida: agradecer-lhe, aprender d’Ele. Em seguida, trabalhemos dentro de nós as coisas que acontecem; mais facilmente sairão de nós de forma educada. Depois, tentemos perdoar; a vida mostra que o perdão é essencial para uma relação e uma comunidade. Além disso, aperfeiçoemo-nos na caridade; será sempre um acréscimo de vida na nossa vida. Finalmente, escolhamos um «ponto de esforço» concreto, um ponto pertinente para a situação em que estamos.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa