Neste penúltimo Domingo do ano litúrgico, a mensagem que nos é dirigida é a do caráter efémero, passageiro, de tudo o que é terreno. Tudo passa: as belezas e fealdades, os luxos e a miséria, a riqueza e a pobreza, o poder, a fama e os êxitos fugazes. Acabam as doenças, as catástrofes, as guerras sem sentido, a tirania e a escravidão, a exploração e a lisonja. Estamos informados e fomos prevenidos, mas preferimos esquecer ou ignorar.
Somos convidados (Salmo) a cantar e exultar de alegria, apesar de toda a insegurança dos meios humanos de que dispomos. O Evangelho anima-nos e incita-nos a manter a serenidade e a confiança: «Erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima». A meta da caminhada neste mundo é o Encontro com o Amor eterno de Deus Pai. Jesus Cristo apela a que perseveremos
A lamparina junto ao sacrário, sinal que nos recorda a proximidade de Cristo, Luz do mundo, abre-nos o coração e os olhos da fé, e escutamos as palavras de vida: «Não vos deixeis enganar…; não vos alarmeis…; nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá…; pela vossa perseverança salvareis as vossas almas». Momentos de perseguição são oportunidade para darmos testemunho. O Senhor inspirará a forma como conduzirmos a nossa defesa, prometeu que será o Espírito a falar por nós.
O fim é futuro, não sabemos nem o dia nem a hora. Vivamos o «aqui e agora», cumprindo diligentemente o dever do trabalho, sendo este o programa para o dia a dia: confiar em Deus e fazer o bem.
Tudo passa. Só Deus fica, só Deus basta, só Deus não passa. O testemunho que somos enviados a transmitir é o de não desistirmos de acreditar na bondade dos caminhos do Senhor, dedicarmo-nos inteiramente a retribuir amor com amor, apregoando, com obras, que viemos ao mundo, como Jesus, não para ser servidos, mas para servir e dar a vida pelos irmãos.
A aldeia de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, organiza no sábado, dia 15 de novembro, a primeira edição do “Caramonium Fest” um evento cultural que começa com um passeio micológico, prossegue durante a tarde com uma visita à tanoaria J.M.Gonçalves e encerra à noite com um jantar convívio, seguido do magusto de castanhas assadas.
Segundo a associação Caramonico, organizadora do evento, este festival pretende ser “uma declaração da identidade de Palaçoulo, criada por um grupo de ‘caramonicos’ (alcunha das gentes desta aldeia) que acredita no potencial desta localidade e quer levar Palaçoulo ainda mais longe”, mostrando ao país e ao mundo a força das suas gentes, o empreendedorismo industrial e a cultura tradicional”.
“Inspirado no tradicional Magusto de São Martinho, o Caramonium Fest concilia a tradição, a modernidade e a festa, tendo como dois símbolos o pipo [de vinho] e o caramono [santo]”, explica a associação organizadora.
O “I Caramonium Fest” é organizado pela Caramonico – Associação para o Desenvolvimento Integrado de Palaçoulo e conta com os apoios da freguesia local, do município de Miranda do Douro e de várias empresas desta localidade do planalto mirandês.
Carção: VII Cachico – Mercado Rural no fim-de-semana de 14, 15 e 16 de novembro
Com o propósito de promover e comercializar os produtos locais, no fim-de-semana de 14, 15 e 16 de novembro, a localidade de Carção, no concelho de Vimioso, organiza o já tradicional Cachico – Mercado Rural, um certame que nesta VII edição inclui atividades como uma montaria ao javali, um passeio micológico e a atuação do grupo etnográfico “Terra de Miranda”.
O VII Cachico Mercado Rural inicia-se ao final da tarde desta sexta-feira, dia 14 de novembro, com a cerimónia de abertura oficial, agendada para as 21h00, seguida do passeio todo-o-terreno noturno.
Na manhã de sábado, dia 15 de novembro, a feira de produtos locais é animada com a montaria ao javali, que todos os anos traz a Carção caçadores de outras regiões do país.
Outro destaque da jornada é o passeio micológico, orientado pelo especialista Carlos Ventura, para recolha de cogumelos silvestres, que finaliza com o workshop gastronómico “Cogumelos no prato”.
O dia de sábado termina com o leilão dos javalis caçados na montaria, os concursos da abóbora e da aguardente e a animação musical do “Ás da Concertina”.
No Domingo, dia 16 de novembro, ao Cachico – Mercado Rural junta-se a feira franca mensal de Carção e os destaques do programa são: a VI Concentração de Tratores, a Missa Campal, com a benção dos produtos da terra e a atuação do grupo etnográfico Terra de Miranda.
Como acontece todos os anos, o Cachico – Mercado Rural encerra com o tradicional magusto de castanhas assadas, jeropiga e a lavagem das pipas.
O Cachico – Mercado Rural é um evento anual coorganizado pela freguesia de Carção e a AMARTES – Associação de Desenvolvimento Artístico, Cultural e Desportivo e que conta com o apoio do município de Vimioso.
Economia: Comércio de azeite deve atingir “recorde histórico” – FAO
Em 2025/2026, o comércio internacional de azeite deve atingir 1,3 milhões de toneladas, um “potencial recorde histórico”, prevê a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a procura deve recuperar, impulsionada pela baixa nos preços, apesar da política tarifária norte-americana.
Na época 2025-2026, a produção de azeite deverá manter-se estável nos 3,4 milhões de toneladas.
Em Espanha, o maior produtor mundial, os preços no comércio grossista recuaram para menos de metade, em comparação com o pico de janeiro de 2024. Ao contrário do que aconteceu, por exemplo, em Itália, onde os preços continuaram elevados.
No que se refere à produção, na Tunísia, as chuvas permitiram uma colheita recorde de mais de 400 mil toneladas.
Na vizinha Espanha, no início da época houve boas condições climatéricas, mas a seca no verão não favoreceu o aumento da produção.
Na Grécia e na Turquia a colheita deverá ser inferior à do ano passado.
Ensino: Ministro da Educação considera pertinente usar inteligência artificial nas escolas
O ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, anunciou que vai ser apresentado em maio de 2026, o programa que prevê que cada aluno tenha um tutor de Inteligência Artificial (IA), considerando que é pertinente usar esta nova tecnologia nas escolas.
De acordo com Fernando Alexandre, o grupo de trabalho que está a desenvolver a estratégia para a digitalização deverá divulgar as conclusões em maio, altura em que o Governo apresentará o programa anunciado pelo ministro Adjunto e da Reforma do Estado, Gonçalo Matias, e que passa por “dar a cada aluno um tutor de inteligência artificial, que ouve, orienta e inspira a aprendizagem”.
Questionado sobre como será implementado este objetivo de dar a cada aluno um tutor, o ministro explicou que a ideia é “aproveitar aquilo que hoje a inteligência artificial dá”, já que o seu “não uso é o maior erro que qualquer pessoa, hoje, pode cometer”.
Aludindo ao sistema de ensino K-12, usado nos Estados Unidos, o ministro referiu que este conta com “um programa importantíssimo em que a IA permite identificar as falhas de aprendizagem e adequar a tutoria às falhas de aprendizagem do aluno”.
Convicto de que a IA vem “ amplificar capacidades”, Fernando Alexandre, sustentou que, se não usar essa ferramenta, o sistema de ensino ficará “para trás”.
O ministro deixou claro que o programa “não é para substituir professores, é para complementar” e que se pretende seguir noutros graus de ensino que já é praticado no ensino superior, havendo “até empresas que já estão a disponibilizar inteligência artificial para todos os alunos”.
A educação, “que deve garantir a igualdade de oportunidades, vai ter que ter o digital, a inteligência artificial”, vincou.
Fernando Alexandre falava em Alcobaça, à margem de uma visita à Escola Secundária D. Inês de Castro, onde inaugurou o Centro Tecnológico Especializado de Informática que conta com um investimento de cerca de 800 mil euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Questionado sobre a revisão da portaria de vagas para colocação de professores, o ministro reconheceu ter havido “um erro”.
“A partir do momento em que há um erro, e que percebemos que podemos melhorar a alocação de 1.800 professores em quadros de zona pedagógica que são carenciados, sou obrigado a alterar”, disse.
“Ao contrário daquilo que era feito, em que as vagas eram distribuídas por todo o país de uma forma que não era, muitas vezes, bem estudada”, o ministro diz estar agora a ser feita a abertura de vagas “direcionada”, para alguns quadros de zona pedagógica, “com critérios, e para grupos de recrutamento”.
Segundo o governante, estão a ser abertas “1.800 vagas, quando no país há cerca de 1.000 horários por preencher”.
Apesar da abertura de vagas ser em maior número, o ministro referiu que haverá “sempre muitos horários por preencher, porque há milhares de pessoas a reformarem-se”.
O ministro, que foi criticado pela Federação Nacional da Educação (FNE) pelas falhas no apuramento das necessidades das escolas, que obrigaram à correção da portaria de vagas a meio do concurso, garantiu não ter “problema nenhum em corrigir, em admitir o erro”.
“No final o que interessa é o resultado. E o resultado será melhor se a solução for melhor”, concluiu.
O titular da educação remeteu para dezembro a apresentação de uma estratégia de combate aos problemas de leitura, que afetam a aprendizagem não apenas no Português mas de todas as disciplinas.
Um relatório divulgado pelo Instituto de Educação, Qualidade e Avaliação (EduQA), sobre o Diagnóstico de Fluência Leitora, feito aos alunos do 2.º Ano, revelou que a maioria dos alunos tem níveis de compreensão de leitura alinhados com o expectável para aquela fase da escolaridade, mas cerca de 25% estão em risco de ter dificuldades no futuro.
Fernando Alexandre indicou que apresentará em dezembro, em Santarém, “não apenas os resultados destes relatórios de avaliação, mas também as estratégias com as escolas” e as medidas do Governo para resolver as dificuldades destes alunos.
OE2026: PCP de Bragança critica Governo por não querer resolver problemas da região
O PCP de Bragança afirmou que o Orçamento do Estado (OE) para 2026 não acautela as necessidades e interesses da população do nordeste transmontano e criticou o Governo por não querer resolver os problemas desta região.
“A cada eleição parece que há todo um conjunto de promessas e um futuro que se abre, supostamente para melhor, mas, na prática, aquilo que se vê a cada Orçamento do Estado é que não são dadas essas respostas e não há interesse em resolver efetivamente as questões de fundo”, vincou Fátima Bento, da Direção da Organização Regional de Bragança do PCP (DORBA).
O partido apresentou um conjunto de propostas que entende serem importantes para o desenvolvimento do distrito de Bragança, como a reposição da linha ferroviária, a construção do Itinerário Complementar 5 (IC5) entre Vila Pouca de Aguiar e Miranda do Douro, a requalificação do Complexo Agroindustrial do Cachão e a restituição dos ecossistemas do rio Pepim, na localidade de Aveleda.
O regresso do comboio a Bragança é uma das principais reivindicações do PCP de Bragança.
A construção da linha Porto-Bragança-Madrid tem sido discutida e já foi incluída no Plano Nacional Ferroviário, no entanto, em declarações à Lusa, Fátima Bento defende que é preciso concretizar, por se tratar de um investimento “prioritário para o desenvolvimento da região”.
“No caso concreto da ferrovia, o que dissemos é que está no plano, e ainda bem que está, mas agora é preciso avançar, não é apenas dizer que está no plano e continuar lá nas próximas décadas”, apontou.
Fátima Bento assegura que, face ao despovoamento da região, à quase inexistência de indústria, ao estrangulamento da agricultura, com custos de produção elevados, e à limitada oferta de serviços públicos e emprego, o PCP de Bragança vai continuar a questionar o Governo e a denunciar junto da população “que as linhas orçamentais e a estratégia do Governo não vão ao encontro das necessidades do desenvolvimento regional, no combate das assimetrias, dos desequilíbrios territoriais que são por demais flagrantes”.
Mogadouro: “Damendoa” aventurou-se na transformação da amêndoa
Em Mogadouro, a empresa e marca “Damendoa”, criada em 2024, por Cristina Bernardo, aventurou-se na transformação deste fruto seco da região, uma iniciativa empresarial que valoriza a amêndoa e garante mais rendimento económico a esta jovem empresária.
A amendoeira é uma das principais culturas tradicionais em Portugal, sendo que Trás-os-Montes continua a ser uma das regiões onde há mais amendoais. Nas últimas décadas, apesar do abandono de parte significativa do amendoal tradicional, tem-se verificado uma reconversão com a plantação de novos amendoais.
Na aldeia de Saldanha, no concelho de Mogadouro, em 2016, Cristina Bernardo e o marido, Joel, plantaram nove hectares de amendoal, com o objetivo de comercializar o produto “em bruto”.
Contudo, a descida do preço da amêndoa devido à concorrência de Espanha e da Califórnia, os elevados custos da mão-de-obra agrícola e o baixo rendimento económico daí resultante conduziram o jovem casal de Mogadouro a uma encruzilhada: ou se arranca o amendoal ou criam novos produtos com a amêndoa.
Oito anos depois, a 11 de janeiro de 2024, decidiram-se pela aventura empresarial de transformação da amêndoa, de modo a acrescentar valor ao produto final. Os produtos transformados são aqueles que sofrem alguma alteração ao seu estado fresco/puro, desde a mais pequena modificação até à completa alteração do fruto seco.
“Adquirimos uma máquina britadeira para partir a amêndoa, que separa a casca do grão ou miolo. Depois no tapete de escolha, há que selecionar os melhores grãos para depois serem vendidos às pastelarias. Entretanto, em casa, também comecei a confeccionar amêndoa com sabores como a amêndoa torrada, amêndoa salgada e amêndoa caramelizada, produtos que tiveram uma boa aceitação do público, o que me motivou à criação da marca Damendoa”, contou Cristina Bernardo.
Desde então, na fábrica instalada na zona industrial de Mogadouro, Cristina Bernardo, com a ajuda de outra pessoa a tempo inteiro, Raquel, confeccionam nove variedades de amêndoa: torrada, salgada, picante, extra picante, sabores orientais, sabores da Índia, canela, gengibre e caramelizada.
“Na época do inverno, a Damendoa também faz chocolates de amêndoa. Na primavera, fazemos as tradicionais amêndoas de Páscoa. Outro produto novo é a manteiga de amêndoa, que é cada vez mais utilizada na gastronomia”, indicou Cristina Bernardo.
O exemplo bem sucedido desta empresa em Mogadouro, demosntra a tendência crescente verificada em Portugal e no mundo, da procura de novos consumos de amêndoa, em snacks, cereais de pequeno-almoço, produtos de pastelaria, manteigas de amêndoa, bebidas vegetais de amêndoa, sobremesas e gelados, chocolates e pratos gourmet.
Na comercialização, Cristina Bernardo, indicou que a amêndoa partida é vendida diretamente às pastelarias. A amêndoa transformada está à venda em espaços comerciais em Mogadouro e em lojas de produtos regionais em Bragança, Macedo de Cavaleiros, Braga, Guimarães, Felgueiras, Porto e Lisboa.
“O público que pretenda encomendar os produtos Damendoa pode fazê-lo diretamente na fábrica, instalada na zona industrial de Mogadouro, através do site www.damendoa.pt ou ainda através das páginas nas redes socais facebook e instagram”, indicou a empresária.
Atualmente, a marca “Damendoa” é um dos produtos Origem Mogadouro, um projeto do município cujo objetivo é dar a conhecer o concelho através dos produtos endógenos, do artesanato, das tradições e costumes.
“Costumo participar em feiras regionais, como os Gorazes, em Mogadouro, na feira de Trancoso e por exemplo, no fim-de-semana de 15 e 16 de novembro, vou a um certame Figueira de Castelo Rodrigo. Também gostaria de participar em grandes feiras e eventos como a Feira Internacional de Lisboa (FIL) e outros internacionais, para dar a conhecer os nossos produtos”, avançou Cristina Bernardo.
A marca “Damendoa” associou-se ao percurso turístico Rota Norte, o que regularmente traz a Mogadouro visitantes e turistas, sendo uma oportunidade para dar a conhecer e comercializar a amêndoa pura ou transformada.
Turismo: Pauliteiros de Miranda, produtos Origem Mogadouro e Termas de Vimioso na Feira de Valladolid (Espanha)
De 13 a 16 de novembro, os nove municípios da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) vão participar na INTUR – Feira Internacional de Turismo de Interior, que decorre na cidade de Valladolid, em Espanha.
O certame, de caráter internacional e periodicidade anual, reúne entidades, operadores turísticos, agências de viagens, unidades de alojamento e empreendimentos de turismo rural, com a finalidade de divulgar as ofertas culturais, gastronómicas e de lazer existentes em regiões do interior.
Segundo o comunicado da CIM-TTM, a presença dos municípios transmontanos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais. é considerada “estratégica para o território, pois reforça a sua centralidade ibérica e o potencial de captação do mercado espanhol, um dos principais emissores de turistas para a região.
“O evento em Valladolid (Espanha) é uma oportunidade para promover as potencialidades turísticas, culturais e naturais das Terras de Trás-os-Montes, reforçando a imagem de um destino autêntico e sustentável no contexto ibérico”, indica a CIM-TTM.
No ano passado, na INTUR, o concelho de Miranda do Douro fez-se representar pelos Pauliteiros de Miranda, pelo Grupo Cultural e Recreativo Renascer das Tradições da Póvoa e pelos mascarados do solstício de inverno como a Festa do Menino de Vila Chã de Braciosa e o Velho e a Galdrapa de São Pedro da Silva.
No âmbito gastronómico, Miranda do Douro presenteou os visitantes da feira em Espanha, com a degustação da Bola Doce Mirandesa, da Bola de Carne, do Fumeiro e dos Vinhos Regionais.
Por sua vez, o município de Mogadouro deu a provar ao público na INTUR, os produtos “Origem Mogadouro” e apresentou alguns ícones da cultura local, como são as Máscaras e Rituais Ancestrais do concelho.
Em Valladolid, o concelho de Vimioso promoveu as Termas, o Parque Ibérico de Natureza e Aventura (PINTA) e a Feira de Artes, Ofícios e Sabores, agendada para o fim-de-semana prolongado de 5, 6, 7 e 8 de dezembro.
Segundo a CIM-TTM, este certame é uma oportunidade para reforçar a ligação com Espanha e apresentar o que de melhor o território transmontano tem para oferecer.
“A estratégia passa por convidar os visitantes a descobrir e experienciar a região de Trás-os-Montes, através das suas paisagens únicas, tradições genuínas, gastronomia e hospitalidade”, indica a CIM-TTM.
A Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) compreende os concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
Miranda do Douro: Projeto de turismo fluvial transfronteiriço
A 6 de novembro, foi apresentado em Miranda do Douro o Estudo de destino do rio Douro/Duero transfronteiriço, que envolve um conjunto de entidades portuguesas e espanholas, como o objetivo comum de promover cruzeiros fluviais no rio Douro como destino turístico.
“A iniciativa insere-se no âmbito do projeto Rede de Cruzeiros Ibéricos Fluviais Transfronteiriços (Rede CIFT), que tem como principais objetivos promover o turismo fluvial através da criação de itinerários náutico-culturais, capacitar os agentes turísticos do território, tanto públicos como privados, e desenvolver um catálogo digital de cruzeiros fluviais”, indica o município de Miranda do Douro.
O Rede CIFT é cofinanciado pela União Europeia, no quadro do programa Interreg Espanha-Portugal VI-A (POCTEP) 2021-2027.
O projecto tem como objetivo a criação de um destino turístico de excelência na zona transfronteiriça Duero – Douro, graças à estruturação de uma oferta assente em experiências inovadoras e únicas assentes no seu património natural e cultural como elemento diferenciador, de identidade e de posicionamento, estabelecendo as condições necessárias para a apresentação, posicionamento e reconhecimento deste espaço transfronteiriço.
O projeto será desenvolvido em mais de 100 municípios espanhóis e portugueses, com a finalidade de estabelecer estratégias que melhorem a coesão territorial, fomentar o desenvolvimento socioeconómico e fixar a população, seguindo quatro grandes linhas de ação: Estudo dos recursos endógenos do território para conhecer o seu potencial turístico; análise da oferta e procura e definição da proposta de valor do destino Duero Douro; desenho de produtos turísticos singulares e de excelência; promoção e posicionamento do Douro como destino turístico de excelência.
Fontes: Lusa e CIM-TTM | Foto: Parque Natural do Douro Internacional
Fiscalidade: Autarcas transmontanos reúnem-se com AT para reclamar o pagamento dos impostos das barragens
Os autarcas dos 10 municípios afetados pela venda das seis barragens transmontanas vão reunir-se na sexta-feira, dia 14 de novembro, com a direção da Autoridade Tributária (AT), em Lisboa, para reclamar brevidade no pagamento dos impostos devidos pela transação destas infraestruturas.
O presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Eduardo Tavares, avançou que esta “é primeira vez” que os autarcas afetados pela venda das seis barragens transmontanas vão reunir-se com a diretora-geral da AT, Helena Borges, “para reclamar com a maior brevidade o pagamento dos impostos devidos pela transação deste equipamento de produção de energia elétrica”.
“Esta reunião surge após o importante despacho do Ministério Público (MP) que dava conta da obrigatoriedade do pagamento do montante de 335,2 milhões de euros de impostos em falta, incluindo o Imposto do Selo, IMT e IRC, para além dos juros”, explicou o autarca.
Eduardo Tavares acrescentou que esta audiência foi pedida à diretora-geral da AT, “com caráter de urgência”, em 06 de novembro, obtendo resposta no dia seguinte.
“A reunião serve para fazer um ponto de situação, para se perceber quais são agora os processos administrativos que a AT vai proceder para fazer a liquidação dos impostos devidos”, frisou.
António Preto, o advogado que representa os municípios de Miranda do Douro, Mogadouro, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo, Macedo de Cavaleiros, Carrazeda de Ansiães, Alijó, Vila Flor, Mirandela e Murça, avançou que “o ministro das Finanças, nas suas declarações de 5 de novembro, disse que a AT tinha um ano para fazer essa liquidação, mas as câmaras querem que a liquidação dos impostos seja feita já”.
O Ministério Público arquivou as suspeitas de fraude fiscal na venda de seis barragens da EDP à Engie, mas concluiu que o Estado tem a receber 335,2 milhões de euros em “impostos em falta”, incluindo Imposto do Selo, IMT e IRC, além de juros.
O inquérito, conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), afastou contornos criminais na operação, mas determinou o pagamento de impostos.
Quanto ao arquivamento das suspeitas de fraude fiscal, Eduardo Tavares já havia dito que este processo nunca foi “um ajuste de contas” contra ninguém, nem contra nenhuma empresa, sendo “apenas e só” para defender os interesses da região.
O Ministério Público, que foi coadjuvado pela AT na investigação, calcula que o Estado tem a receber 120,9 milhões em Imposto do Selo, 99,6 milhões de euros em IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis) e 114,7 milhões de euros em IRC.
O advogado destes municípios já havia dito que “há 335,2 milhões de euros que são dos contribuintes portugueses, dos quais 221 milhões de euros das pessoas da Terra de Miranda, Baixo Sabor e Foz Tua”.
A EDP insistiu que cumpriu as regras fiscais na venda das barragens do Douro em 2020 e promete “defender os seus interesses” depois de saber que o MP reclama 335,2 milhões de euros em impostos em falta.
Num comunicado oficial em reação ao desfecho da investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) conhecido na semana passada, a elétrica portuguesa afirma que “a decisão de arquivamento do processo-crime por parte do Ministério Público não consubstancia uma surpresa”, porque, no seu entendimento, o grupo “atuou em conformidade com a lei e com os padrões de mercado neste tipo de operações”.
O inquérito que investigou a venda de seis centrais da elétrica portuguesa ao consórcio francês liderado pela Engie foi concluído no final de outubro, tendo o arquivamento sido conhecido a 5 de novembro.
A vertente fiscal das barragens começou a ser discutida na sequência da venda pela EDP de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie, tendo o negócio ficado concluído no final de 2020.