Natal: «O presépio e a árvore são sinais de fé e esperança» – Papa Leão

Natal: «O presépio e a árvore são sinais de fé e esperança» – Papa Leão

O Papa Leão XIV explicou que o presépio e a árvore de Natal, são sinais de fé e esperança e convidou as famílias a contemplar estes símbolos nas casas, nas paróquias e nas praças, pedindo ao Senhor o dom da paz e da fraternidade.

“Queridos irmãos e irmãs, o Presépio e a Árvore são sinais de fé e esperança; enquanto os contemplamos nas nossas casas, nas paróquias e nas praças, pedimos ao Senhor que renove em nós o dom da paz e da fraternidade”, disse Leão XIV, no encontro realizado na manhã desta segunda-feira, na Sala Paulo VI.

“Rezemos por aqueles que sofrem por causa da guerra e da violência”, acrescentou o Papa, que recordou o ataque deste domingo na Austrália, contra uma celebração pública do festival judaico Hanukkah (festa das luzes), que fez pelo menos 16 pessoas mortos, incluindo crianças e um rabino britânico, e cerca de 40 feridos, informa o ‘Vatican News’.

“Em particular, hoje desejo confiar ao Senhor as vítimas do atentado terrorista perpetrado ontem em Sidney contra a comunidade judaica”.

Leão XIV pediu aos presentes, 4500 pessoas de várias regiões da Itália e da Costa Rica que doaram os presépios e a árvore de Natal, que deixem “que a ternura do Menino Jesus ilumine a vida”, e deixem que o amor de Deus, “como as folhas de uma árvore sempre verde, permaneça fervoroso” em cada um.

O Papa evidenciou e explicou vários símbolos que compõem o Natal, como a árvore e as figuras do presépio, onde a Virgem Maria “é o modelo do silêncio adorador”, “a Mãe de Jesus guarda tudo no seu coração”, ao contrário dos pastores que, “voltando de Belém, glorificam Deus, e contam o que viram e ouviram”.

Ao lado do presépio da Praça de São Pedro está a árvore, “um abeto vermelho” das florestas na Diocese de Bolzano-Bressanone, que com as suas folhas “sempre verdes, é sinal de vida e evoca a esperança que não desaparece nem mesmo no frio do inverno”.

“As luzes que a adornam simbolizam Cristo, luz do mundo, que veio para dissipar as trevas do pecado e iluminar o nosso caminho”, observou o Papa, referindo que para além desta “grande árvore”, das mesmas localidades chegaram 40 mais pequenas para os “escritórios, locais públicos e vários ambientes da Cidade do Vaticano”.

O Vaticano inaugura hoje o presépio e a iluminação da árvore de Natal da Praça São Pedro, às 17h00 locais (menos uma hora em Lisboa); antes, como habitual, o pontífice recebeu as delegações que fizeram essas ofertas: de Itália – dos municípios de Lagundo e Ultimo da província de Bolzano, região do Trentino-Alto Ádige, que ofereceram a árvore, um abeto de 25 metros de altura e 8 mil quilos, e da cidade Nocera da província de Salerno, região da Campânia, que deram o presépio com elementos típicos locais (Batistério de Santa Maria Maggiore, a fonte Helvius e os característicos pátios) – e também da Costa Rica, um grupo com a artista que criou o presépio da Sala Paulo VI.

 “Aos peregrinos vindos de todas as partes do mundo que se dirigirão à Praça de São Pedro, o presépio recordará que Deus se faz próximo da humanidade, torna-se um de nós, entrando na nossa história com a pequenez de uma criança. De facto, na pobreza do estábulo de Belém, contemplamos um mistério de humildade e amor.”

Leão XIV acrescentou que diante de cada presépio, também os que são feitos em cada casa, se vai reviver aquele acontecimento e redescobrir “a necessidade de procurar momentos de silêncio e oração”, para reencontrarem-se e entrar “em comunhão com Deus”.

Na Sala Paulo VI, a representação da natividade, proveniente da Costa Rica, intitula-se ‘Nacimiento Gaudium’, e Leão XIV destacou que “cada uma das vinte e oito mil fitas coloridas” que decoram o presépio representam “uma vida preservada do aborto graças à oração e ao apoio prestado por organizações católicas a muitas mães em dificuldade”.

“Agradeço à artista costarriquenha que quis, juntamente com a mensagem de paz do Natal, lançar também um apelo para que a vida seja protegida desde a conceção”, acrescentou o Papa.

O presépio e a árvore de Natal na Praça São Pedro estão em exposição até o final do tempo do Natal, que coincide com a Festa do Batismo do Senhor, em 11 de janeiro de 2026, depois o abeto vai ser reciclado, informa o Vaticano.

Fonte e fotos: Ecclesia

Sendim: Criação da “Scuola d’Amadeu Ferreira”

Sendim: Criação da “Scuola d’Amadeu Ferreira”

A antiga Escola Primária de Sendim, atual Casa da Cultura, vai transformar-se na “Scuola d’Amadeu Ferreira”, um nova valência cultural, inteiramente dedicada à divulgação da vida e obra de Amadeu Ferreira, um dos maiores defensores e promotores da língua mirandesa.

Segundo o município de Miranda do Douro, o projeto da “Scuola d’Amadeu Ferreira” vai integrar a “Rota Escritores a Norte” e homenagear Amadeu Ferreira, jurista, escritor e tradutor que elevou o mirandês, ao traduzir obras como “Os Lusíadas” e “Mensagem”.

A programação da futura escola prevê apresentar uma exposição permanente, dedicada ao percurso de vida e profissional de Amadeu Ferreira. Na programação regular, este novo espaço cultural vai oferecer ao público tertúlias, recitais de poesia, workshops, concertos e lançamentos de livros em português e mirandês e um espaço de estudo.

«A Scuola d’ Amadeu Ferreira pretende ser um local para celebrar a “nascente de escrita” que o autor descobriu ainda criança, na vila de Sendim. A criação deste espaço cumpre também o desejo do autor de que a sua memória fosse celebrada não com lágrimas, mas com a vivacidade da língua que tanto amou», indica o município de Miranda do Douro.

A criação da Scuola d’Amadeu Ferreira representa um investimento no valor de 89.482,50 euros e visa reforçar a dinamização cultural da Terra de Miranda, ao mesmo tempo que perpetua a memória de um dos seus mais ilustres defensores.

Amadeu Ferreira nasceu a 29 de julho de 1950, sendo o segundo de cinco filhos, numa família tradicional e humilde. A sua primeira língua foi o mirandês, aprendido em casa e na rua, entre vizinhos e amigos. Apenas aos sete anos, ao entrar na escola, teve contacto
com o português, então a única língua oficial do país.


Desde cedo demonstrou uma enorme paixão pela leitura. Na década de 60, as bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian percorriam mensalmente as aldeias e permitiam requisitar três livros por pessoa. Para o jovem Amadeu, que devorava os três livros numa única tarde, essa quantidade era insuficiente. Organizou então um pequeno grupo de amigos para que cada um requisitasse livros diferentes, chegando a ter acesso a cerca de 30 obras por mês.

O gosto pela escrita surgiu muito cedo. Aos 12 anos, a sua primeira redação intitulada “As folhas caindo”, lida em voz alta pelo professor de português perante toda a turma, revelou-lhe aquilo que viria a chamar de “nascente de escrita”. A partir desse momento, nunca mais deixou de escrever. Por sugestão do sacerdote da aldeia, ingressou no seminário, onde concluiu o seminário menor e quase terminou o curso de teologia. Acabaria, no entanto, por abandonar a vida religiosa para ajudar a família e seguir outros caminhos.


Mudou-se para Lisboa, onde, apesar de pacifista, foi obrigado a cumprir o serviço militar. Durante esse período, matriculou-se na Faculdade de Direito de Lisboa, onde se envolveu politicamente, alinhado com a esquerda marxista-leninista. Participou na Revolução do 25 de Abril como alferes miliciano e, no ano seguinte, escreveu a sua primeira obra em mirandês, intitulada “Operários e Camponeses”, uma peça de teatro levada à cena e transmitida na RTP.

Frequentou também a Faculdade de Filosofia do Porto e, em 1981, tornou-se dirigente máximo do partido em que militava, chegando a ser deputado na Assembleia da República. No entanto, abandonou a política partidária em 1982 e regressou ao estudo do Direito. Concluiu o curso em 1990 com a melhor média do ano e passou a lecionar na universidade, publicando várias obras científicas.

Em 1994 concluiu o mestrado em Direito dos Valores Mobiliários e, entre 2005 e 2015, desempenhou funções como vice presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Recusou por diversas vezes convites para integrar o Governo de Portugal.


Com a vida profissional estabilizada, dedicou-se com maior intensidade à defesa da língua mirandesa. O ano de 1999 foi decisivo, com a aprovação da Lei 7/99, de 29 de janeiro, que oficializou o mirandês em Portugal, e com a publicação da Convenção Ortográfica da língua mirandesa. Amadeu Ferreira percebeu que era necessário unir os escritores, os estudiosos e os falantes, criando instituições e estruturas que assegurassem a vitalidade da língua.

Fundou a Associação de Língua e Cultura Mirandesa, da qual foi eleito presidente, e promoveu cursos de alfabetização em Lisboa e na Terra de Miranda,
contribuindo também para o alargamento do ensino da língua mirandesa na escola pública.


A sua dedicação valeu-lhe, a 10 de junho de 2004, a condecoração da Ordem do Mérito atribuída pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, pelo trabalho excecional em defesa da língua e da cultura mirandesas. Além da escrita original, destacou-se como tradutor, vertendo para mirandês obras de enorme relevância nacional, como “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, e “Mensagem”, de Fernando Pessoa.


Em junho de 2013, durante uma visita à família, em Miranda do Douro, sentiu-se mal e entrou em coma. Foi diagnosticado com um cancro no cérebro. Os médicos deram-lhe entre um e dois anos de vida. Enfrentou a doença de forma lúcida e serena. Como começou a perder a visão e a capacidade de escrever, contou com o apoio de um amigo próximo, que o ajudou a registar os textos que ainda desejava deixar. Nessas circunstâncias, decidiu também transferir a sede da Associação de Língua e Cultura Mirandesa de Lisboa para Miranda do Douro, assegurando que a instituição permanecesse enraizada na terra que
tanto amava.


Amadeu Ferreira faleceu a 1 de março de 2015, na sua casa, em Sendim. Pediu para ser cremado e que as suas cinzas fossem espalhadas junto ao tronco de uma antiga oliveira existente no quintal, em Sendim. Desejou igualmente que a sua morte não fosse marcada por lágrimas, mas sim por uma celebração da língua mirandesa, convidando quem o quisesse a juntar-se na Casa da Cultura de Sendim para ler os seus textos e poemas.


O espaço que dará lugar à Scuola d’Amadeu Ferreira acolhe atualmente uma exposição fotográfica dedicada às gentes e tradições de Sendim, um acervo bibliográfico de consulta pública e uma loja de produtos locais e merchandising. Entre as coleções existentes destacam-se as obras do próprio autor e ainda os fundos bibliográficos doados à União de Freguesias de Sendim e Atenor pelo pároco Manuel João Afonso e por Zeca Meirinhos.


A Scuola d’Amadeu Ferreira nasce, assim, como um tributo duradouro à vida, à obra e ao legado de um homem que dedicou décadas à preservação da língua mirandesa e ao fortalecimento da identidade cultural da Terra de Miranda.

Fonte: MMD

Política: Ministra considera que reforma laboral contribui para aumento do salário mínimo

Política: Ministra considera que reforma laboral contribui para aumento do salário mínimo

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Rosário Palma Ramalho considera que as novas medidas de reforma laboral, propostas pelo Governo, são uma das formas de atingir a meta de salário mínimo de 1.600 euros por mês e espera retomar as negociações com espírito construtivo.

Em declarações no Funchal, após um encontro com o presidente do Governo da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, Rosário Palma Ramalho foi questionada sobre o retomar das negociações com a UGT (União Geral de Trabalhadores), esta terça-feira, 16 de dezembro, esperando haver “espírito construtivo”.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que já havia afirmado que o executivo liderado por Luís Montenegro rejeita voltar à “estaca zero” na reforma das leis laborais, considerou que o pacote laboral também é uma forma de atingir o ordenado mínimo de 1.600 euros por mês, mas “não sozinha”.

“A criação de riqueza em Portugal, o fomento da criação de riqueza exige um conjunto de políticas que se devem articular”, apontou.

A governante defendeu que é necessário ter legislação laboral que “ajude a economia a crescer, que esteja a olhar para as relações de trabalho do século XXI, que não continue focado no trabalho de chão de fábrica”.

Por seu turno, Miguel Albuquerque (PSD) disse ter uma “admiração pela senhora ministra”, justificando que “é uma política que toma decisões e avança para as reformas”.

“Portugal precisa de políticos com coragem, que não se deixam intimidar e, nesse sentido, eu queria prestar a minha solidariedade à ministra e dizer que nós acompanhamos esta decisão de avançar com esta reforma, que é uma reforma muito importante para a modernização do tecido produtivo, para criar um maior valor acrescentado na nossa economia e, sobretudo, para criar uma economia mais dinâmica, mais ágil e mais adequada àquilo que é o século XXI”, realçou.

“Todas as coisas mudaram, temos que acompanhar essa mudança e Portugal tem que avançar de uma vez por todas nas alterações estruturais que são fundamentais para a modernização, para o crescimento económico e para o desenvolvimento integral”, reforçou o presidente do executivo madeirense.

Na quinta-feira, realizou-se uma greve geral, a primeira convocada em Portugal pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses/Intersindical (CGTP/IN) e pela UGT, juntas, desde há 12 anos, e afetou setores como transportes, escolas, hospitais e centros de saúde, entre outras empresas privadas como a Autoeuropa.

Miguel Albuquerque afirmou, um dia antes, que a greve geral era “despropositada” face às necessidades de haver uma economia mais competitiva.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Sociedade: Metade dos pensionistas por velhice com reforma abaixo dos 462 euros

Sociedade: Metade dos pensionistas por velhice com reforma abaixo dos 462 euros

Em 2024, metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.

De acordo com a análise aos microdados da Segurança Social referentes a 2024, feita pelos economistas do banco central, há “uma dispersão elevada”, com metade dos pensionistas de velhice do regime geral a receber menos de 462 euros e 5% a receber mais de 1.685 euros.

“A proximidade entre a pensão média e o percentil 75 revela que a maioria dos pensionistas aufere valores significativamente inferiores à média, refletindo uma distribuição assimétrica e concentrada em níveis baixos”, assinala o texto elaborado por Cláudia Braz, Sharmin Sazedj e Lara Wemans e que constará no Boletim Económico deste mês.

A análise debruçou-se ainda sobre as diferenças entre os géneros, apontando que nas mulheres há menor variabilidade e situam-se, em média, em níveis inferiores.

No total, havia 2,5 milhões de pensionistas de velhice dos regimes públicos, dos quais dois milhões pertencem ao sistema de Segurança Social e 440 mil à Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Em 2024, a idade média dos pensionistas era de 75 anos, sendo a das mulheres superior à dos homens em 15 meses, “refletindo uma esperança média de vida superior”.

Em 2024, a pensão de velhice média para mulheres foi de 490 euros, contra 812 euros para homens. A diferença, em cerca de 40%, desce para 28% quando é considerada a soma das pensões de velhice e de sobrevivência.

Separando por grupo etário, as pensões médias mais baixas ocorrem nas faixas etárias mais elevadas, com os pensionistas com menos de 65 anos a terem uma pensão média próxima de 770 euros e que recua até aos 537 euros dos pensionistas com mais de 80 anos.

“Este perfil deverá estar associado ao aumento da duração das carreiras contributivas e dos rendimentos declarados dos novos pensionistas”, assinala o texto do boletim.

Os dados apontam ainda que em 2024, entre todos os pensionistas de velhice, 40% – ou 804 mil pessoas – encontravam-se a receber a pensão mínima, um indicador calculado em função do número de anos calculados.

A análise aponta ainda que o diferencial de género tem diminuído de forma gradual nos últimos anos, embora ainda haja uma diferença entre homens e mulheres, não só pelo estreitamento das diferenças salariais, mas também pelo aumento da participação feminina no mercado de trabalho e pelo aumento das carreiras contributivas, segundo as autoras.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Mogadouro: Bolas de sertã saciam a saudade e são receita para a festa

Mogadouro: Bolas de sertã saciam a saudade e financiam a festa

Na véspera de Natal, a Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Caminho, em Mogadouro, voltou a confeccionar as tradicionais ”Bolas de sertã” (os filhós ou filhoses), antigos doces que continuam a deliciar a população mogadourense, pelo sabor, pela saudade de tempos antigos e também para ajudar os mordomos a angariar receita para a festa do mês de agosto.

A vereadora da cultura, do município de Mogadouro, Márcia Barros, destacou o trabalho da Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Caminho, na dinamização de atividades e tradições, com o propósito de angariar receita para a organização das festividades no mês de agosto.

«A tradição das “Bolas de sertã” é uma das várias inciativas da Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Caminho, que simultaneamente preserva e promove um dos ícones da nossa gastronomia e também reforça os laços sociais entre os mordomos e a população. A venda mensal das Bolas de sertã destina-se a angariar verbas para pagar o programa da Festa em honra de Nossa Senhora do Caminho, cujo orçamento já é bastante significativo. E o que está a acontecer é que a população adere, porque aprecia este doce tradicional e também para ajudar a comissão de festas”, disse a autarca mogadourense.

Ao longo do ano, os mordomos em honra de Nossa Senhora do Caminho organizam outras atividades como o serviço de almoços e jantares em vários eventos como os Gorazes, a venda de rifas para os sorteios e a participação no concursos de presépios ou no Cantar dos Reis.

No concelho de Mogadouro, a maioria das localidades chama a este doce tradicional Bolas de sertã, que são afinal os filhós, filhoses ou afilhós. De acordo com Conceição Meirinho, do Município de Mogadouro, este doce é muito antigo e está intimamente ligado à confeção do pão, nos fornos a lenha.

“Antigamente, cada família cozia o pão em casa ou no forno comunitário da aldeia. Depois de amassada a massa e metidos os pães no forno, reservava-se a quantidade de um pão (ou uma bola de massa) para confecionar as bolas de sertã, que em vez de meter no forno eram fritas numa sertã com azeite, ao lume. Depois de fritas, as bolas de sertã ou os afilhões eram polvilhados com açúcar e/ou canela. Acredito que o sucesso deste doce deve-se a ser fácil de confecionar, prático, ao baixo custo e ao saudosismo das pessoas que gostam de saborear a sua história familiar”, indicou.

Segundo a história, antigamente no concelho de Mogadouro, no final de trabalhos agrícolas, como a apanha da azeitona e a segada dos cereiais, era tradição os proprietários oferecerem um almoço aos trabalhadores, sendo que uma das típicas sobremesas eram bolas de sertã.

A designação “Bolas de sertã” deve-se ao antigo utensílio de cozinha, a sertã que era colocada ao lume, para fritar em azeite. A Bola de sertã tem como ingredientes a farinha, fermento, azeite, ovos e manteiga – oferecidos pelos mordomos ou pela população do concelho. Despois de fritas, as bolas de sertã são envolvidas em açúcar e/ou canela.

De acordo com a juíza da Comissão de Festas em honra de Nossa Senhora do Caminho, Cristina Marcos Teixeira, a população de Mogadouro aprecia de tal modo as “Bolas de Sertã”, que as mãos das mais de 20 mordomas não chegam para as encomendas feitas através das redes sociais.

“Em cada pedido, as encomendas variam entre cinco, dez, 20, 30, 40 ou mais Bolas de sertã”, indica a juíza da festa.

Em Mogadouro, a confecção das Bolas de sertã é uma tradição mensal e no ano passado, os anteriores mordomos da festa em honra de Nossa Senhora do Caminho confeccionaram e venderam 11 mil e seiscentas bolas de sertã, sendo que o preço é de 1€ por cada doce.

HA

Mogadouro: Derrocada de pedras e terra provoca acidente na Estrada Nacional 219

Mogadouro: Derrocada de pedras e terra provoca acidente na Estrada Nacional 219

Ao final da tarde de sexta-feira, 12 de dezembro, a chuva provocou uma derrocada de pedras e terra para a estrada nacional nº 219, na descida do cruzamento de Valcerto (Mogadouro) para a ponte sobre o rio Angueira, tendo provocado um acidente de viação e graves danos na parte inferior de um automóvel ligeiro.

No acidente, o condutor residente em Vimioso não sofreu qualquer ferimento, mas a viatura teve que ser imobilizada, pois o violento embate nas pedras que caíram inesperadamente para a estrada quando o veículo passava, provocou a rutura do cárter e o consequente derramamento de óleo na berma da estrada.

Após o acidente, o condutor contatou de imediato a Guarda Nacional Republicana (GNR) de Mogadouro, que acorreu ao local, para tomar conta da ocorrência e ajudar no contato com a assistência em viagem e a chegada do reboque para transporte da viatura acidentada.

O condutor do veículo sinistrado foi aconselhado a participar a ocorrência à Infraestruturas de Portugal (IP), de modo a ser ressarcido pelos danos na viatura e para que a estrada seja intervencionada rapidamente de modo a evitar outros acidentes.

Numa análise ao estado no troço da Estrada Nacional nº 219, entre o cruzamento de Valcerto, no concelho de Mogadouro e a aldeia de Algoso, no concelho de Vimioso, verifica-se que com a chuva aumenta o número de derrocadas e queda de pedras para as bermas e para estrada, o que se torna um perigo a circulação rodoviária.

Outro problema aprontado pelos automobilistas na Estrada Nacional nº 219 é a fraca sinalização ou mesmo o desparecimento das linhas, ao longo dos 20 quilómetros, entre a cidade de Mogadouro e a ponte sobre o rio Angueira, que faz a ligação ao concelho de Vimioso.

HA

Mogadouro: Dom Nuno Almeida presidiu à eucaristia no Domingo da Alegria

Mogadouro: Dom Nuno Almeida presidiu à eucaristia no Domingo da Alegria

No âmbito da visita à Unidade Pastoral de Nossa Senhora do Caminho, o Bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida, presidiu à celebração da eucaristia, no Domingo, dia 14 de dezembro, na igreja matriz de Mogadouro, tendo animado os mogadourenses a ser “semeadores de paz e alegria”.

A visita pastoral do bispo diocesano à cidade de Mogadouro coincidiu com o III Domingo do Advento, tempo litúrgico que antecede o Natal. Num alusão às leituras da Sagrada Escritura, Dom Nuno Almeida sublinhou a importância de estar atentos e vigilantes para ser semeadores de paz, de bem e de alegria.

“A alegria é dom de Deus e provém de amar e ser amados. A alegria vem de uma atitude paciente, serena e confiante”, disse o prelado.

Na caminhada para o Natal, Dom Nuno Almeida disse que no mundo atual a paciência é outro dom a pedir com inisitência a Deus, dada a tendência humana para querer tudo de uma só vez e apressadamente.

“Precisamos ter paciência conosco próprios; com os outros, porque somos diferentes; e com Deus, que tem o seu tempo e modo próprios para nos ajudar”, disse.

No final da celebração, o bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida sublinhou a importância da formação espiritual dos crentes e das comunidades e incentivou a assembleia a participar no curso bíblico, agendado para o mês de janeiro e que terá lugar na freguesia de Mogadouro, de terça a sexta-feira, das 18h00 às 19h00.

“Outro objetivo da visita pastoral é a realização dos cursos bíblicos, ministrados pelos frades capuchinos, com a finalidade de ensinar os fiéis a conhecer e ler regularmente a Bíblia. Após o curso, pretende-se que haja uma continuidade, com os participantes a formarem grupos bíblicos, que se reúnem mensalmente, para ler e rezar em comunidade. Estes grupos são semeadores de alegria”, animou D. Nuno Almeida.

No concelho de Mogadouro, a quase totalidade das paróquias (com exceção das paróquias de Castro Vicente, Vilar Seco e Porrais que são administradas pelos padres Marianos) corresponde à Unidade Pastoral Senhora do Caminho. Nesta unidade pastoral trabalham os padres Duarte Gonçalves, Nelson Silva, Paulo Jorge Freitas e Pedro Samões e colaboram, ainda que jubilados, o Cónego Artur Lázaro Parreira e o Cónego Dino dos Santos Parra.

De acordo com o pároco de Mogadouro, padre Nélson Silva, a visita pastoral do Bispo de Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida vai concluir-se no mês de janeiro de 2026, com as visitas às instituições da cidade e a realização de uma Assembleia Geral da Unidade Pastoral de Nossa Senhora do Caminho.

“A Assembleia Geral da Unidade Pastoral tem o objetivo de promover a sinodalidade (Caminhar juntos) e definir um rumo comum para a igreja diocesana. A assembleia vai reunir representantes de todas as paróquias, movimentos, comissões fabriqueiras, grupos corais, catequese, cáritas e outros membros”, avançou o sacerdote diocesano.

HA


Sociedade: «Cuidar da pessoa com deficiência é sinal de amor e desenvolvimento» – D. José Traquina

Sociedade: «Cuidar da pessoa com deficiência é sinal de amor e desenvolvimento» – D. José Traquina

O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina, afirmou, no Santuário de Fátima, que a integração das pessoas com deficiência é um indicador de desenvolvimento da sociedade.

“Cuidar da pessoa com deficiência e procurar a sua melhor integração é sinal de amor e de desenvolvimento da sociedade”, declarou D. José Traquina na homilia de encerramento do Jubileu dedicado a este setor da pastoral, na Igreja Católica, este sábado.

Perante uma assembleia composta por pessoas com deficiência, famílias, voluntários e cuidadores, o bispo de Santarém sublinhou que “o maior testemunho que uma pessoa com deficiência pode dar é precisamente ser portadora de esperança”.

A celebração encerrou um programa promovido pelo Santuário de Fátima em colaboração com o Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência (Conferência Episcopal Portuguesa) e a Associação dos Silenciosos Operários da Cruz.

Na homilia, D. José Traquina refletiu sobre o tempo litúrgico do Advento num mundo marcado pela pressa e pela “velocidade de um clique”, onde “não há paciência para ouvir e esperar”.

“Esperar com paciência parece um ensinamento fora de moda e difícil de aceitar (…) Até parece que esperar é tempo perdido”, observou, contrapondo que a espera cristã é fecunda e capaz de “fortalecer o coração”, pois “a paciência é fruto do Espírito Santo e mantém viva a esperança”.

Numa intervenção divulgada pelo Santuário de Fátima, o responsável católico recorreu à imagem da âncora, símbolo do Ano Jubilar, apresentando-a como expressão da segurança que a fé oferece nas “águas agitadas da vida”, e agradeceu a todas as instituições e movimentos que acompanham esta população.

O programa do Jubileu incluiu um painel de testemunhos moderado por Carmo Diniz, diretora do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, onde se rejeitaram definições redutoras.

Miguel Atalaia, que adquiriu uma deficiência após um acidente aos 17 anos, defendeu que a sociedade devia assumir o papel de “embaixadores da diferença”, considerando a deficiência apenas “mais uma característica da identidade”.

Já Joaquim Roque, funcionário da administração pública há mais de quatro décadas, recusou a ideia de invalidez: “É mesmo possível e desejável termos uma vida com sentido, uma vida útil, com objetivos, com realizações, com sucessos e insucessos, como toda a gente”.

A dimensão familiar foi trazida por Rui Diniz, pai adotivo de um jovem com deficiência profunda, que garantiu que a sua família “é hoje melhor porque o Bernardo faz parte dela”, e por Mafalda Quadros e Costa, que partilhou a experiência de viver o matrimónio numa realidade onde a limitação “deixa de ser só dele e passa a ser nossa”.

O seu marido, António Quadros e Costa, engenheiro agrónomo com uma doença neuromuscular progressiva, falou sobre o “combate entre o bem e o mal” interior e o processo de aceitação da fragilidade através da fé.

Flávio Soares, da Associação Effectus, lembrou que muitas famílias vivem “situações-limite” e precisam de apoio urgente, enquanto Cristina Mira, assistente pessoal, destacou a importância da autonomia na vida cultural e social.

encontro terminou com um apelo à construção de uma Igreja onde a diferença não seja um obstáculo, mas um valor que humaniza.

No final da Eucaristia, os peregrinos receberam uma lembrança preparada por pessoas com deficiência psíquica.

Fonte: Ecclesia | Fotos: Santuário de Fátima

Política: Mogadouro exige incentivos para ressarcir municípios com barragens

Política: Mogadouro exige incentivos para ressarcir municípios com barragens

No Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), o presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, António Pimentel, afirmou que a associação “ainda não conseguiu definir uma política de incentivos para ressarcir” habitantes e municípios com barragens.

“Acho que a Associação Nacional de Municípios, apesar de ter um setor que engloba 103 municípios com barragens, ainda não conseguiu definir uma política de incentivos para ressarcir os habitantes e esses municípios dos territórios com esse potencial elétrico que dão o contributo para cumprir aquilo que a Comunidade Europeia nos exige”, disse o social-democrata António Pimentel, no XXVII Congresso da ANMP, que termina hoje em Viana do Castelo.

O presidente mogadourense ediu aos autarcas que “ajudem os municípios que têm feito uma luta, nomeadamente os do Baixo Sabor, para que as empresas que compraram as barragens contribuam para o desenvolvimento desses territórios de uma maneira que está definida e que foi alterada pelos sucessivos governos”.

António Pimentel quer que seja definida uma política “para que esses territórios beneficiem do potencial que efetivamente têm”.

O autarca alertou que Mogadouro tem barragens e fotovoltaicas “que poderiam e deveriam estar a alavancar o desenvolvimento do território, mas não estão”.

Na resolução final aprovada pelo Congresso, a ANMP “exorta o Governo a acomodar na letra da lei, de forma clara e inequívoca, os termos já consensualizados para a avaliação dos centros eletroprodutores, promovendo a justa liquidação e cobrança do IMI e a equitativa repartição pelos municípios envolvidos”.

Segundo o documento, o objetivo é a correção de injustiças fiscais, “mas também para garantir que os rendimentos provenientes da exploração de recursos públicos revertam para o desenvolvimento local, fortalecendo a coesão territorial e a sustentabilidade financeira municípios – muito em particular daqueles onde se localizam os ativos hídricos, também de baixa densidade e com fortes assimetrias no acesso a recursos públicos”.

Pimentel lamentou a ausência de membros do Governo no congresso: “Estando a terminar este congresso, gostaria imenso que estivessem aqui pelo menos dois ou três ministros para ouvir os autarcas”.

“Isto representa, em grande medida, quer neste, quer no passado, a atenção que os governos dão aos autarcas”, criticou.

O presidente da Câmara Municipal de Mogadouro disse ainda que a ANMP não pode “continuar a ser um mero fórum da ONU dos municípios”.

“Temos que ser um organismo que represente e que lute pelos interesses que aqui foram apresentados”, vincou.

De acordo com o autarca, a ANMP tem “uma força imensa nos autarcas”, mas não a tem utilizado.

“Não há nenhum governo que consiga desenvolver as suas políticas contra os autarcas. Temos sido pouco exigentes e para isso temos os órgãos que nos dirigem, que têm que ser mais combativos, que não podem ser damas de companhia dos governos”, sustentou.

Centenas de autarcas estão reunidos desde sábado em Viana do Castelo no XXVII Congresso da ANMP, a debater temas como a descentralização e as finanças locais.

Pedro Pimpão, presidente social-democrata reeleito na Câmara de Pombal, no distrito de Leiria e que já era membro do Conselho Diretivo da ANMP, é o novo presidente da associação, substituindo no cargo a socialista Luísa Salgueiro, presidente da Câmara de Matosinhos.

A ANMP realiza congressos de dois em dois anos, sendo que só aquele que se segue a eleições autárquicas é eletivo.

O Conselho Diretivo é um órgão executivo composto por um presidente, cinco vice-presidentes e 11 vogais, eleitos pelos delegados no Congresso Nacional em lista plurinominal.

Nas eleições autárquicas, realizadas em 12 de outubro, o PSD, com listas próprias ou em coligações, venceu em 136 municípios, contra 128 do PS, quando em 2021 tinha triunfado em 114, contra 149 dos socialistas.

Fonte: Lusa | Foto: MM

Política: Pedro Pimpão é o novo presidente da Associação Nacional de Municípios (ANMP)

Política: Pedro Pimpão é o novo presidente da Associação Nacional de Municípios (ANMP)

O presidente da Câmara Municipal de Pombal, Pedro Pimpão, foi eleito presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), no decorrer do XXVII Congresso desta entidade, que reuniu centenas de autarcas em Viana do Castelo, no fim de semana de 13 e 14 de dezembro.

Nas votações para a eleição dos titulares dos órgãos da ANMP, Pedro Pimpão foi candidato único à presidência do Conselho Diretivo da ANMP.

Foram ainda eleitos vice-presidentes do Conselho Diretivo da ANMP a presidente da Câmara de Coimbra, Ana Abrunhosa; o presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Amadeu Albergaria; o presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão; o presidente da Câmara de Cascais, Nuno Piteira Lopes; e o presidente da Câmara de Manteigas, Flávio Massano.

A presidência do Conselho Fiscal da ANMP ficou entregue ao presidente da Câmara de Caldas da Rainha, Vítor Calisto Marques.

A ANMP realiza congressos de dois em dois anos, sendo que só aquele que se segue a eleições autárquicas é eletivo.

O conselho diretivo da ANMP é um órgão executivo composto por um presidente, cinco vice-presidentes e 11 vogais, eleitos pelos delegados no Congresso Nacional em lista plurinominal.

Nas eleições autárquicas, realizadas em 12 de outubro, o PSD, com listas próprias ou em coligações, venceu em 136 municípios, contra 128 do PS, quando em 2021 tinha triunfado em 114, contra 149 dos socialistas.

Os membros do novo Conselho Diretivo da Associação Nacional de Municípios são:

- Presidente: Pedro Pimpão (PSD), presidente da Câmara de Pombal

- Vice-presidente: Flávio Massano (Movimeno Independente Manteigas 2030), presidente da Câmara Municipal de Manteigas

- Vice-presidente: Nuno Piteira Lopes (PSD), presidente da Câmara Municipal de Cascais

- Vice-presidente: Ricardo Leão (PS), presidente da Câmara Municipal de Loures

- Vice-presidente: Amadeu Albergaria (PSD), presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira

- Vice-presidente: Ana Abrunhosa (PS/Livre/PAN), presidente da Câmara Municipal de Coimbra

- Alexandre Favaios (PS), presidente da Câmara Municipal de Vila Real

- João Fortes (PSD/CDS-PP), presidente da Câmara Municipal de Mourão

- João Azevedo (PS), presidente da Câmara Municipal de Viseu

- Manuel Cordeiro (PSD), presidente da Câmara Municipal de São João da Pesqueira

- Luís Filipe Araújo (PS), presidente da Câmara Municipal de Gondomar

- Francisco Lopes (PSD) , presidente da Câmara Municipal de Lamego

- João Grilo (PS), presidente da Câmara Municipal de Alandroal

- Ricardo Araújo (PS), presidente da Câmara Municipal de Guimarães

- Álvaro Araújo (PS), presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António

- Helena Teodósio (PSD), presidente da Câmara Municipal de Cantanhede

- Isabel Ferreira (PS), presidente da Câmara Municipal de Bragança

Fonte: Lusa