São Pedro da Silva: O Velho e a Galdrapa voltam a animar a Festa de Santa Luzia

São Pedro da Silva: O Velho e a Galdrapa voltam a animar a Festa de Santa Luzia

No Domingo, dia 14 de dezembro, iniciam-se no concelho de Miranda do Douro, as Festas de Solstício de Inverno, com a Festa de Santa Luzia ou do Velho e a Galdrapa, em São Pedro da Silva, antigas tradições relacionadas com o ciclo da natureza e momentos de socialização nas comunidades rurais.

A primeira Festa de Solstício de Inverno no concelho de Miranda do Douro, é a Festa de Santa Luzia ou do Velho e a Galdrapa, uma festividade organizada pela freguesia de São Pedro da Silva, que começa com a celebração religiosa (no Domingo, dia 14 de dezembro, às 10 horas da manhã), seguida do peditório pelas ruas da aldeia, que é feito por duas personagens mascaradas, o Velho e a Galdrapa.

É um ritual de visita, de ir de casa em casa, de celebração comunitária. Esta festa está também relacionada com o ciclo solsticial, isto é, com o tempo circular da natureza. Com a chegada do inverno, celebra-se o fim das colheitas, das vindimas, da apanha da castanha e da azeitona. Depois da azáfama e satisfação pelas colheitas segue-se a festa, com a prova do vinho novo e a matança do porco. Com o frio do inverno, antigamente, os trabalhos eram dentro de casa, com a fiação da lã e a preparação dos instrumentos de trabalho para o novo ano agrícola, que voltará a iniciar-se na primavera”, explica o etnógrafo, Mário Correia.

Em São Pedro da Silva, a festa em honra de Santa Luzia prossegue com um almoço convívio (13h30) e uma tarde recreativa animada com a atuação do Grupo Etnográfico Terra de Miranda, às 15h00.

De 27 a 29 de dezembro, é a vez da aldeia de Constantim, celebrar a Festa de São João Evangelista ou Fiesta dos Moços.

À semelhança do que acontece em São Pedro da Silva, também na localidade raiana de Constantim, uma das atrações da festa é o peditório pela aldeia feito pelas “figuras” do Carocho e da Velha, acompanhados pela música dos gaiteiros e as danças dos pauliteiros locais.

“Nesta ronda pela aldeia, o Carocho e a Velha convidam os residentes para a festa e recolhem a esmola, em dinheiro ou espécie (como peças fumeiro, que chegam a ser roubadas pelos mascarados)”, descreve.

Finalmente, a 1 de janeiro de 2026, em Vila Chã da Braciosa celebra-se a Festa do Menino – Fiesta De L Menino. Também nesta aldeia das arribas do Douro, o peditório para a festa decorre ao som da música da gaita-de-foles, das danças dos pauliteiros e das saudações aos moradores pelos mascarados a “Velha, o Bailador e a Bailadeira”.

Nesta festividade, a missa solene acontece por volta do meio-dia e conta com a participação das figuras e do gaiteiro. Segue-se o arraial, com o acender da fogueira no largo da igreja e o bailarico pela noite dentro, enquanto os figurantes continuam a pedir a «esmola» a quem aparece na Festa do Menino”, indica.

Com o propósito de preservar estas três Festividades de Solstício de Inverno, o município de Miranda do Douro pretende inscrevê-las no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Na perspectiva do etnógrafo, Mário Correia, as festas de solstício de inverno do concelho de Miranda do Douro têm muito potencial, mas dependem da sua preservação e vivência pelas comunidades.

“O despovoamento das aldeias é uma séria ameaça à continuidade destas tradições. No entanto, o município de Miranda do Douro está seriamente empenhado em preservar estas antigas tradições, que estão relacionados com o ciclo da natureza.”, explicou o etnógrafo.

HA

Política: Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano tem novos órgãos sociais

Política: Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano tem novos órgãos sociais

No dia 3 de dezembro, a Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano (AMTFNT), constituída pelos concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso e Vinhais, realizou em Bragança, a eleições dos órgãos sociais para o mandato 2025-2029.

Segundo um comunicado, para o Conselho Diretivo da AMTFNT, foi eleito como presidente Luís dos Santos Fernandes, Presidente da Câmara Municipal de Vinhais. A acompanhá-lo como vogais foram eleitos Helena Maria da Silva Ventura Barril, Presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro e António dos Santos João Vaz, Presidente da Câmara Municipal de Vimioso.

A Mesa da Assembleia Intermunicipal da AMTFNT é agora presidida por António Nuno Marcos Rodrigues (Vice Presidente da C.M. Miranda do Douro), tendo como Vice-Presidente Artur Jorge Pereira dos Santos Marques (Vice-Presidente da C.M. Vinhais) e como Secretária da Mesa da Assembleia, Cristina Maria Oliveira Miguel Rodrigues (Vice-Presidente da C.M. Vimioso).

Na reunião, o presidente do município de Vimioso, António dos Santos João Vaz foi nomeado representante da associação no ZASNET – Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial, reforçando o compromisso da entidade com a cooperação transfronteiriça e o desenvolvimento conjunto do território.

A Associação de Municípios da Terra Fria do Nordeste Transmontano é uma associação de fins específicos, tendo a seu cargo, entre outros, o projeto da Rota da Terra Fria Transmontana, bem como a promoção da Certificação ISO 9001:2015 nos serviços dos seus municípios associados.

Fonte: AMTFNT | Imagem: TTM



Miranda do Douro: “Formação +Próxima” no dia 15 de dezembro

Miranda do Douro: “Formação +Próxima” no dia 15 de dezembro

Na segunda-feira, dia 15 de dezembro, realizam-se em Miranda do Douro duas sessões do programa “Formação + Próxima”, uma iniciativa que tem por objetivo capacitar os profissionais do turismo e do comércio sobre temas como o atendimento, as competências sociais, o marketing e comunicação digital, entre outras competências profissionais.

Esta é uma inciativa da Associação Comercial e Industrial de Miranda do Douro (ACIMD), em parceria com a Câmara Municipal, que decorre no miniauditório, em Miranda do Douro.

A formação é ministrada pela Escola de Hotelaria e Turismo do Douro – Lamego e o objetivo é capacitar profissionais do turismo e do comércio através de formação presencial, prática e adaptada à realidade local.

“As formações são gratuitas e abrangem áreas como restauração e bebidas, alojamento, atendimento, competências sociais, marketing e comunicação digital, literacia digital, idiomas, sustentabilidade, higiene e segurança alimentar, entre outras, contribuindo para valorizar o território e reforçar as competências das empresas”, indica a ACIMD.

Em Miranda do Douro e para facilitar a participação de todos os associados da ACIMD, estão agendadas duas sessões no dia 15 de dezembro de 2025, às 15h30 e às 19h00.

A ACIMD solicita aos associados a confirmação da sua presença através da seguinte ligação: https://forms.gle/Z4rh4ruL1ApUVzg26

O programa “Formação + Próxima” visa a capacitação dos profissionais do Turismo e do Comércio, através de um plano de formação de proximidade, para melhorar a atividade turística no concelho de Miranda do Douro.

HA

Sociedade: Igreja e o direito à greve

Sociedade: Igreja e o direito à greve

A Doutrina Social católica reconhece a legitimidade da greve quando se apresenta como “recurso inevitável, senão mesmo necessário”, tendo em vista um “benefício proporcionado”, como se pode ler no Catecismo da Igreja.

Portugal vive hoje uma greve geral, a primeira em mais de 12 anos, convocada pelas duas centrais sindicais e apoiada, entre outros, pela Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos e a Juventude Operária Católica.

Já a presidente da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) defendeu a necessidade de “abertura” nas negociações laborais, recusando a ideia de conflito permanente entre patrões e empregados.

Segundo o Compêndio da Doutrina Social da Igreja, “a greve, uma das conquistas mais penosas do associativismo sindical, pode ser definida como a recusa coletiva e concertada, por parte dos trabalhadores, de prestarem o seu trabalho, com o objetivo de obter, por meio da pressão assim exercida sobre os empregadores, sobre o Estado e sobre a opinião pública, melhores condições de trabalho e da sua situação social”.

A greve deve ser sempre um método pacífico de reivindicação e de luta pelos próprios direitos e torna-se “moralmente inaceitável quando acompanhada de violências, ou com objetivos não diretamente ligados às condições de trabalho ou contrários ao bem comum” indica ainda o referido Compêndio.

A carta apostólica ‘Octogesima Adveniens’, escrita em 1971 pelo Papa Paulo VI, ressalva que, no caso dos serviços públicos “necessários para a vida quotidiana de toda uma comunidade, dever-se-á saber determinar os limites, para além dos quais o prejuízo causado se torna inadmissível”.

A ‘Gaudium et Spes’, constituição pastoral aprovada durante o Concílio Vaticano II (1962-1965), declara no n.º 68 que os parceiros sociais envolvidos numa paralisação devem “retomar o mais depressa possível o caminho da negociação e do diálogo da conciliação”.

João Paulo II, na sua encíclica sobre o trabalho, indicava que os sindicatos “cresceram a partir da luta dos trabalhadores, do mundo do trabalho e, sobretudo, dos trabalhadores da indústria, esforçando-se pela defesa dos seus justos direitos, em confronto com os empresários e os proprietários dos meios de produção” (‘Laborem Exercens’, 20).

Para a Igreja Católica, as organizações sindicais, “perseguindo o seu fim específico ao serviço do bem comum, são um fator construtivo de ordem social e de solidariedade e, portanto, um elemento indispensável da vida social”.

“O reconhecimento dos direitos do trabalho constitui desde sempre um problema de difícil solução, porque se atua no interior de processos históricos e institucionais complexos, e ainda hoje pode considerar-se incompleto. Isto torna mais que nunca atual e necessário o exercício de uma autêntica solidariedade entre os trabalhadores”, assinala o Compêndio da Doutrina Social.

À luz desta conceção, a doutrina social “não pensa que os sindicatos sejam somente o reflexo de uma estrutura ‘de classe’ da sociedade, como não pensa que sejam o expoente de uma luta de classe, que inevitavelmente governe a vida social” (‘Laborem Exercens’, 20).

O Compêndio da Doutrina Social, no seu número 308, refere, por outro lado, que “os sindicatos são chamados a atuar de novas formas, ampliando o raio da própria ação de solidariedade”.

Fonte: Ecclesia

Portugal/ Espanha: CCDR-N reclama mais financiamento para programa de cooperação transfronteiriça Interreg

Portugal/ Espanha: CCDR-N reclama mais financiamento para programa de cooperação transfronteiriça Interreg

A diretora da unidade de Planeamento e Desenvolvimento Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Raquel Meira, criticou o pouco investimento no Programa Interreg Portugal-Espanha, o que obriga a reduzir significativamente o capital em projetos.

Na reunião de Comité Setoriais, da Comunidade de Trabalho do Norte e Castela e Leão, realizada a 10 de dezembro, no Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a diretora Raquel Meira disse que o Governo coloca “pouco dinheiro” no Interreg Portugal-Espanha, provocando um desequilíbrio em projetos dos dois países.

“O Governo português opta sempre por colocar muito pouco fundo nesse programa e o que existe é um desequilíbrio de um para quatro. Cada vez que se gasta um euro em Portugal, o projeto tem quatro euros do lado espanhol”, apontou.

Segundo a diretora da unidade de Planeamento e Desenvolvimento Regional, este “desequilíbrio” leva ao corte de investimento nos projetos.

“Todos os parceiros têm os projetos aprovados, mas os parceiros portugueses têm de reduzir 30, 40, 50 e 60%, fazer corte financeiro num projeto”, revelou, reclamando “mais investimento”.

O financiamento das regiões foi um dos assuntos discutidos na primeira sessão dos novos Comités Setoriais, reorganizados pela CCDR-N e pela Junta de Castela e Leão na última sessão plenária, em julho.

No total, foram criados seis comités: governança territorial, competitividade, inovação e transição digital, património cultural e turismo, ordenamento do território, ambiente e conetividades, demografia, saúde, educação e qualificação e desenvolvimento rural, agricultura e agroalimentar.

Esta sessão uniu portugueses e espanhóis para discutir os desafios e os constrangimentos no âmbito de cada um dos comités com o intuito de desenvolver projetos transfronteiriços.

“Estas temáticas são para definir projetos demonstradores, projetos inovadores e também os constrangimentos e desafios nestas temáticas no dia a dia destas pessoas que vivem na fronteira”, esclareceu Raquel Meira.

No final, foram apresentadas conclusões e diagnósticos, entre eles a deficiência de conectividade rodoviária e ferroviária entre Portugal e Espanha e a falta de um serviço de emergência transfronteiriço.

Há quase 20 anos que estas reuniões não eram realizadas. As próximas vão realizar-se noutras zonas de fronteira do norte do país.

A Cooperação Territorial Europeia, conhecida como Interreg, é um instrumento de financiamento criado no âmbito da Política de Coesão Europeia, com o objetivo de reforçar a cooperação entre as regiões da Europa através do financiamento de projetos.

Os programas Interreg são financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e podem abranger as prioridades políticas do atual período de programação 2021-2027:

- Uma Europa mais competitiva e mais inteligente.

- Uma Europa mais verde, resiliente e hipocarbónica rumo a uma economia sem emissões líquidas de carbono.

- Uma Europa mais conectada.

- Uma Europa mais social e inclusiva.

- Uma Europa mais próxima dos cidadãos.

O programa Interreg Espanha-Portugal promove projetos de cooperação transfronteiriça entre Espanha e Portugal, com o apoio da União Europeia.

Fonte: Lusa e HA

Bragança-Miranda: Campanha de Natal para oferecer meias a pessoas reclusas

Bragança-Miranda: Campanha de Natal para oferecer meias a pessoas reclusas

O Serviço diocesano da Pastoral Penitenciária e a Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda promovem, entre 29 de novembro e 6 de janeiro, uma nova edição da campanha “Natal na Prisão”, que consiste em oferecer meias a reclusos.

Com o lema “Ajude-nos a oferecer esperança aos que estão privados de liberdade”, a iniciativa tem como destinatários dos presentes simbólicos os reclusos dos Estabelecimentos Prisionais de Bragança e de Izeda.

“Mais do que entregar um presente de Natal, esta campanha procura levar a boa nova do nascimento de Jesus Cristo ao contexto prisional, sensibilizar a comunidade para a realidade das prisões e recordar a cada recluso que, ‘lá fora’, há quem acredite na sua recuperação e reintegração”, pode ler-se na nota da Diocese de Bragança-Miranda.

A edição deste ano conta também com o desafio de criar postais de Natal com mensagens simples de esperança, destinados aos presos, que explica o diretor do Serviço da Pastoral Penitenciária da diocese, Rui Magalhães, “poderão ser entregues na Cáritas Diocesana ao longo do mês de dezembro”.

“Todas as comunidades paroquiais da Diocese são convidadas a participar. Instituições, grupos ou pessoas que queiram juntar-se à iniciativa são igualmente bem-vindas”, convida o responsável.

Fonte: Ecclesia | Foto: DBM

Sociedade: Igreja Católica afirma que pessoas migrantes são uma oportunidade

Sociedade: Igreja Católica afirma que pessoas migrantes são uma oportunidade

A Igreja Católica portuguesa defende que as pessoas migrantes não são uma ameaça e destacou que a chegada destas pessoas é uma oportunidade para construir uma sociedade mais diversa e inclusiva.

“Um migrante é um irmão, não uma ameaça”, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), José Ornelas, em Fátima, na abertura da reunião magna dos bispos portugueses.

Segundo José Ornelas, também bispo da Diocese de Leiria-Fátima, a Igreja está consciente “do impacto que traz à sociedade portuguesa o aumento do número de migrantes”, notando que interpela à capacidade de acolher e integrar, mas também é “uma oportunidade” para construir, “uma sociedade mais justa, mais fraterna e solidária, onde ninguém é excluído ou descartado”.

O prelado anunciou a realização, em Fátima, do “Fórum Migrações”, para “sensibilizar e formar as comunidades para o fenómeno migratório e para contribuir para a reflexão desta temática na Igreja e na sociedade em geral”.

O encontro é dirigido aos bispos, a participantes das dioceses com ligação à dinâmica das migrações, aos organismos nacionais da CEP e às congregações religiosas que trabalham nesta área, adiantou.

Antes, o presidente da CEP referiu que “Portugal continua a enfrentar diversos desafios do ponto de vista social”, sendo “as dificuldades económicas de muitas famílias, as desigualdades sociais, o difícil acesso à habitação, a pressão sobre os serviços de saúde e o fenómeno migratório” alguns dos exemplos, “agravados por discursos por vezes polarizados e ideologias extremistas”.

“Vivemos dias em que o medo, a desconfiança e a agressividade parecem ocupar o lugar da razão e do diálogo”, assinalou José Ornelas, realçando que “nenhum projeto humano se pode erguer sobre a divisão, o insulto e o ódio”.

Para José Ornelas, “a nação só floresce quando cada cidadão reconhece no outro um irmão e não um inimigo”, apelando para a rejeição de “palavras fáceis que prometem soluções rápidas, mas que alimentam ressentimentos e destroem pontes”.

“O caminho cristão é exigente, é o da escuta, da verdade, da fraternidade concreta”, observou.

No discurso de abertura, o bispo referiu-se ainda ao “período de renovação das estruturas democráticas” no país, após as eleições legislativas realizadas em maio, as autárquicas no mês passado e a aproximação das presidenciais em janeiro próximo.

“É urgente que os homens e as mulheres que servem na política busquem mais consensos, se comprometam verdadeiramente com o bem comum e procurem garantir a paz social, na dignidade e na justiça”, declarou o presidente da CEP.

Na agenda da 212.ª Assembleia Plenária da CEP estão a reflexão sinodal sobre os seminários, o processo sinodal, as compensações financeiras para vítimas de crimes sexuais na Igreja ou a reorganização das comissões episcopais.

Fonte: Lusa | Foto: JRS

Sendim: Curso de Mecanização e condução de Veículos Agrícolas

Sendim: Curso de Mecanização e condução de Veículos Agrícolas

De 15 janeiro a 2 de abril de 2026, vai decorrer na vila de Sendim, o curso “Mecanização e Condução de Veículos Agrícolas”, uma formação gratuita, de 250 horas, em horário laboral e pós-laboral, com a finalidade de capacitar os agricultores da região para conduzir, manter e efetuar pequenas reparações em tratores, máquinas e alfaias agrícolas.

Segundo o presidente da União de Freguesias de Sendim e Atenor, Luís Santigado, já estão inscritas no curso de “Mecanização e condução de Veículos Agrícolas” mais de 50 pessoas, uma formação que tem apenas 18 vagas.

“O curso de Mecanização básica e condução de veículos Agrícolas tem grande procura por parte dos agricultores, uma vez que os habilita a conduzir todo o tipo de tractores, máquinas e alfaias agrícolas, assim como cuidar dos aspectos de manutenção preventiva e de executar pequenas reparações e afinações. Já antevíamos que o curso teria uma grande adesão, pelo que esperamos que haja novas formações para responder à procura”, disse o autarca sendinês.

De acordo com Carlos Lopes, da Associação Arribas do Douro, o curso gratuito é financiado por fundos comunitários e vai decorrer ao longo de 250 horas, em horário misto, isto é, laboral e pós-laboral, no edifício da Freguesia de Sendim.

“O curso tem um componente de 122 horas práticas, que vão decorrer em horário laboral. A componente teórica de 128 horas vai ser ministrada em sala, em horário pós-laboral”, indicou.

As inscrições podem ser feitas presencialmente na Freguesia de Sendim ou na Associação Arribas do Douro, em Mogadouro. Em alternativa, as inscrições também podem ser efetuadas através dos números de telefone 279 342 012/ 936 645 798 ou pelo email: arribasdourp@hotmail.com

“Os candidatos a esta formação devem ter pelo menos 18 anos de idade e a escolaridade mínima obrigatória, atestada através do certificado de habilitações. Para efetuar a incrição, os interessados em frequentar o curso devem entregar o certificado de habilitações e o comprovativo da situação profissional (empregado ou desempregado)”, informa a associação Arribas do Douro.

No final do curso, os formandos devem estar habilitados a conduzir veículos agrícolas, da categoria II ou III e efectuar a respetiva manutenção.

“O curso vai habilitar os formandos a saber regular, afinar e operar o trator e as máquinas agrícolas preparação do solo, de sementeira e plantação, de fertilização e correção e de aplicação de produtos fitofarmacêuticos. Os formandos vão também aprender a considerar as condições de segurança, climáticas, proteção ambiental, segurança alimentar, higiene e saúde no trabalho”, indica a entidade formadora.

Conteúdos programáticos:

- Código da Estrada

- Trator e Máquinas Agrícola3s – Constituição, Funcionamento, Manutenção e Regulação

- Condução do Trator com reboque e Máquinas Agrícolas

- Processos e Métodos de Mobilização do Solo

- Processos e Métodos de Correção / Fertilização do Solo

- Processos e Métodos de Sementeira e Plantação

- Processos e Métodos de Proteção Fitossanitária e de aplicação de produtos Fitofarmacêuticos

O curso “Curso de Mecanização e condução de Veículos Agrícolas” é financiado pelo Portugal 2030 e pelo programa Pessoas 2030.

HA

Vimioso: Passeio todo-o-terreno trouxe centenas de espanhóis à I Feira Ibérica de Artes e Sabores

Vimioso: Passeio todo-o-terreno trouxe centenas de espanhóis à I Feira Ibérica de Artes e Sabores

No âmbito da I Feira Ibérica de Artes e Sabores, o motoclube de Vimioso organizou a 7 de dezembro, o já tradicional passeio todo-o-terreno “No trilho dos furões”, uma atividade desportiva que voltou a atrair a vinda de centenas de pilotos espanhóis, jipes e motos, o que gerou um considerável movimento no alojamento, restauração e comércio da vila.

No final do passeio de todo-o-terreno, o presidente do motoclube “Os Furões”, Eurico Domingues, expressou grande satisfação pelo êxito da prova, tendo destacado a elevada participação de pilotos, portugueses e espanhóis.

“Como já é habitual, o passeio de todo-o-terreno contou com a participação de muitos espanhóis, vindos de várias regiões de Espanha, como a Galiza, Astúrias, Castela e Leão, Madrid, Extremadura e a Andaluzia. A prova foi do agrado dos pilotos, dada a dureza do trajeto, a chuva matinal também ajudou pois tornou o piso com bastante aderência, pelo que estavam reunidas boas condições para a prática da modalidade do todo-o-terreno”, disse o dirigente associativo.

Entre os pilotos, Juan Collar, veio de Oviedo (Astúrias/ Espanha) com um grupo de amigos para participar no passeio de todo-o-terreno “No trilho dos Furões”, uma das atividades que animaram a I Feira Ibérica de Artes e Sabores, em Vimioso.

“Foi a primeira vez que vim a Vimioso para participar neste passeio de todo-o-terreno. Gostei muito do trajeto com belas paisagens, assim como da organização da prova, do convívio e por isso no próximo ano esperamos voltar”, disse o piloto espanhol.

Na visita à I Feira Ibérica de Artes e Sabores, o grupo de espanhóis vindo das Astúrias, aproveitou para comprar alguns dos produtos típicos portugueses como o queijo, as rosquilhas e o fumeiro.

Outro estreante no raid de todo-o-terreno, o português, Hugo Santos, também apreciou o passeio pelos montes e vales de Vimioso.

“Gostei do passeio. No entanto, com a elevada participação de carros e motos e a longa extensão do trajeto (40 quilómetros), a conclusão da prova foi muito demorada”, disse.

Em Vimioso, o passeio de todo-o-terreno “No Trilho dos Furões” culminou com um jantar convívio, no recinto da I Feira Ibérica de Artes e Sabores, seguido do concerto musical dos D.A.M.A.

HA | Fotos: Município de Vimioso e HA | Vídeo: HA

Economia: Uma em cada seis empresas portuguesas prevê mais investimento

Economia: Uma em cada seis empresas portuguesas prevê mais investimento

Uma em cada seis empresas portuguesas admite investir mais, segundo um inquérito divulgado pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), que destaca as “fortes intenções de investimento” face ao contexto comunitário, de 16% contra 4%.

Segundo um inquérito do BEI sobre o investimento em Portugal, o saldo líquido de empresas que esperam aumentar o investimento em 2025 situa-se nos 16%, um dos mais elevados da UE [União Europeia] e substancialmente acima da média europeia (de 4%).

Depois de ter ouvido, entre abril e julho de 2025, 480 companhias nacionais, numa amostra total de 12.000 na UE, o BEI observa que “as empresas portuguesas continuam a demonstrar fortes intenções de investimento e mantêm uma perspetiva mais otimista sobre o panorama empresarial dos seus setores do que a média da UE”.

“Estão a investir mais do que a média europeia em inovação e fazem maior uso de ferramentas de IA [inteligência artificial] para processos internos”, bem como a “investir mais nas questões relacionadas com as alterações climáticas do que nos anos anteriores e estão a diversificar as fontes de importação para responder a perturbações nas cadeias de valor”, elenca a instituição de crédito europeia no documento, a que a Lusa teve acesso.

A proporção de empresas portuguesas que investiram no último exercício financeiro é de 84%, valor semelhante ao de 2024 (82%) e próximo da média da UE (86%).

Citada em comunicado de imprensa, a economista-chefe do BEI Debora Revoltella aponta que este inquérito “revela que as empresas portuguesas têm fortes intenções de investimento e uma perspetiva positiva sobre o setor”.

“Estão a intensificar o investimento na ação climática e a investir mais do que a média da UE na inovação, o que demonstra claramente o seu compromisso com a competitividade e a transição ecológica”, conclui a responsável.

Por seu turno, “as empresas portuguesas estão cada vez mais pessimistas em relação ao clima económico global e ao clima político/regulatório”, registando um saldo negativo pior do que o da UE nesta questão (-45% versus -30%), indica o documento do BEI.

“Apesar disso, existe um saldo líquido positivo de empresas que acreditam que as perspetivas de negócio do seu setor irão melhorar nos próximos 12 meses (14%), um valor bastante acima da média da UE (0%). As empresas em Portugal também se mostram mais otimistas do que a média da UE quanto ao acesso a financiamento externo (11% vs 1%) e interno (16% vs 9%)”, é apontado.

No que toca aos obstáculos ao investimento, incidem na indisponibilidade de trabalhadores qualificados e na incerteza quanto ao futuro como principais entraves, bem como nas regulações empresariais e no mercado de trabalho.

“Em todos estes casos, os obstáculos são superiores aos enfrentados pela média das empresas da UE”, é referido.

Quanto à igualdade de género, as empresas portuguesas apresentam uma das maiores quotas de representação feminina em cargos de liderança na UE, já que 41% têm pelo menos 40% de mulheres na gestão de topo, um valor superior à média europeia de 25%.

Fonte: Lusa | Foto: Tanoaria J.M.Gonçalves