Miranda do Douro: “Guerra do Mirandum” no fim-de-semana de 16 a 18 de maio
A recriação histórica da Guerra da Mirandum está de regresso a Miranda do Douro, no fim-de-semana de 16, 17 e 18 de maio, um evento cultural que tem por finalidade dar a conhecer um dos acontecimentos mais marcantes na história da cidade, uma batalha que opôs Portugal à vizinha Espanha, no dia 8 de maio de 1762.

A presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, disse que a recriação deste acontecimento histórico visa homenagear os mirandeses que perderam a vida na defesa da cidade e assinalar a importância de Miranda do Douro na soberania de Portugal.
Segundo o programa, a recriação histórica da Guerra do Mirandum começa na sexta-feira, dia 16 de maio, com a participação dos alunos das escolas dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e de Vimioso, como figurantes nesta viagem até ao século XVIII.
“Apesar da Guerra do Mirandum ser um acontecimento trágico para Miranda do Douro, não queremos esquecer o sofrimento infligido à população da cidade. A recriação é também um modo de homenagear os homens e mulheres que resistiram e reergueram a cidade”, justificou Helena Barril.
Segundo uma investigação da arqueóloga municipal, Mónica Salgado e de outros historiadores, a Guerra do Mirandum decorreu da participação de Portugal na Guerra dos Sete Anos, que opôs Portugal e Espanha.
“A disputa em Miranda do Douro ficou conhecida como a Guerra do Mirandum, na qual, a 8 de maio de 1762, o exército espanhol, do Marquês de Sárria atacou a cidade de Miranda do Douro. Neste ataque, o paiol do exército português, instalado no castelo explodiu, causando a morte a aproximadamente 400 pessoas. Esta explosão levou à rendição e à entrada do exército franco-espanhol em Miranda do Douro”, contou.
O castelo de Miranda do Douro, local onde se deu a explosão, já foi alvo de várias campanhas arqueológicas, onde os arqueólogos colocaram a descoberto fragmentos relacionados com a Guerra do Mirandum.
“Este espaço histórico está ser alvo de várias intervenções arqueológicas para aqui criar um museu ao ar livre, para que as pessoas possam recuar no tempo até ao século XIII [data da fundação da praça forte de Miranda], e fazer uma viagem até ao século XVIII, e viver a história desta praça forte que tem muita importância na defesa da linha de fronteira e que colapsou com esta batalha no século XVIII”, indicou a arqueóloga municipal.
A recriação histórica da “Guerra do Mirandum” decorre no fim-de-semana de 16, 17 e 18 de maio. Nos três dias do evento, o público vai enccontrar um mercado, com música, canto, dança, malabarismo, acrobacia, jogos de destreza e treino de armas.
“Nas tabernas e tendas, vão escutar-se os pregões dos mercadores e os incitamentos ao comércio, enquanto os irresistíveis aromas do peixe e da carne grelhados vão atrair visitantes famintos e sedentos”, indica a organização.
No centro histórico de Miranda do Douro, vão encontrar-se almocreves e bufarinhentos, mendigos e rameiras, carregadores e aguadeiros, cativos e escravos, poetas e vendedores de sonhos e ilusões, fidalguia, burguesia e clerezia.
“Entre o povo vai ouvir-se uma balbúrdia de vozes e pregões, acompanhados pela música dos tangedores e menestréis. De tempos a tempos, o som da gaita-de-foles ecoará pelas muralhas, espalhando-se pelas correntes do rio e transportando todos para um passado de lutas e conquistas”, descrevem.



Fonte: Lusa e HA