Advento = Chegada

I Domingo do Advento – Ano A

Advento = Chegada

Is 2, 1-5 / Slm 121 (122), 1-2.4-9 / Rom 13, 11-14 / Mt 24, 37-44

«Vós sabeis em que tempo estamos», diz São Paulo (Rom 13, 11). Sabemos mesmo? Desde logo, se o Advento é um tempo, terá de se respeitar a duração que lhe é própria. Não se pode encurtá-la. Também não se deve deturpá-la. O trabalho espiritual do Advento precisa de ter a extensão temporal que merece.

Vejam-se os verbos das leituras das missas do Advento. Há verbos que estão no «futuro»: chama-se a atenção para o que vai acontecer. Neste 1.º Domingo, em Isaías: «sucederá», «se há de erguer», «se elevará», «afluirão», «há de vir», «Ele nos ensinará», «nós andaremos». Também em São Mateus: «assim será». Depois há verbos que estão no «imperativo»: diz-se o que é preciso fazer. Neste 1.º Domingo, em São Mateus: «portanto, vigiai»; «por isso, estai (…) preparados». Em Isaías: «vinde, subamos», «vinde (…), caminhemos». Ainda em Romanos: «abandonemos», «andemos», «revesti-vos de».

O Advento é um tempo de preparação humana para o tempo que é de Deus. Diz São Mateus: «vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor». Também: «estai (…) preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem». Tem-se a certeza da vinda do Senhor. Mas não se sabe exatamente quando acontecerá. Daí que a nossa preparação deva começar já. Diz São Mateus: «chegou a hora de», «a salvação está (…) perto», «a noite vai adiantada e o dia está próximo».

Advento é tempo de preparação. Antecede o Natal. Mas não é já o Natal! É sabido que se fazem festas de Natal antes do dia de Natal. Existe aí a esperança que sabe esperar? Reconhece-se que Deus é que é o Senhor do tempo das coisas e do modo das coisas? Celebra-se a vinda de Deus que foi mesmo decidida por Ele? Ou anda-se a celebrar uma «hora» que foi, afinal, marcada por nós? Viva- -se no Advento o que é próprio do Advento. A seguir é que será o Natal.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa | Foto: Vatican News

Miranda do Douro: Música aproxima portugueses e espanhóis

Miranda do Douro: Música aproxima portugueses e espanhóis

Inserido no projeto transfronteiriço “Atravessando a Raia: Música na Fronteira”, realiza-se no sábado, dia 29 de Novembro, às 17H00, na concatedral de Miranda do Douro, um concerto interpretado pelo Quinteto de Metais da Orquestra Sinfónica de Castela e Leão (OSCYL).

Segundo o município de Miranda do Douro, o espetáculo musical é gratuito e visa celebrar a proximidade fronteiriça e cultural entre os distritos de Bragança e da Guarda (Portugal) e a Comunidade Autónoma de Castela e Leão (Espanha).

No concerto, o quinteto castelhano constituído por Roberto Bodi (Trompete), Víctor Teresa, (Trompete), Martín Naveira (Trompa), Robert Blossom (Trombone) e José Redondo (Tuba) vão interpretar temas como: “Marcha Triunfal”, “Canções e Canções”, “Quinteto nº 1”, “Um Americano em Paris”, a “Festa Cigana no Sacramento”, “La Verbena de la Paloma” e “Libertango”.

O projeto “Atravessando a Raia” é uma iniciativa ibérica que pretende promover turisticamente as regiões raianas através da gastronomia, do património e da cultura.

O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, afirmou que o turismo desempenha um importante papel na valorização do interior .

“O turismo é hoje a maior indústria do mundo, responsável por 11% do PIB global e 319 milhões de empregos. O sucesso da atividade turística deve medir-se pela inclusão, sustentabilidade, inovação e participação das pessoas que vivem nestes territórios”, disse.

Por sua vez, o onselheiro de Cultura, Turismo e Desporto da Junta de Castela e Leão, Gonzalo Santonja disse que“a cultura, a língua, o património, a gastronomia e o vinho são vasos comunicantes que passam por debaixo das fronteiras. As pessoas comuns, de um e outro lado, procuram conhecer-se e descobrir a riqueza cultural do outro”.

De 1 de novembro a 8 de dezembro, as jornadas “Atravessando a Raia 2025” unem Portugal e Espanha num roteiro de sabores, cultura e natureza, promovendo o turismo sustentável e a cooperação transfronteiriça.

HA

Sendim: Olivicultores apanham a azeitona

Sendim: Olivicultores apanham a azeitona

Na vila de Sendim, os olivicultores estão a realizar a apanha da azeitona, nos olivais onde predomina a variedade negrinha, um trabalho agrícola que é cada vez mais mecanizado e cuja colheita deste ano se prevê ligeiramente inferior, entre 10% a 20%, relativamente ao ano passado.

Em Sendim, uma vila agrícola do concelho de Miranda do Douro, onde outrora predominva a cultura de cereais, atualmente a população dedica-se sobretudo às culturas da vinha e do olival.

Na campanha olivícola deste ano, o olivicultor sendinês, Manuel Alves Santiago, iniciou a apanha da azeitona a 18 de novembro, data da abertura do lagar da cooperativa “A Sendinense”.

Na apanha da azeitona, Manuel Santiago, também já introduziu a mecanização, ao acoplar um toldo ao trator e ao utilizar uma vara mecânica. No olival plantado em 2021, predominam as variedades de azeitona “negrinha” e “bical” e a colheita deste ano diz ser melhor do que no ano passado.

“Este ano, o olival produziu mais quantidade de azeitona do que no ano passado. Apesar do verão seco, o fruto aguentou-se bem, está são, não ganhou bicho e não caiu. Já entreguei alguma azeitona na cooperativa de Sendim e o rendimento da azeitona foi de 10,40%, ou seja, por cada 100 quilos de azeitona extraí 10 litros de azeite”, referiu.

Sobre o trabalho que realiza no olival ao longo do ano, Manuel Santiago, indicou que após a apanha da azeitona realiza um tratamento das árvores com sulfato de cobre e de seguida inicia a poda ou limpeza das oliveiras.

Na cooperativa olivícola “A Sendinense”, o presidente, António Rodrigues, prevê que os associados tenham uma redução de 10% a 20% na quantidade de azeitona, para transformação em azeite. Sobre a qualidade, o dirigente associativo indicou que por causa da chuva tardia no mês de outubro, o fruto da azeitona tem um percentagem de humidade superior a 50%.

“Em Sendim, onde a azeitona predominante é a variedade negrinha, a média de rendimento da azeitona deve rondar os 11%. Pontualmente, há olivicultores que entregam outras variedades de azeitona, como a santulhana, cujo rendimento até é superior, mas isso não significa que a qualidade do azeite seja melhor”, indicou.

Questionado sobre o preço do azeite que pode vir a ser praticado, António Rodrigues, respondeu que dada a redução na colheita é possível que haja um ligeiro aumento.

«Atualmente, o preço do litro de azeite varia entre os 4€ e 4,5€. Na cooperativa “A Sendinense”, um garrafão Arribas em Flor de 5 litros de azeite custa 35€”, indicou.

A Sendinense – Cooperativa Olivícola, C.R.L., produz a marca de azeite “Arribas em Flor”, que é comercializado em garrafão ou garrafa e pode ser adquirido na cooperativa.

Para além do azeite, a cooperativa dispõe de uma máquina descaroçadora, o que permite reutilizar o caroço da azeitona.

Na vila de Sendim, o lagar da cooperativa olivícola “A Sendinense” prevê laborar até à primeira semana de janeiro de 2026.

De acordo com a direção da cooperativa, na campanha deste ano, os preços praticados são:

– Azeitona para linha direta: 0,06€/Kg;

– Azeitona para fazer azeite do sócio: 0,07€/Kg;

- Azeitona do não sócio: 0,12€Kg.

* Maquia em azeite = 4€

Atualmente, a cooperativa olivícola “A Sendinense” conta com 505 associados, oriundos da vila de Sendim, mas também de localidades dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro e Vimioso. Segundo a direção, as vantagens de ser associado da Cooperativa Olivícola “A Sendinense” são a prioridade na entrega da azeitona (relativamente aos não sócios); o custo de produção do azeite também é inferior; a maior facilidade na comercialização do azeite; e o acesso a apoios e incentivos na plantação de novos olivais.

HA



Bragança-Miranda: Jornadas da Pastoral Social centradas no lema «Da Esperança à Caridade»

Bragança-Miranda: Jornadas da Pastoral Social centradas no lema «Da Esperança à Caridade»

A Comissão da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Diocese de Bragança-Miranda promove, no sábado, dia 29 de novembro, umas jornadas sob o lema “Da Esperança à Caridade”.

O encontro marca também a Abertura do Ano litúrgico-pastoral 2025-2026 e vai decorrer no salão nobre da Escola Secundária Emídio Garcia, em Bragança.

O programa inicia-se às 09h30 com o acolhimento dos participantes e pelas 10h15, D. Nuno Almeida, Bispo de Bragança-Miranda, apresenta a Exortação Apostólica ‘Dilexi Te’.

Após um breve intervalo às 11h00, os participantes serão convidados a integrar os trabalhos de grupo e plenário, previstos para as 11h30.

As jornadas encerram às 12h30 com a apresentação das conclusões.

Com esta iniciativa, a Pastoral Social da diocese pretende promover a reflexão e o compromisso cristão na ação social, inspirando os agentes pastorais e as comunidades a viverem a fé através da esperança e da caridade.

Fonte: Ecclesia

Mogadouro: Dom Nuno Almeida visita as comunidades paroquiais

Mogadouro: Dom Nuno Almeida visita as comunidades paroquiais

Entre 30 de novembro e 14 de dezembro, o bispo de Bragança-Miranda, Dom Nuno Almeida prossegue a visita à Unidade Pastoral de Nossa Senhora do Caminho, em Mogadouro, com encontros e celebrações em paróquias, confiadas ao Padre Nelson Silva.

De acordo com o programa da visita pastoral, de 18 e 21 de Novembro, os Frades Capuchinhos da Fraternidade Itinerante orientaram um Curso Bíblico na sede da Junta de Freguesia de Mogadouro.

A 30 de novembro, o bispo da Diocese de Bragança-Miranda vai estar com as comunidades de Vilariça (09h30), Castanheira (11h30) e Variz (15h00).

No Domingo, dia 7 de dezembro, o bispo diocesano visita e celebra a eucaristia em Santiago (09h30), Paçó (10h30), Vila de Ala (11h30) e em Vila dos Sinos (15h00).

A 13 de dezembro, às 11h00, o prelado desloca-se a Saldanha e a Zava (15h00).

No Domingo, dia 14 de dezembro, Dom Nuno Almeida preside à celebração da eucaristia, na igreja matriz de Mogadouro, às 11h00.

O concelho de Mogadouro corresponde à Unidade Pastoral Senhora do Caminho, onde trabalham na ação litúrgica e pastoral, os padres Duarte Gonçalves, Nelson Silva, Paulo Jorge Freitas e Pedro Samões. Colaboram, ainda que jubilados, o Cónego Artur Lázaro Parreira e o Cónego Dino dos Santos Parra.

Fonte: SCSDBM

Bragança-Miranda: Secretariado da Catequese promove 12 sessões formativas «Ser Catequista»

Bragança-Miranda: Secretariado da Catequese promove 12 sessões formativas «Ser Catequista»

O Secretariado da Catequese da Diocese de Bragança-Miranda promove a formação “Ser Catequista”, um percurso destinado a todos os que desejam aprofundar a sua missão na catequese.

A formação iniciou-se a 25 de novembro, estando programadas 12 sessões online, sempre às 21h00 e terminam no dia 20 de junho de 2026, com um encontro presencial, em Mogadouro.

Com a iniciativa pretende-se oferecer aos catequistas uma oportunidade de “crescimento pessoal e espiritual, através de um itinerário estruturado e adaptado à realidade atual da catequese”, reaça o secretariado da catequese da diocese de Bragança-Miranda.

Fonte: Ecclesia

Ambiente: Confinamento das aves face a “alto risco de disseminação” da gripe aviária

Ambiente: Confinamento das aves face a “alto risco de disseminação” da gripe aviária

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) alertou para o “alto risco de disseminação” da gripe aviária e determinou o confinamento das aves domésticas em todo o território do continente.

“Considerando a grave situação epidemiológica da gripe aviária de alta patogenicidade na União Europeia, bem como o aumento dos focos desta doença confirmados em território nacional, o risco de disseminação da doença mantém-se muito elevado”, lê-se numa nota hoje publicada.

Assim, a DGAV determinou o confinamento das aves domésticas em todo o território continental.

Por outro lado, proibiu a realização de feiras, mercados, exposições e concursos de aves de capoeira e aves em cativeiro.

Nas zonas de proteção e vigilância, é proibida a circulação de aves a partir de estabelecimentos aí localizados, o repovoamento de aves de espécies cinegéticas, feiras, mercados e exposições e a circulação de carne fresca a partir de matadouros ou estabelecimentos de manipulação de caça.

É igualmente proibida a circulação de ovos para consumo humano e de subprodutos de animais obtidos de aves detidas a partir de estabelecimentos localizados nestas zonas.

A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) pediu aos países da União Europeia (UE) que reforcem as medidas de segurança contra a gripe das aves, após alertas de novos surtos.

Entre 6 de setembro e 14 de novembro, foram detetados, em 26 países da UE, 1.443 surtos de gripe aviária em aves selvagens, o número mais elevado, pelo menos, desde 2016, segundo dados da EFSA.

Esta autoridade apelou aos países para que reforcem a vigilância e adotem medidas de biossegurança, segundo as recomendações publicadas.

Entre as recomendações publicadas está ainda o confinamento das aves nas áreas afetadas pela gripe aviária, a especial monitorização dos pontos de paragem ao longo das rotas migratórias das aves selvagens e que seja evitada a alimentação artificial de aves selvagens.

As carcaças de aves selvagens devem ser imediatamente retiradas para evitar o risco de contágio com outras espécies.

Por sua vez, a caça deve ser reduzida, bem como o uso de drones ou de outras atividades que possam perturbar as aves.

Em Portugal, um novo foco de gripe das aves foi detetado no Ramalhal, em Torres Vedras, numa capoeira doméstica com gansos, patos, galinhas pintadas e codornizes, anunciou a DGAV na segunda-feira.

O número total de focos detetados, este ano, subiu agora para 39.

Segundo a informação publicada pela DGAV, este foco foi confirmado na passada sexta-feira, no mesmo dia em que tinha sido reportado um foco numa exploração comercial de perus de engorda, também em Torres Vedras.

Também no mesmo dia foram confirmados três focos no distrito de Aveiro, em aves selvagens.

Paralelamente, foi detectado um foco numa capoeira doméstica de galinhas e patos, em Santarém.

A DGAV tem vindo a alertar que o risco de disseminação da gripe das aves é, neste momento, elevado e pediu a adoção de medidas de segurança.

A transmissão do vírus para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo. Contudo, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.

Fonte: Lusa | Foto: CGC

Indústria: Mais de 40% dos investimentos esperam mais de dois anos por licenciamento – AIP

Indústria: Mais de 40% dos investimentos esperam mais de dois anos por licenciamento – AIP

Em Portugal, cerca de 44% dos projetos de investimento aguardam decisão das entidades competentes há mais de dois anos, indicam as conclusões de um inquérito sobre o estado do licenciamento no país, realizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP).

Desse valor, cerca de 14% das empresas inquiridas esperam ‘luz verde’ há mais de cinco anos.

Os projetos de investimento que esperam pareceres, ou que não foram realizados devido a bloqueios nos processos ambientais, ascendem a 1,3 mil milhões de euros, de acordo com este levantamento das principais dificuldades das empresas em concretizarem os seus investimentos.

Os maiores condicionamentos verificam-se nos projetos para construção de novas instalações (43% do total), expansão das existentes (33%) e instalação de novos equipamentos (21%).

De acordo com as empresas inquiridas, cerca de 76% dos bloqueios ambientais ao investimento resultam de prazos de tramitação associados a alterações de Planos Diretores Municipais (PDM), Planos de Pormenor (PP), Planos de Urbanização (PU) e a processos de desafetação de Reserva Ecológica Nacional (REN) e Reserva Agrícola Nacional (RAN).

Os organismos responsáveis pelos maiores atrasos são a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), apontada em 75% dos casos, as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), em 72% das situações e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com 71% das situações.

Câmaras Municipais, Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e IAPMEI são também referidos como responsáveis pelos atrasos.

Face às dificuldades, 58% das empresas inquiridas defendem “a limitação dos prazos máximos vinculativos e os deferimentos tácitos na tramitação das diversas fases do processo e redução dos prazos de elaboração de pareceres”, indica o documento da AIP.

Cerca de 38% das empresas propõem mesmo “a redução de entidades envolvidas na tramitação dos processos de licenciamento”. Já 76% querem ver o licenciamento ambiental “na dependência exclusiva” do Ministério da Economia, quando atualmente depende principalmente do Ministério do Ambiente.

Quase três quartos (71%) admitem a existência de “preconceitos ideológicos na elaboração de pareceres” e acreditam que “os técnicos não têm estímulo nem suporte hierárquico para o risco das suas decisões”.

Limitar o teletrabalho nas entidades que elaboram pareceres é defendida por 72% das empresas participantes no inquérito.

Apenas 51% das empresas tem expectativas “médias e elevadas” quanto ao sucesso da reforma do Estado para diminuir a burocracia nos licenciamentos.

O inquérito foi conduzido pela AIP junto de 238 empresas de diversos setores, dimensões e regiões, no período entre 19 a 30 de setembro de 2025.

Fonte: Lusa | Imagem: AIP

Política: Presidente da República lembrou 25 de novembro como vitória da temperança

Política: Presidente da República lembrou 25 de novembro como vitória da temperança

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lembrou o 25 de Novembro de 1975 como uma vitória da temperança contra o risco de violência e apelou à moderação e à unidade no essencial.

Marcelo Rebelo de Sousa, que discursou na sessão evocativa do 25 de Novembro de 1975, no 50.º aniversário desta data, citou a este propósito a Carta de Bruges escrita pelo infante D. Pedro há cerca de 600 anos e nela destacou a ideia de “temperança como virtude nacional”.

“Isto tem a ver tudo com o 25 de Novembro. A temperança, que é o equilíbrio, a sensatez, a moderação e muito a unidade no essencial, no 25 de Novembro talvez tenha sido mais evidente do que em tantos lances durante a revolução”, defendeu.

Segundo o chefe de Estado, “entre o risco da violência e a temperança, no 25 de Novembro venceu a temperança”, e “depois se discutiu quem ganhou mais, quem ganhou menos, quem perdeu mais, quem perdeu menos”, mas “a pátria ganhou certamente”.

“Não houve regresso ao passado derrotado em Abril de 1974. Mas também não houve construção de um futuro imediato com uma revolução para sempre, com adiamento da Constituição e o que significou no arranque da democracia em que vivemos”, prosseguiu.

Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que “a temperança naquele instante prevaleceu” e terminou o seu último discurso como Presidente da República na Assembleia da República apelando a essa virtude e à unidade no essencial.

“Unidos no essencial e com temperança, seremos eternos. Viva o 25 de Novembro, viva o 25 de Abril, viva a liberdade, viva a democracia, viva Portugal”, declarou.

Fonte: Lusa | Foto: Flickr

Igreja: Padre Telmo Ferraz celebrou 100 anos de vida

Igreja: Padre Telmo Ferraz celebrou 100 anos de vida

O padre Telmo Ferraz, da diocese de Bragança-Miranda, celebrou 100 anos, de uma vida marcada pelo apoio aos jovens da Casa do Gaiato e aos trabalhadores da barragem de Picote, em Miranda do Douro.

Numa entrevista à Agência ECCLESIA, emitida no início de 2024, 0 sacerdote recordava a sua infância “natural, simples, numa vida pacata e muito caseira na aldeia de Bruçó, no Mogadouro, na região de Trás-os-Montes.

“Foi uma coisa simples, era como as outras crianças, não foi nada de extraordinário. Era a vida da aldeia, a vida da aldeia não tinha muitas brincadeiras, brincávamos uns com os outros, mas era uma vida assim muito pacata, muito caseira, muito da aldeia”, recorda.

O seu pai “tinha uma oficina de calçado” e uma “certa influência na aldeia”; a sua mãe, “uma santa mulher”, juntamente com duas irmãs, formavam uma família respeitada na aldeia.

Com “cinco, seus, sete anos”, o padre Telmo Ferraz contava que queria ser sacerdote, tendo entrado no Seminário de Vinhais com 12 anos.

“Nem eu tinha bem a noção do que era a vocação ainda sacerdotal, não é? Eu fui indo, fui indo, fiz o curso. Quando depois comecei a paroquiar, é que comecei a tomar mais noção do que é a vocação sacerdotal. Mas fui feliz, fui feliz”, recorda.

Ordenado sacerdote em Bragança, em 1951, foi pároco nas aldeias de Genísio e Vilar Seco e depois capelão da barragem de Picote, onde desenvolveu uma “pastoral e humanitária junto dos operários”, que continuou, a partir de 1960, na barragem de Cambambe, em Angola.

Na barragem de Picote começou a acompanhar os trabalhadores mas, assume, dava-se bem com empregados e patrões.

“Começou a haver uma amizade entre mim e eles. No fundo era quase como um ombro amigo. Era um amigo. Ajudava-os. Mas dava-me bem com todos, trabalhadores e patrões”, conta.

Em 1963, funda a Casa do Gaiato de Malanje (Angola), e dedicou-se depois à formação de jovens em risco.

“Quando a obra de rua resolveu ir para a África, foi um sacerdote para Benguela e fui eu para Malanje. E construímos lá a primeira aldeia dos rapazes. Quando cheguei a Luanda, comprei os livros todos em Kimbundu, para estudar. Chego à barragem, todo mundo falava português. Estava nas suas sete quintas”, explica.

“Quando via um rapaz que saía da casa do Gaiato e que se tornava uma pessoa que conseguia vingar na vida ficava satisfeito”, recorda.

Com 100 anos de vida, o padre Telmo Ferraz permanece ligado à Casa do Gaiato e reside no Calvário de Beire, local onde vai ser apresentado, no dia 29, o seu mais recente livro, ‘Fui Pároco de Aldeia’, com ilustrações de Ana Cardoso e retratos de M. L. Chichorro Rodrigues.

Fonte: Ecclesia