Autárquicas: «A agricultura e a pecuária contribuem para a fixação de pessoas no concelho» – Helena Barril

No dia 18 de julho, a candidata à Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril, promoveu em Malhadas, um debate sobre a agricultura e a pecuária no concelho, uma iniciativa que contou com a participação e o apoio do ex-ministro da agricultura, Arlindo Cunha, e do eurodeputado Nuno Melo.

De acordo com a candidatura social-democrata, a agricultura e a pecuária são setores estratégicos para a fixação da população local no concelho de Miranda do Douro. Segundo Óscar Afonso, candidato à presidência da Assembleia Municipal, a agricultura e a pecuária são atividades determinantes para criar emprego e gerar riqueza no concelho de Miranda do Douro. E segundo o professor universitário, à Câmara Municipal compete criar condições para a sustentabilidade destes setores.

Tiago Sanches da Gama, presidente da Associação de produtores da raça de ovinos churra galega mirandesa, referiu que deve haver mais incentivos para atrair novos criadores. “Há uma população envelhecida de criadores e precisamos atrair novos criadores”, disse. O representante dos produtores de ovinos mirandeses relembrou que as raças autóctones têm a mais-valia da qualidade da carne e desempenham um papel muito importante na limpeza e fertilização dos terrenos.

O eurodeputado, Nuno Melo, afirmou que a agricultura deve ser uma prioridade em concelhos como o de Miranda do Douro. O político recordou que a agricultura é uma atividade resiliente nas crises, como a que estamos a viver atualmente por causa da pandemia. “Neste tempo de pandemia, a agricultura foi uma das atividades que nunca parou, para continuar a produzir os alimentos de que pessoas precisam para viver”, disse. O eurodeputado disse ainda que o mundo rural, para além da agricultura “é também a caça, a restauração, a gastronomia e o turismo”. Nuno Melo, felicitou a candidatura social-democrata, pois ao dar prioridade ao tema da agricultura e da pecuária “dão um grande exemplo, em Miranda do Douro, e também no país”, concluiu.

O ex-ministro da Agricultura, Arlindo Cunha, começou por dizer que o território rural é fundamental para o país e é vital para agir contra as alterações climáticas. No entanto, Arlindo Cunha, sublinhou que a agricultura e a pecuária têm que ser atividades sustentáveis, ou seja, as pessoas têm que conseguir obter um rendimento económico e criar valor com os seus produtos. Entre várias medidas para o alcançar, o ex-ministro da agricultura sugeriu o apoio à realização de mercados locais, de feiras e tradições. “Desde há 25 anos que vivemos sob o monopólio da grande distribuição, dos hipermercados e médias superfícies, que sufocaram e fizeram desaparecer as cadeias e mercados locais”, constatou. Na perspetiva do ex-governante, tem que haver um trabalho local, que estabeleça um canal de comunicação entre as associações ou cooperativas de produtores e aqueles que querem comprar os produtos. Os destinatários locais podem ser as cantinas públicas do município, do centro de saúde, das creches, das misericórdias, etc. “Estamos a falar de centenas de refeições diárias que poderiam ser confecionadas com a produção local”, indicou. Segundo, Arlindo Cunha, esta medida é perfeitamente possível, desde que os líderes políticos locais sejam capazes de sensibilizar e trabalhar com os produtores e potenciais compradores. Para concluir, o ex-ministro da Agricultura, adiantou que, em breve, Portugal vai entrar num novo ciclo da política agrícola comum. Isto significa que até 2027, o setor agropecuário vai disponibilizar cerca de 1200 milhões de euros anuais e o governo português já está a preparar os programas de aplicação destes fundos comunitários. “É importante, que na distribuição destas verbas haja a preocupação da equidade territorial e que regiões como Trás-os-Montes sejam mais favorecidas”, disse.

O presidente da Freguesia de Malhadas, Camilo Raposo, agradeceu a escolha da aldeia de Malhadas para debater o tema da agricultura, “uma atividade de extrema importância no território”, disse.

Helena Barril, candidata do PSD à presidência da Câmara Municipal de Miranda do Douro, concluiu o debate recordando que “é preciso viver numa aldeia para perceber o quanto a agricultura e a pecuária, são importantes para a fixação da população nas aldeias do concelho”.

Na esperança de vir a ser a futura presidente da Câmara Municipal de Miranda do Douro, Helena Barril indicou que pretende apoiar a produção agrícola, a certificação dos produtos, a comercialização e também a investigação científica nestes setores.

“A agricultura biológica, as raças autóctones, a lã, o azeite, o mel, o vinho, os frutos secos e os cereais são um manancial de riqueza no nosso território”, indicou.

Entre as medidas que quer implementar, a candidata social-democrata, destacou a urgência na construção do matadouro municipal; o apoio à criação de unidades de transformação de produtos locais, a revitalizar o mercado rural, com a realização todos os sábados, da venda dos produtos locais, nas instalações do mercado municipal e com promoção em Portugal e em Espanha; apostar no fomento do regadio no concelho; estabelecer protocolos com as cooperativas agrícolas que assegurem a sua modernização e competitividade; entre outras medidas.

Para concluir, Helena Barril, realçou a importância de estabelecer a ligação entre a agricultura, a pecuária e a indústria, o comércio e o turismo.

“Se o conseguirmos fazer, estamos a abrir portas para a fixação da população no concelho de Miranda do Douro e a agir contra o despovoamento na região”, concluiu.

HA

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