Algoso: Estação de compostagem aproveita resíduos dos eucaliptos para adubar os solos

Na manhã de sexta-feira, dia 15 de dezembro, vai ser apresentada em Algoso, a Estação de Compostagem, uma iniciativa da Palombar que visa aproveitar e decompor os resíduos florestais dos eucaliptos existentes na localidade, para posterior adubagem dos solos empobrecidos e a plantação de árvores autóctones, como os sobreiros e as azinheiras.

De acordo com o engenheiro florestal, Rui Dias, da Palombar – Conservação da Natureza e Património Rural, a sessão de informação denominada “Estação de Compostagem de base local de Algoso” vai decorrer no salão da junta de freguesia, entre as 9h30 e as 12h30 e é dirigida aos agricultores, criadores de gado, produtores florestais e à comunidade rural em geral.

“Esta iniciativa está inserida no projeto UP4REHAB – Unidade de Paisagem para o Restauro de Habitats de Algoso, que visa a reconversão e restauro ecológico de eucaliptais em sobreirais e azinhais. No terreno, já estamos a aproveitar os resíduos provenientes do corte de mato resultantes da prevenção de incêndios florestais e de restos de eucaliptos, que conjuntamente com estrume de burro, palha e restos hortícolas produzem um composto orgânico, que depois vai ser integrado nos solos”, explicou.

Atente-se que a compostagem é o processo natural, que consiste na decomposição biológica de resíduos orgânicos, do qual resulta um produto (composto) usado como adubo.

Sobre este processo e o tempo que a matéria orgânica demora a transformar-se em fertilizante, o engenheiro florestal, Rui Dias, adiantou que o ciclo depende de fatores como a humidade e a temperatura nas pilhas de decomposição.

“Consoante a temperatura e a humidade das pilhas onde se depositam os resíduos, pode demorar entre 4 a 6 meses para obtermos um composto ou fertilizante de qualidade. Com resíduos lenhosos o processo de decomposição é mais longo”, indicou.

Segundo a Palombar, outro objetivo desta iniciativa é capacitar os agentes rurais locais – agricultores, produtores florestais e criadores de gado – na produção do seu próprio fertilizante natural, ao mesmo tempo que se incentiva a redução do uso de fertilizantes sintéticos, permitindo assim diminuir as despesas e proteger a biodiversidade ambiental.

A presidente da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva, Cristina Miguel, informou que no dia 13 de dezembro, já se havia realizado em Algoso, uma outra sessão dedicada às “Estratégias de Combate à Desertificação”, durante a qual foi enfatizada a importância de cuidar melhor dos solos.

“Com estas duas sessões, pretendemos abordar a importância dos solos, sobretudo na nossa região, onde nem sempre implementamos as melhores práticas de gestão e por isso, os solos perdem a fertilidade e a capacidade produtiva. Entre as estratégias para cuidar melhor dos solos, recomenda-se as lavras mínimas e o fazer sementeiras de cobertura dos solos”, disse.

Sobre a iniciativa da estação de compostagem em Algoso, a autarca adiantou que os trabalhos de substituição dos eucaliptais por árvores autóctones, como os sobreiros e as azinheiras, estão a decorrer a bom ritmo.

As duas sessões de informação são ministradas pela associação Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, que tem como parceiros a AEPGA, o IPB, o Biopolis e conta com os apoios da freguesia de Algoso e do município de Vimioso.

HA

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