Algoso: Comunidade celebra a festa do padroeiro São Sebastião

As festas religiosas estão profundamente enraizadas no dia-a-dia das comunidades, que celebram com particular devoção os seus padroeiros, como acontece em Algoso, com a festa em honra do padroeiro ou patrono, São Sebastião, cuja festa se vai assinalar no sábado, dia 20 de janeiro.

Em Algoso, o programa da festa em honra de São Sebastião começa com a missa e a procissão, seguidas de um almoço convívio na casa do povo e uma tarde recreativa animada com uma peça de teatro e a música dos gaiteiros.

A festa é coorganizada pela comissão fabriqueira da paróquia de Algoso e pela junta de freguesia local. De cordo com a presidente da União de Freguesia de Algoso, Campo de Víboras e Uva, Cristina Miguel, a comunidade tem uma particular devoção pelo mártir São Sebastião, pois “reflete a identidade religiosa da população”.

“São Sebastião é o padroeiro de Algoso e por isso a celebração religiosa é preparada com esmero, sendo que a missa é cantada, o andor com a imagem de São Sebastião é embelezado com flores e a procissão final pelo largo da igreja matriz é vivida com solenidade”, destacou.

No final da celebração religiosa vai ser retomada uma antiga tradição local, que consiste no leilão dos “pés, orelhas e focinhos” resultantes da ancestral matança do porco, tão caraterística desta altura do ano.

“Há mais de 20 anos que este leilão não se faz em Algoso. Este ano vamos recuperar esta antiga tradição e para tal adquirimos 24 pés, 24 orelhas e 12 focinhos de porco, para serem leiloados no final da missa. O dinheiro angariado destina-se a pagar a despesas da festa em honra de São Sebastião”, explicou Cristina Miguel.

Segue-se depois o almoço convívio, sendo esperadas cerca de 200 pessoas, na casa do povo de Algoso.

“Em Algoso vivem quotidianamente cerca de 120 habitantes e aos fins-de-semana costumam regressar à aldeia cerca de 50 pessoas, que trabalham noutras localidades. O almoço convívio vai ser servido pela albergaria local e para a refeição vão ser também convidados os utentes da Santa Casa da Misericórdia de Algoso. As pessoas que não podem deslocar-se à casa do povo, teremos o cuidado de levar a refeição à instituição”, disse.

A autarca de Algoso sublinhou que é importante proporcionar momentos de convívio à população, sobretudo no inverno quando as pessoas, por causa do frio, vivem ainda mais isoladas nas suas casas.

Após o almoço, a festa em honra de São Sebastião prossegue durante a tarde com a peça de teatro “A tia miséria… e outras histórias”, representada pela Fisga – Associação de Intervenção Social, Cultural e Produção Artística.

“Dado que no mês de janeiro, as festividades são celebradas na casa do povo decidimos incluir esta comédia, que é “uma sátira política ao atual estado do país”, no programa da festa em honra de São Sebastião”, disse.

Ao longo do ano, na histórica aldeia de Algoso, celebram-se outras festividades religiosas com destaque para o Ramo de São João (antes do Carnaval), o Sábado de Aleluia (na Páscoa), São João Baptista (24 de junho), São Roque (14 de agosto), Nossa Senhora da Assunção ou do Castelo (15 de agosto) e o São Martinho, com o tradicional magusto comunitário. Estas festividades são um dos principais motivos de encontro e reunião das famílias e amigos, em Algoso.

São Sebastião

O jovem soldado romano, Sebastião, é o principal padroeiro de Algoso. Quando uma terra ou uma comunidade escolhem um padroeiro (ou patrono) isso deve-se ao seu carisma e à vontade de seguir o exemplo da sua vida.

A devoção aos santos é também uma forma de catequizar as comunidades, através dos seus exemplos de vida.

A vida de São Sebastião é um exemplo de como a fé ajuda a ultrapassar os obstáculos da vida.

Em nome da religião enveredou por uma carreira militar, para desse modo defender os cristãos que sofriam uma terrível perseguição.

O imperador Diocleciano, reconhecendo nele a valentia, mas desconhecendo a sua religião, nomeou-o capitão general da Guarda Pretoriana.

Primeiro agradou ao imperador, mas depois a defesa da fé cristã e a intercessão pelos cristãos perseguidos desencadearam a sua morte.

A sua iconografia inconfundível: São Sebastião é representado com o corpo pejado com várias setas e preso a um tronco de árvore.

Testemunhou a fé com coragem e alegria e logo após o seu martírio começou a ser venerado como santo.

FONTE:
Secretariado Nacional da Liturgia.

HA

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