Algoso: Antigo leilão e teatro animaram a festa em honra do padroeiro São Sebastião

No Sábado, dia 20 de janeiro, Algoso voltou a celebrar a festa em honra do padroeiro, São Sebastião, uma festividade que este ano foi animada com a antiga tradição do leilão dos “pés, orelhas e focinho do porco” e a representação da peça de teatro “A tia Miséria”.

A procissão com a imagem de São Sebastião percorreu o largo da igreja matriz, em Algoso.

A festa, em Algoso, iniciou-se ao final da manhã de sábado, dia 20 de janeiro, com a celebração religiosa, na qual o pároco local recordou o exemplo de vida do jovem soldado romano, Sebastião, que no século III, deu a vida pela fé em Jesus Cristo.

Segundo a tradição católica, naquela época, São Sebastião defendeu os cristãos da terrível perseguição, ordenada pelo então imperador romano Diocleciano. E foi por causa da fé cristã e pela defesa dos cristãos perseguidos que São Sebastião foi martirizado. A iconografia ou imagem do martírio representam-no preso a um tronco de árvore e com o corpo pejado com várias setas.

Após a missa, seguiu-se a procissão com a imagem do santo padroeiro pelo largo da igreja matriz de Algoso, acompanhada pela música de um trio de gaiteiros.

De acordo com Carlos Martins, da comissão fabriqueira, a festa em honra de São Sebastião, é vivida com devoção pela população de Algoso.

“Todos os anos, a população de Algoso participa ativamente na festa em honra do padroeiro, São Sebastião. Recordo que Algoso é uma aldeia historicamente importante, que chegou a ser vila. Acredito que a escolha de São Sebastião para padroeiro desta localidade pelos nossos antepassados, também evidencia a antiguidade e importância de Algoso, já que São Sebastião foi um dos primeiros mártires da igreja”, destacou.

No final da celebração religiosa foi retomada uma antiga tradição em Algoso, com o leilão de “pés, orelhas e focinho de porco”, resultantes da ancestral matança do porco, caraterística da estação do inverno. O dinheiro angariado com a venda destinou-se a pagar as despesas da festa.

No adro da Igreja realizou-se o leilão dos pés, orelhas e focinhos do porco.

De acordo com a presidente da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uvas, Cristina Miguel este antigo leilão já não se realizava em Algoso, desde a década de 1980.

“A recuperação desta antiga tradição em Algoso visa animar a festa em honra do padroeiro, São Sebastião. Por testemunhos recolhidos junto da população local, ficamos a saber que, antigamente, por altura da matança do porco era costume as famílias oferecerem os pés, orelhas e focinhos do porco para serem leiloados. As famílias mais abastadas também ofereciam chouriças e salpicões”, contou.

A festa prosseguiu depois com o almoço convívio, na Casa do Povo de Algoso.

Após o almoço, ao inicio da tarde foi representada a peça de teatro “A tia miséria… e outras histórias”, pela Fisga – Associação de Intervenção Social, Cultural e Produção Artística.

A comédia “A Tia Miséria” provocou o riso e os aplausos da população de Algoso.

A festa em honra de São Sebastião foi coorganizada pela comissão fabriqueira da paróquia de Algoso e pela União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva.

Durante o primeiro semestre do ano, na histórica aldeia de Algoso, a população celebra outras festividades religiosas com destaque para o Ramo de São João (antes do Carnaval), o Sábado de Aleluia (na Páscoa) ou o São João Baptista (24 de junho).

Estas festividades são um dos principais motivos de encontro e reunião das famílias e amigos, em Algoso.

HA

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