XXVII Domingo do Tempo Comum
Administradores e não donos
Is 5, 1-7 / Slm 79 (80), 9.12-16.19-20 / Filip 4, 6-9 / Mt 21, 33-43
Quando chegamos ao mundo, tudo o que é necessário para vivermos já está à nossa espera. Pode não estar ao nosso alcance, mas já está no mundo. Quando Deus criou o mundo, colocou nele tudo o que era necessário: oceanos e terra firme, vales e montanhas, animais e plantas. Ainda assim, caímos demasiadas vezes na tentação de que tudo foi feito por nós e para nós. Parece que temos em nós um grande proprietário em potência que, sem pudor, chama a si todos os méritos.
A parábola dos vinhateiros homicidas é um aviso sério para a nossa vida espiritual. O proprietário fez tudo – plantou a vinha, cercou-a com uma sebe, construiu um lagar e uma torre –, arrendou e foi para longe. Enviou por duas vezes servos para recolher os frutos e estes foram mortos pelos arrendatários. Enviou o seu próprio Filho e a ganância dos vinhateiros tomou conta deles, pensando que com a morte do herdeiro ganhavam direito de posse sobre a vinha.
Quão enganados estamos quando caímos no erro de acreditar que somos donos disto tudo. Que pena insistirmos em pensar que somos donos dalguma coisa. Tudo o que temos e tudo o que somos foi-nos dado por Deus. Tudo é graça! Cabe-nos administrar bem o que nos foi confiado e assim colaborar com Deus na construção do Reino.
Arrisquemos o caminho do dom e do agradecimento. Palmilhemos a via da santidade. E confiemos todos os frutos ao Senhor, não como quem fez algo, mas simplesmente como quem cuida daqueles que lhe foram confiados.