Economia: IVA começa a ser cobrado no cabaz de 46 produtos
A partir de 5 de janeiro, o IVA começa a ser cobrado num cabaz de 46 categorias de alimentos, cerca de oito meses após ter sido determinada a isenção deste imposto para combater o impacto da inflação no orçamento das famílias.
O IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) zero, resultado de um acordo entre o Governo, a distribuição e os agricultores, aplicava-se a um conjunto de alimentos, como cebola, tomate, maçã, banana, pão, batata, arroz, ervilhas, frango, bacalhau, ovos de galinha, atum em conserva, leite de vaca, bebidas de base vegetal, azeite e manteiga.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) esclareceu que a reposição do IVA vai acontecer “de forma imediata”, assegurando que não se vão verificar constrangimentos logísticos.
“A medida termina no final do horário de expediente e o IVA será reposto a partir do dia 05 de janeiro. Este período permitiu que estejamos todos em condições, de forma tranquila e transparente, de cumprirmos novamente a lei e repormos o IVA destes produtos”, afirmou o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier, esclarecendo que o imposto vai ser reposto “de imediato”.
A explicar esta diferença está a subida do preço de 14 dos alimentos, com os maiores agravamentos a observarem-se (no espaço de tempo indicado) no azeite, em que uma garrafa de 0,75 ml da categoria ‘virgem extra’ aumentou de 4,42 euros para 6,39 euros e em várias produtos hortícolas e frutas.
Também o pão (neste caso foi escolhida a variedade de ‘Rio Maior’) subiu de 1,11 euros em abril para 1,19 euros em dezembro – um preço que ultrapassa em um cêntimo o que a mesma grande superfície indicava em 18 de abril que seria cobrado se o IVA zero não estivesse em aplicação.
A Deco alertou que os consumidores devem estar atentos ao preço dos produtos, fazer comparações e ter um “bom controlo das contas” para “não haver derrapagens”, sublinhando a importância da fiscalização.
“Há toda uma série de produtos e serviços com os quais os consumidores devem contar com aumentos e a verdade é que os rendimentos, mesmo que tenham uma subida, esta só se vai verificar para o final do mês. Daí que seja fundamental fazer um bom planeamento e uma comparação de preços”, apontou a coordenadora do gabinete de proteção financeira da Deco, Natália Nunes, em declarações à Lusa.
Os produtos do cabaz com IVA a 0% foram escolhidos tendo em conta o cabaz de alimentação saudável do Ministério da Saúde e os dados das empresas de distribuição sobre os produtos mais consumidos pelos portugueses.
A medida foi inicialmente pensada para vigorar até ao final de outubro, mas o Governo decidiu prolongá-la até 04 de janeiro para responder à “dificuldade operacional” apontada pelo retalho.
Fonte: Lusa