Sociedade: Trabalhadores querem que o Domingo seja dia de descanso
Os movimentos de trabalhadores cristãos na Europa alertaram para a diminuição, em termos médios, do tempo de descanso dos trabalhadores, atribuindo a responsabilidade ao facto de se viver “um tempo do primado do capital sobre o trabalho”.
A Liga Operária Católica (LOC) redigiu uma mensagem para o dia do domingo livre de trabalho, que se assinala a 3 de março, onde realça que esta luta “mais do que justa é necessária, para que haja vida em família para todos”.
“A luta pelo domingo livre de trabalho, mais do que justa é necessária, para que haja vida em família para todos! Para que as famílias, todos os trabalhadores, possam conviver e confraternizar e se construa um mundo mais justo e solidário”, lê-se na mensagem da LOC e que foi assumida pelo MTCE – Movimento de Trabalhadores Cristãos da Europa.
A fronteira entre tempo de trabalho e tempo de lazer “tem-se esbatido” e em termos médios “o tempo de descanso dos trabalhadores tem vindo a perder terreno” porque se vive “um tempo do primado do capital sobre o trabalho”, sublinha a nota.
A 3 de março assinala-se o dia do domingo livre de trabalho para refletir “seriamente sobre a necessidade de o comércio estar aberto todo o fim-de-semana, incluindo o domingo”.
Estes setores que não podem parar de trabalhar ao domingo devem “ser melhor regulamentados, fiscalizados e os trabalhadores, serem melhor remunerados e compensados em tempo de descanso”, alerta nota da LOC/MTC.
Com a globalização da economia e os novos hábitos de consumo, o mundo do trabalho tem vindo “a sofrer modificação na conceção do trabalho, o que levou a novas formas da organização do tempo de trabalho, ameaçando e tornando incerto o tempo de descanso, para o trabalhador”.
A liberalização do comércio ao domingo interfere com questões de “ordem humana, social, familiar, cultural e religiosa e contraria o bem-estar comunitário, falta do convívio familiar e de disponibilidade para participar na vida social, cultural e religiosa, desagrega as famílias e a sociedade, individualiza as pessoas, impede a solidariedade, não gera bem-estar, provoca doenças e dificulta a vida comunitária”, acentua.
Fonte: Ecclesia