Miranda do Douro: Festival Geada promove a cidade no inverno
Nos dias 29, 30 e 31 de dezembro, o centro histórico de Miranda do Douro volta a ser o palco do festival “Geada”, um evento de final de ano, que vai oferecer aos visitantes três dias de muita animação, ao som da música tradicional, do saber das tradições e ao sabor da gastronomia mirandesa.
Organizado desde 2008, pela Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (ARJM), este festival foi criado com o propósito de celebrar o solstício de inverno, o dia mais curto do ano, no hemisfério norte.
“Inicialmente, a nossa intenção foi a de organizar uma festa de amigos. Depois, com a grande adesão do público, decidimos criar um festival para dar a conhecer as nossas tradições de inverno através da música, do folclore, da língua e cultura mirandesas”, informou Ricardo Dias, da ARJM.
Segundo esta associação, a preparação do festival “Geada” implica a realização inúmeras tarefas logísticas, desde a angariação de apoios, a seleção e preparação dos espaços, bem como a sensibilização da população local.
“Tivémos que falar com todos os moradores da zona histórica pedindo a sua compreensão para o maior ruído que vai haver ao longo dos três dias do festival, assim como para o condicionamento no trânsito e no estacionamento”, informou.
Outra reponsabilidade dos jovens mirandeses foi a contratação dos grupos musicais e o providenciar das refeições e do alojamento dos artistas.
“Procuramos prestar um serviço de qualidade, de modo a que os grupos musicais convidados se sintam bem acolhidos e queiram voltar mais vezes a Miranda do Douro”, indicou.
Este ano, o festival Geada, conta na sua programação com a participação de vários grupos, com destaque para os Kumpani Algazarra, Pé na Terra, Loba Galharda, Zíngarus, Porbatuka, Gaiteiros Sabor Artes, Músicas da Raya, Gaiteiros Strelibeta, Beche i Chiba e vários grupos de Pauliteiros e Gaiteiros da Terra de Miranda.
Outra tarefa a que os jovens mirandeses deram muita importância na organização do XII Festival Geada foi a comunicação e a divulgação do evento. Para tal fizeram uso das redes sociais e recorreram aos meios de comunicação social, regionais, nacionais e espanhóis.
Feita esta divulgação, de 29 a 31 de dezembro são esperados muitos visitantes no festival, vindos dos grandes centros como Porto e Lisboa, mas também dos concelhos vizinhos de Mogadouro, Vimioso, Bragança e da vizinha Espanha.
“No recinto do festival, o público vai ter a oportunidade de percorrer a “Buolta a las Adegas”, para degustar os sabores da gastronomia mirandesa, típicos desta altura do ano, como são as chouriças assadas, as alheiras, os chichos, o bulho com cascas e os ex-líbris da posta mirandesa e do cordeiro mirandês”, informou.
De acordo com a organização, ao longo dos três dias do evento as ruas da zona histórica de Miranda do Douro, vão ter animação constante, ao ritmo das gaitas-de-foles, das caixas, dos bombos e também de novas sonoridades.
O bilhete de entrada para os três dias do festival tem um custo de 5 euros, sendo que os associados da ARJM pagam três euros.
Este festival é organizado pela Associação Recreativa da Juventude Mirandesa (A.R.J.M.) e conta com os apoios do município e da freguesia de Miranda do Douro, e de diversas entidades locais, associações, empresas e agentes culturais regionais e nacionais.
De acordo com a presidente do Município de Miranda do Douro, Helena Barril, a ARJM tem desenvolvido um trabalho assinalável na dinamização de várias atividades culturais, recreativas e desportivas na cidade e no concelho de Miranda do Douro.
Por sua vez, Ricardo Dias, afirmou que perante o despovoamento que também afeta o concelho de Miranda do Douro, a missão da ARJM é agir contra o êxodo demográfico.
“Para tal, promovemos atividades e eventos que envolvam a participação dos jovens, incutam neles o gosto pela sua terra e assim se sintam participantes no desenvolvimento de Miranda do Douro”, afirmou.
“Neste ritual celebra-se o fim do ano velho, fazendo alusão ao fim da escuridão dos dias, para dar lugar ao regresso da luz, com o crescimento dos dias e o renascer da vida na natureza”, concluiu.
HA