Miranda do Douro: Merc@do de Sabores e Saberes Mirandeses está online
Está a decorrer de 14 de fevereiro a 14 de março a XXIII edição do Festival de Sabores Mirandeses, através da plataforma online, com o objetivo de divulgar e comercializar a excelência dos produtos alimentares e do artesanato do concelho de Miranda do Douro.
Através da plataforma digital “Merc@do de Sabores e Saberes Mirandeses” é possivel encomendar a saborosa Bola Doce Mirandesa, mas também os roscos, o Folar, enchidos como as alheiras, as chouriças, os salpicões, o chabiano doce e o butelo com as cascas.
De muita qualidade é também o azeite e a azeitona de mesa, o vinho, os vários licores e aguardentes, frutos secos como a castanha, a noz, amêndoa e a avelã.
Também há leguminosas. E de excelente qualidade é o mel e o pólen que as abelhas produzem nas terras de Miranda.
Para além dos produtos alimentares, neste mercado online também pode adquirir peças do artesanato local, como são as conhecidas navalhas, facas e canivetes de Palaçoulo.
Os artesãos locais também fabricam peças em madeira como mesas, cabides e molduras. Há peças decorativas e religiosas. E dado que Miranda do Douro é um concelho onde a música tradicional está muito presente, há artesãos que fabricam os instrumentos musicais.
Para além da música, muito conhecida é também a arte de trabalhar o burel e fabricar peças de vestuário, malas, colchas e claro a tradicional Capa d’honras mirandesa.
Para conhecer melhor todos estes produtos faça uma visita ao mercado online dos Sabores e Saberes Mirandeses: https://mercadosaboresesaberesmirandeses.pt/
A organização informa que as compras superiores a 15€ beneficiam do porte de envio gratuito, sendo que os custos de envio das encomendas registadas através da plataforma de comércio online, são suportados pela autarquia de Miranda do Douro.
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Saberes e Sabores Mirandeses: A artesã Maria Suzana de Castro
Maria Suzana de Castro aprendeu a arte da costura com a mãe. Naquele tempo, cabia às mulheres o trabalho de confeccionar as ceroulas, as camisas, os aventais, enfim, as peças de vestuário para os membros da família. Com a evolução do vestuário dedicou-se, juntamente com as filhas Sandra e Lipoldina, à manufatura de trajes tradicionais como as Capas de Honra Mirandesas, os coletes e camisas para os pauliteiros ou as elegantes capas e malas para senhora.
O jeito e gosto pela costura, fez com que esta arte seja o seu trabalho ao longo da vida. Fez peças de vestuário de todo o tipo: vestidos de batizado, de comunhão, de casamentos e até para funerais.
Fruto desta grande dedicação à arte da costura, Maria Suzana de Castro é hoje reconhecida, nacional e internacionalmente, pela qualidade dos seus trabalhos, em tecidos de burel (ou pardo) e surrobeco.
Enquanto o surrobeco é um tecido mais recente e industrial – usa a lã e incorpora também outros materiais sintéticos – que é usado para fabricar, por exemplo, os capotes alentejanos e as samarras.
Por seu lado, o burel é um tecido – de pura lã de ovelha – que antigamente era muito usado para fazer as capas d’honra, os capotes, os coletes e as calças dos homens, os saiotes das mulheres e até as mantas para os trabalhos agrícolas.
Entre todos estas peças de vestuário, a Capa de Honras Mirandesa é a mais emblemática da alfaiataria tradicional. Antigamente, estas peças – de pura lã de ovelha – eram feitas unicamente pelos afaiates e demoravam cerca de 60 dias a coser à mão. Hoje em dia, com a ajuda das filhas, Maria Suzana de Castro, faz uma capa d´honras mirandesa em 10 dias.
Bem a propósito deste traje tradicional, no próximo dia 26 de abril, o município de Miranda do Douro vai voltar a promover o evento “Exaltação da Capa de Honras Mirandesa”, para assinalar que esta indumentária é um ícone da identidade da Terra de Miranda.
Maria Suzana de Castro e as filhas, inspiradas pela manufatura da Capa d’honras Mirandesa e pela técnica dos “picados”, inovaram e criaram outras peças em burel, como malas de senhora, as mochilas, os coletes e as camisas de linho tradicionais dos pauliteiros, as modernas capas de senhora e muitos outros artigos.
“Aplicámos o saber da costura e aventurámo-nos a criar outras peças e artigos”, disse.
A qualidade do seu trabalho é de tal modo reconhecida, que as pessoas procuram as suas lojas, em Sendim e em Miranda do Douro, para comprar a singularidade das suas peças. Para além destes espaços comerciais, Maria Suzana de Castro também participa regularmente em todas as feiras de artesanato do país.
“Hoje em dia, é motivo de muita satisfação verificar que os nossos trabalhos estão não só em Portugal, mas também em países como Itália, França, Inglaterra, etc”.
Este ano, dada a impossibilidade de realizar presencialmente o Mercado de Sabores e Saberes Mirandeses, poderá conhecer o trabalho de Maria Suzana de Castro e de outros artesãos, produtores e comerciantes do concelho de Miranda do Douro, através da plataforma online: