IV Domingo Da Páscoa | Domingo do Bom Pastor | Último Dia da Semana de Oração pelas Vocações

Dar a vida

At 4, 8-12 / Slm 117 (118), 1.8-9.21-23.26.28cd-29 / 1 Jo 3, 1-2 / Jo 10, 11-18

Hoje a Igreja celebra o Domingo do Bom Pastor. Qual será a principal caraterística de um bom pastor? Será guiar as ovelhas aos melhores pastos e ribeiros, dando-lhes de comer e beber? Estar atento à sua saúde e levá-las ao veterinário? Garantir que o rebanho tem um lugar abrigado e asseado para passar as noites?

Tudo isto é adequado, mas um bom pastor é algo mais. Reparem como a resposta de Jesus no Evangelho de hoje nos leva bem mais longe: «o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas». Mais do que oferecer condições e cuidados, Jesus coloca no centro a disponibilidade para oferecer a própria vida.

Jesus é o Bom Pastor e mostra-nos qual o caminho a seguir: vivermos ao seu estilo, como pastores que dão a vida e não ordens; mais disponíveis para pegar as ovelhas ao colo do que para as ameaçar com o cajado; pastores que entram pela porta, anunciando assim a sua chegada e disponibilidade, e não pela janela, como um ladrão que vem para saquear. E tudo isto conscientes de que há ovelhas que ainda estão fora do redil, situação que os preocupa e os leva a regressar aos caminhos.

A preocupação com os que estão longe da fé é provavelmente das mais incompreendidas nos dias de hoje. Fazemos ouvidos moucos ao pedido incessante de Jesus a deixar o conforto da casa e ir pelo mundo anunciar o Evangelho. Convencemo-nos – ou deixámo-nos convencer – de que a fé é algo pessoal, que pertence à esfera privada, que pode incomodar outros e que, por isso mesmo, só pode ser vivida discretamente. Perdemos, desta forma, uma dimensão essencial do Evangelho: a de que este é uma alegria para todos e de que, sem Cristo, sem os sacramentos, poderão continuar a existir muitas mulheres e homens de boa vontade, mas não santos. E o mundo, mais do que de boas pessoas, precisa de santos.

Neste último dia da semana de oração pelas vocações, Domingo do Bom Pastor, perguntemo-nos o que podemos fazer nas nossas comunidades. Talvez faça falta renovar a equipa de catequistas, de leitores ou o coro. Pode ser que haja necessidade de criar um grupo de leitura da Bíblia, de universitários ou de jovens profissionais. Ou de visitadores, que saiam à procura daqueles que estão mais sós ou dos que há muito que não vemos nas nossas Eucaristias.

Abandonemos o redil da nossa comodidade e regressemos com novos membros à nossa comunidade. Não deixemos que se apague o fogo da Páscoa em nós. Peçamos ao Bom Pastor que nos aponte o caminho e lancemo-nos nele com entusiasmo, disponíveis para oferecer a própria vida.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

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