Miranda do Douro: Encontro ibérico de raças autóctones
A Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA) e o município de Miranda do Douro vão promover a 5 de setembro, um encontro ibérico de raças autóctones, para demonstrar a utilidade e o potencial genético destes animais.
“O Encontro pretende promover o diálogo e a reflexão sobre o presente e o futuro das raças autóctones ibéricas e dar a conhecer as suas mais diversas utilidades na preservação meio ambiente e da biodiversidade, numa altura em alterações climáticas são uma realidade, dado que este animais têm um papel importante prevenção de incêndios florestais ou na organização da agricultura”, disse o secretario técnico da Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino (AEPGA), Miguel Nóvoa.
De acordo com o especialista em gado asinino, no distrito de Bragança pretende-se igualmente que este seja um evento que potenciem o desenvolvimento de atividades e projetos de investigação e desenvolvimento, através da colaboração e da criação de sinergias entre a comunidade local e académica e os vários grupos de interesse externos, nomeadamente empresas e outras entidades públicas e privadas.
“Para além do burro mirandês, pretendemos associar a este evento raças autóctones de bovinos ou ovinos para se perceber como este património genético pode ajudar de uma forma mais sustentada na gestão de habitats prioritários e de alguma forma se poder estabelecer pontes e redes de trabalho”, explicou Miguel Nóvoa.
O também veterinário acrescentou que este encontro visa lançar as bases para se construir projetos que possam ser financiados pela União Europeia e pelo Governo para se demonstrar de forma prática a evidência de que as raças autóctones têm um papel a desenvolver no futuro.
“Atendendo a que quase todas estas raças se encontram atualmente ameaçadas de extinção, fruto da sua substituição por raças mais produtivas e mais eficazes na resposta aos alimentos concentrados e da introdução e expansão da mecanização agrícola, acreditamos enquanto impulsionadores deste encontro que estas raças desempenham um papel importantíssimo na economia nacional, regional e local”, indicou Miguel Nóvoa.
Estes animais, na opinião dos especialistas envolvidos neste encontro, devem ser encarados como “uma salvaguarda de uma diversidade genética” e não apenas produtores de carne, lã ou leite com os seus derivados de qualidade reconhecida através da chancela de Dominação de Origem Protegida (DOP).
Fonte: Lusa