XI Domingo do Tempo Comum
«Senhor, aqui estou. Onde queres que eu vá?»
Ex 19, 2-6a | Slm 99 (100), 2.3.5 / Rom 5, 6-11 / Mt 9, 36 – 10, 8
Como vai o mundo? Quando paramos um instante e olhamos as pessoas à nossa volta, o que vemos? Basta entrar num autocarro ou num café, parar um pouco numa praça ou simplesmente assomar a uma janela… haverá rostos mais tristes do que aqueles que cruzam as nossas cidades?
Podemos afirmar, com alguma segurança, que em países como a Ucrânia ou num campo de refugiados em África, que na Venezuela ou num qualquer recanto da Ásia encontraremos rostos ainda mais tristes. Talvez seja verdade. Mas isso não nos deve impedir de reconhecer a tristeza que parece dominar as vidas dos que nos rodeiam.
O atual momento de desesperança generalizada tem de mexer connosco e levar-nos a dizer ao Senhor: «Senhor, aqui estou. Onde queres que eu vá?». O Senhor precisa de nós. Ele conta connosco.
Onde é que Ele nos está a chamar? Que pessoa devemos visitar? A quem devemos ligar? Com quem é que poderíamos estar a rezar? Quem tem de estar nas nossas orações? Com quem é que deveríamos partilhar mesa mais vezes?
O mundo está a precisar de silenciosos operários da cruz, de pessoas sem receio de tocar a dor, o sofrimento, a solidão de outros. E isto não como quem resolve problemas, mas como quem, com compaixão, partilha caminho com o outro.
Não nos desculpemos com a ausência de forças: saltemos do sofá movidos por Deus. Aprendamos a caminhar com as nossas inseguranças e procuremos estar ao lado dos outros na sua paixão.
É para acompanhar o outro que fomos chamados. É para construir e anunciar o Reino que fomos escolhidos. Foi esta a aventura que começou no nosso Batismo. É para ser enviados que somos chamados.