Vimioso: Apicultores recebem formação sobre combate à vespa velutina

No serão do dia 15 de junho, no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, foi ministrada uma sessão de esclarecimentos aos apicultores do concelho sobre a vespa velutina, uma espécie invasora que se alimenta de abelhas e que causa graves prejuízos ao setor apícola.

A sessão de esclarecimento realizada em Vimioso insere-se no âmbito do plano estratégico de gestão definido pela Comunidade Intermunicipal – Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT) e contou com a participação do presidente desta entidade, o autarca, Jorge Fidalgo.

Na abertura da sessão, o também presidente do município de Vimioso, apelou aos apicultores do concelho para que se organizem numa associação local, de modo a beneficiarem de apoios municipais e comunitários.

“Temos conhecimento de que os apicultores têm sido muito prejudicados com as alterações climáticas, com a seca e agora com a praga das vespas velutinas que se alimentam de abelhas. Sabemos também da importância das abelhas para a natureza, pois são os principais polinizadores”, disse.

De seguida, Carlos Ruas, da Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho informou que estas sessões visam informar as comunidades e em particular, os apicultores, sobre esta espécie invasora, que é oriunda do sudeste asiático e foi introduzida na Europa (França) em 2004, tendo depois chegado ao norte de Portugal em 2011.

“A nível europeu foi definida uma estratégia de combate à propagação da vespa velutina ou asiática, que difere na vespa crabro, por ser mais escura. Como as demais espécies  de vespas, reage de forma agressiva, se perturbada, sendo ainda mais reativa se se encontrar nas proximidades do ninho, pelo que não deve ser perturbada, exceto por profissionais qualificados”, informou.

Dirigindo-se aos apicultores presentes na sessão, em Vimioso, Carlos Ruas, sublinhou a importância de colocar armadilhas nos apiários, sobretudo nos meses de fevereio e março, de modo a evitar a propagação desta espécie que se alimenta de abelhas.

“As vespas velutinas causam desiquilíbrios ambientais ao reduzirem significativamente o número de abelhas”, explicou.

Ainda sobre os impactos na apicultura, o membro da Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho, indicou que esta espécie invasora provoca vários prejuízos, entre os quais: a morte prematura das abelhas e a consequente redução dos enxames; perdas da rainha; o aumento dos custos para os apicultores com a aquisição de armadilhas e outros equipamentos; uma quebra da produção de mel na ordem dos 25%.

Para apoiar os apicultores, a CIM-TT definiu uma estratégia de atuação, que consiste na aquisição de equipamentos para o controlo desta praga e destruição dos ninhos da vespa asiática.

“A CIM-TT distribuiu quatro mil armadilhas pelos apicultores dos nove municípios”, informou.

Simultaneamente, são realizadas ações de esclarecimento junto das populações, para a adoção de boas práticas. Entre estas práticas, recomenda-se a comunicação imediata à proteção civil dos municípios, sobre o aparecimento de ninhos nas localidades.

De acordo com Francisco Bruçó, do serviço municipal de proteção civil de Vimioso, até ao momento, no concelho vimiosense foram identificados três ninhos de vespa asiática, dois em Matela e um em Santulhão.

Segundo a Associação dos Apicultores do Parque Natural de Montesinho, é no litoral que ocorre o maior aparecimento de ninhos de vespa velutina, dado que esta espécie prefere temperaturas mais amenas.

No município de Vimioso, para comunicar a detecção de ninhos de vespa velutina
contacte a Proteção Civil Municipal através do número
966747403 ou aceda ao site STOP vespa.

HA

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