Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo

Eu sou o pão vivo descido do Céu

Deut 8, 2-3.14b-16a / Slm 147, 12-15.19-20 / 1 Cor 10, 16-17 / Jo 6, 51-58

Sem a Eucaristia, morreríamos de fome. Nas vésperas de voltar ao Pai, Cristo escolheu uma forma simples – mas que aponta às necessidades básicas – de se manter entre nós: pão e vinho tornam-se o seu Corpo e Sangue, alimento e alegria, tudo para ser vivido e partilhado com outros à volta da mesa.

O Senhor deseja ficar entre nós da forma mais divina: aquele que é maior que o Universo está todo inteiro num pequeno pedaço de pão. Estarei eu inteiro nos meus dias? Ando eu ainda à procura de ocupar todos os lugares, todas as posições, todo o espaço à minha volta?

O nosso Deus não se impõe, tem uma presença suave, e a sua forma de habitar é marcada pela discrição e disponibilidade. Ele está sempre presente, ainda que discreto, e espera, com paciência, pelo momento em que desejamos estar com Ele. Ele sacrifica-se por nós, colocando-se à nossa disposição. Sacrifício! Haverá palavra tão pouco apreciada e tão mal vivida como esta, hoje em dia?

Falamos muito de amor, mas quase nada de sacrifício. Mas será possível amar sem sacrificar? Podemos dar-nos sem perder algo? E quando nos dispomos a perder, será que o estamos a viver bem? Será que o oferecemos verdadeiramente a Deus ou só o fazemos na esperança de que este gesto entre numa contabilidade divina que nos faça alcançar um lote extraordinário de perdão ou de graças?

Precisamos de conviver mais vezes com o pão vivo descido do Céu. Precisamos de nos colocar diante dele para aprendermos dele. Sim, somente o oferecimento, o sacrifício, a disponibilidade amorosa para dar vida no Espírito Santo permitem a santificação do mundo. Mas é necessária esta relação com o Pai no Espírito, que nos indica onde devemos ir. Este é o sacrifício maior: disponibilidade para a escuta do Espírito. E, escutando-o, sermos discretos na forma como o seguimos, tão omnipresentes e discretos como o pão e o vinho nas nossas casas, como Jesus sacramentado no sacrário.

Paremos um pouco diante de Jesus, que se oferece nos altares. Peçamos a graça de, como Ele, sermos fonte de vida, oferecendo-nos discretamente no seu serviço.

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

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