Agricultura: Amendoal, olival e sobreiros em risco com a seca
A Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais (APATA), sedeada em Mogadouro, avançou que as culturas do amendoal, olival e sobreiro estão “ameaçadas” na região transmontana e duriense devido à seca, prevendo quebras acentuadas nestas produções.
“O impacto da seca no amendoal transmontano começa a ser preocupante, porque o miolo da amêndoa não se forma, devido à falta de água. Se continuarmos com falta de chuva, as quebras poderão ultrapassar mais de 50% da produção estimada e pelo segundo ano consecutivo”, disse o presidente da APATA, Armando Pacheco.
“Os prejuízos no setor do amendoal na região transmontana são significativos e deverão ultrapassar os dois milhões de euros com as quebras previstas de mais 50% da produção. Tudo isto, a somar aos custos dos fatores de produção, poderá colocar em causa novas plantações deste tipo de fruto seco”, avançou Armando Pacheco.
O dirigente agrícola prevê, igualmente, quebras na produção de azeitona, já que o olival atravessa uma fase de fim de floração e as perspetivas de produção também não são animadoras, tendo em conta que não choveu o suficiente durante este período.
Armando Pacheco alertou ainda que retirar cortiça dos sobreiros nesta altura de calor e falta de água, poderá “levar à morte da árvore, sendo esta uma espécie que muito contribuiu para a economia regional e nacional”.
“Se um sobreiro morrer, haverá que plantar outros, o que pode levar cerca de 30 anos para produzirem cortiça para obter novamente o rendimento da exploração. Depois há outro problema que se coloca: se não se retirar a cortiça à árvore, o produtor tem falta de rendimento, bastante significativo tendo em conta o número de árvores no sobreiral”, acrescentou Armando Pacheco.
Segundo o dirigente, se este ano não houver condições para a retirada de cortiça, será mais uma perda de rendimentos para os produtores desta matéria-prima.
O Ministério da Agricultura e da Alimentação, tutelado por Maria do Céu Antunes, reconheceu a 8 de maio, a situação de seca severa e extrema em cerca de 40% do território nacional.
Fonte: Lusa