Vimioso: “O Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum (PEPAC) 2023-2027 é muito burocrático” – Daniel Ramos

Em Vimioso, realizou-se esta quarta-feira, dia 25 de janeiro, uma sessão de esclarecimento sobre as medidas do novo Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), para o período 2023-2027, tendo o engenheiro agrónomo da Copanordeste, Daniel Ramos, descrito as novas medidas como “muito burocráticas”.

A sessão foi organizada pela Confagri – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e decorreu no auditório da Casa da Cultura, em Vimioso, onde estiveram presentes cerca de uma centena de agricultores de todo o concelho.

Os esclarecimentos sobre o novo plano estratégico da Política Agrícola Comum, foram prestados por Pedro Pinto, do departamento técnico da Confagri, que adiantou que as ajudas europeias ao setor agrícola têm um valor de 6712,9 milhões de euros, a aplicar entre janeiro de 2023 e dezembro de 2027 (os apoios podem ser estendidos até 2029).

“Esse valor será dividido entre o 1.º Pilar (apoios ao rendimento), com 3859,5 milhões de euros, que representa 57,5% do total, cabendo ao 2.º Pilar (apoios ao investimento) 2853,4 milhões, ou seja, 42,5% do total das ajudas”, explicou.

Segundo o técnico da Confagri “o novo PEPAC introduz também medidas no pilar social, enquanto reforça a componente ambiental, no sentido de procurar promover um setor agrícola europeu mais sustentável, resiliente e modernizado”.

Mas nem tudo é positivo. De acordo com o engenheiro, Daniel Ramos, da delegação da Copadonordeste, em Vimioso, o novo plano estratégico da Política Agrícola Comum traz uma maior burocracia.

“O PEPAC traz muitas medidas de apoio novas, com condicionantes. Os valores são mais reduzidos, com a possibilidade de serem acumuláveis. Na minha perspectiva é um quadro muito burocrático”, disse.

Segundo Daniel Ramos, o aumento do número de medidas e a redução dos valores de apoio ao setor agrícola faz antever que nos próximos anos, haja uma redução das ajudas aos agricultores no nordeste transmontano.

O jovem engenheiro lembrou que a agricultura na região assenta sobretudo no regime de minifúndio, com áreas pequenas e culturas de sequeiro.

“Este novo quadro comunitário traz novidades e melhorias sim, mas para as culturas de regadio e não para o sequeiro que caraterizam a nossa região”, indicou.

Ainda assim, na área da agricultura biológica, por exemplo, o PEPAC apoia as culturas dos frutos frescos, como são os casos do medronheiro e do marmeleiro, que podem ter algum potencial produtivo no nordeste transmontano.


A sessão de esclarecimento sobre o PEPAC 2023-2027 decorreu no auditório da Casa da Cultura, em Vimioso.

HA

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