História: A importância estratégica do castelo de Algoso

Algoso é a aldeia mais a sul do concelho de Vimioso. O castelo do século XII é a sua principal atração, tendo sido construído a uma altitude de 681 metros, num lugar deslumbrante e a partir do qual se avista quase todo o nordeste transmontano.




A história do castelo de Algoso remonta ao século XII, ainda durante o reinado de Afonso Henriques e portanto está ligado à fundação de Portugal. Segundo as Inquirições de 1258, o castelo terá sido construído por Mendo Rufino e posteriormente foi cedido a D. Sancho I em troca da vizinha povoação de Vimioso. O texto das inquirições acrescenta que na sequência dessa permuta, o castelo de Algoso foi elevado pelo rei à condição de “cabeça” da Terra de Miranda.

Naquele tempo, o representante do rei que arrecadava os direitos reais residia em Algoso, localidade central na então designada Terra de Miranda.

Na Idade Média, a denominação “Terra”, significava distrito administrativo, militar e judicial.

A designação medieval “Terra de Miranda” referia-se a um território que corresponderia ao espaço geográfico entre os rios Sabor e Douro.

Para se ter uma ideia, atualmente o território da Terra de Miranda ocuparia a área dos concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Vimioso, parte de Bragança e de Freixo de Espada à Cinta.

Pensa-se que o papel que o castelo de Algoso passou então a deter na organização administrativa e militar da região o tenha convertido num alvo. Por essa razão, em 1212, durante a guerra civil entre Afonso II e as suas irmãs Teresa e Sancha, o castelo de Algoso foi um dos que foi atacado e conquistado por Afonso IX de Leão, aliado das Infantas.

Em 1224, já no reinado de Sancho II, o castelo de Algoso foi entregue pelo rei à Ordem do Hospital, instituição nascida da Síria e Palestina, em finais do século XI.

Devido à sua importância estratégica, durante o reinado de D. Dinis (1279-1325), o castelo de Algoso recebeu importantes obras de melhoramento. Estas obras fizeram do castelo aquilo que é hoje: um pequeno perímetro amuralhado de planta irregular, com três torres, sendo que a torre de menagem ou principal tem uma base hexagonal.

O texto das inquirições acrescenta que o castelo de Algoso foi elevado pelo rei à condição de “cabeça” da Terra de Miranda.

A fortaleza apresenta apenas uma porta a que se acede por uma escadaria talhada na rocha na face norte da torre. Por se localizar numa zona onde não existiam fontes de água, o castelo estava equipado com duas cisternas, das quais ainda subsistem alguns vestígios.

Em articulação com os castelos de Penas Roias, Mogadouro, Outeiro e Miranda, o castelo de Algoso tinha uma importância estratégica na vigilância e defesa no nordeste transmontano. Recorde-se que no início da nacionalidade, esta fronteira era motivo de constante conflito e de batalhas.

Bem próximo da fronteira localiza-se a vila espanhola de Alcanices, onde a 12 de setembro de 1297 foi assinado um tratado de paz, pelo rei D. Dinis e pelo rei de Leão e Castela, Fernando IV, definindo a fronteira que ainda hoje existe entre Portugal e Espanha. Por esta razão, se diz que a fronteira terrestre luso-espanhola é a mais antiga da Europa.

Em articulação com os castelos de Penas Roias, Mogadouro, Outeiro e Miranda, o castelo de Algoso tinha uma importância estratégica na vigilância e defesa no nordeste transmontano.

Segundo reza a história, Algoso foi vila e sede de concelho, tendo recebido foral de D. Afonso V, em 1480. Contudo, em 1855, procedeu-se à extinção do concelho de Algoso, para fazer parte do atual concelho de Vimioso.

Em Algoso, para além da visita ao castelo e ao centro de interpretação, também é possível ver o pelourinho, o antigo edifício da Câmara Municipal (muito bem conservado por sinal!), a ponte romana sobre o rio Angueira e a fonte santa na capela de São João Batista.

Diz o povo que a fonte terá sido construída pelos romanos para descanso dos peregrinos que iam a caminho de Santiago de Compostela. Nas suas longas caminhadas, muitos peregrinos repousavam os pés na água e passaram a designá-la de Fonte Santa.

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A fonte Santa localiza-se junto à Capela de São João Batista, em Algoso.

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