Vimioso: Exposição “155 anos da Escola Conde Ferreira”

Por ocasião dos 155 anos da construção da Escola Conde Ferreira, em Vimioso, foi inaugurada no dia 4 de junho, a exposição “(Trans)formar a escola em arquivo”, uma mostra que permite conhecer a história do benemérito Joaquim Ferreira dos Santos, que financiou a construção deste antigo estabelecimento de ensino, que em 2013 foi transformado no atual e moderno arquivo municipal.

No panfleto alusivo à exposição, o município de Vimioso recorda que o benemérito Conde Ferreira (1782-1866) legou parte da sua fortuna para a construção de Escolas de Instrução Primária.

“Convencido de que a instrução pública é um elemento essencial para o bem da sociedade, quero que os meus testamenteiros mandem construir e mobiliar cento e vinte casas de escolas primárias de ambos os sexos nas terras que forem cabeças de concelho, sendo todas por uma mesma planta e com acomodações para vivenda do professor, não excedendo a o custo da casa e mobília a quantia de 1.200$000 réis: e pronta que esteja a casa, será a mesma entregue à Junta da Paróquia em que for construída.” – Testamento de Joaquim Ferreira dos Santos, Conde de Ferreira, lavrado no dia 15 de março de 1866.

Na vila de Vimioso, a Escola Conde Ferreira foi edificada no local do antigo Castelo e ficou concluída no ano de 1869. Funcionou ao longo de 105 anos como escola de instrução primária, até ao ano de 1974.

Em 2013, após obras de requalificação a antiga escola abriu portas como Arquivo Municipal.

A exposição “(Trans)formar a escola em arquivo” pode ser visitada até 31 de agosto.

O Conde Ferreira

Joaquim Ferreira dos Santos nasceu a 4 de outubro de 1782, no lugar de Vila Meã, atual lugar de Azevedo, na freguesia de Campanhã. Foi o quinto filho de um casal de lavradores. 

Embarcou jovem para o Rio de Janeiro, onde se dedicou à atividade de comerciante. Casou com Severa Lastra, de nacionalidade argentina e de enorme fortuna. Estendeu a atividade comercial para a Argentina, América Central e, por último, África, mais propriamente para Angola.

Em 1832 regressou a Portugal, instalando-se, definitivamente, no Porto. Desde aqui, dinamiza operações comerciais com o Rio de Janeiro. 

Após a sua morte, a 24 de março de 1866, e sem descendência, torna-se benemérito nacional. No testamento destinou dinheiro para a criação de 120 escolas espalhadas pelo país, com uma particularidade, em termos arquitetónicos: o projeto tinha de incluir, para além da escola, a construção de uma casa anexa para o professor viver. 

HA

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