Vimioso: Autarcas transmontanos reclamam mais meios para prevenir incêndios

Esta quarta-feira, dia 10 de setembro, os autarcas da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) reuniram-se em Vimioso, tendo o presidente, Pedro Lima, adiantado que os nove municípios pretendem mais meios financeiros para implementar planos de prevenção de incêndios.

A reunião dos autarcas transmontanos decorreu no auditório do pavilhão multiusos, em Vimioso, onde o presidente da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), Pedro Lima, explicou que estas reuniões são mensais.

“Os autarcas dos nove concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais reuném-se mensalmente. As reuniões são rotativas, ou seja, acontecem em todos os nove concelhos, sendo um ótimo exemplo de descentralização e de promoção de cada município”, começou por dizer.

O tema em destaque da reunião foram os incêndios que devastaram floresta, propriedades e bens em alguns concelhos da CIM-TTM. A reunião em Vimioso contou com a presença da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte (CCDR-N), que quis auscultar os autarcas sobre os prejuízos causados pelos incêndios nas explorações agrícolas afetadas.

“Na reunião os vários municípios da CIM-TTM expressaram determinação em fazer mais na área da prevenção dos fogos florestais. Para que isso aconteça, é necessário que os municípios participem na definição do plano de prevenção e na obtenção de meios financeiros para o implementar. Queremos apostar mais na prevenção, para aliviar o combate aos incêndios”, afirmou o também autarca de Vila Flor, Pedro Lima.

Questionado sobre outros grandes desafios do nordeste transmontano, Pedro Lima, referiu que de um modo geral, os municípios enfrentam as mesmas dificuldades como o despovoamento, a falta de quadros qualificados e a dificuldade em fixar a população jovem.

“No âmbito da agricultura, os municípios do nordeste transmontano estão a realizar diligências junto do governo para desenvolver projetos no aproveitamento da água para fins agrícolas. Há um investimento de 400 milhões de euros, a ser aplicados em vários anos, que faz parte da estratégia nacional ‘Água que Une’ e que visa desenvolver o setor agrícola nos vários concelhos”, indicou.

Ainda no setor agrícola e pecuário, Pedro Lima, recordou que a Comunidade Intermunicipal está a desenvolver a marca Trás-os-Montes, que conta atualmente com mais de 300 produtos endógenos desta região.

“Os produtos regionais como o azeite, cabrito transmontano, cordeiro mirandês, enchidos, compotas e frutos, mel, pão e doces, queijos, vinhos e outros produtos não alimentares são o que de melhor caracteriza a região de Trás-os-Montes”, destacou.

Para enfrentar a dificuldade em fixar os jovens na região, o presidende do município de Vila Flor, referiu que cada um dos nove municípios da CIM-TTM procura implementar outras medidas como a atribuição de bolsas universitárias, habitação acessível e outros apoios.

“Para incentivar e apoiar os jovens a enveredar pela atividade agropecuária em Trás-os-Montes estamos em conversações com a Associação Portuguesa de Jovens Agricultores, para criar a figura do Jovem Empresário Agrícola. Com esta medida pretende-se que facilitar e apoiar o investimento para iniciar a atividade agrícola”, disse.

No âmbito dos transportes e da mobilidade, o autarca de Vila Flor referiu-se ao projeto comum do sistema de transportes públicos, regulares e flexíveis, assegurado por 90 autocarros.

“Dadas as longas distâncias entre os nove concelhos da CIM-TTM e a diminuição de utentes nos transportes públicos, desenhamos uma resposta inclusiva, para que as pessoas tenham acesso a transportes públicos dentro do território da CIM-TTM”, indicou.

Os nove municípios das Terras de Trás-os-Montes situam-se no nordeste transmontano e abrangem uma área de cerca de 5538 km2.

HA

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