Sociedade: Metade dos pensionistas por velhice com reforma abaixo dos 462 euros
Em 2024, metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.

De acordo com a análise aos microdados da Segurança Social referentes a 2024, feita pelos economistas do banco central, há “uma dispersão elevada”, com metade dos pensionistas de velhice do regime geral a receber menos de 462 euros e 5% a receber mais de 1.685 euros.
“A proximidade entre a pensão média e o percentil 75 revela que a maioria dos pensionistas aufere valores significativamente inferiores à média, refletindo uma distribuição assimétrica e concentrada em níveis baixos”, assinala o texto elaborado por Cláudia Braz, Sharmin Sazedj e Lara Wemans e que constará no Boletim Económico deste mês.
A análise debruçou-se ainda sobre as diferenças entre os géneros, apontando que nas mulheres há menor variabilidade e situam-se, em média, em níveis inferiores.
No total, havia 2,5 milhões de pensionistas de velhice dos regimes públicos, dos quais dois milhões pertencem ao sistema de Segurança Social e 440 mil à Caixa Geral de Aposentações (CGA).
Em 2024, a idade média dos pensionistas era de 75 anos, sendo a das mulheres superior à dos homens em 15 meses, “refletindo uma esperança média de vida superior”.
Em 2024, a pensão de velhice média para mulheres foi de 490 euros, contra 812 euros para homens. A diferença, em cerca de 40%, desce para 28% quando é considerada a soma das pensões de velhice e de sobrevivência.
Separando por grupo etário, as pensões médias mais baixas ocorrem nas faixas etárias mais elevadas, com os pensionistas com menos de 65 anos a terem uma pensão média próxima de 770 euros e que recua até aos 537 euros dos pensionistas com mais de 80 anos.
“Este perfil deverá estar associado ao aumento da duração das carreiras contributivas e dos rendimentos declarados dos novos pensionistas”, assinala o texto do boletim.
Os dados apontam ainda que em 2024, entre todos os pensionistas de velhice, 40% – ou 804 mil pessoas – encontravam-se a receber a pensão mínima, um indicador calculado em função do número de anos calculados.
A análise aponta ainda que o diferencial de género tem diminuído de forma gradual nos últimos anos, embora ainda haja uma diferença entre homens e mulheres, não só pelo estreitamento das diferenças salariais, mas também pelo aumento da participação feminina no mercado de trabalho e pelo aumento das carreiras contributivas, segundo as autoras.
Fonte: Lusa | Foto: Flickr