Sociedade: Há 1,5 milhões milhões de estrangeiros em Portugal
No final de 2024, o número de cidadãos estrangeiros a residir em Portugal chegou aos 1,5 milhões de pessoas registadas, ou seja quadruplicou em sete anos, sendo que os brasileiros são a principal comunidade estrangeira residente em Portugal, com uma representação de 31,4% do total, seguida dos indianos com 98.616 pessoas, angolanos (6,9%) e ucranianos (5,9%).

De acordo com o Relatório Migração e Asilo 2024, no final de dezembro de 2024, residiam em Portugal 1.543.697 cidadãos estrangeiros.
Comparativamente ao final de 2017, quando viviam em Portugal 421.802 cidadãos estrangeiros, o número quase quadruplicou, e também subiu cerca de 240 mil face a 2023.
A esmagadora maioria (71%) tem autorização de residência e foram já atendidos pela Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes da AIMA 286.302 cidadãos, relativamente a manifestações de interesse pendentes e que aguardavam a obtenção de autorização de residência.
O documento menciona ainda 61.242 beneficiários de proteção temporária, 7.517 com autorização de residência da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) caducada que já foram atendidos pela Estrutura de Missão e 125 pessoas reconhecidas em território nacional com visto de longa duração que manifestaram a intenção de permanecer mais tempo em território nacional.
“A nacionalidade brasileira continua a ser a principal comunidade estrangeira residente, representando 31,4% do total”, acrescenta o relatório. No ano passado, a nacionalidade indiana tornou-se a segunda mais representada (7,4%), seguida da angolana (6,9%) e da ucraniana (5,9%). Em termos de grupos regionais, os maiores aumentos ocorreram entre cidadãos dos países da CPLP, do subcontinente indiano e da Europa.
A população imigrante em Portugal é maioritariamente composta por adultos em idade ativa, com destaque para os que têm entre 18 e 44 anos (77%), sendo a maioria homens (56,1%). “A distribuição geográfica da população estrangeira é maioritariamente no litoral, destacando-se os distritos de Lisboa, Faro, Setúbal e Porto com uma população de 1.100.670 habitantes (71,3%)”, acrescenta.
Até ao final do ano foram emitidas 218.332 autorizações de residência, menos 34% do que em 2023, um ano atípico devido à conversão automática das manifestações de interesse em autorizações de residência da CPLP.
O relatório sublinha que os dados refletem essencialmente a capacidade de resposta da AIMA, prevendo-se que, fruto do trabalho desenvolvido pela Estrutura de Missão, 2025 registe “valores significativos” correspondentes a fluxos de entrada anteriores a 2 de junho de 2024, decorrentes do regime de manifestação de interesse.
De acordo com o Relatório de Migrações e Asilo 2024, divulgado na página da AIMA, foram emitidas 9.268 notificações para abandono voluntário no primeiro semestre de 2025.
Em maio, o Governo confirmou que a AIMA tinha recusado 18 mil pedidos de autorização de residência de cidadãos estrangeiros, que seriam notificados, até ao final do ano, para abandonar o país voluntariamente em 20 dias.
O relatório divulgado faz ainda o balanço da atividade da Estrutura de Missão para a Recuperação de Processos Pendentes na AIMA que, ao longo de um ano, contactou mais de 900 mil cidadãos estrangeiros e realizou mais de 600 mil atendimentos.

Fontes: Lusa e Eco | Fotos: AIMA