Sendim: Fraca colheita e baixo preço da amêndoa desanimam agricultores

Em Sendim, os agricultores com amendoais estão a concluir a apanha da amêndoa, um trabalho mecânico que agora se faz individualmente e mais rapidamente, mas o preço de 1,5€/quilo não satisfaz os produtores.

Na vila de Sendim, o agricultor, Vitoriano Teresinho mostrou-se desanimado com a fraca colheita de amêndoa deste ano e com o preço pago aos produtores.

“Este ano, a colheita de amêndoa é muito reduzida e não chega às quatro toneladas. A explicação para a quebra na produção de amêndoa foi a muita chuva do inverno e da primavera que prejudicaram a floração. Para agravar a situação, o preço de 1,5€/quilo, não é suficiente para pagar as despesas e o trabalho”, disse.

Em Sendim, os amendoais são culturas recentes e segundo Vitoriano Teresinho, outro problema bastante comum é a dificil adaptação das amendoeiras aos solos, por vezes, húmidos desta região.

Questionado sobre a mais valia da apanha mecânica da amêndoa, o agricultor sendinês respondeu que o trabalho agora pode fazer-se individualmente e mais rapidamente, em comparação com a apanha tradicional das varas e mantas.

No planalto mirandês, os produtores de amêndoa vendem as suas colheitas à APATA – Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais, com sede em Mogadouro.

Em 2024, Portugal foi o segundo maior produtor de amêndoa da União Europeia (UE), com 91 mil toneladas, logo atrás da Espanha.

Na Península Ibérica, 79% da área de cultivo de amendoeiras é em regime de sequeiro, o que promove o uso eficiente da água. Além disso, uma grande parte das plantações já é biológica, o que reforça o compromisso com práticas agrícolas sustentáveis.

Os amendoais também favorecem a economia circular, dado que todas as partes do fruto, da casca à pele, podem ser reaproveitadas para alimentação, produção de energia ou fins medicinais.

HA



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