Política: CIM-TTM defende que a região precisa de mais evolução

Pedro Lima, presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), que representa nove dos 12 concelhos do distrito de Bragança, afirmou que a região não é só paisagem e que precisa de mais evolução.

Pedro Lima falou aos jornalistas no âmbito das sessões públicas de divulgação, daquele que será o primeiro Plano Regional de Ordenamento do Território do Norte (PROT do Norte), gerido pela Comissão para a Coordenação Regional do Norte (CCDR-N).

O documento está em consulta pública até 3 de dezembro a nos próximos dias é apresentado noutras zonas da região Norte.

Com os transmontanos foi discutido em específico um programa com o mote “Para uma Ruralidade de Oportunidades”.

“(…) A CIM-TTM tem uma preocupação muito grande de continuar a olhar para o nosso território como paisagem e para a sua conservação. Mas precisamos também de evolução, dinamismo e desenvolvimento. Só se consegue isso com vias comunicantes”, começou por dizer Pedro Lima.

No entender do dirigente, as vias de comunicação – ferroviárias, viárias e digitais – continuam a ser desprezadas na região.

“Continuamos a desprezar a ferrovia no Norte. As rodovias também não são contempladas. E as vias de comunicação digital são essenciais para que aqui se continue a produzir e a cuidar da paisagem e para que as pessoas nos visitem. Mas, para sermos visitados, as pessoas precisam de chegar cá”, concretizou Pedro Lima.

O também autarca de Vila Flor vincou que os comboios são uma prioridade para Trás-os-Montes e que não vão desistir de dizer ao Governo que quer a alta velocidade.

“(…) Temos de deixar-nos de centralismos, de Lisboa e do Porto”, reiterou Pedro Lima.

Questionado sobre se ainda acredita no investimento nos carris, num distrito que não tem nenhuma linha ativa, o presidente foi perentório:” Tanto acreditamos nisso que a CIM-TTM, associada a mais oito do Norte de Portugal, está investir num estudo prévio para a ferrovia para apresentar ao Governo”, revelou Pedro Lima, adiantando que o o custo global deste estudo é de um milhão e meio de euros. 

O representante da CIM-TTM sublinhou que os transmontanos são iguais aos outros portugueses, mas que estão a ser discriminados.

“Nomeadamente agora com o Passe Ferroviário Verde. Acho excelente (…), mas como é que se compensa um transmontano? Como é que um transmontano se desloca?”, levantou o presidente da CIM-TTM.

Pedro Lima defendeu ainda que Trás-os-Montes precisa de um aeroporto, referindo-se à conversão do aeródromo municipal de Bragança, cujo plano diretor esteve em consulta pública e aguarda parecer da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).

No âmbito do programa “Para uma Ruralidade de Oportunidades” foram abordados temas como a floresta, aldeias com vida, armazenamento de água ou regadio.

“Mas também temos medidas concretas para a habitação, saúde, envelhecimento ativo, cultura ou melhoria da rede digital. (…) É um trabalho complexo (…) que faz uma coisa importante, que é olhar para o território do Norte e verificar que é todo ele muito diferente”, disse Célia Ramos, vice-presidente da CCDR-N a cargo da apresentação, enfatizando que as políticas públicas têm de ser adaptadas a cada região.

O PROT inside sobre quatro fatores considerados críticos para o desenvolvimento – água, neutralidade carbónica, energia e demografia. Pretende ser uma posição conjunta do Norte, em que ficará vertido o conjunto final das opções sobre qual o caminho conjunto de desenvolvimento a seguir. O mesmo vai acontecer na zona Centro do país.

Este processo está em curso há três anos. Foram ouvidos os 86 municípios do Norte e várias instituições e entidades, como universidades, a Administração Regional de Saúde ou a Agência Portuguesa do Ambiente.

O plano final terá de ser entregue ao Governo até ao final do ano, para ser sujeito a aprovação. Pode ser consultado em www.participa.pt.

Fonte: Lusa

1 comentário em “Política: CIM-TTM defende que a região precisa de mais evolução”

  1. É mais que tempo de a Terra de Miranda, o Nordeste Transmontano e todo o Interior do País serem compensados do abandono a que, durante o século XX e até atualmente, foi votado pelo Poder Político, Central e também Local, antes e após o 25 de Abril de 1974 e da entrada de Portugal na CEE, a atual União Europeia. O Centralismo reinante conduziu ao esvaziamento económico e ao despovoamento, que, para além da injustiça que representa na distribuição de recursos – o investimento e a riqueza -, faz perigar a unidade, a coesão social e territorial e a própria defesa do território. Com a população acantonada e os investimentos do País centrados em cerca de um terço do seu território, há que voltar a expressar um lamentável e triste desabafo: “Dizem que Portugal é pequeno!… Afinal, parece grande demais!… Tanto que, um dia destes, ainda aparece por aí algum candidato a ditador a tentar vender dois terços do território ao desbarato!”

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