Picote: Tradição “Ir a caminhos” aprofunda o espírito comunitário
Na aldeia de Picote, no concelho de Miranda do Douro, realizou-se a iniciativa “Ir a Caminhos”, uma tradição comunitária que consiste na limpeza e manutenção dos caminhos rurais, um trabalho que é feito duas vezes por ano e que simultaneamente promove o sentido de pertença entre os habitantes locais.
O presidente da freguesia de Picote, Jorge Lourenço, explicou que esta iniciativa é uma antiga tradição na localidade, que se realiza anualmente, nas épocas do São Martinho e depois no Carnaval.
“Duas vezes por ano, os picoteses reúnem-se para resolver alguns problemas da comunidade, como é a manutenção e abertura de caminhos rurais, outrora muito utilizados nas atividades agrícolas”, explicou.
Apesar da decrescente participação da população por causa do envelhecimento e o despovoamento, no sábado, dia 9 de novembro, a iniciativa “Ir a Caminhos” reuniu uma dúzia de pessoas, que melhoraram quatro caminhos rurais na freguesia.
Segundo Jorge Lourenço, se é verdade que este trabalho é da competência das freguesias, as autarquias não conseguem dar resposta a todos os problemas, pelo que precisam da participação da população local.
«A iniciativa “Ir a caminhos” é um bom exemplo da importância da participação cívica das pessoas no governo da freguesia e é uma forma de desenvolver o espírito de cidadania”, sublinhou.
Em Picote, o trabalho de manutenção dos caminhos rurais, proporciona também o convívio e a confraternização entre todos os participantes e a comunidade em geral.
“Na realização deste trabalho comunitário, destaco também o contributo daquelas pessoas, que pelo avançar da idade e/ou a doença, não podem participar nos trabalhos físicos, mas que ainda assim contribuíram com donativos para ajudar a pagar as despesas das máquinas e tratores”, disse.
Em Picote, o melhoramento dos caminhos rurais beneficia não só os agricultores, mas também os turistas que regularmente visitam a localidade e que tem como principais sítios de interesse turístico, o miradouro da Fraga do Puio, o Museu Terra Mater e a capela de Santo Cristo.
HA | Fotos: Freguesia de Picote