Paradela: Missa, almoço e magusto na festa de San Martinico
No Domingo, dia 10 de novembro, as populações de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova vão celebrar, em conjunto, a festa em honra de São Martinho, com um programa que começa com a celebração da eucaristia e a procissão na ermida de “San Martinico”, seguida de um almoço convívio e do magusto.
Em Paradela, a conhecida festa em honra de “São Martinico” celebra-se junto à pequena e original capela dedicada a São Martinho de Tours, que foi edificada em 1918, entre as aldeias de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova.
Na festa deste ano, a celebração religiosa da eucaristia, em honra de São Martinho, está agendada para as 12h00, de Domingo. No final da missa, realiza-se a procissão com a imagem de São Martinho (uma pequena escultura feita com madeira de castanheiro), ao redor da ermida.
“A designação “San Martinico” é um palavra mirandesa, que expressa o carinho e a afeição que o povo das três localidades de Paradela, Ifanes e Aldeia Nova têm para com este santo, do século IV”, explicou o presidente de União de Freguesias de Ifanes e Paradela, Nélio Seixas.
Segundo o jovem autarca, antigamente, esta festa religiosa era mesmo uma romaria que atraía a vinda de muitas pessoas à ermida de Sâo Martinico, única em todo o planalto mirandês.
“Diz-se que ao longo do ano, os pastores e os contrabandistas que passavam pela capela depositavam aí as suas esmolas, em sinal de gratidão pela intercessão do santo na guarda das ovelhas e na entrega das mercadorias do contrabando. E essas esmolas financiavam a festa de São Martinho, no dia 11 de novembro”, contou.
Na festa deste ano, após a celebração da eucaristia, está programado o tradicional almoço convívio, com sardinhas e entremeada e que tem um custo de 7 castanhas.
A festa em honra de “São Martinico” é organizada pela União de Freguesias de Ifanes e Paradela e que conta com as colaborações da Associação Cultural e Fronteiriça de Paradela e do Município de Miranda do Douro.
Lenda de São Martinho
Segundo reza a lenda, num dia frio e tempestuoso de outono, um soldado romano, de nome Martinho, percorria o seu caminho montado a cavalo, quando deparou com um mendigo cheio de fome e frio.
O soldado, conhecido pela sua generosidade, tirou a capa que envergava e com a espada cortou-a ao meio, cobrindo o mendigo com uma das partes. Mais adiante, encontrou outro pobre homem cheio de frio e ofereceu-lhe a outra metade.
Sem capa, Martinho continuou a sua viagem ao frio e ao vento quando, de repente e como por milagre, o céu se abriu, afastando a tempestade. Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se durante três dias.
Desde essa altura, todos os anos, por volta do dia 11 de novembro, surgem dias de calor, a que se passou a chamar “verão de S. Martinho”.
Em Portugal, na Festa de São Martinho é tradição fazer-se um grande magusto, beber-se água-pé e jeropiga. Esta é também uma altura em que se prova o vinho novo. Como diz o ditado popular, “no dia de São Martinho, vai à adega e prova o vinho”.
HA