XI Domingo do Tempo Comum
O Reino de Deus
Ez 17, 22-24 / Slm 91 (92), 2-3.13-16 / 2 Cor 5, 6-10 / Mc 4, 26-34
Para falar do Reino, Jesus recorre quase sempre a parábolas. Não dá definições claras nem descrições minuciosas, nem faz acompanhar as suas palavras de uma apresentação powerpoint. O mistério não se explica, aponta-se. É por isso que precisamos de histórias para poder entrar nele.
Jesus apresenta-nos hoje duas parábolas agrícolas. Na primeira, ele compara o Reino a um homem que semeia e aguarda que a terra produza fruto, enquanto na segunda, compara-o ao grão de mostarda, que sendo uma semente pequena se torna uma das maiores plantas da terra.
Nós gostaríamos que o Reino, à medida que cresce, fizesse mais ruído, mas não é este o estilo do nosso Deus. De facto, a bondade, tal como a beleza, não faz barulho nem se impõe: revela-se. A nós cabe-nos estar atentos, esperando que o «trigo amadureça», isto é, que o fruto chegue a bom termo, para que possamos, na presença de Deus, celebrar a colheita.
Por outro lado, o Reino tem começos tímidos, inesperados, nos quais dificilmente alguém apostaria a sua fortuna. Quem diria, olhando para um grão de mostarda, que esta planta viria a crescer sem controlo e espalhar-se pelo campo? No Médio Oriente, esta planta é mais parecida com um arbusto do que com uma árvore, e cresce em altura e largura, ocupando todo o espaço que lhe permitirem, oferecendo refúgio a quem precisa. É um autêntico santuário. E assim é o Reino, que, com começos humildes, se vai insinuando sobre a superfície da terra, acolhendo todos os que precisam de descanso.
As coisas que realmente importam na vida não se explicam: apontam-se. Podemos dizer aos nossos filhos que não devem gritar, mas se as palavras não forem acompanhadas de exemplo, dificilmente darão fruto.