XXIV Domingo do Tempo Comum

O Bem é incomodo

Is 50, 5-9a / Slm 114 (116), 1-6.8-9 / Tg 2, 14-18 / Mc 8, 27-35 

No Evangelho de hoje, Jesus pergunta aos discípulos quem é que as pessoas dizem que Ele é e quem é que eles pensam que Ele é. É Pedro quem acerta na identidade de Jesus ao dizer que Ele é o Messias há muito aguardado por Israel.

Desde a morte de Moisés que os judeus ansiavam por um novo Ungido de Deus que reunisse as tribos, purificasse o templo, derrotasse os inimigos de Israel e reinasse entre as nações.

É esta a expetativa messiânica e é por isso que não é surpreendente que Pedro se indigne quando Jesus afirma que Ele terá de sofrer muito, ser rejeitado por todos e morrer, ressuscitando ao fim de três dias.

Como pode o Escolhido de Deus tornar-se um proscrito? Como pode Ele salvar se não passa de um condenado?

É difícil compreender os caminhos do Senhor. Mas Jesus é particularmente insistente, com os seus discípulos e com cada um de nós, quanto à necessidade de passar pela cruz como caminho da Ressurreição. Já nas bem-aventuranças Ele tinha anunciado que aquele que segue o caminho do Senhor, aquele que procura o bem, a verdade e a justiça vai sempre encontrar perseguição, pois o mal conspirará sempre contra o Reino, semeará sempre obstáculos, começando pelos nossos corações.

Anunciar Jesus e o seu Evangelho imaginando uma vida sem cruz é pura ilusão. Aquele que quer fazer o bem, mas não está disponível a enfrentar o mal e assumir o preço da graça, nunca seguirá verdadeiramente Jesus. A liberdade para a graça, o entregar-se completamente e sem reservas nas mãos do Pai é imprescindível para a instauração do Reino.

Não procuremos vitórias fáceis nem acomodar-nos em situações ambíguas. Anunciemos o Evangelho, por inteiro e sem reservas, para que um dia possamos encontrar-nos frente a frente com o Pai e escutar, dos seus lábios, «servo fiel, senta-te ao meu lado». É esta a recompensa da vida bela, é esta a vida que vale a pena, é esta a vida que não se perde e que é para sempre.

Procuremos vivê-la sem reservas, buscando somente abraçar a vontade do Pai, vivendo com as nossas vidas a oração do Pai-Nosso, rezando com fervor: «seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu».

Fonte: Rede Mundial de Oração do Papa

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