XII Domingo do Tempo Comum
Não ficar na praia
Job 38, 1.8-11 / Slm 106 (107), 23-26.28-31 / 2 Cor 5, 14-17 / Mc 4, 35-41
Ao final da tarde, quando acabou de falar à multidão, Jesus diz aos discípulos para entrarem no barco e passarem à outra margem do lago. Jesus, devido ao cansaço, dormia na barca, com a cabeça sobre uma almofada, quando se levanta uma medonha tempestade que aterrorizou todos.
Como se pode manter a paz no meio das tempestades da vida, quando os ventos parecem ameaçar a nossa verticalidade e nos falta terra firme debaixo dos pés? O que fazer quando tudo parece desmoronar-se? A primeira coisa a recordar é que Deus vai na nossa barca, habita o coração da história e arrisca a sua vida connosco. É Ele a nossa terra firme. Não devemos hesitar no seu seguimento, pois, sendo fiéis ao caminho que nos aponta, por muitas tempestades que cruzemos, alcançaremos sempre a outra margem.
Jesus, a pedido dos discípulos, ordena ao vento que se cale e ao mar que esteja quieto. Jesus silencia as modas sobrepondo a sua voz à berraria e faz da movediça instabilidade dos tempos terra firme. Não devemos ter medo do que está a acontecer à nossa volta. Há muitas mudanças, muitas razões para estarmos apreensivos e, contudo, uma só é suficiente para mantermos a paz: Jesus está connosco.
Então, com Jesus, digamos ao vento que se cale, que deixe de nos inspirar esta dúvida, e ao mar que se acalme, para que voltemos a sentir, sob os nossos pés, a terra boa do Evangelho, de um Deus de amor que vem à nossa procura, que nos cuida e cura e que oferece o seu Espírito para que atravessemos as tempestades.