Miranda do Douro: Peregrinos mirandeses chegaram a Fátima

No dia 4 de maio, o grupo de amigos Sérgio Diz, Dilar Neto, Luis Miguel Ventura e Nuno Martins iniciaram uma peregrinação, a pé, de Miranda do Douro até ao Santuário de Fátima, onde chegaram no dia 12 de maio, após percorrerem 400 quilómetros, numa aventura inesquecível de nove dias de caminhada, que exigiu um grande esforço e durante a qual os peregrinos aprofundaram a fé e a amizade entre eles.

Sérgio Diz, Dilar Neto, Luís Ventura e Nuno Martins percorreram 400 quilómetros, a pé, entre Miranda do Douro e Fátima.

Há um ano atrás, o desejo de ir em peregrinação, a pé, a Fátima, juntou-os. Começaram então a preparação física para empreender tamanha aventura. Durante a semana, caminhavam individualmente. E ao fim-de-semana, em equipa, percorriam longas distâncias. À medida que o mês de maio de 2022 se aproximava, definiram também o plano logístico para iniciar a caminhada de 400 quilómetros, que separa Miranda do Douro do Santuário de Fátima.

Sérgio Diz informou que o plano era chegar a Fátima em 9 dias e para tal teriam que percorrer, diariamente, cerca de 40 quilómetros. Assim sendo, no dia 4 de maio, os quatro amigos iniciaram a primeira etapa desta longa peregrinação, partindo de Miranda do Douro com destino a Mogadouro. No dia seguinte, chegaram a Moncorvo. Depois a Foz Côa. E assim sucessivamente.

À medida que se iam aproximando das localidades de chegada, estabeleciam contatos para alugar o alojamento e encontrar locais para as refeições.

O calor, o cansaço e a falta de equipas de assistência ao longo do percurso foram os maiores obstáculos.

O calor, o cansaço e a falta de equipas de assistência ao longo do percurso foram os maiores obstáculos. Apesar destas contrariedades, Dilar Neto, disse que a amizade e o companheirismo entre os quatro peregrinos foram a fonte do alento e da força de vontade para seguir em frente e não desistir.

“Ao longo da peregrinação, ralhámos uns com os outros, brincámos e sobretudo apoiámo-nos sempre. Foi extraordinária a união que conseguimos construir entre nós”, destacou.

Os peregrinos mirandeses realçaram também a importância da oração enquanto caminhavam.

“Rezávamos o terço quatro vezes ao longo do dia: ao iniciar a caminhada, logo pela manhã. Antes do almoço. Depois do almoço. E ao final da caminhada diária”, indicou Sérgio Diz.

“Rezávamos o terço quatro vezes ao longo do dia: logo pela manhã, ao iniciar a caminhada. Antes do almoço. Depois do almoço. E ao final da caminhada diária” – Sérgio Diz.

Para Luís Miguel Ventura, o mais saboroso desta longa peregrinação foram os momentos de reflexão. E o mais custoso foi a longa distância, o cansaço acumulado e a falta de equipas de apoio ao longo do caminho.

Questionado sobre a importância de caminhar em grupo, Luís Ventura, disse que os companheiros foram fundamentais.

“Somos quatro amigos que nos conhecemos há bastante tempo e isso tornou tudo mais fácil” – Luís Ventura.

Para que esta grande aventura fosse bem sucedida, Nuno Martins, destacou a qualidade do trabalho logístico realizado pelos companheiros Sérgio Diz e Luís Ventura.

“Foi tudo planeado e já sabíamos de antemão, o percurso que teríamos que percorrer diariamente, as pausas a cada 10 quilómetros, a localidade onde iríamos dormir, tomar o pequeno-almoço, almoçar, etc. Definir previamente estes detalhes foi muito importante”, sublinhou.

Nuno Martins reconheceu que percorrer diariamente 45 quilómetros, ao longo de nove horas seguidas por dia, exigiu um enorme esforço e houve momentos de grande sofrimento.

“Ao 4ºe 5º dias, o cansaço era tanto que parecia que nunca mais chegávamos!”, disse.

No decorrer da peregrinação, a visita da esposa e dos dois filhos foi um grande alento para Nuno Martins, o que lhe deu força para continuar.

Os peregrinos mirandeses chegaram ao Santuário de Fátima na noite do dia 12 de maio. À chegada, Nuno Martins descreveu a peregrinação como uma experiência fantástica, que aprofundou a amizade com os seus amigos e deu-lhe a oportunidade de cumprir uma antiga promessa a Nossa Senhora.

“Fui adiando o cumprimento da promessa até que ao dia em que vi estes dois amigos a treinar para vir a pé a Fátima e disse-lhes: «Se calhar vou convosco!» Comecei a treinar com eles e vim mesmo a Fátima!”, expressou com grande alegria.

“Foi tudo planeado e já sabíamos de antemão, o percurso que teríamos que percorrer diariamente, as pausas a cada 10 quilómetros, a localidade onde iríamos dormir, tomar o pequeno almoço, almoçar, etc. Definir previamente estes detalhes foi muito importante” – Nuno Martins.

No Santuário de Fátima, os peregrinos não conseguiram esconder a profunda emoção. Questionados sobre o que os motivou a percorrer, a pé, uma distância tão longa, Sérgio, Dilar, Luís e Nuno deram a mesma resposta: a Fé.

“A fé move montanhas!”, concluiu a Dilar.

“A fé move montanhas!” – Dilar Neto.

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