Miranda do Douro: Mortágua exorta partidos a esclarecerem posição sobre impostos da venda de barragens
A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, exortou os partidos a esclarecerem qual o seu compromisso com os habitantes da Terra de Miranda relativamente ao pagamento de impostos pela EDP pela venda de seis barragens.
“Estamos num momento em que se aproximam as eleições e era muito importante que todos os partidos dissessem com todas as letras qual é o seu compromisso com esta gente e com esta terra e também com a seriedade que é cobrar à EDP todos os impostos que deve pelos negócios que fez e pelos milhões que lucrou pelas barragens que foram aqui construídas sem contrapartidas para essa população”, afirmou a dirigente do BE.
Em causa está a venda pela EDP, em 2020, de seis barragens em Portugal a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.
Mariana Mortágua, que participou numa sessão da Assembleia Municipal de Miranda do Douro, salientou, em declarações aos jornalistas, que os impostos da venda das barragens do Douro “são uma dívida com este povo que terá de ser paga”.
A dirigente do BE lembrou ainda que o “Governo do PS permitiu a venda destas barragens, apesar dos avisos do Movimento Cultural da Terra de Miranda (MCTM) de que a venda iria ser feita com recurso a esquemas de planeamento fiscal, sem haver uma reavaliação e saber que o Estado estava a perder dinheiro”.
De acordo com o BE, fará em breve três anos que a EDP vendeu ao consórcio francês da Engie as seis barragens no Douro, sendo que os impostos resultantes deste negócio ainda não reverteram para as populações desta região.
A vertente fiscal das barragens saltou para a agenda mediática na sequência da venda de seis barragens em Trás-os-Montes (Miranda do Douro, Picote, Bemposta, Baixo Sabor, Feiticeiro e Tua), por 2,2 mil milhões de euros, a um consórcio liderado pela Engie.
Fonte: Lusa