Miranda do Douro: Freguesia de Paradela propôs a Rota do Contrabando
No dia 26 de junho, a cidade de Miranda do Douro foi o local de uma jornada de trabalho, entre várias instituições portuguesas e espanholas, com o objetivo de propor novas rotas turísticas no Parque Natural do Douro Internacional, tendo sido proposta a rota do Contrabando, em Paradela.
O encontro decorreu nas instalações do pavilhão multiusos, em Miranda do Douro e na sessão de acolhimento, a presidente de município, Helena Barril destacou o caráter transfronteiriço e colaborativo da iniciativa.
“Faço votos de que deste trabalho conjunto entre portugueses e espanhóis, nasçam propostas inovadoras que constituam uma mais valia para valorização de todo o território duriense”, expressou a autarca de Miranda do Douro.
Entre os participantes na jornada de trabalho marcou presença a Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TT), representada pelo secretário, engenheiro Rui Caseiro, que salientou que as rotas podem contribuir para o desenvolvimento económico local.
Outro participante, o presidente da União de Freguesias de Ifanes e Paradela, Nélio Seixas, mostrou-se otimista quanto à consolidação da rota do Contrabando na área natural da freguesia, dado que já estão identificados vários locais e caminhos outrora percorridos pelos contrabandistas.
“Estamos a trabalhar na divulgação deste património histórico, natural e cultural que foi a atividade do contrabando na localidade de Paradela e na vizinha Espanha. Para tal, já realizámos duas edições do Trail do Contrabando do Café, que foram um verdadeiro sucesso pela grande participação de atletas e pelo entusiástico envolvimento da população local”, disse.
Segundo o jovem autarca, a promoção da Rota do Contrabando em Paradela, depende também da iniciativa privada local, sendo necessário oferecer aos visitantes e turistas, outras atrações como por exemplo, a estadia em alojamentos turísticos ou a venda de produtos locais.
Glória Fidalgo, a proprietária desta casa de Turismo Rural alertou, no entanto, que o potencial das rotas e percursos pedestres existentes no concelho de Miranda do Douro ainda está subaproveitado.
“Os circuitos dos percursos pedestres exigem uma constante limpeza e manutenção, para que as placas e a sinalética sejam facilmente visíveis. Para além disso, as rotas e os percursos homologados no concelho, ainda não têm informação física ou digital para transmitir aos turistas e visitantes”, criticou.
Na perspectiva desta empresária, os territórios de baixa densidade populacional mas com um valioso património natural e cultural, como é o concelho de Miranda do Douro, as rotas e os percursos pedestres podem ser “âncoras” para a atração de turistas, não só na primavera/verão, mas ao longo do ano.
“Os turistas que apreciam o planalto mirandês e o Parque Natural do Douro Internacional são aqueles que procuram o chamado “slow travel”, isto é, procuram aproveitar a tranquilidade do campo e querem conhecer a fundo este território durante vários dias”, disse.
Recorde-se que o concelho de Miranda do Douro integra a Grande Rota do Douro Internacional e do Douro Vinhateiro GR36, com uma extensão total de 176,40 quilómetros que atravessa os concelhos de Miranda do Douro, Mogadouro, Freixo de Espada à Cinta e Torre de Moncorvo.
Na jornada de trabalho transfronteiriça, em Miranda do Douro, participaram ainda representantes da associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), do Centro de Música Tradicional Sons da Terra, da empresa Douro Pula Canhada e da Estação Biológica Internacional do rio Douro.
Do lado espanhol, projeto participativo envolveu a Associação Ibérica dos Municípios Ribeirinhos do Douro, a Fundação Santa Maria la Real, o cluster Hábitat Eficiente AEICE, do vice-reitorado de investigação da Universidade de Salamanca e a Câmara Municipal de Zamora.
A iniciativa insere-se no programa europeu Interreg VI-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2021-2027.
HA