Malhadas: Concursos de Ovinos mirandeses e Cães de gado transmontanos

O mercado de gado, em Malhadas, voltou a acolher no dia 4 de abril, os concursos de ovinos mirandeses e de cães de gado transmontanos, no qual participaram mais de uma centena de animais, maioritariamente pertencentes a criadores do planalto mirandês.

No concurso de ovinos, participaram 12 criadores do planalto mirandês.

Referindo-se aos ovinos mirandeses e aos cães de gado transmontanos, a presidente do Município de Miranda do Douro, Helena Barril, afirmou que estas duas raças são símbolos identitários do planalto mirandês, que importa preservar e promover.

“As raças autóctones têm um elevado valor cultural, económico e turístico, pelo que todas as partes envolvidas, sejam os criadores, as associações e o município devem trabalhar juntos na sua promoção e divulgação”, sublinhou a autarca de Miranda do Douro.

Simultaneamente, Helena Barril, referiu que estes concursos são também um dia de encontro e de convívio entre os criadores, no qual o município aproveita para reconhecer e agradecer o trabalho na preservação destas duas raças autóctones da região.

Este ano, participaram no concurso de ovinos mirandeses, 12 criadores, com cerca de uma centena de animais. No concurso, os ovinos são avaliados de acordo com quatro categorias: carneiro, canhono, ovelhas (ou canhonas) e bazias (ou malatas).

A secretária-técnica da Associação de Criadores de Ovinos Mirandeses (ACOM), Andrea Cortinhas indicou que, atualmente, estão inscritos no livro genealógico desta raça autóctone, 5500 animais, distribuídos por 63 criadores.

“Os ovinos de raça churra galega mirandesa são animais com um porte médio, sendo que os animais de lã branca se distinguem pelo careto negro nas orelhas, nos olhos e no focinho. No concurso avalia-se a sua condição corporal, o cuidado dos criadores, entre outros parâmetros”, explicou, Andrea Cortinhas.

Questionada sobre o atual risco da doença da língua azul, a engenheira zootécnica, Andrea Cortinhas, adiantou que de momento ainda não se registaram casos desta enfermidade, nas explorações de ovinos no planalto mirandês.

“Estamos de sobreaviso, sobretudo agora com o aumento das temperaturas na estação da primavera. De momento, estamos em processo de desparasitação e vacinação dos animais. A doença da língua azul é transmitida por um mosquito (género Culicoides) que provoca dificuldade respiratória, lesões na língua e outros sintomas entre os quais a morte dos animais”, indicou.

Sobre a recente inauguração em Malhadas, do Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones, Andrea Cortinhas referiu que se trata de um equipamento que vai ser muito útil na preservação e melhoramento genético dos ovinos mirandeses.

Simultaneamente, realizou-se no mercado de gado, em Malhadas, o X concurso de Cães de gado Transmontanos. Nesta edição, participaram 27 animais, maioritariamente do distrito de Bragança, mas também de outras regiões do país.

O X Concurso do Cão de Gado Transmontano foi coorganizado pela Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT) e o Clube Português de Canicultura.

O representante do Clube Português de Canicultura, João Silvino, explicou que o concurso consiste numa avaliação morfológica dos animais.

“No concurso são avaliadas caraterísticas morfológicas dos cães como as proporções da cabeça, os tamanhos, as angulações, a cauda, etc. Estas caraterísticas físicas condicionam o desempenho do cão de gado transmontano na proteção dos rebanhos”, referiu.

Segundo a Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT), atualmente, esta raça já existe um pouco por todo o país e começou também a haver algum interesse além fronteiras, havendo já alguns exemplares em França e na Alemanha.

Anualmente, os concursos de ovinos mirandeses e cães de gado transmontanos são uma iniciativa conjunta do município de Miranda do Douro, da Associação de Criadores de Ovinos Mirandeses (ACOM), da Associação de Criadores de Cão de Gado Transmontano (ACCGT), do Clube Português de Canicultura e da Freguesia de Malhadas.

HA

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