Legislativas: Pedro Nuno Santos recusa estar a fazer “jogo de equilibrismo” entre passado e futuro
O secretário-geral do PS recusou estar a fazer um “jogo de equilibrismo” entre o passado e o futuro e considerou que António Costa não é um rosto do passado, mas “do presente e do futuro”.
Em declarações aos jornalistas após uma visita ao Centro de Investigação de Montanha, do Instituto Politécnico de Bragança, Pedro Nuno Santos foi questionado se, nesta campanha, está a tentar fazer um “jogo de equilibrismo” entre os últimos oito anos de governação e o futuro.
“Não é um jogo de equilibrismo. A nossa vida é assim, a vida de todos nós: é conseguirmos aprender com aquilo que não correu bem, segurar o que correu bem e avançar para fazer novo. A vida é assim, é isso que nós queremos fazer”, declarou.
Num dia em que António Costa interviu num comício do PS ao final da tarde no Porto, Pedro Nuno Santos rejeitou a ideia de que o ainda primeiro-ministro seja um rosto do passado.
“Não é uma cara do passado, é uma cara do presente e do futuro”, sublinhou, acrescentando que António Costa foi um “primeiro-ministro muito importante nos últimos anos”, que conseguiu “mostrar que é possível governar em crise sem se cortarem pensões, salários”.
“Isso é muito importante para os nossos reformados e pensionistas: perceberem que, com o PS, avança-se e, quando há uma crise ou quando nós vivemos uma situação de incerteza, como está no nosso horizonte, sabem que o PS não atinge os mesmos de sempre: protege, dá estabilidade à vida, à economia”, declarou.
Pedro Nuno Santos insistiu que a mudança que propõe é “segurar e defender” o que o PS conquistou, mas avançar “para viver melhor e não para recuar”, acusando a Aliança Democrática (AD) de apresentar uma “mudança para trás”.
“Aquilo que a AD tem apresentado são rostos do passado, são respostas do passado, é uma mudança para trás, quando aquilo que nós queremos é uma mudança para a frente”, sublinhou, frisando que essa “mudança faz-se aqui, no PS”.
Nestas declarações aos jornalistas, Pedro Nuno Santos recusou comentar o artigo publicado pelo antigo primeiro-ministro e Presidente da República Aníbal Cavaco Silva no Correio da Manhã, salientando que “não esperaria apoio, com certeza”.
E reagiu com ironia a uma gafe do presidente do CDS-PP, Nuno Melo, que, num comício na sexta-feira, se enganou e disse que é necessária “uma vitória robusta que permita a Pedro Nuno Santos ser primeiro-ministro sem depender muito dos outros”.
“Do Nuno Melo, foi agradável, isso de facto também não esperava, é verdade”, gracejou o líder do PS.
O líder do PS voltou a defender que quem tem “falta de ambição” para o país é a AD e não o seu partido, salientando que a coligação do PSD/CDS/PPM projeta atingir o salário médio de 1.750 em 2030, quando o atual Governo já negociou, em sede de concertação social, atingir esse valor em 2027.
O líder do PS descartou ainda que a campanha do PS esteja a ser de reação à AD, contrapondo que apresentou uma nova proposta para negociar em concertação social a redução do horário semanal dos pais com filhos até aos três anos para as 37,5 horas.
“A nossa candidatura tem conseguido fazer esse equilíbrio, a denúncia das respostas erradas da direita, a defesa das respostas certas da nossa, enquanto do outro lado, no nosso principal adversário, é que vemos sim uma gestão diária de danos criados pela própria campanha. Isso não tem acontecido com a nossa, como têm visto”, criticou, salientando que o PS tem mostrado “estabilidade e coesão” entre os intervenientes na sua campanha.
Fonte: Lusa