Natal do Senhor (Solenidade)
Jesus é a Luz
Is 52, 7-10 / Slm 97 (98), 1-6 / Hebr 1, 1-6 / Jo 1, 1-18 ou Jo 1, 1-5.9-14 (Missa do dia)

Isaías diz: «Todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus». Espera-se que aconteça, então. São João diz: «O Verbo fez-se carne e habitou entre nós». Aconteceu o que era esperado. A Epístola aos Hebreus diz: «Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho». Quer dizer que o que aconteceu agora é o culminar do que vinha de trás. Mas é culminar cujo balanço nos faz olhar para a frente. Deu-se a entrada definitiva de Deus na história. Começa uma nova dinâmica.
De São João temos os primeiros 18 versículos (o Prólogo). Aí estão dois aspetos que vão ser mote do Evangelho todo. Em primeiro lugar, declara-se que o mistério da salvação é manifestado, em toda a sua plenitude, na pessoa de Jesus Cristo.
A salvação aparece contida e concentrada nessa pessoa. Diz o texto a propósito de Cristo, Verbo encarnado: «foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça». Em segundo lugar, apresenta-se Cristo como peça-chave dum combate que se desenrola entre a luz e as trevas.
«O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo (…) não o conheceu». Acolher Cristo é estar na luz; rejeitar Cristo é ficar nas trevas.
Dá a entender que projetar Cristo no mundo será custoso. É preciso que a luz se expanda e vença as trevas. É certo que, pela força de Deus, Jesus Cristo surge na história humana. Mas os obstáculos à sua aceitação permanecem. Portanto, digamos o que vem no Aleluia: «Santo é o dia que nos trouxe a luz». Depois esforcemo-nos para que essa luz se avolume no nosso mundo.