Fonte de Aldeia: Santíssima Trindade reuniu as várias comunidades
No Domingo, dia 15 de junho, a festa da Santíssima Trindade, em Fonte Aldeia, voltou a reunir as populações das localidades circunvizinhas, para a celebração da missa solene e uma tarde de convívio cujo destaque foram as tradicionais rondas à volta da capela.
Em Fonte de Aldeia, no concelho de Miranda do Douro, o momento alto da festividade começou com a procissão animada pela banda filarmónica mirandesa, da igreja matriz em direção ao monte, onde está edificada a capela da Santíssima Trindade. Aí, as várias comunidades da unidade pastoral (Águas Vivas, Palaçoulo, Sendim, Atenor, Teixeira, Prado Gatão, Picote e Vila Chá de Braciosa) juntaram-se para celebrar a missa solene, presidida pelo padre António Pires.
Na homilía da missa, o sacerdote, referiu que o mistério da Santíssima Trindade é o mistério de Deus. “O Deus de Jesus é uma família de Três Pessoas. Eles amam-se tanto que são Um só”, começou por dizer.
“É o Espírito Santo que nos introduz e dá a conhecer o mistério de Deus. É o Espírito Santo que nos leva ao coração de Deus. É o Espírito Santo que nos leva à vida de comunhão e amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, disse.
O responsável pela Unidade Pastoral da Santíssima Trindade afirmou que a comunhão e união trinitária é também o destino e horizonte da igreja.

“A igreja também é um mistério que nasce do Alto, nasce de Deus Pai, do Filho e do Espírito Santo. Em Cristo somos todos um”, afirmou.

Na festa da Santíssima Trindade deste ano, uma comunidade de 25 pessoas de Águas Vivas participaram com uma caminhada de seis quilómetros, organizada pela Associação Cultural e Recreativa de Águas Vivas (ACRAV). A presidente da associação, Jéssica Gonçalves, indicou que foi a primeira vez que realizaram a peregrinação até à Trindade.
“Em Águas Vivas, reunimo-nos no salão de festas ao começo da manhã de Domingo, tomamos um café, para depois iniciarmos a caminhada em direção a Fonte de Aldeia. A meio do percurso de seis quilómetros, fizemos uma pausa para descansar e merendar na Rebolheira. No final da caminhada e chegados ao cabeço da Trindade, almoçamos umas deliciosas bifanas! De seguida participamos na missa e no final da celebração regressamos a Águas Vivas novamente a pé”, contou.
Um dos caminhantes de Águas Vivas, José Francisco, justificou a participação na peregrinação até à Trindade pelo crescente interesse da população em realizar caminhadas mensais, com o propósito de incutir hábitos de vida saudáveis.
“Aquando da festa da Santíssima Trindade seria bom que todas as comunidades da Unidade Pastoral organizassem uma peregrinação, desde as suas localidades até ao cabeço da Trindade, em Fonte Aldeia”, sugeriu.
Após a celebração religiosa, as pessoas das várias localidades juntaram-se para cumprir a tradição de realizar as “rondas” à volta da capela da Santíssima Trindade. Os vários grupos constituídos por dezenas de pessoas e animados pela música “rondaram” empunhando ramos de árvores. Diz-se que este ritual é uma demonstração da união e de força das várias comunidades.
A vila de Sendim voltou a participar na festa em Fonte de Aldeia, com uma grande afluência de pessoas e o presidente de União de Freguesias, Luís Santiago, explicou que a população sendinesa tem uma grande afeição por esta festividade.
“A festa em honra da Santíssima Trindade, em Fonte de Aldeia, tem a mais valia de juntar as populações das localidades circunvizinhas. Antigamente existia uma grande rivalidade entre estas localidades, mas hoje em dia é sobretudo um dia de encontro e de convívio entre as várias populações. Da vila de Sendim vem sempre muita gente. A juventude participa ativamente na festa, com a Mocidade de Sendim, um grupo de seis mordomos que tem a responsabilidade de fazer o peditório, organizar o bar e preparar a merenda para o final da festa”, explicou.


De Vila Chã de Braciosa, Glória Fidalgo, indicou que há 20 anos que não participava na festa em honra da Santíssima Trindade, em Fonte de Aldeia. Este ano, regressou para acompanhar a filha, Maria, que veio tocar na Banda Filarmónica Mirandesa.
“Costumava vir à festa com a minha avó, que nasceu no dia da Santíssima Trindade e por isso chamava-se Aurora da Trindade. Com o passar dos anos e o despovoamento verifico que há menos gente na festa. Uma das singularidades desta festividade eram (e continuam a ser!) as rondas à volta da capela, protagonizadas pelos grupos das aldeias, que empunhavam paus e garrotes para demonstrar a sua força. Conta-se também que antigamente, a festa da Trindade era uma oportunidade para ajustar divergências e recorria-se mesmo à violência física de tal modo que para manter a ordem pública, vinha a GNR a cavalo de Bragança”, contou.
Em Fonte de Aldeia, a festa em honra da Santíssima Trindade prosseguiu com a procissão de regresso à igreja matriz e as atuações musicais de Abílio Topa e Filha e do grupo Rumo Nordeste.
































































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